Quem disser que já viu isto ou está a mentir ou enganou-se e não está a falar de Espanha. É num cenário inédito nos quase 43 anos de democracia que o país vai a eleições este domingo, 28 de abril. Pela primeira vez, há cinco partidos na calha para conquistarem mais de 10% dos votos — o que, muito provavelmente, levará a que, depois deste domingo, seja formado o primeiro governo de coligação.
A política no país vizinho já não é, pois, uma questão de vermelhos (PSOE) e azuis (Partido Popular), mas antes um arco-íris que agora conta com o roxo (Unidas Podemos), o laranja (Ciudadanos) e, a cor mais recente na palete espanhola, o verde (Vox).
A menos de uma semana das eleições, é seguro dizer que, até agora, o momento mais empolgante e interessante da campanha esteve dividido em duas partes: o debate na RTVE de segunda-feira e o debate na Atresmedia desta terça-feira, nos quais participaram Pedro Sánchez (PSOE), Pablo Casado (Partido Popular), Pablo Iglesias (Unidas Podemos) e Albert Rivera (Ciudadanos) — e dos quais Santiago Abascal foi afastado fisicamente, mas que nem por isso deixou de, na prática, estar sempre lá.
Na busca pelo voto dos indecisos — no domingo, 21 de abril, última dia em que foi permitida a publicação de estudos de opinião para estas eleições, a sondagem da 40dB com o El País apontava para 38% eleitores sem uma escolha definida —, o tom subiu, as estratégias tornaram-se mais claras, houve pontes queimadas e outras que começaram a ser construídas.
Para entender o que se pode seguir, olhámos para a prestação de cada um dos principais candidatos no debate — com o extra de Santiago Abascal, o ausente mais presente — e procuramos entender onde cada um está antes do 28 de abril e para onde quer ir no dia seguinte. Tudo com a ajuda de conhecidos provérbios espanhóis.
“Al mal tiempo, buena cara”
“Ao mau tempo, boa cara”
Para Pedro Sánchez e os seus 10 meses de passagem pelo cargo de Presidente de Governo, pouco tempo houve para que as nuvens desaparecessem e o sol tomasse o seu lugar. Chegado ao poder também de forma inédita na democracia espanhola — o socialista substituiu Mariano Rajoy, do PP, depois de conseguir aprovar uma moção de censura desenhada poucos dias depois da sentença condenatória de vários membros daquele partido conservador no caso de corrupção Gürtel —, Pedro Sánchez nunca teve verdadeiro descanso. Assim que chegou, mereceu dos adversários à sua direita epítetos como “presidente ilegítimo” ou “okupa da Moncloa”. Nos tempos que se seguiram, os independentistas catalães, que apoiaram a moção de censura que entronizou Pedro Sánchez, procuraram cobrar ao socialista uma lista de concessões, entre eles a realização de um referendo. E, no final, tanto os adversários à sua direita como os independentistas catalães chumbaram o orçamento, empurrando-o para uma convocatória de eleições antecipadas.
Foi uma tempestade. Mas, tal como no provérbio, Pedro Sánchez procurou enfrentar o mau tempo com uma boa cara — mesmo que com um sorriso plástico, de quem sabia que, mais cedo do que tarde, teria de ir a eleições e, desta vez, ganhá-las para voltar a governar. No tempo em que o fez, porém, ajudado por uma conjuntura económica positiva (o défice está a 2,5% e o desemprego voltou a níveis pré-crise de 2008), Sánchez levou para a frente uma série de medidas: aumentou o salário mínimo para 900 euros, subiu pensões e anunciou a criação de quase 34 mil postos na função pública, a maior subida numa década.
Ao longo dos debates, e, num sentido mais largo, ao longo da campanha, Pedro Sánchez procurou sempre defender-se dos ataques que lhe foram sendo lançados à sua direita (e também — cada vez menos — à sua esquerda, por Pablo Iglesias) com os dados que lhe interessam — passando por cima do facto de o desemprego, por mais baixo que esteja, continuar a ser o terceiro mais alto da OCDE e o segundo maior da União Europeia; ou da dívida pública, que está perto dos 100% do PIB.
