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As eleições gerais serão o derradeiro teste à alegada invencibilidade de Alberto Núñez Feijóo nas urnas

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As eleições gerais serão o derradeiro teste à alegada invencibilidade de Alberto Núñez Feijóo nas urnas

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Alberto Núñez Feijóo. O galego sóbrio e moderado que espera unir a direita e tornar-se o próximo chefe de governo espanhol

Foi sindicalista, trabalhou na administração pública e fez carreira na área da Saúde. Descrito como "sereno" e "experiente", Feijóo tem PP rendido a seus pés para se tornar o próximo líder do governo.

“Estou casado com a Galiza.” Este era o chavão que Alberto Núñez Feijóo, nascido no município d’A Peroxa, em Ourense, na comunidade autónoma galega, utilizava para justificar o motivo pelo qual se manteve tanto tempo solteiro. E também utilizava esta justificação quando era questionado pelos jornalistas sobre se desejava ter voos mais altos na vida política espanhola.

“Tudo o que sou devo-o à Galiza”, chegou a reconhecer numa entrevista ao El Mundo. Com gosto especial pela comida galega — é fã de marisco e de peixe fresco — e adepto do Deportivo de La Coruña, a vida de Alberto Núñez Feijóo sofreu uma reviravolta no último ano. Deixou de lado o “casamento” com a Galiza, onde cresceu, e mudou-se para Madrid — juntamente com a mulher, Eva Cárdenas, e o filho de cinco anos, Alberto Santiago.

Após ser rei e senhor da comunidade autónoma da Galiza por mais de 13 anos (obteve quatro maiorias absolutas em diferentes eleições), o político de 61 anos assumiu a liderança do Partido Popular (PP) em abril de 2022, que na altura atravessava uma crise profunda com o surgimento do Ciudadanos e do VOX e o regresso da hegemonia do PSOE.

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Feijóo em 2009

AFP via Getty Images

O desfecho das primeiras eleições que disputou enquanto líder do PP dificilmente poderia ter sido melhor. Sob a liderança de Alberto Núñez Feijóo, o PP voltou a sentir o sabor da vitória, ganhando as eleições municipais e autónomas com mais de 31% dos votos. “Começou um novo ciclo político”, declarou o galego de 61 anos, apontando já para um novo objetivo: “Sei que o meu momento chegará se os espanhóis quiserem”. 

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E o seu momento poderá chegar já em julho. Com a dissolução do governo pelo seu rival Pedro Sánchez, as sondagens apontam como provável que Alberto Núñez Feijóo ganhe as próximas eleições gerais — resta saber se consegue roubar a maioria à esquerda. Descrito como uma pessoa metódica, organizada e extremamente perfeccionista, o líder popular sublinhou, no discurso da vitória, que iria começar já esta segunda-feira “a trabalhar” para o próximo ato eleitoral.

Abandonando a política local quase só com vitórias (mas com algumas polémicas pelo meio), as eleições gerais serão o derradeiro teste à alegada invencibilidade de Alberto Núñez Feijóo nas urnas. Para isso, conta com o Partido Popular completamente rendido aos seus pés, sendo inclusivamente descrito como a “única autoridade moral” do PP. E até conseguiu firmar uma aliança tácita, pelo menos por agora, com a ‘pop star’ da direita espanhola e presidente da comunidade autónoma de Madrid, Isabel Díaz Ayuso.

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Feijóo mantém aliança tácita com Ayuso

AFP via Getty Images

Um não e depois um sim meio obrigado: a chegada de Feijóo a líder do PP

O caminho de Alberto Núñez Feijóo para chegar à La Moncloa, a residência oficial do chefe do executivo espanhol, podia já ter começado em 2018, quando Mariano Rajoy anunciou a sua demissão enquanto presidente do Partido Popular. Nos bastidores, o nome do galego era tido como um dos favoritos entre os barões para assumir a liderança do PP.

Contudo, deixando a direção do PP em choque e desamparada, Alberto Núñez Feijóo, que estava no seu último mandato enquanto presidente da comunidade autónoma da Galiza, declinou o convite. Após uma “reflexão profunda”, o político justificou a opção, sublinhando que não podia “falhar” aos galegos. “Seria falhar a mim mesmo”, vincou, garantindo que “ser presidente da Galiza” era a “maior” das suas “ambições políticas”. Afinal, o popular queria permanecer “casado com a Galiza”. 

