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Campeão e vice-campeão decidem este sábado quem fica com o segundo troféu mais importante do futebol português
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Campeão e vice-campeão decidem este sábado quem fica com o segundo troféu mais importante do futebol português

MIGUEL A. LOPES/LUSA

Campeão e vice-campeão decidem este sábado quem fica com o segundo troféu mais importante do futebol português

MIGUEL A. LOPES/LUSA

"Final serve como Supertaça. Mas FC Porto é melhor do que o Benfica". Pedro Henriques sobre a Taça, o projeto encarnado e Sérgio Conceição

Na antevisão da Taça, Pedro Henriques compara FC Porto e Benfica, fala sobre Jesus e o futuro de Conceição. Diz que os encarnados não têm "projeto europeu" e defende que jogadores são "privilegiados".

Jogador profissional durante 12 anos, comentador há 13, uma das vozes mais reconhecidas sempre que um jogo de futebol é transmitido na televisão. Pedro Henriques tem 45 anos, foi campeão nacional pelo Benfica, representou o V. Setúbal, o Belenenses, o Santa Clara e acabou a carreira na Académica. Chegou a assinar pelo FC Porto, no verão de 1997, mas uma lesão no joelho impediu-o de alguma vez entrar em campo vestido de azul e branco. Deixou os relvados com apenas 31 anos, com uma Taça de Portugal para juntar ao título de campeão no palmarés e sempre castigado por recorrentes lesões.

Comentador televisivo desde 2007 e uma das caras da SPORT TV sempre que o assunto é futebol, Pedro Henriques falou com o Observador sobre a final da Taça de Portugal deste sábado, dia 1 de agosto, entre FC Porto e Benfica. Enquadrada numa das temporadas mais atípicas da história do futebol português, marcada para Coimbra em substituição do Jamor e depois de os dragões terem sido campeões nacionais já na segunda metade de julho, a decisão do segundo troféu mais importante a nível interno tem esta época condicionantes óbvias e que não podem ser ignoradas.

Em entrevista, o antigo lateral esquerdo falou sobre a diferença entre as duas equipas, sobre o que Jorge Jesus fará quando pegar no plantel encarnado e sobre o futuro de Sérgio Conceição. E ainda deixou um recado aos jogadores: “São privilegiados e há muita gente pior do que eles. Isto foi difícil para os jogadores, foi difícil para os treinadores mas foi muito difícil para os pais, para as crianças, para os idosos, para os médicos, para as pessoas que ficaram sem emprego, para quem está na restauração”, atirou Pedro Henriques.

O antigo jogador defende que o FC Porto é favorito na final da Taça mas lembra que o Benfica tem "obrigação de jogar para ganhar"

Jose M. Alvarez/JARSportimages.com

Tem sido muito repetida a ideia de que esta temporada foi uma das piores dos últimos anos em Portugal — mesmo sem pandemia e sem interrupção, pelo baixo nível da qualidade do futebol que se jogou. É mesmo assim ou é um exagero?
Não acho que tenha sido assim, porque eu vi jogos de grande qualidade, vi equipas a jogar muito bem. Desde 2007 que comento futebol e é verdade que o nível dos jogadores não é tão alto como já foi, mas isso também tem a ver com o poder de compra dos portugueses. Ainda ontem estava a ver que o Benfica era uma das 46 equipas mais poderosas em termos de valor financeiro, algo por aí. E eu começo a pensar: se uma empresa portuguesa estivesse nas 46 mais poderosas da Europa, ficava todo contente. Porque a verdade é que nós, no resto das coisas para além do futebol, estamos ultrapassados sempre e em quase tudo, mesmo pelos países mais recentes, os que entraram mais tarde na comunidade europeia. Nós vamos ficando sempre na cauda, se isto fosse ciclismo seríamos sempre o carro-vassoura. No futebol, somos muito exigentes e queremos ter o futebol que têm os países super desenvolvidos. Nós não somos um país de terceiro mundo mas temos coisas de terceiro mundo. E estamos na Europa, se não estivéssemos, estávamos tramados.

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Mas a qualidade de jogo de algumas equipas foi bem abaixo da média.
Acho que a qualidade do jogo foi fraca em algumas equipas, sim, mas não foi deste ano, no ano passado também houve equipas que jogavam muito mal, outras que jogavam bem. Este ano vi o Famalicão a jogar muito bem, vi o Sp. Braga a jogar muito bem, vi o P. Ferreira em determinada fase a jogar bem. O Rio Ave, também o V. Guimarães numa fase inicial, o Santa Clara até. Temos é de olhar para os argumentos que têm. As equipas portuguesas têm menos capacidade para contratar os jogadores e os plantéis que nós já tivemos. Há uns anos o Benfica tinha Di María, Gaitán, Jonas, este tipo de jogadores, o FC Porto tinha Hulk, James, Lucho, Quaresma, mas já não conseguimos voltar a ter isso. Deixámos de conseguir ter, por isso, é normal que a qualidade do jogo tenha caído um bocadinho. Já os treinadores estão cada vez melhor preparados. A qualidade de jogo pode ter caído um bocadinho mas não acho que seja uma diferença significativa porque há umas equipas que jogam muito mal mas depois aparecem outras surpresas boas, como Famalicão, Rio Ave, Sp. Braga. Não sou daqueles que acha que está tudo mal. O pior que nós temos não é o que se passa dentro de campo.

