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Kiev já não era alvo de ataque da Rússia desde o final de junho
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Kiev já não era alvo de ataque da Rússia desde o final de junho

Kiev já não era alvo de ataque da Rússia desde o final de junho

A vingança de Putin: bombardeamentos à Ucrânia, uma força conjunta com a Bielorrússia e a promessa de mais "ataques massivos"

Porque o ataque na Crimeia "não podia ficar sem resposta", Putin ordenou "ataques massivos" contra várias cidades da Ucrânia. 10 pessoas morreram. Zelensky diz que o país "lida com terroristas".

“Um ataque destes não podia ficar sem resposta.” Vladimir Putin não escondeu a frustração com o facto de a ponte de Kerch — que liga a Crimeia à Rússia — ter sido parcialmente destruída pelas forças ucranianas. Na manhã desta segunda-feira, o chefe de Estado acusou a Ucrânia de ser um “Estado terrorista”, que se equiparou às “formações terroristas internacionais, aos grupos mais odiosos”.

Ao mesmo tempo, assumiu a retaliação: “Com base numa proposta do Ministério da Defesa, foram desencadeados ataques massivos com armas de alta precisão conduzidos a alvos do setor energético, militar e de comunicações”, revelou, antes de se reunir com os ministros no Conselho de Segurança e depois de o comité de investigação ligado a Moscovo ter reportado que a “Ucrânia levou a cabo um ataque terrorista destinado a atingir infraestruturas civis da Rússia”.

Após o anúncio daquilo que acabou por ser uma vingança, Putin elevou o tom e deixou novas ameaças: novos ataques semelhantes terão “uma resposta muito dura e intensa”. “Se estes ataques continuarem, serão na mesma intensidade”, garantiu.

Do outro lado, o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kubela, rejeitou a ideia de que Vladimir Putin tenha sido “provocado” por aquilo que aconteceu com a ponte de Kerch: “A Rússia atacou constantemente a Ucrânia com mísseis antes da ponte”. Na sua conta pessoal no Twitter, o chefe da diplomacia de Kiev preferiu apontar para a tese de que o Presidente russo “está desesperado por causa das derrotas no campo de batalha e usa os mísseis para tentar mudar a direção da guerra a seu favor”.

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Durante a manhã, várias cidades ucranianas estiveram sob ataque: Kiev, Lviv, Dnipro, Zhytomyr, Zaporíjia e Mykolaiv. No total, de acordo com a Ucrânia, a Rússia disparou 83 mísseis, 43 dos quais acabaram por ser intercetados pelos sistemas de defesa aérea. Além disso, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, indicou que alguns dos drones usados eram kamizake e tinham origem iraniana.

Os ataques a Kiev, que não já não era alvo dos mísseis russos desde o final de junho, foram os de maior escala. Os bombardeamentos ocorreram em zonas residenciais e numa hora de grande movimento de pessoas, sobretudo tendo em conta que os residentes gozavam já de numa aparente normalidade pré-guerra. De acordo com as autoridades ucranianas, pelo menos dez pessoas morreram e 60 ficaram feridas.

Russian attack leaves 8 dead in Ukraine's capital Kyiv
Os mísseis começaram a cair em Kiev durante a madrugada
Anadolu Agency via Getty Images
8 dead, 24 injured amid Russian strikes in Ukrainian capital
Pelo menos 10 pessoas morrer
Anadolu Agency via Getty Images
Russian attack leaves 8 dead in Ukraine's capital Kyiv
Os alvos foram, sobretudo, zonas residenciais
Anadolu Agency via Getty Images
epa10234216 Emergency services gather near a site hit by shelling in downtown Kyiv (Kiev), Ukraine, 10 October 2022. Explosions have been reported in several districts of the Ukrainian capital Kyiv on 10 October, with rescuers extinguishing fires and helping the victims among the civilian population, the State Emergency Service (SES) of Ukraine said. Russian troops entered Ukraine on 24 February 2022 starting a conflict that has provoked destruction and a humanitarian crisis.  EPA/SERGEY DOLZHENKO
A agência de notícias russa diz que um dos mísseis caiu junto ao edifício onde está o gabinete de Zelensky
SERGEY DOLZHENKO/EPA
Multiple explosions in Ukrainian capital Kyiv
Os ataques prolongaram-se durante a manhã, hora de grande movimento de pessoas
Anadolu Agency via Getty Images
Multiple explosions in Ukrainian capital Kyiv
Além de Kiev, outras cinco cidades ucranianas foram atacadas
Anadolu Agency via Getty Images

