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Da esquerda para a direita: Saba, Rosalía, Alex Turner (Arctic Monkeys), Adrianne Lenker (Big Thief), Branko e Earl Sweatshirt vão lançar discos novos em 2022
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Da esquerda para a direita: Saba, Rosalía, Alex Turner (Arctic Monkeys), Adrianne Lenker (Big Thief), Branko e Earl Sweatshirt vão lançar discos novos em 2022

D. R.

Da esquerda para a direita: Saba, Rosalía, Alex Turner (Arctic Monkeys), Adrianne Lenker (Big Thief), Branko e Earl Sweatshirt vão lançar discos novos em 2022

D. R.

A música que vamos querer ouvir em 2022: estes são os discos que esperamos

Kendrick Lamar e Arcade Fire? É provável. Earl Sweatshirt, Big Thief, Rosalía, Márcia, Spiritualized, Arctic Monkeys, Branko e Tim Bernardes? Está prometido. A lista dos discos que ouviremos em 2022.

Procurando com alguma atenção, foi possível encontrar bons discos lançados nos annus horribilis de 2020 e 2021. Mas foram igualmente muitos os artistas e bandas que esperaram num ano, desesperaram no seguinte e já não estão dispostos a esperar mais.

Os sinais apontam para que 2022 possa ser — se a Covid-19 não surpreender na primavera e verão — o grande ano de desconfinamento da cultura e das indústrias musicais. Em particular, da indústria musical mais pesada do mundo, a norte-americana, em que os maiores protagonistas abrandaram o ritmo de trabalho ou pelo menos de divulgação de trabalho, à espera de tempos mais propícios a grandes digressões e concertos com multidões.

2022 será provavelmente o ano em que muitos consagrados da música popular (entre Kendrick Lamar, Rosalía, Arcade Fire, Arctic Monkeys, Beyoncé ou Rihanna, não todos mas certamente alguns) voltarão a lançar discos novos. Mas não só: é previsível que seja um ano em que a quantidade de música nova se multiplique como nunca pelo globo, dado que são muitos os artistas e bandas mundo fora que depois de álbuns lançados em 2016, 2017, 2018 e 2019 preferiram esperar e não mostrar ao mundo trabalho novo nos primeiros (e, espera-se, também os piores) dois anos de paralisação pandémica.

Tal como no ano passado, voltamos a olhar para a música que poderemos ouvir nos próximos 12 meses e fazemos uma seleção dos discos que vamos querer ouvir em 2022. São álbuns nacionais e internacionais, de consagrados e de promessas, da pop mais ouvida ao jazz mais desafiante, anunciados com pompa e circunstância ou simplesmente soprados em contas de redes sociais, já tornados públicos ou revelados aqui pelo Observador em primeira mão depois de uma ronda por várias editoras nacionais.

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Burial

Antidawn, 6 de janeiro

É apenas uma coleção de cinco temas, um mini-álbum (também chamado de EP) que arranca o ano. E no entanto são cinco temas de Burial, um dos mais respeitados produtores de música eletrónica do Reino Unido e do mundo. Autor de discos tão históricos quanto Burial (o seu primeiro, lançado em 2006) e sobretudo Untrue (2007), o britânico não edita um álbum completo há quase 15 anos e não será já a 6 de janeiro que o fará. Ainda assim, dará seguimento à sua vasta coleção de mini-álbuns exploratórios a que se tem dedicado desde o início da carreira e mais intensamente desde 2016.

Earl Sweatshirt

Sick, 14 de janeiro

E se um dos álbuns mais marcantes de 2022 chegar já no dia 14 de janeiro? Não é uma possibilidade que deva ser já descartada. Neste dia, o rapper norte-americano Earl Sweatshirt lançará um novo disco chamado Sick. Será o seu quarto álbum, depois da estreia com Doris (2013) e de um ótimo par de álbuns seguinte: I Don’t Like Shit, I Don’t Go Outside (2015) e Some Rap Songs (2018). Autor de um hip-hop alternativo, pouco simplista nas suas formas musicais e muito ancorado em rimas minuciosamente trabalhadas, Earl Sweatshirt lançou recentemente dois singles que elevam as expectativas: “2010” e a colaboração com o duo Armand Hammer, “Tabula Rasa”. No dia 11 de junho atua em Portugal, no festival NOS Primavera Sound, no Porto.

Camp Flog Gnaw Carnival 2017 - Day 2

O rapper Earl Sweatshirt lança o seu próximo álbum em janeiro

Frazer Harrison/Getty Images

Bonobo

Fragments, 14 de janeiro

As batidas eletrónicas vão ouvir-se com força em janeiro. Além de um EP de Burial, o mês traz um novo álbum de Bonobo, projeto musical do DJ, músico e produtor britânico Simon Green. Já com 20 anos de música para trás, Bonobo vai revelar dia 14 o seu sétimo disco. Do sucessor de Migration (2017) já se conhecem quatro singles: “Shadows”, uma colaboração com Jordan Rakei, “Rosewood”, “Tides”, que tem a cantora e compositora Jamila Woods como convidada, e “Otomo”, parceria com O’Flynn.

