Depois de anunciar que não se vai recandidatar ao cargo de Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, António Guterres já admite a possibilidade de se candidatar a Secretário-geral da ONU. Ao ser confrontado com esta questão, numa entrevista à Radio Renascença, o ainda Alto Comissário para os Refugiados referiu que “a seu tempo se verá”, e que agora está mais interessado em ajudar os refugiados que estão a chegar à Europa.

Sobre essas matérias, a seu tempo se verá o que faz sentido. O que me interessa agora é unicamente garantir que, nesta fase dramática que estamos a atravessar, seja capaz de fazer o melhor possível, ajudando e contribuindo a que, num mundo em que, infelizmente, o número de pessoas deslocadas pelos conflitos, pelas guerras, pelas perseguições políticas, pela violação dos direitos humanos está em crescimento, essas pessoas possam ter o apoio de que necessitam”.

Guterres referiu ainda que a situação dos refugiados se agravou muito nos últimos anos avançando que “em 2010 havia 11 mil pessoas que, por dia, eram deslocadas por conflitos, que tinham de abandonar as suas casas, as suas comunidades; em 2011, eram 14 mil por dia; em 2012, eram 23 mil por dia; em 2013, eram 32 mil por dia; no ano passado, 42.500 por dia.”

António Guterres vai cumprir dez anos e seis meses de mandato à frente do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. Na sexta-feira, a porta-voz do ACNUR anunciou que Guterres deixará o cargo no final do ano. “O seu mandato devia terminar em junho, ele prolongou-o por seis meses”, indicou Melissa Flemming à agência France Presse.

A ex-primeira-ministra dinamarquesa, Helle Thorning-Schmidt, anunciou na sexta-feira a sua intenção de disputar o cargo.

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