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Eugeniy Ivanovych Riaby é procurador há 18 anos, e chefe da procuradoria de Mikolaiv desde abril de 2021
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Eugeniy Ivanovych Riaby é procurador há 18 anos, e chefe da procuradoria de Mikolaiv desde abril de 2021

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

Eugeniy Ivanovych Riaby é procurador há 18 anos, e chefe da procuradoria de Mikolaiv desde abril de 2021

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

“Tenho muita vergonha.” Entrevista ao procurador de Mikolaiv, que viu um colega ser detido por trair o país

A investigação dos 982 crimes de guerra que mataram 141 pessoas. Os dois procuradores feridos. E o magistrado preso por passar segredos aos russos. Entrevista do Observador ao procurador de Mikolaiv.

No início de abril, cinco semanas depois do início da guerra, este homem passou por um duplo embaraço. Eugeniy Ivanovych Riaby, 44 anos, chefe da procuradoria de Mikolaiv, uma das cidades mais atacadas pelos russos, teve de enfrentar o olhar suspeito de todos os que o conheciam. Os Serviços de Segurança da Ucrânia tinham divulgado que o chefe da procuradoria de Mikolaiv era suspeito de traição e tinha confessado o crime.

Como a nota oficial não divulgou o nome, e como a hierarquia da procuradoria é algo complexa, muita gente pensou que era Eugeniy o traidor. Não era, tratava-se do chefe da procuradoria responsável por outra área de Mikolaiv, que terá sido apanhado a passar a um intermediário informações sobre a situação das tropas na região, militares e civis mortos, o resultado dos ataques, locais de detenção dos prisioneiros russos e palavras-passe de cada dia para não parar nos checkpoints.

Para confirmar a suspeita, os serviços secretos fizeram chegar a este procurador uma lista de militares ucranianos mortos em combate, que o magistrado transmitiu depois ao seu intermediário e elo de ligação com os espiões russos, que também estava sob vigilância. Apreenderam-lhe o telemóvel e o computador e o procurador terá confessado o crime, sendo suspeito de traição. “Uma vergonha”, admite o seu colega Eugeniy, procurador há 18 anos e chefe da procuradoria de Mikolaiv desde abril de 2021.

Recolha de provas dos 982 ataques — e tentativa de saber de onde partiram

O adjunto e a assessora de imprensa assistem no gabinete do procurador a esta entrevista que concedeu ao Observador, onde descreve também o que tem feito para investigar os crimes de guerra, desvenda os números de processos e vítimas e hesita sobre qual seria a condenação justa para Vladimir Putin.

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O que é que mudou na Procuradoria de Mikolaiv desde que a guerra começou?
O escritório funciona em condições de guerra, claramente que não é um período normal, porque muitas mulheres procuradoras deixaram a cidade, devido ao facto de terem filhos. Nos primeiros dias, quando começou a agressão por parte da Federação Russa, aproximadamente 30% da equipa de procuradores, maioritariamente mulheres, deixaram a cidade. [O procurador vai à galeria de fotos do telemóvel e mostra um retrato com toda a equipa, captado antes da guerra, onde se vê que as mulheres eram quase metade das duas dezenas de elementos].

Quantos crimes de guerra estão a ser investigados nesta área de Mikolaiv?
Desde o início da guerra até ontem [17 de maio], foram registados 982 ataques por parte da Federação Russa que atingiram 1.202 infraestruturas na cidade de Mykolaiev. Seja com rockets, bombas, artilharia, etc. [Dá uma média de 12 ataques por dia.]

O procurador revela que, desde o início da guerra, foram registados 982 ataques por parte da Federação Russa que atingiram 1.202 infraestruturas na cidade de Mykolaiev

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

Quantas pessoas morreram na sequência desses ataques?
Morreram 141 civis, incluindo um bebé. Nós não divulgamos o número de militares. Houve ainda 266 pessoas que sofreram diferentes níveis de ferimentos, entre as quais 15 crianças.

Como é que é que feita a investigação desses crimes?
Os alertas de ataque chegam aos órgãos policiais, que avisam os órgãos de investigação. A nossa cidade tem quatro regiões administrativas: Korabely, Inhulysk, Central e Industrial. A equipa de investigação dirige-se ao local e o procurador responsável também vai até lá observar a situação. São registados os meios utilizados para o ataque e as suas consequências, nomeadamente a destruição de infraestruturas. Se for possível, são guardados os restos das munições utilizadas, como é o caso de restos de bombas.

