A 22 de junho de 2016, o coração dos adeptos portugueses parou três vezes. Depois de não ter ido além de dois empates contra a Áustria e a Islândia, Portugal estava totalmente proibido de perder contra a Hungria — a consequência, a impensável consequência, seria a eliminação logo na fase de grupos do Europeu. Dois golos de Cristiano Ronaldo, com um terceiro de Nani, garantiram a igualdade e colocaram a Seleção nos oitavos de final através do terceiro lugar do grupo. O resto, como se sabe, é história.
Agora, cinco anos depois e enquanto campeão europeu, Portugal volta a cruzar-se com a Hungria. A equipa de Marco Rossi chega ao Europeu sem derrotas nos últimos 11 jogos, sendo que ganhou sete, mas com uma das tarefas mais complexas: sobreviver a um grupo que, para além de Portugal, integra ainda França e Alemanha. Para isso, a Hungria conta com o experiente Peter Gulácsi, o guarda-redes do RB Leipzig, e com o avançado Ádám Szalai, o mais internacional e o maior goleador de toda a convocatória. A má notícia, que acaba por enfraquecer em larga escala a qualidade individual da seleção, foi a lesão do jovem Dominik Szoboszlai, o médio de 20 anos do RB Leipzig que é uma das promessas do futebol europeu e uma das grandes ausências do Euro 2020.
BI
- Ranking FIFA atual: 37.º
- Melhor ranking FIFA: 26.º (abril a maio de 2016)
- Alcunha: Magyarok (Os Magiares)
- Presenças em fases finais: 4.ª
- Última participação: 2016 (oitavos, Bélgica, 0-4)
- Melhor resultado: Terceiro lugar em 1964 (Dinamarca, 3-1)
- Qualificação: 4.º lugar no Grupo E com Croácia, País de Gales, Eslováquia e Azerbaijão (12 pontos em 8 jogos, com um total de 4 vitórias, 4 derrotas e 8-11 em golos); vitórias no playoff com Bulgária (1-3) e Islândia (2-1)
Jogos em 2021
- Polónia, 3-3 (E, casa, qualificação Mundial)
- São Marino, 0-3 (V, fora, qualificação Mundial)
- Andorra, 1-4 (V, fora, qualificação Mundial)
- Chipre, 1-0 (V, casa, jogo particular)
- Rep. Irlanda, 0-0 (V, casa, jogo particular)
O onze
- 4x4x2: Gulácsi; Fiola, Orbán, Szalai; Lovrencsics; Kleinheisler, Nagy, Sigér, Lang; Szalai e Sallai
O treinador
- Marco Rossi (italiano, 56 anos, desde 2018)
O craque
- Ádám Szalai (33 anos, avançado do Mainz)
A revelação
- Szabolcs Schön (20 anos, avançado do FC Dallas)
O mais internacional e o maior goleador
- Gábor Király e Balázs Dzsudzsák (108 internacionalizações) e Ferenc Puskás (84 golos)
Os 26 convocados
- Guarda-redes (3): Ádám Bogdán (Ferencváros), Dénes Dibusz (Ferencváros) e Péter Gulácsi (RB Leipzig)
- Defesas (9): Bendegúz Bolla (Fehérvár), Endre Botka (Ferencváros), Attila Fiola (Fehérvár), Ákos Kecskés (Lugano), Ádám Lang (Omonia Nicosia), Gergő Lovrencsics (Ferencváros), Loïc Négo (Fehérvár), Willi Orbán (RB Leipzig) e Attila Szalai (Fenerbahçe)
- Médios (8): Tamás Cseri (Mezőkövesd), Dániel Gazdag (Philadelphia Union), László Kleinheisler (Osijek), Ádám Nagy (Bristol City), András Schäfer (Dunajská Streda), Dávid Sigér (Ferencváros), Kevin Varga (Kasımpasa) e Roland Varga (MTK Budapeste)
- Avançados (6): János Hahn (Paks), Filip Holender (Partizan), Nemanja Nikolic (Fehérvár), Roland Sallai (Friburgo), Szabolcs Schön (FC Dallas) e Ádám Szalai (Mainz)
O local do estágio
- Telki (Hungria)
Ligação a Portugal
- Novamente integrada no mesmo grupo de Portugal, a Hungria já tinha sido adversária da Seleção Nacional no Euro 2016, quando a equipa portuguesa acabou por conseguir vencer a competição. Na altura, Portugal e Hungria encontraram-se na derradeira partida daquele que também era, curiosamente, o Grupo F, e empataram a três golos num jogo emocionante: Gera abriu o marcador na primeira parte, Nani empatou antes do intervalo mas Dzsudzsák repôs a vantagem húngara no arranque do segundo tempo, Cristiano Ronaldo voltou a igualar, Dzsudzsák bisou e o mesmo Ronaldo fechou as contas. A Hungria passou aos oitavos de final enquanto líder de grupo e Portugal não foi além de um terceiro lugar, atrás da Islândia — só que os húngaros caíram logo na fase seguinte, goleados pela Bélgica, e os portugueses sorriram na final de Paris contra França.