Jake Xerxes Fussell

Good and Green Again, 21 de janeiro

O velho cancioneiro americano continua a dar frutos. Havendo dúvidas, é só ouvir a música do sulista Jake Xerxes Fussell. Guitarrista e cantor de blues e folk, já lançou três discos: um homónimo em 2015, What in the Natural World em 2017 e Out of Sight em 2019. No CV tem concertos de abertura para Wilco e Bill Callahan e a tradição folk conhecida ao detalhe e muito bem interpretada. Já em vista tem um novo disco produzido por James Elkington (colaborador de Jeff Tweedy, Michael Chapman, Steve Gunn e Nap Eyes, entre outros), com alguns músicos convidados, um dos quais Bonnie ‘Prince’ Billy. Parece que o disco terá já não apenas interpretações de velhas canções tradicionais mas também composições originais — e vozes, guitarras, pianos, contrabaixos, violinos e outros instrumentos de arco, baterias e percussões, steel guitars, trompetes, trompas e algumas coisas mais. Os primeiros singles, “Love Farewell” e “Breast of Glass”, deixam água na boca.

Club Makumba

Ainda sem título, 21 de janeiro

Não é um projeto novo — começou pelo menos em 2019, pré-pandemia — mas será em 2022 que conheceremos o primeiro disco dos Club Makumba. O projeto nasce de uma parceria entre o guitarrista Tó Trips (Lulu Blind, Dead Combo, etc) e o baterista e percussionista João Doce (WrayGunn), a que entretanto se aliaram também o saxofonista Gonçalo Prazeres e o contrabaixista Gonçalo Leonardo. Descrito como um “exercício livre, espontâneo, experimental e tribalista” que permite uma “viagem pelas sonoridades do Mediterrâneo e pela África imaginada”, a música dos Club Makumba vai também circular pelo país: já há concertos marcados em Lisboa (CCB, 27/1), Faro (28/1), Porto (Maus Hábitos, 4/2), Torres Vedras (5/2), Coimbra (11/2), Águeda (26/2) e Santa Maria da Feira (9/4). Ouvem-se aqui, como seria inevitável que se ouvissem, ecos dos Dead Combo.

Bala Desejo

Ainda sem título, janeiro

É uma das apostas mais arriscadas desta seleção, mas explicamo-la já. Bala Desejo é uma banda nova vinda do Brasil, formada por quatro elementos: Dora Morelenbaum (filha do violoncelista já histórico da música popular brasileira, Jaques Morelenbaum), Júlia Mestre, Lucas Nunes e Zé Ibarra. Ainda não há uma única canção revelada mas através das redes sociais Zé Ibarra anunciou que “em janeiro de 2022 chegará no mundo um álbum fresquinho” de canções “inéditas”. E porque é que os Bala Desejo merecem a nossa atenção? Porque Zé Ibarra, que tem atualmente 25 anos, é uma das melhores e mais talentosas vozes que ouvimos emergir na música brasileira. Provou-o com a banda Dônica, de que fez parte (ao lado de Tom Veloso, filho de Caetano), e nas composições e interpretações de “Vai Atrás da Vida Que Ela Te Espera”, “você menina”, um dueto com Tom Karabachian, e “Meu Bem, Meu Mal”, esta uma colaboração com Gal Costa.

Black Country, New Road

Ants From Up There, 4 de fevereiro

Os Black Country, New Road (BC, NR) são rapazes e raparigas desassossegados. Há um ano estavam a preparar a edição do primeiro álbum, For The First Time, que lançaram a 5 de fevereiro de 2021. Agora, certamente ainda empanturrados de filhós, sonhos, elogios e inclusões em listas de “melhores discos do ano” feitas por publicações internacionais, já têm o sucessor no forno. Em suma: têm nitidamente pressa e querem garantir que não nos esquecemos que a boa inovação no rock passa também pela música destrambelhada, original e criativa que andam a fazer, misturando pós-punk e jazz, guitarras, baterias, violinos e saxofones. São três os singles entretanto revelados (“Concorde”, “Bread Song” e “Chaos Space Marine”) mas se há coisa de que já nos apercebemos é que a música dos BC, NR beneficia de ser ouvida de forma contínua, em disco, e não retalhada canção a canção. Portanto, venha o álbum.

Depois de um primeiro álbum lançado em 2021, os Black Country, New Road editam já o sucessor a 4 de fevereiro

D. R.

Saba

Few Good Things, 4 de fevereiro

Rapper e cantor de Chicago, Saba começou a aparecer há uns anos com mixtapes independentes e ganhou notoriedade ao entrar em temas de Chance The Rapper, espécie de cicerone do hip-hop da cidade que escancarou portas a muitos jovens. Também parceiro de Smino e de Noname, outras duas figuras do novo hip-hop americano menos sintonizado com modas e estéticas dominantes, Saba lançou o primeiro álbum em 2016. Mas foi o segundo, CARE FOR ME, editado em 2018, que o tornou uma figura mais mediática. Muito elogiado pela crítica e imprensa musical, o álbum expunha a vulnerabilidade de Saba, que rimava e cantava no disco sobre a morte de um familiar próximo — um primo que morreu esfaqueado em Chicago. A capacidade de misturar sem facilitismos o rap e o canto, o hip-hop e o R&B eletrónico, cria expectativas para Few Good Things.