[O procurador recorre novamente ao telemóvel para mostrar algumas das fotografias de edifícios bombardeados, e retratos com a presença de magistrados fotografados de costas]

Sempre que há vítimas ou destruição na sequência de um ataque, um procurador vai ao local para recolher provas e ouvir testemunhos

DR

Em cada um desses ataques, vemos uma foto com a presença do procurador. É um requisito legal para validar as provas?
Não é uma obrigação. O procurador não vai ao local em todas as situações, apenas naquelas em que há vítimas ou destruição. Por exemplo, se cair um rocket num território aberto sem grandes consequências, o procurador não vai. Mas sempre que é em habitações, hospitais, etc, nós obrigatoriamente vamos até lá.

Depois da recolha de provas, o que é que acontece?
Depois de uma análise pericial, recebemos a confirmação sobre as armas que terão sido utilizadas. Caso existam sobreviventes, são ouvidos como testemunhas e regista-se se houve mortos. Depois, registamos um processo criminal contra a Federação Russa, porque nós não conseguimos responsabilizar ninguém em concreto, uma vez que os ataques ocorrem para lá da linha da frente. Tenta-se pelo menos saber de onde saiu o ataque, para poder um dia identificar a unidade militar responsável e o comandante que deu a ordem para o ataque. Caso sejam necessárias provas mais tarde, por exemplo em Tribunal Internacional, os processos já estão organizados.

Que tipo de armas foram utilizadas por parte dos russos?
Maioritariamente foram utilizados sistemas de lançadores múltiplos de rockets, nomeadamente Grad, Uragan e Smerch.

Quantas vezes foram usadas bombas de fragmentação?
Não consigo dizer um número exato, mas em mais de 50% dos ataques houve bombas de fragmentação.

Custou muito o ataque contra a administração regional de Mikolaiv. Toda a gente sentiu que as vítimas foram pessoas que apenas estavam trabalhar, a cumprir a sua função, e aconteceu-lhes uma coisa destas. Também houve uma situação difícil na região de Korabel, onde foi atacada uma bomba de gasolina, onde também estavam pessoas inocentes, que só foram abastecer o carro de combustível.
Eugeniy Ivanovych Riaby, 44 anos, chefe da procuradoria de Mikolaiv

Os 982 ataques foram considerados crimes de guerra?
982 é o número de ataques que ocorreram contra infraestruturas civis no território da cidade. Mesmo que atinja 40 locais diferentes, classificamos como um crime, pois foi apenas um disparo. A responsabilidade pelos processos de crimes de guerra não é da polícia, mas dos Serviços de Segurança da Ucrânia. Mas, por haver tantos, foi decidido que nós também receberemos parte desses crimes para conduzir a investigação.

O ataque contra o edifício da administração regional, que provocou 36 mortes, foi o maior crime em Mikolaiv?
Sim.

Desses 982 ataques, em quantos foi possível descobrir quem foram os responsáveis?
Nós temos essa informação, mas, neste momento, não a podemos partilhar, porque pode afetar a investigação.

Na investigação aos crimes de guerra, os procuradores tentam saber de onde saiu o ataque, para poder identificar a unidade militar responsável e o comandante que deu a ordem

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

Mas suponho que, na maioria dos casos, seja praticamente impossível descobrir quem foram os militares responsáveis pelo ataque. Isso é frustrante para os investigadores?
Nós compreendemos e aceitamos isso, não é o primeiro ano que trabalhamos nesta área. Por agora, seguimos as instruções que recebemos, portanto, inicialmente concentramo-nos no registo das provas.

O testemunho dos sobreviventes dos ataques emocionalmente mais duros

Em Kiev começou a realizar-se o primeiro julgamento de um soldado russo por crimes de guerra. Está previsto algum julgamento em Mikolaiv?
Na cidade não ocorreram julgamentos, nem houve prisioneiros. Houve noutras regiões de Mikolaiv, mas nós não possuímos essa informação.

Mas houve militares russos capturados e interrogados?
Sim, sim, não foi na cidade, mas houve no distrito. Mas não posso divulgar essas informações. Não é da minha responsabilidade.

