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RODRIGO MENDES/OBSERVADOR

RODRIGO MENDES/OBSERVADOR

Antónia contratou videntes para recuperar Euromilhões. Esgotou poupanças, arrastou amigos para o esquema e agora pode ser condenada

Antónia acatou quando os videntes lhe disseram que, para reaver o prémio de 30 milhões de euros, teria de estar disposta a dar-lhes dinheiro. Quando esgotou as poupanças, recorreu aos mais próximos.

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A porta do quarto está fechada. Do lado de fora, uma vela acesa, que deveria proteger contra a entrada de espíritos, lança uma luz ténue sobre o espaço. Do outro lado da porta, dentro do quarto, está o baú no qual Antónia depositou as esperanças de vir a receber o prémio do Euromilhões que acredita ter ganho em França alguns anos antes. Foi o desejo de recuperar esse dinheiro, que nunca chegou a reclamar, que a levou a contratar os serviços de dois videntes. Pagou-lhes 74 mil euros, que retirou das suas contas bancárias, e ainda lhes entregou mais 200 mil euros, que pediu a familiares e amigos, sem lhes contar a verdade sobre os empréstimos que estava a fazer. Tudo porque, garantiam-lhe os videntes, dinheiro puxa dinheiro e quanto mais estivesse disposta a dar, mais receberia.

Naquele dia, porém, a ilusão desfez-se. Um amigo, a quem Antónia tinha já pedido 140 mil euros — divididos em sete entregas diferentes, com valores entre os 7 mil e os 30 mil euros —, e que estava a ser pressionado pelos dois videntes a entregar ainda mais 50 mil euros, decidiu que era hora de parar. Falou com a mulher, que lhe disse que o melhor era ir à Polícia Judiciária e contar o que se estava a passar.

Os inspetores disseram-lhe que teria de combinar um encontro com os videntes que lhe exigiam mais dinheiro. Foi montada uma operação, o encontro aconteceu e, já depois da detenção de um dos videntes, os inspetores seguiram para casa de Antónia. Ali, depararam-se com todo aquele cenário: a vela a arder, vários “santinhos” e também Antónia, a guardar o quarto. Quando o inspetor fez menção de entrar na divisão — e de analisar o conteúdo do baú —, Antónia atirou-se para o chão para tentar impedir os dois agentes de avançar. Se abrissem o baú, dizia a mulher, o dinheiro “iria recuar”. Um dos videntes atirou-se também para junto da mala, suplicando que os agentes não se aproximassem.

Só no momento em que os inspetores entraram em sua casa é que Antónia percebeu que o baú estava, afinal, vazio. Deixou escapar que não teria como pagar a todos os que lhe tinham feito empréstimos no último ano. Foi quando a PJ descobriu que Jorge não tinha sido a única vítima.

Indiferentes aos pedidos, os inspetores forçaram a fechadura. No interior havia alguns talões de Euromilhões, mas nada de dinheiro. A expressão de Antónia, viriam a descrever em tribunal, era de puro choque; já o vidente, “não se mostrou surpreso pelo facto de a mala não ter dinheiro”, relatou mais tarde um dos inspetores em tribunal.

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Em pânico, a mulher perguntava onde estava o prémio, dizia que tinha sido enganada. Durante o julgamento, os inspetores descreveram Antónia como “uma pessoa que acreditava firmemente naquelas crendices”. Não ostentava sinais de riqueza, mas “era bastante influenciável nas questões espirituais”.

No momento em que os inspetores entraram em sua casa e que a mulher percebeu que o baú estava, afinal, vazio, Antónia deixava escapar que não teria como pagar a todos aqueles que lhe tinham feito empréstimos ao longo de mais de um ano. Foi só nesse momento que os inspetores perceberam que não era só o amigo de Antónia — havia mais vítimas naquela história. Durante a investigação, a PJ chegou a outras três pessoas que tinham sido envolvidas no esquema. O desfecho do caso só foi conhecido em setembro deste ano, mas até hoje nenhuma das vítimas da burla conseguiu reaver o dinheiro.