Animal Collective

Time Skiffs, 4 de fevereiro

Meia dúzia de anos passados desde Painting With, o álbum anterior que não foi recebido com um entusiasmo tão grande quanto os antecessores, eis um novo disco dos Animal Collective. A banda de Baltimore que renovou e desafiou a estrutura e os sons convencionais da pop — fê-lo em discos como Feels (2005) e o aclamado pela crítica Merriweather Post Pavilion (2009) — já revelou dois singles: “Prester John” e “Walker”.

Big Thief

Dragon New Warm Mountain I Believe in You, 11 de fevereiro

É já candidato a figurar nas listas de melhores discos de 2022, que se farão em dezembro. Isto se os Big Thief, quarteto de indie-rock de antigos alunos da Berklee College of Music, não fizerem como em 2019, ano em que editaram dois discos — dispersando e dividindo a atenção de quem os ouvia por dois LPs. Já tem título e chega, portanto, depois de U.F.O.F. e Two Hands. Mas também após Two Saviors, álbum a solo de Buck Meek (que nos Big Thief assegura guitarra e segundas vozes), e depois de songs, o magnífico disco a solo de canções da compositora, feiticeira da guitarra e principal vocalista da banda, Adrianne Lenker. Tendo em conta que já se conhecem sete canções, é possível que o disco seja longo.

A banda Big Thief lança a 11 de fevereiro o seu próximo álbum, que deverá ter 20 canções

Beach House

Once Twice Melody, 18 de fevereiro

Banda de dream-pop com longos pergaminhos na música indie, formada na sua essência por Victoria Legrand (teclista e principal vocalista) e Alex Scally (teclista e guitarrista que também assegura vozes secundárias), este duo é um velho conhecido de melómanos e amantes de música: desde 2006, inclusive, já editaram sete álbuns de estúdio de originais, tendo feito também inúmeras digressões pelo mundo nos últimos 15 anos. O sucesso começou a chegar em 2010 com a edição de Teen Dream, o terceiro álbum e o primeiro lançado na editora independente de culto Sub Pop, e acentuou-se com os discos seguintes. A 18 de fevereiro chega o novo álbum e já foram reveladas quatro das 18 canções — “Once Twice Melody”, “Superstar”, “Pink Funeral” e “Through Me” —, que indiciam que a inspiração melódica dos Beach House não se esfumou.

Spiritualized

Everything Was Beautiful, 25 de fevereiro

Quem também regressa aos discos é a trupe britânica liderada por Jason Pierce. Numa altura em que já ultrapassaram os 30 anos de carreira, os Spiritualized parecem estar numa fase feliz. Em 2018 lançaram And Nothing Hurt, um belíssimo e descarnado disco de canções que tentam ao mesmo tempo eletrificar e serenar o mundo. Ninguém como Pierce sabe dosear os desvarios e a carga de pancada elétrica do rock com a acalmia melódica e a gospel que ascende aos céus. Esse era um disco de tempestade e de serenidade, mas sobretudo de grandes canções. Em fevereiro chega Everything Was Beautiful, que ao que parece pode ser o último disco da banda. É melhor aproveitarmos. Na internet leem-se mensagens de alegria: “Estou tão entusiasmado e desejoso de que os Spiritualized me destruam emocionalmente outra vez”.

Avishai Cohen

Naked Truth, 25 de fevereiro

No jazz internacional, um dos discos já anunciados que justifica alguma expectativa é o próximo álbum do trompetista israelita Avishai Cohen — não confundir com o contrabaixista com o mesmo nome. A morar em Nova Iorque e com discos anteriores recomendáveis, como Big Vicious (2020), Playing the Room (2019) e Into the Silence (2016), Cohen gravou o álbum num estúdio no sul de França, acompanhado por velhos parceiros: o pianista Yonathan Avishai, o contrabaixista Barak Mori e o baterista Ziv Ravitz. O lançamento volta a ser assegurado pela ECM Records, referência editorial de jazz, que garante que se trata da gravação “mais improvisada” de Avishai na ECM até ao momento e que o disco volta a mostrar “a vulnerabilidade e a beleza crua” do som de trompete do músico.

Linda Martini

ERRÔR, 25 de fevereiro

O rock nacional também promete sair de 2022 robustecido, até porque a 25 de fevereiro chegará às lojas e plataformas de streaming o próximo álbum da banda portuguesa Linda Martini. Além de data de edição previsto, o disco já tem título: vai chamar-se ERRÔR. Aquele que será o sexto álbum do grupo, depois de Olhos de Mongol (2006), Casa Ocupada (2010), Turbo Lento (2013), Sirumba (2016) e Linda Martini (2018), terá 12 canções. Três desses temas já foram revelados pela banda “E não sobrou ninguém”, “Horário de Verão” e “Taxonomia”.

Os portugueses Linda Martini também regressam aos discos em 2022 (dia 25 de fevereiro)

Ângelo Lourenço

Mário Laginha

Jangada, fevereiro

Provavelmente sairá a 25 de fevereiro mas certo, certo só que sairá nesse mês. O novo álbum do pianista Mário Laginha já tem título, já tem single — “Short Shore” — e já tem formação revelada: foi gravado em trio, com Bernardo Moreira no contrabaixo e Alexandre Frazão na bateria a acompanharem aquele que é um dos mais importantes pianistas e músicos portugueses de jazz. A classe e o bom gosto estão garantidos.

