Todos os dias fazemos-lhe um resumo do que se está a passar na campanha eleitoral nos Estados Unidos: as principais histórias do dia, as frases descodificadas, fact checks e recomendações de leitura para estar sempre bem informado até à eleição do próximo Presidente.
O que se passa na campanha
No último fim-de-semana de campanha antes da eleição, Joe Biden e Barack Obama dedicaram-se a uma das principais tarefas dos democratas: lutar pela recuperação do território que Hillary Clinton perdeu em 2016 e que permitiu a vitória de Trump. Já o Presidente acelerou o ritmo de campanha (13 comícios em três dias), mesmo depois de um estudo ter correlacionado os seus eventos de multidões com um aumento do número de casos e de mortes por Covid-19 nos lugares dos comícios. Num deles, chegou a admitir despedir Anthony Fauci quando for eleito. Pelo menos 92 de milhões de americanos já votaram antecipadamente ou por correio.
1Campanha de Trump continua a questionar legitimidade da eleição
A dois dias da eleição, a campanha de Donald Trump continua a pôr em causa a legitimidade do ato eleitoral, designadamente no que diz respeito à forma de contabilização dos votos efetuados antes do dia 3 de novembro (os votos em urna antecipados e os votos por correspondência).
Trump tem repetido que deseja que o vencedor seja declarado na própria terça-feira e que não sejam contabilizados votos recebidos depois do dia 3. O Presidente chegou mesmo a sugerir que isso seria inconstitucional. Não é: várias leis estaduais garantem que os votos enviados por correio podem ser contabilizados, mesmo que cheguem depois do dia da eleição, desde que o carimbo dos correios tenha data anterior ou igual ao dia 3. Este ano, devido à disrupção causada pela pandemia, vários estados estão a permitir alargamentos dos prazos, já que houve um recurso recorde às modalidades de voto antecipado. Além disso, a lei federal determina que os estados têm até ao dia 8 de dezembro para terminar a contagem dos votos — para que, depois, o Colégio Eleitoral possa tomar a decisão final.
Ainda assim, este domingo, Donald Trump voltou a insistir que considera que os votos que forem contados depois do dia 3 de novembro serão ilegítimos. “Devemos saber o resultado da eleição no dia 3 de novembro, na noite de 3 de novembro”, disse Trump num comício em Dubuque, no estado do Iowa. “Sempre foi assim e é assim que deverá ser”, acrescentou erradamente (o resultado final nunca foi comunicado no dia da eleição).
Também este domingo, numa entrevista à estação ABC, um dos elementos de topo da campanha de Donald Trump, o conselheiro Jason Miller, insistiu no argumento. “Se falar com muitos democratas inteligentes, eles acreditam que o Presidente Trump vai ficar à frente na noite eleitoral, provavelmente com 280 votos no Colégio Eleitoral”, disse Jason Miller. “E depois eles vão tentar roubá-los depois da eleição.”
Na verdade, Miller refere-se a uma tendência que, de facto, deverá verificar-se na noite eleitoral. Muitos estados contam primeiro os votos presenciais do dia da eleição e só depois é que começam a contabilizar os votos que chegaram antecipadamente. Ora, este ano as estatísticas mostram que os eleitores democratas estão a recorrer às modalidades de voto antecipado em muito maior número do que os eleitores republicanos, que deverão comparecer essencialmente na terça-feira. Isto significa que, em muitos estados, a noite eleitoral poderá significar um resultado mais favorável a Trump, com potencial para se inverter nos dias seguintes com a inclusão dos votos antecipados.
Expectavelmente, impedir a contagem de votos nos dias seguintes à eleição beneficiaria Donald Trump — motivo pelo qual o Presidente tem insistido tanto na declaração do vencedor já na terça-feira.
Noutra tentativa de reduzir a expressividade da votação em Joe Biden, o Partido Republicano tentou, junto dos tribunais, que mais de 127 mil votos que foram depositados em assembleias de voto “drive-in” no Texas fossem desclassificados, sob o argumento de que aquelas estruturas (destinadas a facilitar a votação numa altura em que a pandemia ameaça a ida às urnas) são ilegais e estão colocadas em locais que favorecem o voto dos democratas. A instalação de urnas “drive-in” resulta de uma iniciativa da autarquia do condado de Harris, uma das subdivisões administrativas do estado, onde tradicionalmente o Partido Democrata tem melhores resultados do que os republicanos. Até este fim-de-semana, mais de 127 mil pessoas haviam votado naquelas estruturas e os responsáveis do condado estimam que, até terça-feira, mais de 135 mil eleitores tenham passado por elas.