Disse há pouco que também recolhem o depoimento das vítimas para a investigação. É emocionalmente difícil recolher esses testemunhos?
O mais difícil foi falar com vítimas de ataques em que morreram pessoas. Claro que cada ataque é mau, devido à destruição que causa, mas a morte de uma pessoa é algo completamente diferente. Nada é mais valioso do que a vida. Custou muito o ataque contra a administração regional de Mikolaiv. Toda a gente sentiu que as vítimas foram pessoas que apenas estavam trabalhar, a cumprir a sua função, e aconteceu-lhes uma coisa destas. Também houve uma situação difícil na região de Korabel, onde foi atacada uma bomba de gasolina, onde também estavam pessoas inocentes, que só foram abastecer o carro de combustível. Ocorreu um ataque e três dessas pessoas morreram. A região de Inhulsk também foi alvo de um disparo com um lançador múltiplo de rockets que acertou nas paragens de transportes públicos onde estavam pessoas na fila à espera e em mercados próximos, onde morreram nove civis; havia uma senhora de 40 anos que costumava vender produtos nesse local e morreu devido ao ataque. Portanto, sim, custa ver a morte de pessoas que não tinham qualquer tipo de relação com a vida militar, como o caso desta senhora que saiu de casa apenas para ganhar algum dinheiro e morreu vítima de um bombardeamento.

As instruções para destruir ficheiros antes de os russos chegarem

Tem alguma informação sobre o que aconteceu aos seus colegas da procuradoria de Kherson, aqui ao lado, depois da ocupação pelos russos?
De acordo com as informações que recebi, eles foram oficialmente retirados e transferidos para a procuradoria do distrito de Ivano Frankivsk. Aqueles que conseguiram sair a tempo.

Sabe se algum procurador que ficou em Kherson aceitou colaborar com a nova administração nomeada pelos russos?
Não tenho essa informação.

Os ficheiros da procuradoria de Kherson foram salvaguardados ou os russos terão acesso a essa documentação sensível?
Em situações deste género, em que é necessária uma evacuação, temos um plano para o que devemos fazer. Caso exista uma ameaça militar, nós sabemos quem deve destruir ficheiros e papelada, etc. Sobre Kherson, eu acho que foi tudo salvaguardado, porque tenho lá um procurador meu amigo e sei que retiraram tudo.

Quem é que investiga os ucranianos que estão a colaborar com os ocupantes nomeados pelos russos em Kherson?
São os Serviços de Segurança da Ucrânia. Há procuradores específicos que são responsáveis por essa supervisão.

Procurador detido por traição. “Alguns até pensaram que era eu. Foi um filme”

Como é que está a correr a investigação a suspeitos de colaborarem com os russos em Mikolaiv?
Essa é outra das nossas prioridades, juntamente com os crimes de guerra. Estamos a realizar esse trabalho, sabemos que pessoas colaboraram e, num futuro próximo, elas enfrentarão as consequências.

Um procurador aqui de Mikolaiv foi detido por passar informação aos russos. O que nos pode adiantar sobre esse caso?
Na procuradoria da cidade existem 65 procuradores… [A assessora de imprensa aproxima-se do chefe da procuradoria, em pé, e intervém: “Era o responsável da procuradoria periférica de Mykolaiev. Este processo está a ser tratado pelos Serviços de Segurança da Ucrânia, logo nós não temos qualquer relação com essa investigação.] Ou seja, eu sou responsável pela procuradoria da cidade, mas também existem as periferias da cidade. Esse homem era o coordenador da procuradoria responsável pelas periferias. Alguns até pensaram que era eu. Tive de ligar para os Serviços de Segurança da Ucrânia. Foi um filme.

Haverá vários casos de ucranianos que estarão a colaborar com os russos. Esses casos estão a ser investigados pelos Serviços de Segurança da Ucrânia

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O que sentiu por ter sido confundido com um colega acusado de traição?
Eu tenho vergonha de que na procuradoria, depois de todo este percurso profissional, haja pessoas capazes deste tipo de ações.

Consegue ter a certeza de que este é o único caso na procuradoria?
Não posso ter a certeza, mas tenho a esperança de que seja o único caso. O primeiro e o último.

A sua equipa ajudou a reunir provas para este processo?
Não. Existem investigadores e procuradores responsáveis por isso. Caso nos peçam para realizar algum tipo de investigação, sem dúvida que a faremos. No entanto, não fiz parte dessa investigação.

Conhecia o procurador. Ficou surpreendido?
Sim. Ele não era meu amigo, tínhamos uma relação profissional, víamo-nos uma ou duas vezes por mês. Mas sim, fiquei surpreendido.
[Nova entrada da assessora de imprensa: “Foi um choque. Todos os funcionários ficaram surpreendidos.]