Nilüfer Yanya

Painless, 4 de março

Nascida em Londres, tendo crescido no Reino Unido mas filha de imigrantes (o pai turco, a mãe de ascendência irlandesa e dos Barbados — ambos artistas), Nilüfer Yanya tem 26 anos mas já leva alguns a fazer a música. Com 21 anos lançou o primeiro EP e com 24 o primeiro álbum completo, Miss Universe. O disco foi elogiado por publicações como o The Guardian, o The Independent, a Pitchfork e a Uncut, muito pela originalidade e personalidade das canções de indie-rock pouco purista. O sucessor, que pode confirmar o talento e o impacto no circuito indie, será editado a 4 de março, chama-se Painless e já tem um primeiro single revelado: “Stabilise”.

Stromae

Multitude, 4 de março

Estrela da música belga e da canção francófona, cantor e compositor com grande reconhecimento internacional pela fusão de hip-hop, soul eletrónica, house e eletro-pop, Stromae lançou um primeiro álbum em 2010, Cheese, e um segundo intitulado Racine carrée em 2013. O disco de estreia tornou-o um fenómeno de massas, o sucessor mostrou que Stromae não estava destinado a ser só mais uma estrela pop efémera — pelo contrário, parecia estar a arrancar para uma grande carreira musical. Problemas de saúde afastaram-no porém da música e só agora está de regresso aos discos: Multitude chega a 4 de março e já se pode ouvir um belo primeiro single que dá vontade de dançar, “Santé”.

Aline Frazão

Uma Música Angolana, 4 de março

Sai no dia 4 de março o próximo álbum da cantora e compositora angolana Aline Frazão. A informação foi avançada ao Observador pela editora que representa a artista, a Valentim de Carvalho, que adiantou ainda o título do disco: Uma Música Angolana. Será o quinto álbum de Frazão, autora de canções serenas e delicadas que se ouvem nos discos Insular (2015) e Dentro da Chuva (2018), entre outros.

Golden Slumbers

I Love You, Crystal, primeiro trimestre

Quando um disco sai meia dúzia de anos depois do antecessor, isso deve-se habitualmente a: 1) as pessoas da banda em causa andarem a fazer outras coisas; 2) haver um perfecionismo tal que atrasa tudo para lá do expectável. No caso das portuguesas Golden Slumbers, dupla formada pelas irmãs Catarina e Margarida Falcão, as duas coisas parecem ter contribuído para a demora. Algures no primeiro trimestre de 2022, ainda sem data exata de edição, chegará finalmente o sucessor de The New Messiah, álbum de 2016. A pandemia retardou ainda mais a edição de um disco das Golden Slumbers mas não só: Catarina andou ocupada com o seu projeto a solo (Monday), Margarida com a sua banda paralela (Vaarwell) e as duas queriam que o próximo álbum do duo familiar fosse na mouche, o melhor possível. A julgar pela primeira canção revelada, o perfecionismo terá compensado.

Márcia

Ainda sem título, primeiro trimestre

Quem também vai lançar um novo disco no primeiro trimestre do ano é uma das principais escritoras de canções e cantoras da música nacional: Márcia. Com carreira iniciada há já mais de uma década, que arrancou discograficamente com um álbum homónimo editado em 2009, Márcia começou a ganhar maior notoriedade com o disco e sobretudo com um dueto com JP Simões — “A Pele Que Há em Mim” — que fazia parte do álbum. Posteriormente editou Casulo (2013), Quarto Crescente (2015) e mais recentemente Vai e Vem (2018). Agendada está já uma série de concertos, em Vila Real (12/2), Portalegre (26/2), Loulé (8/3), Guarda (11/3), Vila do Conde (19/3), Leiria (24/3), Marco de Canaveses (26/3), Viana do Castelo (14/5), Gafanha da Nazaré (28/5) e Guimarães (29/10).

A cantora e compositora Márcia vai lançar o seu próximo álbum no primeiro trimestre de 2022

Nash Does Work

Filho da Mãe

Terra Dormente, primeiro trimestre

Mais um disco nacional apontado para o primeiro trimestre, também ainda sem data de edição exata prevista. Este, porém, já tem título: Terra Dormente. Será o novo álbum do guitarrista Filho da Mãe, que ao longo dos últimos anos tem vindo a provar que de uma guitarra pode extrair-se um universo amplo de sons e que é possível, com recurso a um só instrumento e muitos pedais de efeitos, compor discos com paisagens e narrativas sonoras construídas com princípio, meio e fim. O disco vai suceder a Água-Má (2018), Mergulho (2016), Cabeça (2013) e Palácio (2011), os quatro álbuns anteriores a solo a que se soma um disco feito em parceria com o baterista Ricardo Martins: Tormenta (2016). Já há data para o concerto de apresentação em Lisboa (Culturgest): 16 de março.