"Nós vamos ficando sempre na cauda, se isto fosse ciclismo seríamos sempre o carro-vassoura. No futebol, somos muito exigentes e queremos ter o futebol que têm os países super desenvolvidos. Nós não somos um país de terceiro mundo mas temos coisas de terceiro mundo".

A final da Taça de Portugal costuma ser no final de maio, antes de dois ou três meses em que as pessoas se esquecem um pouco do futebol, ou pelo menos do futebol de clubes. Isso não vai acontecer este ano, em que o futebol terá apenas umas semanas de interrupção. Esse fator torna esta final ainda mais importante, numa época tão atípica?
Esta final é diferente e pode servir quase como uma Supertaça. Não estou a desvalorizar nada nem a valorizar demais. Acho que esta final não tem tanto o peso da época que terminou, de o FC Porto ser campeão e bem, mas será já como se fosse um tónico para a próxima. Como se fosse a Supertaça, porque vai já começar tudo. Vão descansar uma semana, acho eu. Vai ser diferente mas eu estou convencido de que em teoria isto pode ser já uma pré-época. Isto foi tudo uma pré-época em andamento mas eu considero que esta Taça de Portugal, que é a segunda competição mais importante a seguir ao Campeonato, é já como se fosse uma Supertaça. Se o Benfica ganhar, é bom porque esquece um bocadinho o trauma de não ter conseguido ganhar o Campeonato, de ter sido abafado pelo FC Porto, e pode ter aqui um estímulo adicional para: “Ok, afinal estamos melhor”. Se for o FC Porto, o pensamento será: “Nós somos os campeões, somos os maiores e já vai começar e nós acabámos outra vez de ganhar mais um troféu, já arrancamos fortes novamente”. Seria por aí.

Passando para as equipas em si: Nélson Veríssimo já disse que a final da Taça de Portugal não salva a temporada. Mais do que a importância de ganhar, o Benfica está proibido de perder esta final?
Vou ser muito sincero: o FC Porto é melhor do que o Benfica. Esta equipa do FC Porto provou em campo que é melhor do que o Benfica. E não foi só ser campeão com avanço, foi campeão e no confronto direto foi claramente superior. No primeiro jogo foi claro, claro, claro, e no segundo jogo também foi uma vitória clara apesar de os golos que o Benfica marcou terem esbatido um bocadinho a diferença que se verifica em campo. Teoricamente, o FC Porto é mais forte. Foi mais forte e acho que é mais forte. Mas no final do jogo, não ganha sempre aquele que é considerado o mais forte, individualmente e coletivamente. Obviamente que o Benfica é uma equipa grande e tem obrigação de jogar para ganhar e de fazer tudo para ganhar o jogo. O problema é que o FC Porto não costuma permitir que o Benfica mostre a qualidade que tem, anula-a por completo. Esta temporada foi isso que aconteceu. O FC Porto é favorito porque é melhor mas o Benfica é uma equipa grande e pode perfeitamente ganhar, não vejo que seja assim tão complicado.

O antigo lateral esquerdo esteve quatro anos no Benfica, onde também completou a formação, e terminou a carreira na Académica depois de não chegar a jogar pelo FC Porto

De que forma é que as eleições de outubro, no Benfica, já podem estar em jogo no próximo sábado? Uma derrota com o FC Porto vai complicar aquele que já será o maior desafio eleitoral de Luís Filipe Vieira desde que é presidente?
Acho que não porque ainda falta muito tempo. O que vai definir, do meu ponto de vista, a dificuldade que Vieira vai ter ou não para vencer as eleições é a posição em que vai estar no Campeonato em outubro e se conseguiu a qualificação para a Liga dos Campeões. Se for em primeiro em outubro e conseguir a qualificação para a fase de grupos [da Champions], acho que ganha. E ninguém se vai lembrar daquilo que aconteceu ao Benfica esta temporada, muito pouca gente se vai lembrar, daqueles que votam. Se não for em primeiro no Campeonato, acho que é decisivo. Se juntar a isso o falhar da qualificação, bom, então eu acho que pode perfeitamente perder as eleições por isso. Não terá nada a ver com a Taça. Normalmente em Portugal funciona assim, pelo momento.

