A Dinamarca podia ser campeã da Europa ou do Mundo mas nenhuma história irá conseguir comparar-se ao que aconteceu em 1992, quando uma equipa estava de férias, alguns jogadores andavam já na praia, recebeu uma chamada de confirmação à última hora para substituir a Jugoslávia, parecia já eliminada depois de um empate sem golos com Inglaterra e de uma derrota com a Suécia, ganhou de forma surpreendente à França, bateu a Holanda nas grandes penalidades e venceu depois na final a Alemanha. Nunca houve nada assim, é complicado voltar a haver algo assim. E até existe um ponto em comum com a atual seleção, com Schmeichel pai na baliza nos anos 90 e Schmeichel filho agora na baliza. Em tudo o resto, os escandinavos mudaram.

Não se pode dizer que, apesar de ter perdido algumas figuras importantes nos últimos tempos, a Dinamarca surja mais frágil. Longe disso: Kasper dá garantias totais na baliza; o experiente Kjaer tem a seu lado na defesa o campeão europeu Christensen; Delaney (B. Dortmund) e Höjberg (Tottenham) foram motores fulcrais em cada uma das suas formações esta época; Eriksen continua o mesmo mago, jogando na frente com Dolberg ou com Wind. O que falta? Juntar peças. E esse é grande desafio do selecionador Kasper Hjulmand, que assumiu o comando da equipa com bons resultados mas sem a garantia de que a Dinamarca consegue fintar uma habitual irregularidade nas fases finais onde joga um futebol sempre elogiado mas não chega longe nas provas.

BI

  • Ranking FIFA atual: 10.º
  • Melhor ranking FIFA: 3.º (maio de 1997 e agosto de 1997)
  • Alcunha: De röd-hvide (Os vermelhos e brancos)
  • Presenças em fases finais: 9.ª
  • Última participação: 2012 (fase de grupos)
  • Melhor resultado: Campeões em 1992 (Alemanha, 2-0)
  • Qualificação: 2.º lugar no grupo D com Suíça, Rep. Irlanda, Geórgia e Gibraltar (16 pontos em 8 jogos, com um total de 4 vitórias, 4 empates e 23-6 em golos)

Jogos em 2021

  • Israel, 2-0 (V, fora, qualificação Mundial)
  • Moldávia, 8-0 (V, casa, qualificação Mundial)
  • Áustria, 4-0 (V, fora, qualificação Mundial)
  • Alemanha, 1-1 (E, neutro, jogo particular)
  • Bósnia, 2-0 (V, casa, jogo particular)

O onze

  • 4x2x3x1: Kasper Schmeichel; Daniel Wass, Kjaer, Christensen, Maehle; Delaney, Höjberg; Poulsen, Eriksen, Braithwaite e Dolberg

O treinador

  • Kasper Hjulmand (dinamarquês, 49 anos, desde 2020)

O craque

  • Christian Eriksen (29 anos, médio ofensivo do Inter)

A revelação

  • Kasper Dolberg (23 anos, avançado do Nice)

O mais internacional e o maior goleador

  • Peter Schmeichel (129 internacionalizações) e Poul “Tist” Nielsen e Jon Dahl Tomasson (52 golos)

Os 26 convocados

  • Guarda-redes (3): Jonas Lössl (Midtjylland), Frederik Rönnow (Schalke 04) e Kasper Schmeichel (Leicester)
  • Defesas (8): Joachim Andersen (Fulham), Nicolai Boilesen (Copenhaga), Andreas Christensen (Chelsea), Mathias Jörgensen (Copenhagen), Simon Kjaer (AC Milan), Joakim Mähle (Atalanta), Jens Stryger Larsen (Udinese) e Jannik Vestergaard (Southampton)
  • Médios (8): Anders Christiansen (Malmö), Thomas Delaney (Dortmund), Christian Eriksen (Inter Milan), Pierre-Emile Höjbjerg (Tottenham), Mathias Jensen (Brentford), Christian Nörgaard (Brentford), Robert Skov (Hoffenheim) e Daniel Wass (Valencia)
  • Avançados (7): Martin Braithwaite (Barcelona), Andreas Cornelius (Parma), Mikkel Damsgaard (Sampdoria), Kasper Dolberg (Nice), Andreas Skov Olsen (Bolonha), Yussuf Poulsen (RB Leipzig) e Jonas Wind (Copenhaga)

O local do estágio

  • Helsingör (Dinamarca)

A ligação a Portugal

  • Não é propriamente a coisa mais comum do mundo mas aconteceu: Kasper Schmeichel, há muito dono da baliza da Dinamarca seguindo as pisadas do pai Peter (que ainda hoje é o dinamarquês com mais jogos pela seleção principal, tendo ganho a edição de 1992 do Europeu), jogou duas temporadas em Portugal quando era ainda iniciado, entre 1999 e 2001, quando o pai representava o Sporting. Aliás, o guarda-redes do Leicester fazia quase dois treinos por dia, no Estoril, onde jogava, e em Alvalade, onde Peter treinava e a seguir ainda trabalhava algumas vezes com o filho. Kasper seguiu depois com o pai para o Manchester City, tendo passado depois por vários clubes por empréstimo antes de assentar há uma década nos foxes.

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