Wet Leg

Wet Leg, 8 de abril

De tempos a tempos ainda vai aparecendo no indie-rock uma banda que, por algum motivo, é apontada como “a próxima grande banda”, como um grupo que — fazendo essas coisas fora de moda chamadas “música com guitarras” e “canções rock”  — parece ainda assim capaz de se tornar popular nesta época de música digital, individual (as bandas deixaram de ser as estrelas) e anti-rock. É o caso das Wet Leg, as novas meninas bonitas do indie-rock britânico. São duas jovens, Rhian Teasdale e Hester Chambers, e têm os ingredientes certos para o hype: nas letras, um recheio de ironia e de provocações, na música uma combinação feliz entre momentos de doçura e de desbunda elétrica. Em 2020 o single “Chaise Longue” revelou-as ao mundo e “Wet Dream” assegurou que o hype se mantinha. Este ano foi revelada mais uma canção do disco, “Too Late Now”, faltando assim conhecer nove temas do álbum.

Jack White

Fear of the Dawn, 8 de abril & Entering Heaven Alive, 22 de julho

Jack White manteve-se ocupado na quarentena. Houve quem se tivesse entretido a ver séries antigas, o antigo guitarrista e principal vocalista dos The White Stripes entreteve-se a escrever canções — tantas que até fez dois álbuns. E não vai de cerimónias: a 8 de abril lança o primeiro, que já tem um single revelado (“Taking Me Back”), e para 22 de julho está prometido o segundo.

Father John Misty

Chloe And The Next 20th Century, 8 de abril

No mesmo dia em que vai ser editado um disco das Wet Leg e outro de Jack White, chega um álbum de um velho conhecido. J. Tillman, que de há uns bons anos para cá responde artisticamente pelo nome Father John Misty, lançará a 8 de abril o sucessor de God’s Favorite Customer (2018), de Pure Comedy (2017) e dos elogiados I Love You, Honeybear (2015) e Fear Fun (2012). O disco terá onze canções e a produção ficou a cargo do próprio Josh Tillman e de Jonathan Wilson.

Branko

Ainda sem título, primeiro semestre

Quem também lançará disco em 2022 é o produtor Branko (João Barbosa) — e ainda no primeiro trimestre, apurou o Observador. Antigo elemento dos Buraka Som Sistema, hoje quase um antropólogo dos novos ritmos e tendências da música popular pelo mundo (veja-se a série documental que produziu, “Club Atlas”, exibida na RTP), Branko é um dos pontas-de-lança de uma das facetas da canção portuguesa contemporânea. Essa faceta é a da canção eletrónica que dialoga com ritmos africanos, em que se ouvem quer referências globais quer uma estética que se relaciona com a história do país. O álbum chega depois de muitas aventuras, como o trabalho próximo com Dino D’Santiago, uma atuação na final do Festival Eurovisão da Canção 2018, que decorreu em Lisboa, um álbum anterior intitulado Nosso, editado em 2019, um trabalho de parceria com Rita Vian — foi o produtor do EP de estreia da cantora e compositora — e uma compilação da sua editora Enchufada.

Branko vai editar o seu próximo álbum no primeiro trimestre de 2022, apurou o Observador

ANDRÉ DIAS NOBRE / OBSERVADOR

Norberto Lobo

Ainda sem título, sem data exata

Também o guitarrista e compositor português Norberto Lobo lançará o seu próximo disco em 2022. O álbum, que ainda não tem título anunciado, já teve até uma primeira apresentação prévia à edição na Culturgest, em Lisboa. O formato com que Norberto aí se apresentou, sozinho em palco, sugere que este será um álbum a solo e mais ancorado na guitarra e nas potencialidades que o músico, inventor criativo por natureza, consegue extrair do instrumento. Isto depois de um último álbum, Estrela, gravado com o apoio de Yaw Tembe (trompete), Ricardo Jacinto (violencelo) e Marco Franco (baterista), que se aproximava de um jazz melódico, e de uma aventura de grupo chamada Montanhas Azuis, projeto que começou com Norberto Lobo, Bruno Pernadas e Marco Franco e que resultou na edição de um disco homónimo.

Filipe Sambado

Ainda sem título, sem data exata

Ainda não tem título revelado publicamente ou data de edição anunciada. Porém, o próximo álbum do cantor e compositor português Filipe Sambado vai mesmo ser editado em 2022. A informação é dada pela sua editora (Valentim de Carvalho) ao Observador. Este será o sucessor de Revezo, álbum lançado em 2020 em que Sambado procurava afastar-se da matriz instrumental anglo-saxónica de música folk-rock e indie-rock, em busca de um novo casamento entre as velhas tradições, ritmos e cantes portugueses e novas composições pop digitais e “urbanas” de inspiração global.

Rosalía

Motomami, ainda sem data exata

Bastou um vídeo de 17 segundos para pôr a internet em alvoroço. Publicado a 2 de novembro na conta oficial de Rosalía no Youtube, o vídeo não dava grandes pistas sobre a que soaria o sucessor de El Mal Querer mas tinha informações preciosas: o título informava que o disco chegava “em breve” e que se chamaria Motomami, a informação descritiva detalhava que sairia “em 2022”. Posteriormente, Rosalía afirmou à revista Rolling Stone que se trata de um disco “corajoso”, inspirado por ritmos reggaeton e que nele a cantora e compositora espanhola reflete sobre temas como “a transformação, a sexualidade, os desgostos de amor, as celebrações, a espiritualidade, o respeito por ti mesma e o isolamento”. Também em novembro foi revelado um single, “La Fama”, uma colaboração de Rosalía com The Weeknd.

