A demissão do ministro da Cultura

Foram quatro meses polémicos, os de João Soares como ministro da Cultura. A gota de água foi um post na sua página de Facebook, em abril, em que prometia “salutares bofetadas” ao crítico do Público Augusto M. Seabra e a Vasco Pulido Valente. A mensagem foi mal recebida e Soares acabou por apresentar a demissão.

Tiago Petinga/LUSA

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O Urso de Ouro para Leonor Teles

“Balada de um Batráquio” era ‘só’ uma curta-metragem sobre a discriminação aos ciganos, feita com pouco dinheiro. Mas, a 20 de fevereiro, Leonor Teles, de 23 anos tornou-se na mais jovem realizadora de sempre a receber um Urso de Ouro, no 66.º Festival de Berlim. “É uma coisa inacreditável”, disse.

BERND VON JUTRCZENKA/POOL/EPA

O ano que nos levou alguns dos nossos maiores ícones

Começou mal, logo a 10 de janeiro, com David Bowie. Acaba com a morte de Carrie Fisher e da sua mãe Debbie Reynolds, com 24 horas de diferença. Em 2016 ficamos também sem Leonard Cohen, Prince, George Michael, Alan Rickman, Umberto Eco, Nicolau Breyner, Camilo de Oliveira, Harper Lee, Sharon Jones… Venha 2017.

Carl Court/Getty Images

Um novo museu em Lisboa

A inauguração do Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia levou mais de 60 mil pessoas a Belém, no dia 5 de outubro. A afluência foi tanta que a ponte pedonal sobre a via-férrea foi encerrada por falta de segurança. O MAAT teve um investimento de 20 milhões de euros e só em março estará a funcionar a 100%.

© Reinaldo Rodrigues/Global Imagens

Uma solução permanente para a coleção Miró

Depois de leilões marcados em Londres, providências cautelares do Ministério Público e debates acesos, as 85 obras do pintor catalão Joan Miró ficam no Porto. O ministro Castro Mendes lançou o mote, Rui Moreira ofereceu-se para ajudar e, no fim, as obras do antigo BPN vão ficar na Casa de Serralves.

Ricardo Castelo/Observador

Enfim, um Óscar para Leonardo DiCaprio

Atacado por um urso, enterrado vivo, baleado, atirado de um penhasco. O papel em “O Renascido” valeu a DiCaprio o Óscar há muito esperado, após cinco nomeações. Os fãs pareciam mais eufóricos do que ele e, a 28 de fevereiro, encheram a Internet de imagens e vídeos do ator com a estatueta dourada. Fez-se justiça.

AFP/Getty Images

O ator Nuno Lopes distinguido no Festival de Veneza

O ator português Nuno Lopes não venceu um Óscar, mas sim o prémio de Melhor Ator, na secção Horizontes, do Festival de Cinema de Veneza, pela sua interpretação no filme “São Jorge”. Realizado por Marco Martins, relata o impacto que os anos de austeridade tiveram em dois bairros da Grande Lisboa. Uma ótima notícia.

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Bob Dylan, o Nobel da Literatura controverso

O mundo conhece-o assim, de microfone junto aos lábios e guitarra na mão. Para a Academia sueca, Dylan é também “um poeta maravilhoso” e, a 13 de outubro, mereceu o Nobel da Literatura. As opiniões dividiram-se. Alheio a tudo isso, o galardoado demorou até falar e agradecer. Mas não foi à cerimónia.

FRED TANNEAU/AFP/GettyImages

O ‘boom’ de edições do livro que Hitler escreveu

Passaram 70 anos do suicídio de Adolf Hitler, o que significou que os direitos de autor de “Mein Kampf”, em português “A Minha Luta”, entrassem no domínio público em 2016. As editoras correram a publicá-lo, até mesmo na Alemanha. E o mundo discutiu os riscos de inundar o mercado com pensamentos tão perigosos.

ALEXANDER HEINL/EPA

Os portugueses puseram o Sequeira no lugar certo

O diretor do Museu Nacional de Arte Antiga viu o quadro “A Adoração dos Magos”, de Domingos Sequeira, à venda por 600 mil euros. Sem dinheiro, lançou uma campanha pública de angariação de fundos e milhares de portugueses contribuíram. Resultado: 745 mil euros e uma compra pública como nunca se tinha visto por cá.