A “boa cara” ao “mau tempo” também esteve lá, mas nem sempre — e isso viu-se de forma clara no segundo debate, desta terça-feira. Ao contrário do que fez no primeiro, onde esperou ser atacado para depois se defender, no segundo embate o líder socialista tomou a iniciativa nos ataques e lançou-se para o meio da arena. O alvo foi apenas um: a direita presente (Ciudadanos e PP) e a direita ausente (Vox).
“As mentiras voam entre o senhor Casado e o senhor Rivera, parecem-se cada vez mais uma à outra e parecem-se cada vez mais à ultra-direita”, disse, sem nunca referir o nome de Santiago Abascal nem do Vox.
Um dos temas que mais empolgaram Sánchez foi o da violência de género. Com ele, procurou pôr no mesmo saco toda a direita, quando mostrou uma carta escrita pelo Vox andaluz na qual era exigido ao governo regional (onde o PP e o Ciudadanos governam, com o apoio do partido de Santiago Abascal, desde dezembro de 2018) que fossem partilhados os dados do trabalhadores que se concentram no combate à violência contra as mulheres.
“O ideólogo é a ultra-direita. O responsável é quem lidera o governo da Junta da Andaluzia [PP] e os cúmplices necessários são o senhor Rivera e o Ciudadanos”, sintetizou Pedro Sánchez.
À esquerda, porém, não se ouviram ataques do Presidente de Governo, nem se escutaram da sua boca afirmações crispadas em direção à Catalunha e às forças independentistas. A estratégia é simples de explicar: com o bloqueio à sua direita (PP e Ciudadanos negam-lhe qualquer aliança pós-eleitoral), Pedro Sánchez vai precisar de dialogar com o Unidas Podemos e com os independentistas para chegar ao poder.
“Vamos dialogar dentro da Constituição com todas as forças políticas. Dentro, sim. Fora, não”, garantiu. Aqui, podia ter juntado aquilo que respondeu aos jornalistas sobre a sua ida aos dois debates desta semana, e que evitou durante semanas: “Que remédio”. Por ora, Pedro Sánchez não tem mesmo outro.
“A caballero nuevo, caballo viejo”
“Para um cavaleiro novo, um cavalo velho”
É crença espanhola, pelo menos a julgar pelo provérbio acima descrito, que, à ousadia da juventude que os mais novos podem ter, só faz bem uma dose saudável da experiência de quem já cá anda há mais tempo.
Mas, para Pablo Casado, é precisamente a experiência de quem anda (ou andou) há mais tempo no PP que parece estar a assombrar a sua campanha. Esta nunca seria, por si só, uma missão fácil. Em maio do ano passado, o governo do PP, liderado por Mariano Rajoy, foi atirado do poder por uma moção de censura motivada pelo escândalo Gürtel, onde não só figuras cimeiras dos conservadores como o próprio partido, a título simbólico, foram condenados por crimes de corrupção. E se isso é algo que Pablo Casado quer esquecer, os seus adversários querem garantir que nada disto lhe sai da cabeça.
Logo no primeiro debate, Pablo Casado ouviu Pedro Sánchez dizer que “a sede do PP é o grande bazar da corrupção” e também Albert Rivera, que o relembrou que “o milagre económico do PP” — ou, melhor, o seu autor, o ex-ministro da Economia e antigo vice-Presidente de Governo Rodrigo Rato, entretanto caído em desgraça — está na prisão.
A tudo isto, Pablo Casado respondeu de forma ensaiada, mas morna, como foi o seu tom geral ao longo do primeiro debate. “Eu presido ao PP precisamente para virar a página das coisas que podem ter sido mal feitas no PP. E se eu ganhei as primárias no partido foi porque tive um comportamento muito firme contra qualquer caso de corrupção”, disse.
No primeiro debate, Casado tentou passar a imagem de estadista sereno e experiente, pouco dado a trocas de insultos e dedicado antes a desfiar medidas do seu programa. No segundo debate, porém, depois de uma apreciação praticamente consensual na imprensa espanhola de que aquela prestação não rimou com o seu estilo habitualmente combativo, o candidato mudou de agulha.