Este domingo, o Supremo Tribunal do Texas rejeitou o pedido do Partido Republicano para que os votos não fossem contabilizados, mas o caso está agora nos tribunais federais.
2Biden e Obama tentam recuperar território perdido pelos democratas em 2016
Em 2016, Donald Trump foi eleito apesar de ter recolhido menos votos do que Hillary Clinton porque conseguiu vencer, com uma curtíssima margem, três estados que, durante décadas, votaram no Partido Democrata: Michigan, Pensilvânia e Wisconsin. No total, menos de 80 mil eleitores naqueles três estados foram suficientes para dar a vitória final a Donald Trump, que teve menos 3 milhões de votos do que Clinton no total nacional. Este ano, um dos principais objetivos de Joe Biden tem sido recuperar aqueles estados, que poderão ser suficientes para o conduzir à vitória (caso mantenha a liderança em todos os estados que Clinton ganhou em 2016).
Neste fim-de-semana, o último antes do dia da eleição, a campanha de Biden fez uma aposta forte neste objetivo.
No domingo, Biden protagonizou dois eventos de campanha na cidade de Filadélfia, a maior do estado, que nos últimos dias tem sido assolada por violentos protestos que se seguiram à morte de um jovem negro às mãos da polícia. Depois de, há quatro anos, o estado se ter revelado decisivo para a vitória de Trump por apenas pouco mais de 40 mil votos, o democrata apelou explicitamente aos habitantes da Pensilvânia para que não deixem de ir votar. “A minha mensagem é simples: a Pensilvânia é um estado crucial nesta eleição”, disse Biden. “Cada voto importa. O poder de mudar este voto está, literalmente, nas vossas mãos.” De acordo com as sondagens mais recentes, Biden lidera na Pensilvânia por 4,8 pontos percentuais.
O antigo vice-presidente falou aos eleitores em dois momentos: num evento de mobilização de eleitores cristãos numa igreja evangélica e num comício “drive-in”. Nas duas ocasiões, o candidato democrata atirou-se duramente a Trump, a quem chamou “marioneta de Putin” e “fraco” a nível de política externa. “Ele não merece respeito praticamente nenhum no palco internacional”, afirmou Biden. Mas foi a propósito da resposta à pandemia que atacou o Presidente de forma mais dura: “A verdade é que, para combatermos o vírus, primeiro temos de combater Donald Trump. Ele é o vírus”.
Porém, o ponto alto do fim-de-semana de campanha de Joe Biden aconteceu no sábado no Michigan, outros dos três estados que o democrata tem de recuperar para vencer a eleição (e onde as sondagens lhe dão uma liderança de 8,2 pontos percentuais). Pela primeira vez durante a campanha, Biden surgiu em palco acompanhado pelo ex-presidente Barack Obama — que tem quebrado a tradição de se abster de criticar o seu sucessor e cujo carisma tem sido um dos principais trunfos da campanha democrata.
“Ele fez de mim um Presidente melhor e tem o carácter e a experiência para fazer de nós um país melhor”, disse Obama num comício na cidade de Flint, durante o qual tratou Biden como um “irmão” e descreveu o ato eleitoral de terça-feira como “a eleição mais importante das nossas vidas”. Depois do comício em Flint, Obama discursou também em Detroit ao lado de Biden. Ambas as cidades têm uma significativa população afro-americana, um eleitorado fundamental para o Partido Democrata.
“Ele e a Kamala vão lutar, não por eles, mas por cada um de nós. E tenho a certeza de que não podemos dizer o mesmo do Presidente que temos agora”, afirmou Obama, começando uma série de duras acusações contra Donald Trump, sobretudo no que toca à gestão da pandemia da Covid-19. “Agora ele acusa os médicos de lucrarem com a esta pandemia”, atirou Obama, referindo-se a uma declaração recente de Donald Trump num comício naquele mesmo estado do Michigan. “Sabem, os nossos médicos recebem mais dinheiro se alguém morrer de Covid”, disse Trump, fazendo uma acusação sem fundamento que mereceu uma resposta imediata da Associação Médica Americana.
