Prometia, prometia, não dava. Prometia, prometia, era ainda pior. Prometia, prometia, falhava mais uma vez. A Rússia foi durante largos anos caracterizado no futebol como um urso que poderia a qualquer momento tornar-se assustador mas que continuava adormecido, tanto que nem mesmo na fase de maior sucesso das suas equipas nacionais conseguiu rentabilizar esse trabalho em prol da seleção – à exceção de 2008, quando chegou às meias do Europeu com a Espanha. Agora, no último Mundial de 2018 que já teve o velho lobo Stanislav Cherchesov no banco, chegou aos quartos e caiu apenas nos penáltis frente à Croácia. Outra exceção ou uma nova regra?

Essa é a grande dúvida em relação ao conjunto russo para este Europeu, que tem um conjunto muito renovado sobretudo no setor recuado (e a única maneira de fintar essa inexperiência é jogar com companheiros da mesma equipa, que são muitos) mas com grande qualidade do meio-campo para a frente, entre os três criativos que vão estar no apoio à grande figura da presente seleção, Dzyuba. Depois, os números mostram que as campanhas da Rússia são melhores ou piores consoante o resultado do primeiro encontro da fase final que, desta vez, colocará a formação de leste frente à equipa que acabou o grupo de qualificação na frente: a Bélgica.

BI

  • Ranking FIFA atual: 38.º
  • Melhor ranking FIFA: 3.º (abril de 1996)
  • Alcunha: Сборная (A Equipa Nacional)
  • Presenças em fases finais: 12.ª
  • Última participação: 2016 (fase de grupos, 1 ponto)
  • Melhor resultado: Campeão em 1960 como União Soviética (Jugoslávia, 2-1 a.p.), meias em 2008 como Rússia (Espanha, 0-3)
  • Qualificação: 2.º lugar no grupo I com Bélgica, Escócia, Chipre, Cazaquistão e São Marino (24 pontos em 10 jogos, com um total de 8 vitórias, 2 derrotas e 33-8 em golos)

Jogos em 2021

  • Malta, 3-1 (V, fora, qualificação Mundial)
  • Eslovénia, 2-1 (V, casa, qualificação Mundial)
  • Eslováquia, 1-2 (D, fora, qualificação Mundial)
  • Polónia, 1-1 (E, fora, jogo particular)
  • Bulgária, 1-0 (V, casa, jogo particular)

O onze

  • 4x2x3x1: Shunin; Mário Fernandes, Semyonov, Dzhikiya, Zhirkov; Zobnin, Ozdoev; Miranchuk, Golovin, Cheryshev e Dyuba

O treinador

  • Stanislav Cherchesov (russo, 57 anos, desde 2016)

O craque

  • Artem Dzyuba (32 anos, avançado do Zenit)

A revelação

  • Aleksandr Golovin (25 anos, médio ofensivo do Mónaco)

O mais internacional e o maior goleador

  • Sergei Ignashevich (127 internacionalizações) e Aleksandr Kerzhakov (30 golos)

Os 26 convocados

  • Guarda-redes (3): Yuri Dyupin (Rubin), Matvei Safonov (Krasnodar) e Anton Shunin (Dínamo Moscovo)
  • Defesas (6): Igor Diveev (CSKA Moscovo), Georgi Dzhikiya (Spartak Moscovo), Mário Fernandes (CSKA Moscovo), Vyacheslav Karavaev (Zenit), Fedor Kudryashov (Antalyaspor) e Andrei Semenov (Akhmat)
  • Médios (11): Dmitri Barinov (Lokomotiv Moscovo), Denis Cheryshev (Valencia), Daniil Fomin (Dinamo Moscovo), Aleksandr Golovin (Mónaco), Daler Kuzyaev (Zenit), Andrei Mostovoy (Zenit), Maksim Mukhin (CSKA Moscovo), Magomed Ozdoev (Zenit), Rifat Zhemaletdinov (Lokomotiv Moscovo), Yuri Zhirkov (Zenit) e Roman Zobnin (Spartak Moscovo)
  • Avançados (6): Artem Dzyuba (Zenit), Aleksei Ionov (Krasnodar), Denis Makarov (Rubin), Aleksei Miranchuk (Atalanta), Aleksandr Sobolev (Spartak Moscovo) e Anton Zabolotny (CSKA Moscovo)

O local do estágio

  • Novogorsk, Khimki (Rússia)

A ligação a Portugal

  • A seleção russa tem apenas quatro jogadores que não atual nesta fase na Rússia, entre Espanha, Itália, França e Turquia. O campeão do país, o Zenit, é a formação mais representada com seis jogadores, seguida da Lokomotiv Moscovo e do Spartak Moscovo. Todos têm o seu ponto de contacto: Wendel, médio brasileiro que passou pelo Sporting, joga hoje no Zenit; Éder, o herói de Portugal no Europeu de 2016, joga hoje no Lokomotiv Moscovo com o antigo avançado do FC Porto Zé Luís; e Rui Vitória, antigo treinador de P. Ferreira, V. Guimarães, Benfica e Al Nasr, foi apresentado recentemente no Spartak Moscovo.

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