Sem um nome que reunisse consenso entre os membros, o PP avançou para umas eleições primárias em 2018. Com 43% dos votos, o vencedor foi Pablo Casado, que, quatro anos mais tarde, se viria a tornar no maior inimigo de Isabel Díaz Ayuso. Com um percurso pouco marcante e ao não descolar nas sondagens, juntamente ao resultado desapontante nas eleições de Castela e Leão, vários populares demonstravam a insatisfação com o líder recém-eleito.

epa07900965 Spanish right People's Party leader, Pablo Casado (L), greets Galicia regional President, Alberto Nunez Feijoo, during an pre-campaign event with supporters in the town of Santa Cruz de Oleiros, Galicia, northwestern Spain, 06 October 2019. Spanish general election will be held on 10 November.  EPA/Cabalar

Feijóo e o antecessor, Pablo Casado

Cabalar/EPA

Mas foi ao fazer frente à presidente da comunidade autónoma de Madrid que Pablo Casado acabou por assinar a sua sentença de morte política. Após o resultado estrondoso de 2021 na capital espanhola, em que conseguiu uma maioria absoluta, Isabel Díaz Ayuso tentou controlar a secção do PP da capital, o que motivou a fúria do antigo presidente do partido, que se sentiu desautorizado. O partido entrava, assim, numa crise institucional com trocas de insultos entre duas fações: uma ao lado de Ayuso, outra de Casado, que também enfrentava críticas dos antigos rivais das primárias.

Entretanto, o nome de Alberto Núñez Feijóo nunca saiu dos bastidores e continuava a ser desejado pelos populares para assumir a liderança do partido. Em fevereiro de 2022, um escândalo precipita a queda de Pablo Casado: os seus aliados tinham sido instruídos para espiar a família de Isabel Díaz Ayuso, para confirmar a existência de um possível tráfico de influências na celebração de contratos públicos em Madrid.

Após um encontro entre barões e presidentes das secções do partido, incluindo Isabel Díaz Ayuso, os altos dirigentes do PP decidiram pressionar Pablo Casado a demitir-se. E resultou. O líder abandonou a presidência do partido, abrindo caminho para Alberto Núñez Feijóo. E, desta vez, contrariamente ao que tinha dito em 2018, o galego decide aceitar o desafio e tornar-se o novo líder dos populares. 

Assumption Of Office Of Isabel Diaz Ayuso As President Of The Community Of Madrid

Tensão entre Ayuso e Casado abriu caminho para Feijóo no PP

Europa Press via Getty Images

Para justificar a marcha-atrás, num momento em que ainda faltavam dois anos para acabar o seu mandato, Alberto Núñez Feijóo voltou a referir a comunidade onde cresceu. “Sinto que falhar ao PP seria falhar à Galiza e ao resto de Espanha”, explicou. “Voltamos a ter de tomar decisões porque somos convocados para um congresso extraordinário do PP, daqui a um mês. Há situações que nem se procuram nem se escolhem. E é preciso abordá-las com determinação. Não podemos escolher o momento em que nos calha governar, e é verdade que sempre nos calhou nos momentos mais difíceis”, argumentou o galego.

Em abril, num congresso em Sevilha, Alberto Núñez Feijóo foi eleito de forma unânime, numa corrida em que não enfrentou qualquer adversário. “Chega ao poder do PP no que tradicionalmente, num jargão da ciência política, se chama coroação. Ou seja, são uma primárias em que não há competição, em que não existe um candidato alternativo. É uma aclamação”, sublinhou o politólogo Pablo Simón, em declarações ao jornal Huffingtonpost. 

O galego conseguiu ter o partido na mão, mas sabe perfeitamente que tem uma possível adversária interna que pode, a qualquer momento, causar-lhe problemas: Isabel Díaz Ayuso. Tendo enorme influência no partido e tendo mostrado resultados (conseguiu aumentar a maioria nas eleições regionais neste domingo), a presidente da comunidade de Madrid apoiou Alberto Núñez Feijóo e estará, para já, empenhada em governar a capital. Mas tudo pode mudar com um mau resultado eleitoral. 