Preocupa-lhe que este caso manche a imagem da procuradoria?
[A assessora antecipa-se de novo: “Ele já manchou”.]
É o que eu digo, eu tenho vergonha, porque já trabalho nos órgãos de procuradoria há mais de 20 anos. Tenho muita vergonha de ter um colega [preso por traição].

Sabe o que lhe aconteceu entretanto?
Está detido temporariamente a aguardar a investigação.

Três processos por suspeita de colaboração com russos com motivações financeiras

Tem muitos civis a denunciar suspeitos de colaborarem com os russos?
Claro. Sente-se que a comunidade está unida contra a agressão e está a colaborar.

Quantos telefonemas já recebeu com essas denúncias?
Não consigo dizer números, até porque não é algo que as pessoas façam por telefone, normalmente vêm aqui ter e a informação é filtrada e verificada. As pessoas tornaram-se atentas na rua e informam quando veem um indivíduo suspeito, e nós analisamos essa informação, se de facto é alguma ameaça ou se foi apenas uma impressão.

Quantos casos de colaboração estão em investigação em Mikolaiv?
[Há uma troca de olhares entre o chefe e o adjunto, e este responde: “Há três, mas não podemos partilhar detalhes sobre essa informação.]

Qual é a motivação dessas pessoas para colaborarem com o inimigo?
[Responde novamente o adjunto: ”Vantagens materiais. Dinheiro. O dinheiro compra as ideias.”]

Tem alguma ideia de quanto os russos pagam por essa informação?
[Ainda o adjunto, que estará mais por dentro destas investigações: “Não é muito, não é assim uma fortuna.”]

Os procuradores feridos em bombardeamentos. E o destino de Putin na Justiça

Algum procurador morreu ou ficou ferido desde o início da guerra?
Tenho dois procuradores na minha equipa que ficaram feridos devido ataques da Federação Russa, ficaram vivos. Um deles teve de amputar o braço.

O que lhe aconteceu?
Estava com os pais perto de Voznesensk. Depois de atacarem a aldeia, ele estava a conduzir o carro e atingiram-no.

E o outro caso?
O outro procurador tinha ido ao mercado quando começou um bombardeamento que o atingiu na perna esquerda. Está a recuperar no hospital.

Nas povoações ocupadas e na cidade de Kherson, aqui ao lado, os russos estão a ir atrás dos altos funcionários do Estado. Sente-se ameaçado? Acha que virão à sua procura caso entrem em Mikolaiv?
Claro. Eles já têm acesso a essas listas com os nomes dos meus colegas nos territórios em que estão, como Berdyansk, Melitopol, etc.

Alguns ucranianos estão a colaborar com os russos a troco de dinheiro. À procuradoria têm chegado muitas denúncias e há três casos em investigação

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Tem receio de ser raptado?
[A assessora intromete-se: “Eles podem sequestrá-lo ou mesmo matá-lo”.]
Sei disso, veremos de acordo com a situação.

A sua família permaneceu em Mikolaiv?
A minha mulher está aqui. Os meus filhos estão escondidos, não vou dizer onde por razões de segurança.

Acha que Vladimir Putin vai algum dia ser levado à Justiça?
O seu destino tem de ser decidido pelo Tribunal Internacional.

Acha que ele pode ser considerado culpado, por exemplo, pelo ataque ao edifício da administração regional de Mikolaiv?
Espero que ele seja declarado culpado pela agressão direta contra o território de um país independente. Temos um direito internacional que afirma que as fronteiras dos países são intocáveis. Nada pode justificar aquilo que está a acontecer. Espero que seja considerado culpado por tudo aquilo que aconteceu, incluindo o ataque à administração regional e todos os outros crimes que ocorreram no território do nosso Estado.

Como homem de leis, qual acha que devia ser a pena a aplicar em caso de condenação?
A pior. Não sei se é pior ficar na prisão durante anos ou a pena de morte.

Tem havido algumas denúncias de que os ucranianos também cometem crimes de guerra contra os prisioneiros russos. O que tem a dizer sobre isso?
Não tenho qualquer conhecimento sobre esses casos.

Anda habitualmente armado?
Tenho uma arma que nunca usei. Mas se for necessário uso.

Tem medo de ter os russos aqui tão perto, a cerca de 20 km?
Qualquer pessoa tem medo. Não é normal que a tua cidade esteja a ser bombardeada.

[No fim da entrevista, o procurador voltou a mostrar imagens da guerra em Mikolaiv no seu telemóvel. Aceitou partilhar o seu álbum de fotos da guerra, que pode ver aqui:]

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