O próximo disco da cantora e compositora Rosalía já tem título e será editado em 2022

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

Maria Reis

Benefício da Dúvida, sem data exata

Depois de dois promissores mini-álbuns — mais ainda o EP mais recente, A Flor da Urtiga (2021), do que o anterior, Chove na Sala, Água nos Olhos (2019 —, Maria Reis está a preparar-se para editar o seu primeiro álbum completo de estúdio a solo. Isto porque não é uma novata na música: antes fez parte das Pega Monstro, banda que formou com a irmã Júlia Reis e com a qual editou discos como o excelente Alfarroba. Ao jornal Público, Maria Reis revelou recentemente que o novo álbum já tem título (vai chamar-se Benefício da Dúvida) e deverá ser lançado ainda no primeiro semestre de 2022. Se não o for, chegará no segundo semestre, salvo algum imponderável.

Tim Bernardes

Ainda sem título, sem data exata

O ano que agora arranca trará também quase seguramente um álbum novo do cantor e compositor brasileiro Tim Bernardes. Depois de Recomeçar, álbum a solo para partir corações editado em 2017,  e , disco que editou com a sua experimentada banda O Terno (em que tem os papéis de vocalista, guitarrista, letrista e principal compositor), 2022 deverá ser ano de lançamento de mais canções em nome próprio. Há dois meses e meio, Tim Bernardes deixava uma mensagem através das redes sociais adiantando que abrira “o baú das músicas novas que vinha fazendo para um segundo disco a solo” e que passara 2021 “trabalhando nessas músicas, compondo e formando o repertório para o álbum”. O disco, notava, ainda não tinha data mas era “coisa para o ano que vem” — portanto, 2022.

Aldina Duarte

Ainda sem título, ainda sem data exata

Quem também vai lançar um álbum novo em 2022 é a fadista Aldina Duarte. Através da sua página oficial de Facebook, a cantora prometeu um “novo disco de nova esperança, amor e lucidez” em 2022. Será assim o sucessor de Roubados (2019), Quando Se Ama Loucamente (2017) e Romances (2015), os três álbuns mais recentes de Aldina Duarte.

Surma

Sem título, sem data exata

No início de dezembro, a portuguesa Surma (Débora Umbelino) dava novidades na sua conta oficial de Facebook: prometia notícias para “breve” e revelava que neste mês iria estar “fechada a fechar o segundo bebé”. O “segundo bebé” é o segundo disco, sucessor do álbum — Antwerpen — que editou em 2017 e que chegou a integrar uma lista de nomeados para o prémio “álbum europeu do ano” da IMPALA – Associação de Empresas de Música Independente (foi o único álbum português nomeado nesse ano).

Arctic Monkeys

Ainda sem título, sem data exata

A primeira boa notícia chegou nos primeiros dias de novembro: numa entrevista a um programa da estação BBC, o baterista dos Arctic Monkeys, Matt Helders, afiançou que o novo álbum da banda britânica estava “quase pronto” e adiantou que o disco poderá sair em 2022. Foi até mais claro: “Com alguma sorte conseguimos lançá-lo e ir [depois] em digressão no verão”. A segunda boa notícia chegou poucos dias depois: a banda anunciava uma digressão europeia de verão, com concertos na Roménia, Hungria, Suíça, França, Espanha e Portugal (no novo festival Kalorama, em Lisboa, dia 2 de setembro). Todos os sinais apontam portanto para que quando começarem os concertos na Europa, a 13 de agosto, os Arctic Monkeys já tenham lançado o sucessor de Tranquility Base Hotel & Casino, disco editado em 2018.

Alex Turner, guitarrista e vocalista dos Arctic Monkeys, durante um concerto no festival NOS Alive, em Algés

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

Ra-Fa-El

Ainda sem título, ainda sem data exata

Rafael Ferreira, músico português que integra as bandas Glockenwise e Evols, prepara-se também para editar um álbum muito peculiar em 2022. Trata-se de um disco “de colaborações”. Já se conhecem três temas: “Minho”, colaboração com Primeira Dama, “No Need”, em duo com Tiago Ferreira (Cavalheiro) e “Tá no Mundo”, parceria com Zé Pedro Vinagre. Embora a editora, Lovers & Lollypops, não tenha ainda adiantado a data de edição do álbum, deverá sair ainda durante o próximo ano (algo que o próprio músico adianta na sua página de Facebook, em publicação aberta), mais provavelmente no segundo semestre.

Oddisee

Sem título, sem data exata

O rapper e cantor norte-americano Oddisee está há muito tempo sem editar discos, para aquele que é o seu ritmo de produção habitual — em 2020 lançou Odd Cure, uma coleção de temas inspirados por reflexões sobre a pandemia da Covid-19 e o seu impacto nos EUA, mas o seu último disco anunciado com pompa e circunstância remonta já a 2017. Em 2022 haverá disco novo: através das redes sociais, Oddisee garantiu recentemente que está a dar os “últimos toques” no próximo trabalho.