“Ele não consegue entender, não percebe a ideia de que alguém é capaz de arriscar a vida para salvar os outros sem estar a tentar ganhar dinheiro”, disse Obama.
O ex-presidente acusou ainda Trump de se preocupar excessivamente com a quantidade de apoiantes que aparecem nos seus comícios, usando a diferença no tamanho das multidões como indicador do seu apoio popular (Biden tem organizado eventos muito mais pequenos para evitar a disseminação do coronavírus). “Ele não tem mais nada com que se preocupar? Será que ninguém foi à festa de anos dele quando era miúdo? Estará traumatizado? O que é que ele tem com as multidões?”, perguntou Obama.
“Sabem que, quando um país está a atravessar uma pandemia, não é com isso que é suposto preocupar-se. E essa é a diferença entre Joe Biden e Trump. Trump preocupa-se em alimentar o seu ego. Joe Biden preocupa-se em manter-vos e às vossas famílias em segurança. Está menos interessado em alimentar o seu ego com grandes multidões do que em garantir que não anda por aí a fazer com que mais pessoas fiquem doentes. É isso que se espera de um Presidente”, disse o ex-presidente.
Este fim-de-semana, um estudo da Universidade de Stanford estabeleceu uma correlação entre os comícios de Trump, que têm atraído grandes multidões sem qualquer tipo de distanciamento social e muitas vezes sem máscaras, e o aumento do número de casos de infeção e de mortes por Covid-19 nesses lugares. No estudo, os investigadores pegaram no exemplo de 18 comícios de Trump e analisaram a evolução da pandemia nessas cidades ao longo das semanas seguintes. A conclusão é de que esses comícios poderão ter acrescentado às estatísticas da pandemia nos EUA, pelo menos, 300 mil casos e 700 mortes.
No Michigan, que Trump venceu em 2016 por apenas 10 mil votos de diferença, Obama pediu aos eleitores democratas que acorressem às urnas “como nunca”. De acordo com a CNN, só nas duas cidades em que Obama e Biden discursaram no sábado, Hillary Clinton recebeu em 2016 menos 100 mil votos do que Obama em 2012. “Imaginem que 60% de nós votavam, que 70% de nós votavam”, disse o ex-presidente. Um aumento da afluência às urnas por parte do eleitorado democrata bastará para que Biden vença o estado.
Neste fim-de-semana, a senadora Kamala Harris, candidata a vice-presidente pelo Partido Democrata, andou pela Geórgia, um estado que há duas décadas vota nos republicanos e que Trump ganhou em 2016 por cinco pontos percentuais. Este ano, as sondagens mostram uma corrida muito renhida entre os dois candidatos, com uma curtíssima vantagem de Joe Biden, que poderá inverter a tendência de voto daquele estado — o que contribuiria para uma vitória mais sólida do democrata.
Na Geórgia, Harris dirigiu-se sobretudo ao eleitorado latino e de origem asiática — cujo aumento tem contribuído decisivamente para uma redução da expressividade do Partido Republicano naquele estado.
3Trump acelera campanha e espera 400 convidados em festa de noite eleitoral
As conclusões do estudo da Universidade de Stanford não levaram Donald Trump a abrandar o ritmo da campanha. Antes pelo contrário: este no domingo, o Presidente protagonizou comícios em cinco estados diferentes. A bordo do Air Force One, Trump não tem precisado de se aventurar muito pelas cidades que visita. Os comícios, com um discurso sempre idêntico, são praticamente todos na pista do aeroporto, a poucos metros do avião que o trouxe e o há de levar assim que acabar o discurso. No domingo, a rota de Trump incluiu o Michigan, o Iowa, a Carolina do Norte e a Flórida. No sábado, tinham sido quatro comícios, todos na Pensilvânia. Para esta segunda-feira, estão agendados mais cinco discursos.
Em três dias, são 13 comícios com multidões — numa altura em que o número de novos casos diários de Covid-19 nos EUA continua a subir a cada dia.