Dessa vez, apostou forte em dois temas que estão na sua agenda desde que subiu à cúpula do PP para puxar o partido mais à direita: o aborto e a imigração. Sobre o aborto, disse que Espanha está perante “um problema demográfico” e, quanto à imigração, criticou Pedro Sánchez, dizendo que “a imigração regula-se com as forças e os corpos de segurança do Estado”.
Tenha uma postura mais conciliadora ou agressiva, passe por centro-direita ou direita dura, Pablo Casado terá sempre um problema nestas eleições: há quem o esvazie, em partidos com menos História, mas também menos historial, à sua esquerda (Ciudadanos) e à sua direita (Vox).
E é para aí que apontam as sondagens, que colocam o PP abaixo dos 20% e, por isso, na calha para ter o seu pior resultado de sempre.
Albert Rivera (Ciudadanos)
“Del árbol caído, todos hacen leña”
“Da árvore caída, todos fazem lenha”
Na floresta da política espanhola, quando todos ouvem os primeiros estalidos de uma árvore que começa a sua inevitável queda, é provável que Albert Rivera já esteja abrigado num ponto alto, com boa perspetiva para ver tudo do princípio ao fim. Quando a árvore, enfim, embater com estrondo no chão, o reflexo natural de todos será o de contar os estragos e remendar o possível. Todos menos Albert Rivera, que, de machado em mão, se adiantará. Árvore caída é lenha e lenha é combustível.
Esta é a maneira de estar de Albert Rivera: moldar-se ao que tem à sua volta, assumindo apenas o essencial como indispensável e tomando tudo o resto como acessório. Só essa postura pode explicar a história do Ciudadanos e as suas alterações consoante os ventos políticos e a direção para onde eles sopravam.
Quando surgiu em 2006, já então sob a liderança de Rivera, o Ciudadanos era um partido social-democrata com atuação apenas na Catalunha. Mais tarde, já instalado no âmbito nacional, entrou para o Congresso dos Deputados em 2015, desta vez com fama de partido liberal e com um ideário anti-corrupção vincado. De 2017 em diante, com o recrudescer da crise na Catalunha, o Ciudadanos vestiu a pele de partido nacionalista espanhol e declarou guerra ao independentismo.
Adaptando o provérbio atribuído a Pablo Casado, Albert Rivera é um cavaleiro novo e o Ciudadanos é um cavalo novo (ou assim o fazem crer as várias cirurgias plásticas que tem feito) — e essa irreverência notou-se nos debates. O líder do Ciudadanos foi quem mais se destacou no debate de segunda-feira e, no de terça-feira, continuou a tomar a dianteira em vários momentos.
Fê-lo tanto pelo conteúdo (atacou cada um dos outros candidatos) como pela forma, recorrendo a vários adereços para adornar as suas intervenções: a tese de doutoramento de Pedro Sánchez, cuja autoria é alvo de controvérsia e que Albert Rivera levou para lhe oferecer como “um livro que você nunca leu”; uma lista de casos de corrupção do PSOE, enrolada num papel que, esticado, ia do seu peito e batia no chão; ou a fotomontagem que recebeu em casa, que mostra ele próprio com uma bala verdadeira espetada na testa.
Enérgico para os seus defensores, hiperativo para os seus detratores, Rivera foi nos dois debates aquele que mais procurou lançar ataques aos seus adversários — e aquele que, nesse esforço, dispensou mais de falar do próprio programa. Ainda assim, insistiu frequentemente na sua maior batalha política: a manutenção da Catalunha em Espanha e o ataque aos unionistas que admitem sentar-se à mesa com independentistas.
“Com Sánchez, estaremos nas mãos de Torra e de Puigdemont mais quatro anos”, disse, referindo-se ao atual e ao antigo presidente do governo regional da Catalunha. “Se eu governar, logo desde o início garanto que pensarei em todos os espanhóis, menos naqueles que querem liquidar Espanha.”
Não é certo que Albert Rivera consiga governar. Afinal de contas, as sondagens colocam o Ciudadanos em terceiro, atrás do PSOE e do PP, respetivamente. Ainda assim, o líder naranjita, por mais enérgico ou hiperativo que seja, parece estar disposto a esperar pelo seu dia. Até lá, vai juntando lenha.
Pablo Iglesias (Unidas Podemos)
“Dando, dando, pajarito volando”
“Dando e dando, passarinho voando”
Quem o viu e quem o vê.