"Há situações que nem se procuram nem se escolhem. E é preciso abordá-las com determinação. Não podemos escolher o momento em que nos calha governar, e é verdade que sempre nos calhou nos momentos mais difíceis”
Alberto Núñez Feijóo

Votou no PSOE e foi sindicalista: a vida de Feijóo antes da política

Licenciado em Direito pela Universidade de Santiago de Compostela, Alberto Núñez Feijóo sempre quis ser jurista. Mas a vida trocou-lhe as voltas. Como recorda o El País, o pai do galego, Saturnino Núñez, ficou desempregado e o atual líder do PP teve de arranjar trabalho e não conseguiu prosseguir os estudos no ensino superior. Começou a carreira na administração pública, na comunidade autónoma da Galiza, ingressando por essa via no mundo político.

A política nunca gerou especial interesse ao jovem Alberto Núñez Feijóo, que nunca teve um posicionamento político bem definido, ainda que tivesse confessado que chegou a votar no PSOE por duas vezes nos anos 80. “Se alguém com 20 anos não é de esquerda é porque não tem coração e se não é de direita com 40 é porque não tem cabeça”, chegou a lembrar numa entrevista realizada em 2020.

Em vez disso, enquanto estudante universitário, o galego preferiu investir nos estudos — queria tirar boas notas e ajudar o mais cedo possível a família, que não era propriamente rica. Era também católico e fazia questão de ir à missa todas as semanas. E, ao contrário de várias famílias da Galiza, não vivia um sentimento independentista; em sua casa, falava-se mais castelhano do que galego.

Feijoo Presents His Political Project At A Colloquium At The Circulo Ecuestre
"Se alguém com 20 anos não é de esquerda é porque não tem coração e se não é de direita com 40 é porque não tem cabeça"
Alberto Núñez Feijóo

No entanto, as suas origens mais conservadoras não o impediram de fazer parte de um sindicato, como sublinha o El Diario. Alberto Núñez Feijóo chegou a ser o secretário da força sindical AFICA e chegou a organizar uma greve geral dos administradores públicos, na década de 80.

Estando aí mais ou menos afastado da política, a sua entrada nos circuitos do Partido Popular (ainda que por alguns anos rejeitasse afiliar-se ao PP — só o fez em 2002) dá-se pela mão de José Manuel Romay Beccaría, o vice-presidente da comunidade autónoma galega, que era detentor da pasta da Agricultura, em 1990. Precisando de um adjunto entendido no assunto, o responsável, hoje considerado um barão do partido, foi aconselhado a contratar Alberto Núñez Feijóo.

A entrada de Feijóo na política e a ida para Madrid

Com um profundo conhecimento jurídico, Alberto Núñez Feijóo decidiu aceitar o cargo que lhe tinha sido proposto, após uma reunião com o vice-presidente. E ganhou aquilo que viria a ser o seu padrinho na política, tendo-o acompanhado em outras paragens. É que, após José Manuel Romay Beccaría ser nomeado ministro da Saúde, o galego foi com ele para Madrid, colocando um parênteses na sua vida na Galiza.

José Manuel Romay Beccaría

Fez parte do primeiro governo do PP de José María Aznar, em 1996, sendo secretário-geral da Assistência Sanitária. Nesse mesmo ano, com 35 anos, Alberto Núñez Feijóo assumiu o cargo de maior relevo até à data: foi nomeado presidente do Instituto Nacional de Saúde espanhola (Insalud). Ao mandato, que durou até 2000, o seu tutor político não poupou em elogios, em declarações ao El País: “Tinha uma capacidade de motivação tremenda e a sua energia é contagiante”.

“Na hora de fazer equipas e nomear gerentes dos hospitais, não olhava para o percurso político de ninguém. Todos o tinham como um gestor pragmático sem inclinação ideológica, que se tinha limitado a fazer carreiras nas administrações do PP”, prosseguiu José Manuel Romay Beccaría, que elencou como principal feito daquele a que chama “o seu delfim” a “redução de listas de espera de cirurgias de 212 para 53 dias”.