Será o último jogo oficial antes de Jorge Jesus pegar no Benfica. O treinador tem mais coisas para aproveitar ou para melhorar nesta equipa?
Acho que vai bagunçar aquilo tudo. Acho que vai partir pedra, vai partir tudo. Partir tudo no bom sentido, vai construir de novo, de raiz. Porque eu não vejo muitos pontos de ligação entre aquilo que acho que são as ideias e a maneira como jogam as equipas de Jorge Jesus e a forma como o Benfica foi jogando com Rui Vitória e com Bruno Lage. Acho que é construir de novo. É fazer um reset àquilo que são os comportamentos dos jogadores com bola e sem bola. Obviamente que vai aproveitar alguma coisa mas se tivesse de dizer assim de forma mais generalista dizia que vai fazer um reset e construir de novo. Não é pôr só jogadores novos, digo é que vai ser: “Esqueçam essas ideias e agora vamos trabalhar estas”. Acho que é por aí, porque o Benfica tem jogadores de grande qualidade, obviamente.

"Vou ser muito sincero: o FC Porto é melhor do que o Benfica. Esta equipa do FC Porto provou em campo que é melhor do que o Benfica. E não foi só ser campeão com avanço, foi campeão e no confronto direto foi claramente superior".

Quanto ao FC Porto, uma eventual derrota atenua a euforia do título ou a importância dada aos dois troféus é tão diferente que uma coisa não afeta a outra?
Se o FC Porto não vencer a Taça, é um mal menor. Ganhar é bom, porque as equipas grandes querem ganhar sempre e o Sérgio Conceição também, por ser a final da Taça, mas acho que é um mal menor. O importante é mesmo o Campeonato. Não só porque é a prova mais importante mas pelo dinheiro e a questão da Liga dos Campeões, que é fundamental para as equipas em Portugal. A Taça, obviamente, é o segundo troféu, será muito importante, mas não acho que vá ofuscar em nada a época que o FC Porto fez.

Existe muito aquela ideia de que Pinto da Costa não quer largar Sérgio Conceição porque acredita que encontrou o novo Pedroto. Isso é algo que pesa na cabeça e nas decisões de futuro do treinador ou Conceição está muito ciente de que quer saltar para o estrangeiro nos próximos anos?
O Sérgio, para além de tudo aquilo que conquistou, trouxe uma coisa de volta que é clara: a forma de jogar à Porto, que o FC Porto tinha perdido um pouco, nos anos anteriores, e o Sérgio resgatou. Eu olho para o FC Porto e aquilo é a identidade do FC Porto, e com o Lopetegui e com os outros treinadores antes não era tanto assim. E isso é uma mais valia, para além dos títulos. Tem essa identidade que voltou ao clube, por isso, é normal que o presidente queira mantê-lo. Agora, também é normal que o Sérgio queira saber que instrumentos vai ter para tocar. Se o Benfica vai investir num treinador mais forte e vai investir em jogadores e contratações, algo que deixou de fazer tanto, é normal que o Sérgio queira saber com o que contar. Mas eu estou convencido de que ele vai continuar. Muito convencido. A menos que aparecesse um grande clube europeu. Ou a menos que o FC Porto vá vender cinco jogadores titulares e o Sérgio não vá ter argumentos. Mas eu acho que vai porque conseguiu a qualificação para a Liga dos Campeões e por isso, à partida, estou convencido de que o FC Porto vai fazer outra vez uma equipa boa.

Como Sérgio fez faísca para criar fumo e nunca perder o fogo – e por cada jogador “perdido” ia ganhando uma equipa

Das duas equipas, qual é que vê com maior capacidade para colocar em prática os tais “projetos europeus” de que se tem falado tanto na Luz como no Dragão nos últimos anos?
O que é um projeto europeu? É ganhar uma Liga dos Campeões? É que isso não faz sentido. Um projeto europeu tem de ser outra coisa e o FC Porto tem feito isso, o Benfica menos. O Benfica é que precisa de rever o que é o projeto europeu. Para o FC Porto, o projeto europeu é ser competitivo na Liga dos Campeões, que costuma ser — falhou na época passada, acontece –, e caso caia para a Liga Europa, tenta ganhar a Liga Europa. Mas o FC Porto tem sido uma equipa mais fiável na Europa. Pode não chegar muito longe, porque depois chega a uma altura em que vai bater-se com equipas com outro potencial. Mas o Benfica não, o Benfica é que precisa de rever a questão da qualidade e das características dos seus jogadores para ser competitivo na Europa. Porque o FC Porto tem sido competitivo, à exceção da última temporada. Tudo o que seja uma equipa portuguesa chegar a uma final da Liga Europa para tentar vencer, passar a fase de grupos [da Champions] e ir o mais longe possível, acho que é realista como projeto europeu. Se é para chegar à final da Liga dos Campeões, eu não acho que seja realista. A menos que exista aí um árabe com dinheiro.

