O grupo Frutas Ernesto, que prometeu ajudar um dos mineiros resgatados no Chile a abrir uma frutaria, apresentou no Juízo do Comércio de Aveiro um Processo Especial de Revitalização (PER), alegando falta de liquidez e dificuldade na obtenção de crédito. A empresa de Estarreja diz estar a viver uma situação “muito complicada”, sem conseguir honrar os seus compromissos a tempo e horas, devido a problemas de tesouraria.

No processo, consultado hoje pela agência Lusa, constam dívidas de cerca de 3,5 milhões de euros. Os maiores credores do Grupo são dois fornecedores que reclamam quase 900 mil euros e a banca com cerca de 580 mil euros de créditos, relativos a empréstimos. A Segurança Social também está entre os credores com cerca de 80 mil euros de créditos. Atualmente, o Grupo Frutas Ernesto tem sete frutarias na região, dois armazéns em Estarreja e um total de 76 funcionários.

Em 2011, a empresa liderada pelo empresário Ernesto Couras ganhou notoriedade ao trazer a Portugal um dos mineiros resgatados das minas de Copiapó no Chile, depois de estarem 69 dias presos numa galeria a 700 metros de profundidade. Quando foi retirado das minas, Dário Segóvia Rojo disse que gostava de abrir uma frutaria e abandonar as minas e o empresário estarrejense dispôs-se a ajudar o chileno a cumprir esse sonho, convidando-o a conhecer a sua empresa.

Em declarações à Lusa, o advogado do empresário referiu que o estabelecimento nunca chegou a abrir portas, porque Dário Segóvia “queria apenas vender fruta porta a porta”. “No entanto, Ernesto Couras chegou a enviar pessoalmente algum dinheiro ao mineiro chileno para comprar um camião para vender fruta”, adiantou o advogado. Parte da estrutura da mina de S. José, 800 quilómetros a norte de Santiago do Chile, cedeu em 5 de agosto de 2010, deixando 33 mineiros presos a mais de 600 metros de profundidade.

Os mineiros foram resgatados um a um mais de dois meses depois, entre 12 e 13 de outubro, numa mediática operação transmitida em direto pela televisão em todo o Mundo.

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