O prémio de 30 milhões de euros, uma mulher de “sorte” e as “puxadas” de dinheiro

É quinta-feira, dia de mercado em Barcelos, o que tipicamente atrai multidões, e Antónia movimenta-se por entre as bancas. A certa altura, um panfleto chama-lhe a atenção. O nome “Prodino” salta à vista: é astrólogo, capaz de ver o passado e o futuro, e tem um consultório na cidade de Braga. A mulher, uma viúva desempregada, não hesita em ir bater-lhe à porta. Pela consulta paga 25 euros e é recebida com a indicação de que é uma “pessoa de sorte”.

Foi através do astrólogo que Antónia acabou por contactar com Madi e Nadi, os dois guineenses com nacionalidade portuguesa que se apresentavam como videntes e a quem viria a entregar cerca de 74 mil euros para recuperar o prémio do Euromilhões.

O motivo que a levou lá, revelaria, é um episódio passado numas férias, em França, durante as quais apostou no Euromilhões com uns amigos. Acredita que os números que escolheram em conjunto e que foram a jogo no dia 20 de janeiro de 2012 eram os vencedores, pelo que deveriam ter recebido 30 milhões de euros. Mas o prémio nunca chegou a ser reclamado e, agora, Antónia teme que a fortuna esteja irremediavelmente perdida.

O astrólogo ouve e, a certo ponto, desenha a mão da mulher num papel para, de seguida, o queimar numa bacia, onde aparecem alguns números. “Os espíritos puxam o euromilhões”, profetiza. Aquele encontro com Prodino, em 2019, foi o primeiro de muitos naquele consultório, em que lhe seria reiterado que era uma mulher de sorte, mas que era preciso desbloqueá-la.

Foi através do astrólogo que Antónia acabou por contactar com Madi e Nadis, dois guineenses — um da Guiné Bissau, o outro de Conacri — com nacionalidade portuguesa que se apresentavam como videntes e a quem viria a entregar cerca de 74 mil euros para recuperar o prémio do Euromilhões. Conheceu Madi primeiro, no início de 2020, quando Prodino a acompanhou a sua casa num serviço em que terá feito surgir dinheiro dentro de um baú. Madi, contou Antónia em tribunal, “foi para a sala com a mala, onde colocou o dinheiro que ela lhe tinha entregue, e fez o serviço”. “Depois do serviço”, continua a ler-se no despacho do tribunal, “ele chamou-a, e ela viu que a mala estava cheia de notas de 20 euros. Ele fechou a mala, colocou velas em volta da mesma, e disse-lhe para trancar a sala que ninguém poderia entrar na mesma”.

Madi ter-lhe-á garantido que as notas de 20 euros se teriam multiplicado. No interior, depois do “serviço”, haveria agora 20 mil euros.

Uma semana depois, a cena repete-se. Prodino chega com uma nova mala. Antónia entrega-lhe mais 35 mil euros em notas. O dinheiro seria colocado no baú e Nadi faria mais um “serviço” para multiplicar aquele valor. “Depois ela e o Prodino foram chamados à sala” e Nadi “disse que puxou um milhão de euros, mas que não se podia mexer no dinheiro” porque o baú “estava quente”. “Saíram os três de recuas da sala, fechou-se a porta da sala, e Nadi disse-lhe que depois lhe iria entregar o dinheiro.”

Antónia manteve-se em contacto com Prodino — cuja identidade a PJ nunca conseguiu apurar — e com Madi, que passou a visitá-la várias vezes para fazer mais “puxadas” de dinheiro. Foi por conselho dele que, durante mais de um ano, deixou um baú na sala, onde o dinheiro deveria estar a ser gerado, e outro no quarto, protegido pela tal vela que serviria para afastar espíritos.

