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Aumento de casos tem sido registado nas últimas semanas e tem levado a uma maior procura dos serviços de urgência pediátrica
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Aumento de casos tem sido registado nas últimas semanas e tem levado a uma maior procura dos serviços de urgência pediátrica

ESTELA SILVA/LUSA

Aumento de casos tem sido registado nas últimas semanas e tem levado a uma maior procura dos serviços de urgência pediátrica

ESTELA SILVA/LUSA

Casos de pneumonia atípica aumentam em crianças acima dos quatro anos, alertam médicos

Regiões de Lisboa e Porto registam um aumento das infeções. O diagnóstico da também chamada pneumonia silenciosa é mais difícil, porque os sintomas são mais incaracterísticos, explicam os pediatras.

O número de casos do tipo mais comum de pneumonia atípica — a causada pela bactéria Mycoplasma pneumoniae — em crianças tem vindo a aumentar nas últimas semanas, em Portugal. Desde o inverno que os médicos relatam um aumento das infeções deste tipo, que se refletem na procura pelos serviços de urgência pediátrica.

No Hospital de Santa Maria, “tem havido um aumento dos casos nas últimas semanas”, diz ao Observador a pediatra Filipa Prata. “Houve um pico e temos tido mais casos de pneumonia por Mycoplasma”, diz a especialista. No Hospital da Luz, a perceção é a mesma. “Desde há dois ou três meses para cá, temos registado bastantes casos de pneumonia atípica [também conhecida por pneumonia silenciosa]”, diz fonte oficial daquela unidade hospitalar, que tem uma urgência pediátrica aberta de forma ininterrupta.

Também o Hospital Dona Estefânia — especializado na área materno-infantil — tem registado um fluxo maior de atendimentos na urgência de crianças com pneumonias atípicas desde a pandemia, salienta ao Observador o diretor do serviço de Pediatria, Luís Varandas. A faixa etária mais atingida é das crianças acima dos quatro anos de idade.

O aumento dos casos, realça Luís Varandas, “tem acontecido em toda a Europa”, sendo que o pico das infeções atingiu Portugal mais tarde, já na parte final do inverno. Para o especialista, o crescimento está relacionado ainda com os efeitos do desconfinamento pós-pandémico. “Os casos de pneumonias atípicas têm vindo a aumentar desde o fim das medidas de controlo não farmacológico da pandemia. Durante a pandemia, com o uso de máscara e restrição de movimentos, houve uma redução de todas as doenças transmitidas por via aérea. À medida que foram aliviando as restrições, tivemos um grande aumento e as pessoas que não se infetaram na época normal ficaram suscetíveis”, explica Luís Varandas.

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Uma crianca é observada na urgência pediátrica do Hospital de Santo André de Leiria que é um caso de sucesso na gestão hospitalar, com prazos medios de pagamento aos fornecedores de 40 dias, o exercicio de 2008 foi fechado com um lucro de 4,7 milhoes de euros, 18 de Abril de 2009.PAULO CUNHA/LUSA

No Hospital Dona Estefânia, a faixa etária mais atingida é das crianças acima dos quatro anos de idade, segundo o diretor do Serviço de Pediatria Luís Varandas

Paulo Cunha/LUSA

Os primeiros relatos de aumento de infeções por Mycoplasma pneumoniae em crianças vieram da China, em dezembro. “Depois disso, propagou-se a toda a Europa e Portugal foi dos últimos países atingidos”, sublinha o também professor do Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa. No Hospital Dona Estefânia, o aumento dos casos teve um grande impacto na procura pelo serviço de urgência, mas “não se refletiu nos internamentos”.

Sintomas mais incaracterísticos levam a diagnóstico mais tardio

Luís Varandas explica que as pneumonias atípicas, nomeadamente a que é causada pela bactéria Mycoplasma pneumoniae, dão origem a casos sintomatologicamente menos graves que uma pneumonia normal. “São casos menos graves, mais arrastados e menos exuberantes em termos de sintomatologia, o que também leva a um atraso no diagnóstico, porque não há febre alta, não há atingimento do estado geral”, com maior prostração, refere. O diretor do serviço de Pediatria da Estefânia explica que o quadro de uma pneumonia atípica se “confunde facilmente com uma infeção viral”.

Portugal é país europeu onde mais se morre de pneumonia

Ao contrário da pneumonia típica, que provoca normalmente sintomas agudos — como febre alta, tosse com expetoração e dor no peito ao respirar ou tossir –, a pneumonia atípica manifesta-se através de sintomas mais leves — como febre baixa, tosse seca, mal-estar ou fadiga — que se desenvolvem de maneira mais gradual e que, muitas vezes, se confundem com um quadro de constipação ou gripe.

A norte, a perceção é também de um aumento nos casos diagnosticados. “Temos visto, de facto, um aumento de infeções por mycoplasma nos últimos dois, três meses”, diz ao Observador o diretor da urgência pediátrica do Hospital de São João. Rúben Rocha adianta que o serviço tem uma afluência “bastante superior à registada nos períodos homólogos dos anos anteriores” e revela, com alguma surpresa, que a comunidade “mantém um padrão de infeções típico dos meses de inverno”.

O pediatra adianta que, na última semana, a afluência à urgência de crianças com patologia respiratória e gastrointestinal foi idêntica à do mês de novembro — uma realidade explicada pela persistência da circulação de vírus e bactérias típicos do inverno.

“Temos registado um aumento ligeiro nos casos de pneumonia atípica nas últimas semanas em relação ao período homólogo“, diz ao Observador o diretor do Centro Materno-Infantil do Norte, cujas equipas trabalham na Urgência Pediátrica Integrada do Porto, que funciona no Hospital de São João.

Alberto Caldas Afonso atribui a evolução à maior sensibilidade dos médicos para um diagnóstico mais cuidado. “Estamos mais atentos ao diagnóstico — através de raio-x, onde verificamos se a situação tem características suscetíveis da infeção por mycoplasma”, refere o especialista.

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