PATRICIA AMARAL / OBSERVADOR

A odisseia de Zambujo e Araújo pelos Coliseus

Outra coisa que nunca se tinha visto em Portugal: os 28 concertos que Miguel Araújo e António Zambujo deram entre fevereiro e outubro nos Coliseus de Lisboa e Porto. Uma “loucura”, como eles próprios chamaram, e que vendeu cerca de 80 mil bilhetes. E pensar que os dois tinham medo que o primeiro não enchesse…

MICHAEL M. MATIAS / OBSERVADOR

Amadeo de Souza-Cardoso no Grand Palais de Paris

Em maio, a obra do pintor português foi exposta no Grand Palais de Paris, onde foi recordada a Exposição Universal de 1900. “A história da arte tem desde há muito esquecido o seu génio” disse Sylvie Hubac, presidente da Réunion des musées nationaux. 2016 foi um ano feliz no que toca ao combate a esse esquecimento.

© Orlando Almeida / Global Imagens

O regresso de Harry Potter, nove anos depois

J.K. Rowling abriu a porta para o mundo mágico que se julgava fechado para sempre. O guião da peça “Harry Potter e a criança amaldiçoada”, escrito por Jack Thorne a partir de uma história criada por ele, John Tiffany e Rowling, dá-nos um Potter de 37 anos a enviar os filhos para Hogwarts. A aventura continua.

Getty Images

O regresso dos Ficheiros Secretos, 14 anos depois

A notícia provocou alvoroço, ou não fosse “Ficheiros Secretos” uma série de culto. O primeiro de seis episódios estreou em Portugal a 26 de janeiro e deu para matar saudades de Mulder e Scully. Não foi brilhante, mas soube bem voltar a dizer frases como “The truth is out there”.

©Divulgação

O regresso do festival Vilar de Mouros

O primeiro festival português parece ter renascido como uma fénix, e quer reconquistar os melómanos após sete anos de ausência por guerras políticas e uma edição falhada. Em 2016 o público apareceu para ver nomes como Peter Murphy e The Waterboys. Será desta? Os dados foram bem lançados. Certezas, só em 2017.

Ricardo Castelo/Observador

O fim do Teatro da Cornucópia

Nao vendo condições para que a Cornucópia continuasse a manter os padrões de qualidade com que habitou o público ao longo de 43 anos, Luís Miguel Cintra anunciou que a cortina não mais se levantaria no teatro lisboeta. O presidente da República precipitou-se, a confusão instalou-se mas o desfecho não se alterou.

O novo museu dedicado a Nadir Afonso

Após anos de atraso, o pintor e arquiteto Nadir Afonso (1920 – 2013) tem finalmente um museu com o seu nome para exibir a sua obra. Projetado por Siza Vieira e construído na margem direita do rio Tâmega, em Chaves, onde o pintor nasceu, o edifício inaugurou em julho e custou cerca de 10 milhões de euros.

Nasceu o NewsMuseum

Inaugurado no 25 de Abril, dia em que os media deixaram de ser censurados pela ditadura, o NewsMuseum ocupa as instalações do antigo Museu do Brinquedo, em Sintra. Centrado na história recente dos media portugueses, está nomeado para o Prémio Museu Europeu do Ano 2017, cujo vencedor será anunciado em maio.

MICHAEL M. MATIAS /OBSERVADOR

A ausência do World Press Cartoon

Após 11 edições consecutivas, o prestigiado salão português de desenho de humor na imprensa não se realizou este ano, devido à falta de condições financeiras. O organizador, o cartoonista António Antunes, disse à Lusa que serão feitos esforços para que o World Press Cartoon regresse em 2017. Assim esperamos.

Cartoon de André Carrilho

A estreia de Axl Rose como vocalista dos AC/DC

O início da digressão dos AC/DC, estava marcado para o dia 7 de maio, em Oeiras. Problema: o vocalista Brian Johnson corria o risco de surdez e teve de parar. Após muitos rumores sobre o que ia acontecer, Axl Rose, dos Guns N’Roses, ofereceu-se para o lugar. Os olhos estavam postos em Portugal e Axl safou-se bem.

HUGO AMARAL/OBSERVADOR

O senhor Beach Boys no NOS Primavera Sound

Com 74 anos e um passado duro, só Deus sabe como é que o californiano está no ativo a tocar a obra-prima que compôs para os Beach Boys. Vê-lo em palco, com todas as suas dificuldades, é como testemunhar um milagre. A 10 de junho, dançámos ao som de “I Get Around” ou “God Only Knows”. E guardámos tudo na memória.

MICHAEL MATIAS/OBSERVADOR

Os prémios internacionais que chegaram

Escritores, cineastas e artistas deram nas vistas lá fora. José Luís Peixoto venceu o Oceanos (ex-Prémio PT); Joel Santos foi o primeiro português a vencer o “Travel Photographer of the Year“; João Pedro Rodrigues venceu o prémio de melhor realização no Festival de Locarno. E tanto mais haveria para escrever.