Quem chega à Quinta da Fonte Business Ecosystem, em Oeiras, não imagina que no edifício Q57 — D. Sancho I, por entre corredores meio despidos, se encontra um escritório em que a ergonomia e o bem-estar são as palavras-chave. Falamos do espaço da Beiersdorf Portugal, para o qual a JLL teve um papel preponderante.
O ponto de partida
A mudança deu-se a 30 de setembro de 2024, para dar resposta a um dos objetivos da Beiersdorf Portugal: “Reforçar a posição como a melhor empresa de skincare em Portugal. Para isso, precisávamos, também, de encontrar um espaço onde as equipas se pudessem tornar ainda mais ágeis e onde as pessoas pudessem atingir todo o seu potencial. Portanto, estivemos à procura de sítios que pudessem refletir e, no fundo, fazer viver essa nossa visão. Queríamos ter o melhor escritório de skincare em Portugal”, explica Gonçalo Sousa Tavares, country commercial manager da Beiersdorf Portugal.
O espaço
Para atingirem o objetivo, trocaram um edifício em que as equipas se encontravam distribuídas por diferentes pisos, por um espaço num único piso e em openspace. Nesta nova morada, não há gabinetes próprios, para que as “pessoas entendam a importância de estarem em permanente contacto umas com as outras”, explica Gonçalo Sousa Tavares. Para momentos de maior privacidade, existem os focus offices/s, “em que as pessoas podem ficar isoladas para ter uma call mais confidencial”. Mas nesses momentos, também é possível ficar em casa. Na Beiersdorf, o trabalho remoto faz-se dois dias por semana, que podem ser agilizados como cada colaborador entender. “Porque no final do dia, o que interessa é confiarmos que toda a gente está com uma consciência clara das suas prioridades e que a empresa confia que estão a dar o seu melhor”, reforça.
Os 4 pilares da marca refletidos no escritório
Mesas elevatórias que permitem trabalhar em pé; uma bicicleta estática, para “desenferrujar” as pernas ou bolas de pilates, além das tradicionais cadeiras de escritório; massagens de 15 minutos às segundas-feiras; uma copa ampla e cheia de luz; e espaços exteriores para uma pausa ou para quem preferir trabalhar fora de portas. É assim o escritório da Beiersdorf Portugal que, apesar do ADN alemão, tem bem evidente a portugalidade. Este é, aliás, um dos quatro pilares fundamentais da marca, a que se junta a sua identidade, a sustentabilidade e os novos métodos de trabalho. E todos eles se refletem no novo escritório:
- Identidade da marca: Sendo uma house of brands (do portfólio da Beiersdorf fazem parte a Nivea, Labello, Eucerin, Hansaplast e a Tesa), o espaço reflete todas as insígnias do grupo. Por isso, além dos tons azuis característicos da Beiersdorf, o escritório tem apontamentos das diferentes marcas, como a mítica bola da Nivea; uma coluna revestida como se fosse uma embalagem de um dos produtos da gama Eucerin Epigenetic e outra, como se fosse a de um Labello; embalagens de Hansaplast (em formato XXXL) espalhadas; assim como outros apontamentos da Tesa. E como a Beiersdorf já conta com largos anos em Portugal, a sua história também faz parte do espaço, com a copa a herdar o nome do local do primeiro escritório da empresa no país — Praça da Alegria, em Lisboa — ou a Sala Heritage, em que se destacam duas peças herdadas das antigas instalações — uma mesa de madeira maciça e uma tapeçaria com desenho de Júlio Pomar;
- Sustentabilidade: A luz natural que irradia pelas amplas janelas é bem aproveitada, de modo a minimizar o impacto energético. Para isso, contribui ainda o facto de não haver interruptores de luzes, sendo estas automáticas, acionando-se apenas quando sentem a presença de alguém, e desligando-se sempre que não são necessárias. Também alguns materiais escolhidos, como a cortiça e o burel, contribuem para a eficiência energética e, neste caso em particular, para a acústica. Há ainda a destacar o PET reciclado (utilizado na maior parte das peças de mobiliário) e o aproveitamento de alguns elementos que constavam na antiga sede;
- Portugalidade: Também deste pilar faz parte a cortiça, presente nalgumas partes do chão do escritório, e o burel, que reveste algumas phone booths. Mas a portugalidade é evidente noutros apontamentos: “As salas de reuniões têm todas nomes de praias portuguesas, que foram escolhidas pela equipa dos embaixadores [representantes dos vários departamentos e com diferentes idades, de modo a representar todas as gerações que trabalham na empresa]”, e as cozy corners (que servem de espaço para reuniões mais informais, sendo, por isso, mais abertas do que as salas de reuniões) têm o nome de um tipo de transporte tradicional português (aqui, pode reunir-se no elétrico 28, no elevador da Glória, no cacilheiro ou no moliceiro). “São espaços que, de facto, evocam a portugalidade quer no nome quer na parte estética”, explica Gonçalo;
- Novos métodos de trabalho: No escritório da Beiersdorf, trabalha-se em openspace, sem lugares marcados, “com as melhores tecnologias que estão disponíveis (quer em termos de hardware, quer de software)” e os espaços de trabalhos são ergonómicos e colaborativos.