Nadi só lhe seria apresentado quase dois anos depois, no primeiro dia de 2022, em sua casa. Nessa ocasião, os dois homens pediram-lhe 35 mil euros. Inicialmente não quis aceder, estava cansada de não ter retorno e queria reaver o que lhe pertencia. A resposta que lhe deram seria repetida durante toda a relação: isso ia estragar o serviço e era preciso acabar o que se tinha iniciado. Nesse momento, e sem forma de conseguir continuar a pagar, decidiu pedir aos que lhe eram próximos, incentivada pelos dois videntes.

Antónia pediu dinheiro a amigos e familiares, incluindo uma prima, com cancro, a quem prometeu uma casa

Isabel não estranhou quando, em fevereiro, a prima lhe ligou a perguntar se a podia visitar. Quando apareceu, Antónia levava, porém, um pedido inesperado. Precisava com urgência de um empréstimo de 15 mil euros. O motivo? Tinha vencido o Euromilhões em França, mas precisava de pagar ao advogado que a estava a ajudar a reclamar o prémio. A mulher, reformada e, na altura, a travar uma luta contra um cancro, acedeu. Tinha, aliás, o dinheiro consigo, estava a juntá-lo para as obras da casa.

Nesse dia, Antónia despediu-se da prima com o dinheiro na sua posse e com a promessa de não só devolvê-lo em oito dias, como também de lhe oferecer uma casa como forma de agradecimento pela ajuda. Terminado o prazo, Isabel não viu sinal nem de uma ou outra coisa, apenas um telefonema a pedir mais 15 mil euros, a última tranche de que o advogado precisaria para desbloquear o caso.

Antónia pediu a Jaime 35 mil euros. Quando este recusou, ajoelhou-se aos seus pés, de mãos entrelaçadas a suplicar pelo empréstimo. A mulher pareceu-lhe “desesperada”, descreveu em tribunal.

Mas esse não seria, afinal, o último pedido. Entre fevereiro e março de 2022, a prima e o marido, também ele reformado, entregaram a Antónia 50 mil euros. Quando lhe perguntavam pelo dinheiro, a resposta era sempre a mesma: “Está a correr tudo bem.” Não faziam ideia de que não havia nenhum advogado e que tudo o que lhe entregaram tinha ido parar às mãos de dois videntes.

Quando pedir mais empréstimos à prima deixou de ser uma opção, depois de esta se recusar a fazer mais pagamentos, Antónia começou a recorrer a outros familiares e conhecidos. A Raquel, que conhecia há 17 anos e era prima do seu marido, pediu 17 mil euros. Com Jaime, dono de uma ourivesaria em Barcelos, foi mais longe e quis 35 mil euros. O homem conhecia-a há cerca de 40 anos, porque Antónia tinha sido inquilina de um dos seus antigos patrões. Na sua loja tinha entrado apenas uma vez, mas encarava-a como uma pessoa “séria.”

O encontro aconteceu na casa de Antónia, em dezembro. Homem de negócios, Jaime mostrou-se desconfiado da história do Euromilhões. Confrontou-a com a possibilidade de estar a ser burlada e ao fim de uma hora de conversa, em que esta o tentou convencer da verdade das suas palavras, recusou dar-lhe dinheiro. A mulher não ia aceitar um ‘não’ como resposta. Quando o ourives já se dirigia para a porta de saída, ajoelhou-se à frente dele, de mãos unidas a suplicar pelo empréstimo.

A mulher pareceu-lhe “desesperada”, diria em tribunal. Ainda assim, não cedeu. Numa última investida, Antónia levantou outra hipótese: e se o pedido fosse feito por um intermediário? Até já tinha um nome em mente: António, seu senhorio e amigo de Jaime — ambos tinham até feito alguns negócios juntos com bons resultados. Ficou então combinado que o senhorio entregaria a Jaime um cheque no valor de 35 mil euros, como garantia do empréstimo, e que este entregaria das suas contas a mesma quantia em dinheiro a Antónia.