Ricardo Toscano

Ainda sem título, sem data exata

No jazz português, é um dos discos mais esperados de 2022 — e sairá mesmo no ano que agora começa. Há pouco mais de três anos o saxofonista Ricardo Toscano lançava com o seu quarteto (que inclui os músicos João Pedro Coelho, Romeu Tristão e João Lopes Pereira) o disco de estreia, editado pela prestigiada (e portuguesa) Clean Feed. Através das redes sociais, o músico comunicou há dias: “O novo álbum já está gravado. Mantenham-se atentos”.

André Rosinha

Ainda sem título, ainda sem data exata

Outro músico português de jazz que lançará em 2022 um álbum novo é André Rosinha. Músico já com pergaminhos vastos no jazz português, parceiro musical próximo de Salvador Sobral, o contrabaixista prepara-se para lançar o sucessor de Pórtico (2017) e Árvore (2019). O álbum já foi inclusivamente gravado no formato habitual de trio, com dois cúmplices habituais: o pianista João Paulo Esteves da Silva e o baterista Marcos Cavaleiro.

Outros discos a ouvir: “Extreme Witchcraft” (Eels, 28/1), “Não Tem Volta” (Felinto, 29/1), “Sem título” (The Allstar Project, fevereiro), “Pompeii” (Cate Le Bon, 4/2), “Forever Night” (Night Shop, 11/2), “Lucifer on the Sofa” (Spoon, 11/2), “Life on Earth” (Hurray For The Riff Raff, 18/2), “Do Claro ao Bréu”(Sopa de Pedra, março), “Sereias” (Sereias, abril), “Alpha Games” (Bloc Party, 29/4), “Toquei no Sol” (Marlene Ribeiro, junho)

Secção “não é certo mas é provável”

Não faltam pesos pesados que provavelmente aproveitarão 2022 para lançar discos novos. É o caso do rapper Kendrick Lamar. Sobre um novo disco daquela que é uma das maiores estrelas do hip-hop mundial já muito se disse, escreveu e insinuou, mas DAMN. saiu em 2017 e ainda não teve sucessor. Por todo o tempo passado, seria inesperado que Lamar não lançasse um disco novo em 2022.

Grandoozy - Rock Stage - Friday

Desde 2017 que o rapper Kendrick Lamar não edita um novo disco

Jeff Kravitz/FilmMagic

Quem também não lança um disco desde 2017, e deverá fazê-lo em 2022, é a banda canadiana Arcade Fire. Desde Everything Now que não se ouve um álbum do grupo que ajudou a renovar e reinventar o indie e o pop-rock alternativo nos últimos 15 anos. Há um ano Win Butler prometia que o grupo tinha material para editar “dois ou três discos”, o que alimentou suspeitas de que só a pandemia da Covid-19 e a impossibilidade de fazer digressões mundiais atrasou a banda. A espera, porém, não se eternizará e no pós-inverno é provável que os autores de Funeral, Neon Bible e The Suburbs revelem uma nova coleção de canções originais.

Também canadiano tal como os Arcade Fire, mas com uma proposta música muito diferente e que se aproxima mais da soul eletrónica, do novo R&B e da pop moderna, Abel Tesfaye deverá também lançar um novo disco em 2022. No mundo é mais conhecido como The Weeknd e, apesar de ter lançado um disco novo há relativamente pouco tempo (After Hours, em 2020), a estrela pop do Canadá há muito que fala sobre um disco que está na iminência de ser revelado.

Já de SZA, cantora de R&B que em 2017 afirmou-se como nome central da nova música americana com a edição do disco Ctrl, espera-se há muito um disco novo. De 2022 não deverá passar, até porque SZA anda a trabalhar em música nova e a revelação de temas como o single recente “I Hate U” promete novidades maiores.

2018 Life Is Beautiful Festival - Day 3

Os Arcade Fire (na imagem, Win Butler) lançaram o seu último álbum, 'Everything Now', em 2017

Bryan Steffy/WireImage

No hip-hop, 2022 deverá trazer também um álbum novo da rapper Cardi B. Há dias, a autora de canções tão estrondosamente ouvidas quanto “WAP” (gravada com Megan Thee Stallion) e “I Like It” queixava-se da carga de trabalho que tinha para o próximo ano, que incluía participar num filme e editar um disco novo, sucessor do popular Invasion of Privacy (2018). Menos platinados mas ainda assim com sucesso assinalável, o coletivo norte-americano Brockhampton prepara-se também para editar um álbum — que por sinal poderá ser o último do grupo — e o rapper Pusha T deverá lançar o sucessor de Daytona.

Há um ano figurava na lista de álbuns que queríamos ouvir em 2021. É certo que a pandemia da Covid-19 não deu as tréguas ansiadas. Tenha sido essa ou não a razão, certo é que a proeminente rapper e cantora de Chicago Noname não editou o sucessor de Room 25 (2018). De 2022 não deve passar: no último verão foi entrevistada pela revista Rolling Stone e deixou uma achega através das redes sociais: “Bom, parece que o álbum está mesmo a caminho desta vez…”. Ainda não chegou, mas não deverá faltar muito.

Em universos sonoros muito diferentes, há ainda promessas de um novo álbum da islandesa Bjork — que até já o descreveu em entrevistas — e a expectativa de que 2022 traga um novo disco do cantor, compositor, guitarrista e já figura consolidada do indie americano Kurt Vile, até porque o seu último disco (gravado com a banda que o acompanha, os Violators), Bottle It In, saiu já em 2018.