Na Pensilvânia (onde as sondagens dão a vitória a Biden), Trump mostrou-se confiante numa “grande onda vermelha” que se está a formar. “Tão certo como estarmos aqui juntos, essa onda está a formar-se. Eles veem-no, veem-no por todos os lados e não há nada que possam fazer relativamente a isso”, disse o Presidente.
No Michigan, onde Biden fizera campanha no sábado, Trump alegou ter salvado a indústria automóvel do estado. “Dei-vos uma série de fábricas de automóveis, penso que estamos quites”, disse Trump, agradecendo aos eleitores pela vitória que obteve naquele estado em 2016. Na verdade, Trump só contribuiu para a abertura de uma fábrica de automóveis no estado — que deverá abrir em 2021 — e o número de postos de trabalho na indústria automóvel tinha caído em cerca de 3 mil no ano de 2019.
Já na Flórida, última paragem do fim-de-semana, Donald Trump voltou a atirar-se ao médico Anthony Fauci, o principal especialista em doenças infecciosas nos EUA e líder do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas (com quem já teve vários diferendos públicos sobre a necessidade de usar máscara e a gravidade da pandemia). Quando os apoiantes começaram aos berros a exigir a demissão do médico, Trump pareceu aceitar a sugestão: “Não digam a ninguém, mas deixem esperar um bocadinho depois das eleições. Eu agradeço o conselho.”
Este fim-de-semana, ficou também a saber-se, pelo The New York Times, que Donald Trump já planeou como vai passar a noite eleitoral: numa festa com 400 convidados na Casa Branca. A festa estava, inicialmente, agendada para o Hotel Trump de Washington DC, a poucos metros da Casa Branca. Porém, as regras do distrito federal (cuja presidente de câmara é a democrata Muriel Bowser) impedem a realização de eventos em espaços interiores com mais de 50 pessoas, devido à pandemia da Covid-19. Para contornar essa regra, Trump vai organizar a festa na sala de receções da Casa Branca — terreno federal, não sujeito às normas da câmara de Washington.
De acordo com a notícia do The New York Times, a campanha espera a presença de cerca de 400 convidados na festa. Recentemente, uma cerimónia com 200 convidados nos jardins da Casa Branca, destinada a apresentar a escolha de Amy Coney Barrett para o Supremo Tribunal, deu origem a um surto de Covid-19 que infetou o próprio Trump, a primeira-dama e várias pessoas do círculo presidencial.
Por seu turno, Joe Biden planeia ficar no Delaware, estado onde reside, durante a noite eleitoral, dirigindo-se ao país através de um discurso pela televisão.
Fact-check
A frase
Consigo mandar todas as pessoas qualificadas para um curso universitário de quatro anos no seu estado por 150 mil milhões de dólares.
Joe Biden, durante uma entrevista à CBS
Na entrevista ao programa “60 Minutos”, o candidato democrata referia-se ao seu plano destinado a garantir ensino superior gratuito a todas as famílias que têm rendimentos anuais abaixo dos 125 mil dólares — e garantiu que conseguiria fazê-lo com apenas 150 mil milhões de dólares.
Porém, o custo desse programa seria muito maior. De acordo com o Politifact (membro da International Fact-Checking Network, IFCN, uma plataforma de fact checkers de que o Observador também faz parte), que analisou a forma como foram feitas estas contas a partir de um estudo da Universidade de Georgetown, em Washington DC, subtraindo ao custo total do plano (638,1 mil milhões de dólares) o aumento da receita fiscal associada (371,4 mil milhões) ao longo de 11 anos, o custo total do programa aproximar-se-ia dos 300 mil milhões de dólares.
A própria campanha de Biden reconheceu, depois, que o candidato tinha dito um valor muito abaixo do real e contactou a estação televisiva para afirmar que o custo do programa podia ser “o dobro do que ele disse”.
Conclusão: errado. Joe Biden disse que conseguiria cumprir o seu plano de garantir ensino superior gratuito a todas as famílias que dele precisem por apenas 150 mil milhões de dólares, quando o custo real do programa deverá aproximar-se do dobro disso (como, aliás, a própria campanha reconheceu).