Um envelope com notas falsas que enfureceu os “espíritos” e os avisos de maldições feitos por um homem perigoso

No total, com os valores entregues por Isabel, Raquel e Jaime, a mulher conseguiu recolher 102 mil euros, que entregou de imediato aos videntes. Mas a maior quantia que foi parar às mãos de Madi e Nadi — 120 mil euros, em diferentes tranches — partiu de Jorge. À semelhança dos outros casos, tudo começou com um pedido de Antónia, desta vez na ordem dos 20 mil euros. Não eram próximos, mas conhecia-a através da mulher, tinham trabalhado juntas no mesmo infantário. Entregou-lhe o dinheiro em abril de 2022, com uma condição: teria de assinar um documento a comprovar a transação.

Jorge foi acedendo aos pedidos e continuou a ajudar Antónia, mas a desconfiança crescia de dia para dia. Ela conseguia sempre “dar-lhe a volta”, admitiu em tribunal, descrevendo a mulher como maquiavélica, transtornada e manipuladora.

Cerca de três semanas depois do pagamento, Jorge exigiu o que era seu por direito. Do outro lado chegaram desculpas — o advogado ainda não tinha resolvido a questão, tinha sido enganada por ele e precisava de outro, a resolução estava atrasada — e fez mais pedidos de empréstimos para custear a viagem a França e conseguir o prémio, para uns amigos franceses virem a Portugal trazer parte do valor já desbloqueado e não terem de pagar impostos sobre ele.

Jorge foi acedendo aos pedidos e continuou a ajudar Antónia, mas a desconfiança crescia de dia para dia, especialmente pela recusa em passar o contacto do advogado. Ela conseguia sempre “dar-lhe a volta”, admitiu em tribunal, acrescentando que a mulher dizia que passava fome e que se não lhe arranjasse o dinheiro iria ficar ainda pior. Era maquiavélica, transtornada e manipuladora, sublinhou.

No final do ano, perante a insistência de Jorge para que o valor dos empréstimos fosse devolvido, Antónia abriu o jogo pela primeira vez. Falou-lhe dos videntes e disse que tinha grande parte do dinheiro em casa, mas que não podia mexer nele até que fosse feita uma oração para o “limpar.” A gota de água foi o pedido, por volta de novembro, de mais 20 mil euros que seriam colocados num envelope no qual ninguém iria mexer, que por sua vez seria posto numa mala. Em vez de recusar, Jorge decidiu tirar fotocópias a notas de 500 euros e entregá-las à mulher, confiante de que, como Antónia lhe tinha contado, não era suposto que o envelope em que colocou o dinheiro fosse sequer aberto.

Nada podia prepará-lo para o que aconteceu a seguir. Três horas depois de dar o envelope a Antónia, esta ligou-lhe a dizer que os videntes estavam furiosos e que os espíritos também estariam descontentes. Algo de muito mau podia acontecer-lhe, avisaram, pela falsidade que cometera. Jorge acabou por ser confrontado diretamente por Madi e Nadi, e a dupla insistia que devia pagar a quantia anterior para limpar uma maldição que agora recaía sobre si e a sua família numa cerimónia que deveria decorrer no cemitério de Barcelos. Nunca tinha acreditado em questões de espiritismo, mas naquele momento, perante o aviso de que algo podia acontecer ao seu filho, cedeu.

Não foi a última vez que temeu pela sua segurança e a dos familiares. Começou mesmo a suspeitar de que estava a ser vigiado depois de os videntes ameaçarem visitar a clínica onde o seu filho trabalhava. Nadi era dos três o que o deixava mais assustado. Avisava-o de que “tinha muitos inimigos” e que “era preciso ele ter cuidado”, que podia ter um acidente e que a família ia ser assombrada por doenças. Em tribunal, descreveu-o como um homem perigoso, com uma forma particular de pressionar as pessoas. Já Madi praticamente não falava e fazia escrupulosamente tudo o que o outro homem mandava, agindo quase como se tivesse medo dele.