O parceiro de aventura
Para chegar a este resultado, a Beiersdorf contou com a ajuda da JLL, que foi selecionada de entre uma shortlist. “Pareceu-nos que a sua equipa multidisciplinar conseguia, efetivamente, com uma abordagem 360º abraçar tudo aquilo que eram os nossos desafios. Acompanharam-nos desde o planeamento inicial até à execução final, envolvendo as suas várias áreas de negócio – development, na venda do edifício antigo; leasing markets, na colocação do novo escritório na quinta da Fonte; PDS, na gestão de projeto; workplace, garantindo que o escritório atende às necessidades dos colaboradores; e o seu braço de Design & Build, a Tétris; além de uma equipa especializada em Change Management que foi responsável pela integração dos colaboradores aos novos escritórios.
Todas estas valências fizeram-nos escolher a JLL, e acreditamos que foi um casamento de sucesso”, conta o country commercial manager.
Todo o processo se desenrolou em parceria, com a Beiersdorf a indicar aquilo que queria: um espaço central — “para garantir que o impacto pessoal e no dia a dia dos colaboradores fosse minimizado”, com muita luz natural e um local exterior (no espaço, existe uma grande varanda e uma pérgola com a tradicional bola da Nivea, onde é possível trabalhar-se).
Do lado da Beiersdorf, Gonçalo Sousa Tavares destaca o papel da diretora financeira da empresa em Portugal, Vera Teixeira, e o da diretora de recursos humanos, Catarina Paço, assim como dos embaixadores (que representavam os colaboradores dos diferentes departamentos, garantindo, assim, que a “voz de todos os departamentos era ouvida no processo de mudança e de criação do espaço”), refere. “Foi essencial ter uma equipa multidisciplinar que nos permitia trabalhar nas várias áreas, desde quantas salas de reuniões queremos até como é que as pessoas se vão sentir quando deixarem de ter o seu próprio gabinete. Para estas áreas todas — desde a parte mais funcional à parte estética, passando pela parte da gestão da mudança —, foi muito importante irmos tendo várias reuniões com a equipa da JLL. Inicialmente, era só a equipa do projeto da Beiersdorf (que era a Vera Teixeira, a Catarina Paço e eu), e, depois, envolvendo as equipas dos embaixadores, que eram 12 pessoas, e que foi permitindo ir fazer os ajustes necessários”, explica country commercial manager.
O resultado não poderia ter sido melhor, sobretudo por não haver surpresas inesperadas: “O que eu mais gostei de ver entre o rendering das imagens do projeto e aquilo que aconteceu foi que não houve diferenças. Nalguns casos até ficou melhor que a expectativa que tínhamos”, confessa Gonçalo Sousa Tavares.
Este artigo foi publicado no âmbito do projeto Rota Imobiliária, em parceria com a JLL: https://observador.pt/seccao/rota-imobiliaria/