Após ter abandonado a área da Saúde em 2000, Alberto Núñez Feijóo foi nomeado para liderar o grupo público dos Correios espanhóis. Mas o seu tutor político já tinha outras ideias para o seu percurso político: “Pensava que podia chegar a presidente da comunidade autónoma”. E, na verdade, esse foi o passo seguinte do agora líder do Partido Popular.

"Na hora de fazer equipas e nomear gerentes dos hospitais, não olhava para o percurso político de ninguém. Todos o tinham como um gestor pragmático sem inclinação ideológica, que se tinha limitado a fazer carreira nas administrações do PP"
José Manuel Romay Beccaría

Alberto Núñez Feijóo volta à Galiza em 2003 e passa a desempenhar um cargo na comunidade autónoma como conselheiro da Política Territorial, Obras Públicas e Habitação. Um ano mais tarde, torna-se vice-presidente da secção do PP galego e é um dos principais rostos nas eleições da comunidade autónoma em 2005. Mas o PP não obtém um resultado satisfatório. Liderados por Manuel Fraga, os populares ganharam as eleições, mas o PSOE conseguiu formar uma coligação com partidos regionalistas de esquerda.

Por conta do resultado eleitoral, Manuel Fraga demite-se, abrindo a sucessão sobre quem deveria ser o próximo líder da oposição na comunidade autónoma. O nome escolhido foi o de Alberto Núñez Feijóo, que passa a ter um papel cada vez mais importante na Galiza. Estando quatro anos a infligir críticas acérrimas à oposição, 2009 era o ano em que o PP sonhava voltar ao poder sob a liderança do novo presidente. E conseguiu: naquele ano, os populares arrebataram uma maioria absoluta. 

Ouça aqui o episódio do podcast “A História do Dia” sobre as eleições em Espanha.

Porque caiu o Governo em Espanha e o que se segue?

O político humilde, sóbrio e experiente

Desde 2009 que o PP se converteu na força hegemónica na comunidade autónoma da Galiza e ainda continua no poder. Em todas as vezes, os galegos deram um voto de confiança a Alberto Núñez Feijóo. A razão do sucesso? “É uma pessoa trabalhadora que acredita no serviço público, que quando fala acredita no que diz, é dialogante e gosta de ouvir opiniões distintas”, explicou ao Huffingtonpost uma fonte que integra o círculo próximo do galego.

"É uma pessoa trabalhadora que acredita no serviço público, que quando fala acredita no que diz, é dialogante e gosta de ouvir opiniões distintas"
Fonte do círculo íntimo de Alberto Núñez Feijóo

Com um círculo restrito de pessoas em quem confia, Alberto Núñez Feijóo é descrito como alguém extremamente dedicado e organizado, tendo desenvolvido uma obsessão por marcadores, capas e cadernos. Além disso, o líder faz questão de ler tudo o que é noticiado na comunicação social — local e regional — relativamente às suas políticas.

Muitas vezes, conta o Huffingtonpost, Alberto Núñez Feijóo testava os seus adjuntos e assessores sobre o quão bem informados estavam sobre os diferentes temas de atualidade. Daí que não seja de admirar que o líder galego assuma que o principal defeito seja o “perfecionismo” e a “exigência” que impõe àqueles que estão próximos de si.

Todas estas características fizeram-no ganhar a fama de alguém sóbrio, responsável, moderado e com sentido de Estado. É, aliás, essa imagem que gosta de cultivar, aliada a uma certa modéstia. “A humildade é fruto da experiência e a soberba da inexperiência”, como chegara a dizer num comício do PP em 2016 — o que até foi partilhado por Isabel Díaz Ayuso nas redes sociais.

Um dirigente do PP descreveu a sua personalidade ao El Mundo como tendo na “opinião pública a imagem de homem credível, também entre aqueles que não votaram no PP ou nem sequer são de centro-direita”: “É um homem sereno, experiente, com trajetória”. 

