O interrogatório ao ex-Ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, foi interrompido e será “retomado em data a designar”, informou esta terça-feira a Procuradoria-Geral da República em comunicado.

Miguel Macedo, que esteve a ser interrogado esta terça-feira na sequência de um pedido de levantamento de imunidade, está, segundo a nota da PGR, “indiciado por factos susceptíveis de integrarem os crimes de prevaricação e de tráfico de influência” no âmbito do caso dos vistos Gold.

De acordo com a Lusa, Miguel Macedo saiu das instalações do Ministério Público, na rua Vale do Pereiro, em Lisboa, às 21h03. O inquérito, que decorre no Departamento Central de Investigação e Ação Penal, encontra-se em segredo de justiça.

O ex-ministro da Administração Interna está a ser investigado há vários meses, tendo já sido levantada a sua imunidade parlamentar, logo no início de julho, um passo obrigatório para que o Ministério Público pudesse ouvir o ainda deputado – e para que este possa, eventualmente, ser constituído como arguido. Isso pode acontecer, afinal, ainda antes das legislativas, depois da audição prevista no DCIAP.

Nos últimos meses foram várias as notícias nos jornais, dizendo que o Ministério Público tem vários indícios contra o ex-ministro. Macedo chegou a pedir que a Assembleia o deixasse prestar declarações, o que só agora foi permitido, com um requerimento formal do juiz Carlos Alexandre a chegar à Presidente do Parlamento.

Miguel Macedo demitiu-se do cargo de ministro da Administração Interna no dia 16 de novembro de 2014 depois de o seu nome ter sido associado a um processo que envolvia a atribuição de vistos gold, que permitem a residência aos cidadãos extracomunitários que comprem uma casa com um valor igual ou superior a 500 mil euros ou que criem 10 postos de trabalho.

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