Ao longo dos 80 minutos que durou a entrevista que concedeu ao Observador, e no fim, em mais uns instantes à conversa antes da despedida, o procurador de Mikolaiv, que não fala inglês, recorreu seis vezes ao telemóvel. Não foi para atender chamadas urgentes sobre novos bombardeamentos na cidade, nem para receber denúncias de traidores que estejam a passar segredos à Rússia, nem mesmo para verificar novas mensagens no whatsapp ou no telegram.
Uma das vezes foi para mostrar a notícia com a identidade do outro procurador de Mikolaiv, preso por traição, depois de ter caído numa cilada dos Serviços de Segurança ucranianos que confirmou que andaria a transmitir segredos militares a um intermediário dos serviços secretos russos. As outras vezes foi para procurar na galeria de fotos imagens que reforçassem o que estava a tentar dizer.
Nestes primeiros 82 dias de guerra até à realização da entrevista, quase tudo o que aconteceu de importante está registado em fotos que guarda no seu telemóvel. Estas são algumas dessas imagens, que acedeu a partilhar com os leitores do Observador.