As polémicas de Feijóo

Apesar das vitórias e da imagem pública claramente positiva, nem tudo são rosas no percurso político do novo líder popular. Uma das maiores polémicas relaciona-se com a publicação de uma fotografia, quando estava de férias em 1985, ao lado de Marcial Dorado, acusado de práticas relacionadas ao narcotráfico. A amizade com Alberto Núñez Feijóo já dura há décadas e o líder popular já esclareceu que não tinha conhecimento dos alegados negócios do amigo.

Mesmo assim, continua a ser uma arma de arremesso da oposição. “Quando eu ando num barco, o primeiro que faço é comprovar quem é o dono”, atirou Pedro Sánchez durante um debate no Congresso dos Deputados, numa troca de acusações com o PP sobre corrupção. “Eu creio que vocês me entendem”, mencionou o chefe do governo espanhol, aludindo à fotografia.

Noutra polémica, esta mais recente, o jornal espanhol Público denunciou que a empresa em que a irmã do líder popular, Micaela Núñez Feijoó, trabalhava e na qual desempenhava um cargo de chefia tinha feito contratos públicos com a comunidade autónoma num valor que chegava aos 37 milhões de euros. Por sua vez, Alberto NúñezFeijóo rejeitou categoricamente que tivsse favorecido a familiar.

O seu legado na Galiza é também criticado pelas forças de esquerda. Ana Pontón, porta-voz nacional do Bloco Nacionalista Galego (BNG) e a líder da oposição no parlamento autónomo, garantiu que Alberto Núñez Feijóo não é “nem bom gestor” nem “moderado”. “Francamente, se alguém espera um político com visão de Estado, vai ter uma surpresa desagradável.”

“No que diz respeito à sua fama de bom gestor, tampouco é credível, mesmo que tente vender essa imagem em Madrid”, atacou Ana Pontón em declarações ao Huffingtonpost, reforçando que os 13 anos de Alberto Núñez Feijóo deixaram uma “Galiza pior do que a que encontrou”. “Perdemos 20 mil jovens, que emigraram, perderam-se 14.700 empregos na indústria, perdemos peso no conjunto do Estado tanto no PIB como em população. Assistiu-se ao deteriorar imparável da saúde pública.”

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Ana Pontón critica políticas de Feijóo

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A reserva da vida privada

A par da fama de metódico, Alberto Núñez Feijóo também é conhecido por manter a sua vida privada longe dos holofotes. Após anos a ser conhecido como um “solteirão”, o político manteve um relacionamento durante 12 anos com a jornalista Carmen Gámir, sobre o qual são conhecidos pouco detalhes.

Em 2013, o galego torna público o seu relacionamento amoroso com a antiga diretora da Zara Home Eva Cárdenas. Os dois já se tinham conhecido em 2009 durante uma viagem de avião. “Conversámos durante um voo e depois ainda estivemos juntos, no aeroporto”, recordou Alberto Núñez Feijóo numa entrevista ao El Mundo, em que detalhou que só a voltou a ver em 2011 numa visita à Inditex. “A primeira vez que jantei com ela foi em agosto de 2013.”

O casal tem um filho de cinco anos, tendo Alberto Núñez Feijóo sido pai aos 55 anos. “Fui um pai tardio por vontade. Reconheço que não quis ter filho antes”, admitiu, vincando que, durante muito tempo, o seu foco foi a carreira, mais concretamente na política.

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Eva Cárdenas e Feijóo

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Entre críticas da esquerda e aplausos da direita, Alberto Núñez Feijóo vai agora enfrentar a maior prova política da sua vida e é a maior esperança do PP para regressar ao governo. As expectativas são altas, mas o líder popular indicou que “já advertiu” o partido de que “se não ganhar as eleições gerais” se demite. “É lógico que procuremos outra pessoa que possa ganhar eleições.” 

Focado no trabalho, metódico e com fama de sóbrio, Alberto Núñez Feijóo espera que em julho os espanhóis confiem nele e no projeto de país que tem. Mesmo que isso implique uma coligação governamental com o VOX — um partido que não é nada sóbrio nem moderado. Mas, tal como destacam os populares, uma das maiores vantagens do seu líder é a capacidade de adaptação e a de dialogar com todas as outras forças políticas. O futuro dirá se isso será suficiente.

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