O encontro para entregar 50 mil euros que culminou na detenção dos videntes

O trio continuou a pressionar Jorge durante vários meses, exigindo mais dinheiro e profetizando sobre maldições e doenças. Os videntes chegaram até a aliciá-lo a ficar com o prémio do Euromilhões que estavam a ajudar Antónia a obter. Convencidos de que as suas palavras estavam a produzir o efeito desejado, Madi e Nadi não desconfiaram quando o homem lhes prometeu fazer uma nova entrega e combinou encontrar-se com eles junto à casa de Antónia, em Barcelos.

Como combinado, Jorge apareceu, mas em vez de 50 mil euros fez-se acompanhar por dois agentes da Polícia Judiciária. Tinha denunciado o caso às autoridades dias antes, a conselho da mulher, que até esse momento não fazia ideia da situação em que o marido estava envolvido.

Foi o início do fim do esquema. Madi e Nadi foram detidos nesse dia e Antónia perdeu a esperança de alguma vez receber o prémio do Euromilhões. Na verdade, receber os 30 milhões de euros do prémio nunca foi uma hipótese real, como se provou durante a investigação. A chave desse sorteio (2, 10, 22, 27, 28 e as estrelas 6 e 8) foi inscrita no boletim entregue por um outro jogador. Foi ele quem arrecadou o prémio — aliás, de 15 milhões de euros e não 30 milhões.

Quando os polícias subiram ao apartamento da mulher, encontraram os dois baús — o da sala, que estaria a “gerar dinheiro”, e o do quarto, que continha apenas alguns talões do euromilhões, ainda protegido pela vela. Deitada no chão, Antónia não sabia o que fazer perante a descoberta. Num primeiro momento, ainda em dúvida sobre se o dinheiro teria recuado, como os videntes advertiram, ou se tinha sido enganada durante anos.

Antes de seguir para tribunal, o caso chegou aos noticiários em abril do ano passado. Notícias que não passaram despercebidas aos familiares e amigos a quem Antónia tinha pedido dinheiro e que a confrontaram. A alguns dos burlados, ainda disse que não se preocupassem, que tudo estava a correr bem. A outros, contou que tinha acontecido uma desgraça, que lhe tinham levado a mala cheia de dinheiro.

Os videntes sempre recusaram ter burlado quem quer que fosse e um deles chegou a negar conhecer a mulher. Foram condenados a cinco anos de prisão com pena suspensa.

Ao ouvir o depoimento, “por vezes alucinado”, da mulher em tribunal, os juízes concluíram que tinham à sua frente “uma pessoa frágil e vulnerável a nível psicológico, apresentando-se como uma pessoa profundamente religiosa e crente”.”A tal crença na espiritualidade e na resolução dos problemas através desta via levou-a a que não olhasse aos meios para atingir os seus propósitos”, acrescentavam.

Quanto a Madi e Nadi, sempre recusaram ter burlado quem quer que fosse e um deles chegou a negar conhecer a mulher. O primeiro foi condenado a cinco anos de prisão e o segundo a quatro anos e 11 meses, ambos com pena suspensa. Nenhum demonstrou “qualquer arrependimento” e até hoje as vítimas da burla que chegou aos 300 mil euros continuam à espera de reaver o dinheiro.

A sentença do Tribunal Judicial da Comarca de Braga foi conhecida a 30 de setembro deste ano. No acórdão, os juízes consideram ter ficado provado que, para “convencer tais pessoas a emprestar-lhe o dinheiro”, Antónia “alegou que tinha ganho um prémio do Euromilhões e necessitava de dinheiro para pagar a um advogado e demais despesas com o tribunal, de forma a reclamar tal prémio”. A história que durante meses contou a familiares e amigos pode valer-lhe, agora, a ela, uma condenação em tribunal.

*Os nomes usados neste artigo são fictícios

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