Pablo Iglesias e o Podemos não entraram propriamente de mansinho na política espanhola. Impulsionado pelo movimento dos Indignados, o Podemos de Iglesias anunciou o seu “assalto aos céus” por força de discursos contra “a casta”, nos quais era posta em causa a extensão da democracia espanhola, descrita como o “regime de 78”, e a Constituição daquele ano era descrita como “aquele papelito”.
Porém, a vida do Podemos mudou radicalmente quando, em junho de 2018, apoiou a moção de censura do PSOE e, a partir de então, os seus 71 deputados passaram a ser essenciais para aprovar as medidas de um governo socialista com apenas 84 deputados das suas cores. De repente, o partido anti-sistema passou também ele a ditar (um pouco) as regras do jogo.
É aqui que entra o provérbio que diz que “dando, dando, pajarito volando”, pois nele se indica que, desde que as partes envolvidas deem à outra aquilo que ela pede, tudo corre bem — e o pajarito voa à vontade, num “assalto aos céus” possível.
Pablo Iglesias e o Podemos gostaram dos últimos 10 meses e daquilo que eles lhes proporcionaram — e, por isso, estão apostados em repetir este cenário. Mas com uma alteração de peso: agora, o Podemos quer entrar para o governo. E o seu líder di-lo com todas as letras e sem reservas: “Para que o PSOE cumpra as propostas que faça, vai ser necessário que nós estejamos no governo”.
O líder do Podemos, que é tido pela ciência política como um dos pioneiros da atual vaga populista na Europa — pese embora este seja de esquerda, quando o caudal parece ser mais forte à direita —, surpreendeu nos dois debates por ser, de longe, o candidato mais calmo.
No primeiro, evocou repetidamente a Constituição de 1978, com a qual parece ter feito as pazes — ou, como notou um jornalista do El Confidencial, em poucos anos Pablo Iglesias passou de querer ser “constituinte” para ser “constitucionalista”. Citando os artigos da lei fundamental que falam de temas como a habitação ou pensões, o líder do Podemos atirou aos seus adversários, em menção ao artigo que foi usado para suspender a autonomia da Catalunha em 2017: “A mim parece-me que alguns de vocês só se lembram da Constituição quando é para falar do Artigo 155”.
No segundo debate, Iglesias tentou novamente passar a imagem de adulto na sala. Embora tenha levantado o tom nalgumas ocasiões — fazendo lembrar a sua versão no Congresso dos Deputados, onde, não raras vezes, termina as suas intervenções com um punho cerrado —, a verdade é que foram várias as vezes em que, antes de falar, tratou de repreender o tom dos seus colegas de painel.
“Sinto muita vergonha pela forma como este debate está a decorrer”, disse a determinada altura. “Creio que, neste tema, uma certa noção das medidas e da proporcionalidade nos faria bem a todos. Creio que podemos apontar coisas ao senhor Sánchez, mas, vá lá, dizer que é amigo de terroristas ou que é um golpista é exagerado”, apontou a Albert Rivera e Pablo Casado. “Não é preciso que nos chamemos mentirosos uns aos outros para expor opiniões diferentes”, insistiu.
No final, porém, o Pablo Iglesias de outrora veio à tona, quando teve o seu último minuto para falar. De olhos fixados nos espetadores, recuperou velhas bandeiras: “Os donos dos meios de comunicação” que “têm mais poder do que os deputados”; “os bancos” que “tolhem o braço ao Tribunal Supremo”; as “empresas energéticas” que “compram os políticos levando-os para os conselhos de administração”. Fez ainda menção ao caso das cloacas, que surgiu depois de ter sido denunciado que um grupo oficioso na polícia espanhola, denominado de “polícia patriótica”, trabalhou a fundo para fabricar provas que pudessem prejudicar o Podemos.
Numa nota positiva, e já a fechar, sossegou os seus eleitores e apoiantes dizendo-lhes: “A História não está escrita e, no próximo domingo, és tu que a escreves”.
