Durante anos a fio, mesmo com uma suposta rivalidade Real-Barcelona que chegava também ao balneário da seleção, a Espanha ganhava. Ganhava (Europeu de 2008), ganhava (Mundial de 2010), ganhava (Europeu de 2012). A seguir, de forma quase natural, fechou-se esse ciclo sem que a equipa conseguisse os mesmos sucessos mas sempre com conjuntos competitivos e candidatos ao triunfo. No entanto, a partir de 2018, tornou-se quase um produto tóxico que parece atrair os azares, entre o despedimento de Lopetegui em cima do Mundial de 2018 e a guerra aberta entre Luis Enrique e o antigo adjunto Roberto Moreno quando o primeiro voltou à seleção após um período sabático em que focou atenções na filha de nove anos que padecia de um problema oncológico. Agora, o caos voltou mas de forma invisível: o teste positivo à Covid-19 de Sergio Busquets fez soar os alarmes.

Os jogadores foram isolados, passaram a treinar separados e o último encontro particular com a Lituânia foi feito sobretudo por jogadores Sub-21, alguns já de férias depois do Europeu da categoria. Agora a tempestade já parece estar a passar mas a preparação para a fase final foi tudo menos a planeada. E o grande desafio de Luis Enrique passa por superar essas condicionantes para colocar em campo uma nova versão da Roja, com muitos jogadores mais jovens, sem a presença do capitão Sergio Ramos (por motivos físicos, de acordo com o treinador) e uma matriz de jogo assente na posse e circulação que procura ainda a melhor ligação ao setor ofensivo. À semelhança do que aconteceu no último Mundial, existe uma incógnita grande em torno da capacidade da equipa em chegar longe na prova. Mas com uma certeza: a Espanha é e continuará a ser candidata.

BI

  • Ranking FIFA atual: 6.º
  • Melhor ranking FIFA: 1.º (julho de 2008 a junho de 2009; outubro de 2009 a março de 2010; julho de 2010 a julho de 2011; outubro de 2011 a julho de 2014)
  • Alcunha: La Roja (A Vermelha)
  • Presenças em fases finais: 11.ª
  • Última participação: oitavos em 2016 (Itália, 0-2)
  • Melhor resultado: campeã em 1964 (União Soviética, 2-1), em 2008 (Alemanha, 1-0) e em 2012 (Itália, 4-0)
  • Qualificação: 1.º lugar no grupo F com Suécia, Noruega, Roménia, Ilhas Faroé e Malta (26 pontos em 10 jogos, com um total de 8 vitórias, 2 empates e 31-5 em golos)

Jogos em 2021

  • Grécia, 1-1 (E, casa, qualificação Mundial)
  • Geórgia, 2-1 (V, fora, qualificação Mundial)
  • Kosovo, 3-1 (V, casa, qualificação Mundial)
  • Portugal, 0-0 (E, casa, jogo particular)
  • Lituânia, 4-0 (V, casa, jogo particular)

O onze

  • 4x3x3: Unai Simón; Marcos Llorente, Laporte, Pau Torres, Jordi Alba; Busquets, Thiago Alcântara, Fabián Ruíz; Ferran Torres, Dani Olmo e Morata

O treinador

  • Luis Enrique (espanhol, 51 anos, desde 2018)

O craque

  • Álvaro Morata (28 anos, avançado da Juventus/Atl. Madrid)

A revelação

  • Dani Olmo (23 anos, médio ofensivo do RB Leipzig)

O mais internacional e o maior goleador

  • Sergio Ramos (180 internacionalizações) e David Villa (59 golos)

Os 26 convocados

  • Guarda-redes (3): David de Gea (Manchester United), Unai Simón (Athl. Bilbao) e Robert Sánchez (Brighton)
  • Defesas (7): José Gayà (Valencia), Jordi Alba (Barcelona), Pau Torres (Villarreal), Aymeric Laporte (Manchester City), Eric García (Manchester City), Diego Llorente (Leeds) e César Azpilicueta (Chelsea)
  • Médios (10): Thiago Alcântara (Liverpool), Sergio Busquets (Barcelona), Koke (Atl. Madrid), Marcos Llorente (Atl. Madrid), Dani Olmo (RB Leipzig), Rodri (Manchester City), Fabián Ruiz (Nápoles), Pablo Sarabia (PSG), Ferran Torres (Manchester City) e Adama Traoré (Wolverhampton)
  • Avançados (4): Álvaro Morata (Juventus), Gerard Moreno (Villarreal), Mikel Oyarzabal (Real Sociedad) e Pedri (Barcelona)

O local do estágio

  • Las Rozas de Madrid (Espanha)

A ligação a Portugal

  • O grande caso a marcar a preparação da Espanha surgiu depois do encontro contra Portugal, com o teste positivo de Covid-19 de Sergio Busquets que fez soar os alarmes na comitiva da Roja (sem que existisse uma ligação direta à Seleção Nacional, que já tinha sido vacinada). E já tinha sido assim também no Mundial de 2018, com outra história mas Portugal também na narrativa: em vésperas do jogo inaugural, foi conhecido o acordo entre Julen Lopetegui e o Real Madrid, Rubiales decidiu despedir de imediato o selecionador e foi Fernando Hierro que assumiu o comando da equipa 48 horas antes do encontro diante da Seleção em Sochi, que terminaria com um empate a três e com Cristiano Ronaldo a apontar um hat-trick.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR