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A Apple anunciou esta segunda-feira várias funcionalidades com inteligência artificial

Anadolu via Getty Images

A Apple anunciou esta segunda-feira várias funcionalidades com inteligência artificial

Anadolu via Getty Images

Apple com inteligência artificial em (praticamente) todo o lado. E com um trunfo contra rivais: o ChatGPT

A Apple corre atrás de outras gigantes tecnológicas e a inteligência artificial chega aos iPhone. A empresa conta com um trunfo importante nesta corrida: a integração do ChatGPT, da OpenAI.

A Apple é a mais recente gigante tecnológica a aterrar oficialmente no universo da inteligência artificial. A chegada foi feita em força, durante a conferência anual para os programadores (Worldwide Developers Conference), com o anúncio de várias funcionalidades que incorporam essa tecnologia, por exemplo a capacidade de resumir textos ou criar emojis personalizados.

A Apple chega ao mundo da inteligência artificial com o lançamento de ferramentas que a Google já disponibiliza nos seus dispositivos, mas também com um trunfo: uma parceria com a OpenAI para colocar o ChatGPT na Siri até ao final deste ano. O rumor de uma colaboração entre as empresas já circulava há vários meses e a presença de Sam Altman junto à sede da Apple em dia de evento levou a crer que seria confirmado.

Horas depois, a Apple revelou oficialmente que o ChatGPT estará no novo iOS 18 e ficará disponível gratuitamente, sem ser necessária a criação de uma conta. O modelo ajudará a Siri quando esta não conseguir responder aos pedidos dos utilizadores. Por exemplo, se a pessoa quiser ideias para confecionar uma determinada refeição com ingredientes que tem em casa, a Siri vai recorrer ao ChatGPT para dar sugestões.

De acordo com a Apple — que deixou a porta aberta a novas parcerias, uma vez que disse que pretende “suportar outros modelos de inteligência artificial” — quando a Siri quiser recorrer ao ChatGPT vai pedir autorização ao utilizador, perguntando-lhe se pode enviar a esse modelo as informações pretendidas. Enquanto a tecnológica partilhava os detalhes da parceria com a OpenAI, o CEO, Sam Altman, recorria à rede social X para dizer estar “muito contente”. “Acho mesmo que vão gostar”, acrescentou.

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Uma nova Siri e inteligência artificial em (praticamente) todo o lado

A chegada da inteligência artificial aos iPhone e computadores Mac da Apple vai ser feita com o iOS 18 e o lançamento do sistema a que a empresa chamou Apple Intelligence, que agrega todos os recursos de inteligência artificial desenvolvidos pela tecnológica e que serão disponibilizados nas várias aplicações. A Siri vai receber uma das suas maiores atualizações de sempre com o objetivo de conseguir entender melhor aquilo que lhe é pedido.

A assistente de voz, lançada originalmente em 2011, conseguirá encontrar informações específicas dentro de documentos ou executar tarefas como agendar eventos no calendário ou escrever um email e enviá-lo. Além disso, passa também a contar com melhores funcionalidades de preenchimento automático. Ou seja, a Siri será capaz de, por exemplo, encontrar um determinado documento (como a carta de condução), perceber qual o seu número e colocá-lo num formulário online que a pessoa esteja a preencher.

[Recorde aqui a WWDC deste ano:]

Priorizar determinadas notificações, resumir emails ou textos em aplicações como as notas, gerar sugestões de respostas tendo por base o que está a ser questionado e criar emojis ou imagens personalizadas com base em indicações de texto são outras das funcionalidades que vão chegar aos dispositivos Apple. Na galeria de fotografias passará a ser possível pesquisar por imagens específicas através de instruções como “a minha última viagem” ou “fotos do dia 10 de junho de 2023”.

Nas notas será possível gravar e transcrever áudios, com a Apple Intelligence — a inteligência artificial da Apple — a fazer um “resumo” do que foi dito. Por sua vez, o Safari, o browser da tecnológica liderada por Tim Cook, conseguirá fazer resumos das páginas web, conseguirá abrir separadores privados através de comandos de voz e terá “destaques”. Ou seja, vai utilizar machine learning para escolher partes “interessantes” de um determinado site.

A Apple explicou que os recursos de inteligência artificial serão “processados” dentro dos dispositivos para manter a privacidade dos seus utilizadores. Quando precisarem de recorrer à cloud, os dados vão para uma “nuvem privada” e, segundo a empresa, “nunca” serão armazenados nos seus servidores.

Para lá da inteligência artificial, quais são as novidades?

O evento desta segunda-feira foi marcado, na sua maioria, por novidades relacionadas com a inteligência artificial. Contudo, ao longo de cerca de duas horas existiu ainda espaço para outras revelações. Com o iOS18, os utilizadores de iPhone vão ter mais controlo sobre a estética do ecrã do seu telemóvel e passam a poder organizar os ícones das aplicações da forma que quiserem (nomeadamente com espaços vazios entre elas).

Os utilizadores vão também poder bloquear determinadas aplicações, com um PIN ou reconhecimento facial, para que outras pessoas não consigam ter acesso quando utilizam o telemóvel. Será possível esconder determinadas aplicações para que outros não vejam que as tem descarregadas. A Apple revelou ainda o lançamento de uma nova app, chamada Passwords, que, como o nome indica, vai permitir às pessoas gerirem os seus detalhes de login e guardar palavras-passe. Estará disponível nos telemóveis e computadores da gama da empresa, mas também em Windows.

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Tim Cook, CEO da Apple, apresentou algumas das novidades

Bloomberg via Getty Images

O iMessage passará a permitir agendar mensagens e colocar determinadas palavras a negrito ou itálico. Com o iOS 18, esse serviço receberá “recursos de satélite” que vão permitir que os utilizadores que estão em locais sem rede de operadores tradicionais possam utilizar o sistema de comunicação via satélite para enviar mensagens para diferentes contactos. A Apple anunciou ainda que vai adotar o protocolo de comunicação conhecido como Rich Communication Service (RCS), que vai permitir que utilizadores de iOS e Android consigam enviar uns aos outros mensagens de texto mais longas e fotografias com mais qualidade. Não foram revelados mais detalhes acerca desta alteração.

Para os computadores, a mais recente atualização dos macOS, que se chama Sequoia, vai permitir espelhar o telemóvel. Na prática, quando a pessoa não está junto ao seu iPhone pode utilizá-lo diretamente no computador, entrando em aplicações, carregando em notificações ou ouvindo áudios. Quanto ao visionOS, o sistema operativo dos óculos de realidade mista, vai receber uma nova versão (visionOS 2) que permite utilizar o ecrã inicial com um simples toque e suportará o modo de viagem em comboios além de aviões.

Os Vision Pro, óculos de realidade mista até ao momento disponíveis apenas nos EUA, vão chegar, a partir de 28 de junho, a oito novos países, incluindo China, Singapura, França e Reino Unido. Portugal não consta da lista.

Tal como a imprensa internacional começou a prever ao longo dos últimos meses, durante a antecipação à conferência anual para os programadores, que se realiza ao longo desta semana, a Apple não anunciou nenhum novo hardware, ao contrário do que aconteceu no ano passado quando se estreou numa nova área de negócio ao apresentar os Vision Pro.

Apple atira-se para nova área de negócio com óculos de realidade mista. WWDC ainda teve espaço para mais Mac e software

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