O tom foi otimista, mas não necessariamente realista. De acordo com a sondagens, o Podemos pode cair até perto dos 30 deputados (menos de metade dos atuais 71 parlamentares) e passar de terceiro maior partido para quarto ou até quinto, atrás do Vox — o extremo oposto do Podemos e ameaça séria a que o pajarito criado pelo Podemos e pelo PSOE não voe tão cedo quanto isso.
Santiago Abascal (Vox)
“Río revuelto, ganancia de pescadores”
“Em rio agitado, ganham os pescadores”
O Vox é a mais recente força partidária a resultar do “rio agitado” em que a política espanhola (e ocidental) se transformou — e o partido de Santiago Abascal promete ser um pescador ávido de ganhar o máximo nela.
Para isso, aposta em três vias principais: o combate contra o independentismo, apostando inclusive na anulação da autonomias concedidas às regiões; defesa do fim da imigração para Espanha, tal como o encerramento das portas a refugiados; a resistência a iniciativas legais e sociais, como a “lei da violência de género” ou o aborto em hospitais públicos.
Santiago Abascal e o Vox bem quiseram estar nos debates — mas isso não lhes foi permitido. No primeiro, a RTVE não chegou sequer a convidar aquele partido, cingindo-se ao que diz a lei eleitoral. No segundo, a Atresmedia chegou a prever a participação do partido de Santiago Abascal, alegando a pertinência da sua presença, já que as sondagens o punham para lá dos 10% — mas a Junta Eleitoral Central acabou por chumbar a ideia, dizendo que ela não respeitava o princípio da “proporcionalidade” e que, para o Vox participar, outros partidos também deveriam poder fazê-lo.
Ainda assim, esta ausência não impediu Santiago Abascal de acudir ao Twitter para comentar o debate e, de certa forma, entrar nele.
Já na noite desta terça-feira, o líder do Vox disse que os debates não passaram de “uma reunião dos quatro cavaleiros do Apocalipse: traição, deceção, marketing e ódio”. O que, ficou claro, corresponde a Pedro Sánchez, Pablo Casado, Albert Rivera e Pablo Iglesias.
???? @Santi_ABASCAL contraprograma a los "cuatro jinetes del apocalipsis": la "traición", la "decepción", el "márketing" y el "odio": https://t.co/ZMiDEtpq5q vía @elmundoes pic.twitter.com/MWep5jNhYH
— VOX ???????? (@vox_es) April 23, 2019
Além disso, o Vox foi mencionado repetidas vezes nos dois debates, sempre por iniciativa de Pedro Sánchez e de Pablo Iglesias, que procuraram usar o partido de extrema-direita como arma de arremesso contra Albert Rivera e Pablo Casado, que não só não descartam uma aliança pós-eleitoral com o Vox, como já o fizeram em dezembro de 2018 na Andaluzia.
“É evidente que o que o Vox representa é um retrocesso nos direitos que as mulheres do nosso país conquistaram. E dizer isto não é uma ofensa para ninguém, é dizer o raio da verdade!”, atirou Pablo Iglesias no debate.
E Pedro Sánchez disse que, além de um governo seu, que disse estar sob o lema da “justiça social, convivência e limpeza política”, é também possível que destas eleições resulte um governo igual ao Andaluzia, “se estas duas direitas que estão presentes se somarem à ultra-direita”.
Me dicen que el presidente ilegítimo, -apoyado en la hoz y el martillo, y en el hacha y la serpiente-, está obsesionado conmigo y que está mintiendo como un miserable sobre VOX en el debate. El 28-A concluye su huida hacia adelante. La #EspañaViva le va a poner en su sitio.
— Santiago Abascal ???????? (@Santi_ABASCAL) April 23, 2019
A tudo isto, Abascal reagiu em direto, mas no twitter: “Ouvi dizer que o Presidente ilegítimo — apoiado pela foice e martelo [símbolo comunista] e pelo machado e a serpente [símbolo da ETA] — está obcecado comigo e que está a mentir como um miserável sobre o Vox no debate”, disse. Depois, prometeu: “No dia 28 de abril vai acabar a sua fuga em frente. A Espanha viva vai colocá-lo no seu lugar”.
Se consegue ou não, isso já é diferente — até porque os pescadores são conhecidos por agigantarem as suas próprias conquistas. Mas uma coisa é certa: Santiago Abascal chegou à primeira linha e dificilmente sairá dela.