A frase
[Os carros dos apoiantes de Trump] estavam a proteger o autocarro [da campanha de Biden] ontem, porque são simpáticos. Eram centenas de carros.
Donald Trump, durante um comício no Michigan
É mais uma polémica em curso na campanha republicana. No fim-de-semana, surgiram nas redes sociais uma série de vídeos que mostram uma caravana de automóveis associados de apoiantes de Trump, com bandeiras e cartazes da campanha do Presidente, a rodear um autocarro da campanha de Joe Biden. Nos vídeos é possível ver esses veículos a cercar o autocarro, a abrandar e a tentarem desviar o autocarro para fora de estrada. Em certo momento, um dos carros embate voluntariamente num outro automóvel que acompanhava o autocarro. O incidente ocorreu no Texas.
Num comício este domingo no Michigan, Donald Trump referiu-se aos vídeos, que se tornaram virais no Twitter. “Viram a forma como os nossos estavam a proteger o autocarro dele ontem? Porque eles são simpáticos. Eram centenas de carros”, disse Trump.
Porém, a intenção dos apoiantes de Trump era a oposta. Várias publicações encontradas pelo Politifact nas redes sociais antes do incidente mostram como os apoiantes do Presidente se organizaram e convocaram pessoas para engrossarem a caravana. Numa delas lia-se claramente: “Vocês não são bem-vindos aqui. Isto é o país de Trump”.
Um dos funcionários da campanha de Biden viu-se mesmo obrigado a telefonar para o 911 (número de emergência norte-americano) por sentir que a integridade física dos funcionários que seguiam no autocarro estava ameaçada — sobretudo depois de o embate ter deixado claro qual era a intenção dos apoiantes de Trump. A delegação de San Antonio do FBI está a “investigar” o incidente, segundo o Politifact.
Conclusão: errado. Ao contrário do que afirmou Donald Trump, os seus apoiantes não estavam a “proteger” o autocarro de Joe Biden, mas antes a levar a cabo uma ação de intimidação e a tentar desviar a viatura da campanha democrata da estrada — tanto que o incidente está já a ser investigado pelo FBI.
A foto
A opinião
No The New York Times, Charlie Warzel escreve sobre a ansiedade pré-eleitoral e pergunta: “Porque é que esperar pelo dia da eleição é tão agoniante?” O facto de muitos eleitores norte-americanos optarem pelo voto antecipado faz com que a espera pelo dia da eleição deixe uma grande quantidade de pessoas em stress: o que podiam ter feito já está feito e agora resta-lhes esperar. Claro que a particularidade da eleição de 2020 está a contribuir para um aumento ainda maior do stress pré-eleitoral nos EUA:
Right now you probably feel like a spring that’s been tightly compressed under enormous weight. From the outside, it appears still. Inside it is coursing with intense potential (anxious!) energy just dying for release.
All elections elicit this feeling to some degree. But the 2020 contest has raised the stakes, adding looming threats of disinformation and interference, contested results and a president who has repeatedly antagonized a deeply polarized electorate. It is an extremely stressful moment. The best description I’ve seen of our collective anxiety was from Mother Jones editor in chief Clara Jeffery: “The entire country is awaiting a biopsy result.”
Why is waiting so difficult and what, if anything we can do to make this uncertain moment a little more tolerable?
No The Washington Post, Megan McArdle dá voz a um sentimento comum a uma grande parte da população norte-americana: “Votei contra Trump, mas isso não significa que esteja a torcer pelos democratas“. No texto, McArdle explica que votou em Biden porque quer contribuir para que o Partido Republicano aprenda uma lição — e não porque aprecie particularmente o candidato democrata, cuja maior qualidade para muitos americanos é, simplesmente, não ser Trump. “Como muitas pessoas, eu não votei verdadeiramente em Biden; votei contra o Presidente Trump”, diz ela.
On Wednesday, I voted. I gather that as a charter member of the #NeverTrump club, I should now be informing you that I voted the straight Democratic ticket, because Republicans Must Be Taught a Lesson.
Only I didn’t. Oh, I voted for Joe Biden, just as I said I would back in July. But on the other lines of my D.C. ballot, I voted for Republicans or Libertarians where there were any possible, and where there were only Democrats, I voted against the incumbent.