Noutro ato de retaliação em resposta ao que aconteceu na Crimeia, a Rússia tentou destruir a Ponte de Vidro, localizada no centro da capital ucraniana. O míssil, contudo, falhou o alvo e acabou por não danificar a infraestrutura, que se manteve intacta.

Minutos depois dos ataques, o Presidente da Ucrânia recomendou que os residentes das cidades atacadas “não deixassem os abrigos”. Aproveitando também para condenar a Rússia, Volodymyr Zelensky afirmou que “no dia 229 de guerra, [os russos] estão a tentar destruir [os ucranianos] e tirá-los da face da Terra”. “Estão a destruir as pessoas que estão a dormir em casa em Zaporíjia. A matar pessoas que vão trabalhar em Dnipro e Kiev.”

A RIA, agência de notícias russa, avançou que perto do gabinete do chefe de Estado ucraniano tinha caído um míssil, informação que nunca foi confirmada pela Ucrânia. Mais tarde (e talvez para desfazer as dúvidas), Volodymyr Zelensky divulgou um vídeo, em que admitiu que a manhã estava “a ser difícil”, já que a Ucrânia estava a “lidar com terroristas”.

Nesse vídeo, o chefe de Estado da Ucrânia garantiu que a Rússia tinha dois alvos. O primeiro seriam instalações relacionadas com o setor energético em todo o país: “Eles querem criar o pânico e o caos. Querem destruir o nosso sistema elétrico.” Adicionalmente, Zelensky apontou que o outro dos alvos das forças russas eram “as pessoas”. “O timing e estes alvos foram especialmente escolhidos para causar o máximo de dano possível”, denunciou.

A surpresa de Lukashenko (que diz que Zelensky quer invadir a Bielorrússia)

No rescaldo dos ataques à Ucrânia, surgiu uma novidade da parte do Presidente bielorrusso. Alexander Lukashenko divulgou que chegara a acordo com o seu homólogo russo para criar uma força conjunta militar com a Rússia. “Devido ao agravamento da situação nas fronteiras ocidentais da União, concordámos em destacar um agrupamento regional da Federação Russa e da República da Bielorrússia.”

“Devo informar-vos de que a formação deste grupo já começou. Está a decorrer há, penso eu, dois dias. Dei uma ordem para começar a formar este grupo”, afirmou o líder bielorrusso, que também sinalizou que a Rússia participará na força conjunta com apenas cerca de mil efetivos, porque “já tem problemas suficientes”. “Por favor, preparem-se para acolher estas pessoas em breve e acomodá-las onde for necessário, de acordo com o nosso plano”, ordenou aos responsáveis pela Defesa do país.

Putin e Lukashenko vão ter uma força militar conjunta

EPA

Na origem desta nova força militar está a alegada convicção de Alexander Lukashenko de que a Ucrânia se prepara para atacar a Bielorrússia: “Será idêntico ao que aconteceu na ponte da Crimeia”.

“A minha resposta foi simples: diga a Zelensky e aos outros insanos que a Ponte da Crimeia será o fim da linha para eles se tocarem num único metro do nosso território com as suas mãos sujas”, ameaçou o chefe de Estado bielorrusso, citado pela agência de notícias Belta, destacando também que a NATO se prepara para o mesmo objetivo.

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