Antigo defesa do Chelsea, com mais de 300 jogos no currículo pelos blues ao longo de mais de uma década, Steve Clarke teve a particularidade de nunca ter tentado apressar o seu percurso de técnico principal para ir fazendo um caminho de aprendizagem como adjunto entre Newcastle, Chelsea, West Ham ou Liverpool onde teve a oportunidade de trabalhar com nomes como Ruud Gullit, José Mourinho (com quem ganhou seis títulos, entre 2004 e 2007), Gianfranco Zola ou o mítico Kenny Dalgish, uma das maiores figuras escocesas a par de Denis Law. A partir de 2012, mais de dez anos depois como adjunto, assumiu os primeiros projetos a solo e é esse percurso que justifica em grande parte o regresso da Escócia aos grandes palcos internacionais 25 anos depois.

Os escoceses têm algumas fragilidades. A defesa nunca revelou grande solidez, o ataque nunca foi assustador. Mas, aos poucos, a equipa melhorou. E essa subida foi muito assente na capacidade de Clarke construir uma estrutura tática e uma identidade que potenciam a ação dos principais valores da equipa, casos de Robertson, McTominay McGinn ou Tierney. Ainda pode ser curto mas tornou-se uma base interessante para ir lançando novos valores e consolidar o processo em curso. Depois, quando a bola rolar, entra em campo a entrega, todo o espírito de sacrifício, a dedicação. Isso e a fé nos penáltis, que valeram o apuramento para este Euro 2020.

BI

  • Ranking FIFA atual: 44.º
  • Melhor ranking FIFA: 13.º (outubro de 2007)
  • Alcunha: Tartan Army (O Exército de Tartan)
  • Presenças em fases finais: 3.ª
  • Última participação: 1996 (fase de grupos, 4 pontos)
  • Melhor resultado: fase de grupos em 1992 (3.º lugar, 2 pontos) e em 1996 (3.º lugar, 4 pontos)
  • Qualificação: 3.º lugar no grupo I com Bélgica, Rússia, Chipre, Cazaquistão e São Marino (15 pontos em 10 jogos, com um total de 5 vitórias, 5 derrotas e 18-3 em golos); vitórias no playoff com Israel (0-0, 5-3 g.p.) e Sérvia (1-1, 5-4 g.p.)

Jogos em 2021

  • Áustria, 2-2 (E, casa, qualificação Mundial)
  • Israel, 1-1 (E, fora, qualificação Mundial)
  • Ilhas Faroé, 4-0 (V, casa, qualificação Mundial)
  • Países Baixos, 2-2 (E, fora, jogo particular)
  • Luxemburgo, 1-0 (V, fora, jogo particular)

O onze

  • 3x4x3: Marshall; Hanley, Gallagher, Tierney; O’Donnell, McTominay, McGinn, Robertson; Dykes, Christie e Ché Adams

O treinador

  • Steve Clarke (escocês, 57 anos, desde 2019)

O craque

  • Andy Robertson (27 anos, lateral do Liverpool)

A revelação

  • Scott McTominay (24 anos, médio do Manchester United)

O mais internacional e o maior goleador

  • Kenny Dalgish (102 internacionalizações e 30 golos) e Denis Law (30 golos)

Os 26 convocados

  • Guarda-redes (3): Craig Gordon (Hearts), David Marshall (Derby County) e Jon McLaughlin (Rangers)
  • Defesas (10): Liam Cooper (Leeds), Declan Gallagher (Motherwell), Grant Hanley (Norwich), Jack Hendry (Celtic), Scott McKenna (Nottingham Forest), Stephen O’Donnell (Motherwell), Nathan Patterson (Rangers), Andy Robertson (Liverpool), Greg Taylor (Celtic) e Kieran Tierney (Arsenal)
  • Médios (10): Stuart Armstrong (Southampton), Ryan Christie (Celtic), John Fleck (Sheffield United), James Forrest (Celtic), Ryan Fraser (Newcastle), Billy Gilmour (Chelsea), John McGinn (Aston Villa), Callum McGregor (Celtic), Scott McTominay (Manchester United) e David Turnbull (Celtic)
  • Avançados (3): Ché Adams (Southampton), Lyndon Dykes (QPR), Kevin Nisbet (Hibernian)

O local do estágio

  • Hurworth-on-Tees (Inglaterra)

A ligação a Portugal

  • Steve Clarke sucedeu em 2019 a Craig Brown como selecionador da Escócia e conseguiu aquilo que parecia impossível a breve prazo, tendo em conta não só o passado histórico mas também a falta de referências na equipa que permitissem dar um salto qualitativo: a qualificação para a fase final de uma grande prova. Foi mais um teste superado por um técnico que forte ligação a José Mourinho, depois de ter sido adjunto do português ao longo de quase quatro anos na primeira passagem do português pelo Chelsea no seguimento do título europeu do FC Porto, onde ganhou dois Campeonatos, uma Taça de Portugal, duas Taças da Liga e uma Supertaça entre os anos de 2004 e 2007 (ganharia mais na segunda passagem mas sem Clarke).

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