Lollapalooza in Chile  - Day 1

A islandesa Bjork (na imagem a atuar ao vivo em 2012, num festival no Chile) promete lançar um disco novo em 2022 e até já fala sobre o álbum em entrevistas

Victor Ruiz Caballero/LatinContent via Getty Images

Já em Portugal, é possível que o próximo ano possa trazer já a estreia a solo de Margarida Campelo. A cantora que empresta a voz aos concertos e discos de Bruno Pernadas e que entrou no último álbum de Salvador Sobral tem em vista um disco próprio que poderá até sair já em 2022, apurou o Observador. Outras estreias a solo que poderão acontecer já em 2022 são as de Madalena Tamen, vocalista da banda lisboeta Reis da República, e de Júlia Reis, antiga baterista da banda Pega Monstro.

Provável é também a edição de álbuns novos por parte da banda You Can’t Win, Charlie Brown, do cantor e compositor “Cachupa Psicadélica“, das bandas Gala Drop e Throes + The Shine, dos grupos de rock The Lazy Faithful, Solar Corona e Them Flying Monkeys e da cantora e compositora Marinho, entre outros, apurou o Observador.

Secção “será?”

Olhando para o histórico de edições de discos nos últimos anos, há artistas, bandas, rappers e cantores que não estranharíamos que editassem novos álbuns — até pelo tempo passado desde os seus últimos discos.

Em Portugal, há casos notórios: não seria de estranhar que o produtor de música de dança Xinobi lançasse um álbum sucessor de On The Quiet (2017), que o rapper Keso lançasse um disco a solo sucessor de Ksx2016 (2016), que o também portuense Virtus finalizasse e revelasse por fim o há muito prometido sucessor de UniVersos (2012) ou que o rapper Holly Hood revelasse por fim o prometido Sangue Ruim. Ou até que a banda Glockenwise, o rapper Papillon e a fadista Carminho regressassem à edição de álbuns novos, depois de uma paragem de três anos ou até um pouco mais (nos três casos).

A fadista Ana Moura, por exemplo, esteve perto de lançar um disco novo este ano — o disco chegou a ser anunciado — e não é certo que o álbum não acabe por sair, embora também não seja garantido. Existem outros  artistas e bandas nacionais que, não lançando um disco desde 2019, poderão fazê-lo em 2022: casos de Slow J, Luís Severo, Capitão Fausto, do grupo First Breath After Coma, do duo Miramar, do rapper Zé Menos e de DJ Nigga Fox (que editou ainda assim em 2021 um álbum ao vivo).

O último álbum dos Glockenwise ("Plástico") foi lançado há três anos, em dezembro de 2018, e não seria de estranhar que tivesse sucessor em 2022

D. R.

Menos prováveis em 2022 (mas não impossíveis) são eventuais discos novos de artistas como Lina & Raul Refree, Tristany, Benjamim, Júlio Resende, Scúru Fitchádu, Nídia, Cristina Branco, Capicua e João Barradas e de bandas como os Yakuza, porque os seus últimos trabalhos saíram em 2020 e a pandemia impediu-os de os apresentarem devidamente ao vivo. E ainda há o caso de Amaura, promessa de R&B da música nacional ainda sem qualquer álbum completo mas que já se apresentou com promissoras coleções mais curtas de canções (EP) — e que até terá trabalhado em canções originais com o produtor Sam the Kid.

Fora também existem incógnitas e discos que poderão ou não chegar de artistas importantes. Os nomes mais citados tendem a ser Beyoncé, Rihanna, Frank Ocean e Radiohead, que há vários anos não editam álbuns — e todos os anos se debate a hipótese dos 12 meses seguintes trazerem novidades a esse respeito. Menos conhecido, mas também sem editar um disco há vários anos está o cantor de garage-rock, blues e soul Benjamin Booker, cuja última coleção de originais (Witness) pede sucessor.

Igualmente possível é termos discos novos de artistas tão diferentes quanto Julia Jacklin, Jamila Woods, Weyes Blood, Kate Tempest e Joan Shelley, todos sem lançar discos novos desde 2019 e de estéticas sonoras que vão do indie-rock pachorrento e melancólico ao R&B, passando pela folk, pop e hip-hop e spoken word.

A cantora Beyoncé a atuar no festival Coachella em 2018, ano em que editou um disco com o marido Jay-Z ("Everything Is Love") e dois anos depois do seu último álbum de estúdio a solo (Lemonade, 2016)

Kevin Winter/Getty Images for Coachella

Com álbuns recentes editados que a pandemia da Covid-19 não permitiu apresentar como desejariam, mas havendo ainda assim hipóteses de revelarem novos discos em 2022, estão artistas e grupos como os rappers Freddie Gibbs e Benny the Butcher, a banda Fontaines D.C., a cantora de folk Laura Marling, a cantora de indie-folk Phoebe Bridgers, o grupo de rock Porridge Radio e a estrela da nova música africana Burna Boy.

Há mais uma grande incógnita que poderá marcar o ano musical: preferirá a nova menina bonita da canção britânica moderna, Jorja Smith, correr o mundo a apresentar em palco os temas do seu último EP (Be Right Back, 2021) ou optará por dar já a conhecer em 2022 um disco completo sucessor de Lost & Found, editado em 2018?

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