Para Pedro Henriques, a aposta na formação por parte do Benfica "foi levada a um ponto em que a questão comercial é mais importante do que a questão desportiva"

RUI MINDERICO/LUSA

Mas como é que se explica essa dualidade de critérios? Rui Costa, numa entrevista ao Record no ano passado, falou na vontade de ganhar a Liga dos Campeões. Algo que muitas vezes não tem seguimento nas decisões dos próprios treinadores ou nas opções tomadas.
Não me revejo nesse discurso. Acho estranho… Que o Rui Costa o possa dizer, para mim, é-me igual. Pode ser um sonho que ele tem, eu também tenho sonhos mas há uns que sei que posso atingir e outros que sei que não posso atingir. Um projeto só arrasta as pessoas quando é credível. E não é falta de ambição, é ser credível. E não acho que seja credível o Benfica querer ganhar uma Liga dos Campeões. Não concordo com esse tipo de discurso, não faz sentido nenhum para mim.

Rui Costa garante que “o projeto” do Benfica é ganhar a Liga dos Campeões: e lembra a noite na Turquia em que questionou Bruno Lage

Esteve no Benfica, passou também pelo FC Porto, ainda que com alguma infelicidade. Quais são as principais diferenças entre um e outro clube?
Isso perdeu-se. Existiam diferenças. Mas o Benfica é completamente diferente daquilo que era. Na altura, a diferença era grande, na mentalidade e no espírito guerreiro, mas o Benfica também tinha esse espírito. A questão é que a gestão que era feita na altura no Benfica foi desastrosa. Quando entrou o Manuel Damásio, o Benfica destruiu uma equipa completa que foi campeã nacional e durante os anos seguintes foi um desastre. Diria, sei lá, uma bomba atómica ou várias que foram rebentando com vários presidentes, o Damásio, o Vale e Azevedo. Até que depois apareceu o Vilarinho e veio o Vieira e as coisas começaram a organizar-se. Nesse período, aquilo foi uma coisa absolutamente catastrófica para o Benfica. Tem agora uma capacidade e uma estrutura completamente diferentes. O que eu acho é que este tal projeto que o Benfica tem da formação foi levado a um ponto em que a questão comercial é mais importante do que a questão desportiva.

E depois ouço o Benfica gabar-se de que tem pujança financeira. Mas o objetivo de uma empresa no futebol é ganhar títulos. Não é ser campeão nacional, é tentar ganhar sempre e ser muito forte na Europa. E as características que são escolhidas para os jogadores do Benfica tornam difícil essa questão do projeto europeu pela capacidade, pela agressividade. Acaba por não surtir efeito. Mesmo com o Jorge Jesus, basta ver as épocas que o Benfica fez na Liga dos Campeões, que não foram boas. E acho que aí o Benfica tem de corrigir. Vejo que as questões desportivas não foram tão bem geridas no Benfica como foram no FC Porto, fundamentalmente na questão europeia. Porque ganhar Campeonatos em Portugal é difícil mas ou ganha o Benfica ou ganha o FC Porto, porque a diferença entre estes dois e os outros é gigante. Existe uma diferença, sim, são clubes de cidades diferentes, de culturas diferentes, apesar de serem do mesmo país. A questão da agressividade, da intensidade, da personalidade, dos duelos, é uma coisa mais à Porto do que à Benfica, nos últimos 20 ou 30 anos.

"O que é um projeto europeu? É ganhar uma Liga dos Campeões? É que isso não faz sentido. Um projeto europeu tem de ser outra coisa e o FC Porto tem feito isso, o Benfica menos. O Benfica é que precisa de rever o que é o projeto europeu".

Depois de quase um ano civil no ativo, mesmo com aqueles três meses de paragem em que, no fundo, as cabeças não pararam, os jogadores ainda têm poder de concentração para jogar uma final? Ou os erros posicionais, os passes mal feitos, vão ser uma constante porque é inevitável ser de outra forma?
Têm, porque os jogadores são competitivos por natureza. Os jogadores se não tiverem férias, não têm férias. Os erros posicionais que o Benfica tem nas bolas paradas não têm a ver com o desgaste nem com a pandemia, porque eles já existiam antes. É uma coisa de estratégia, de características de jogadores, de exigência ou menos exigência. E os jogadores se estiverem com muitas dificuldades basta pensarem assim: eles são privilegiados e há muita gente pior do que eles. Isto foi difícil para os jogadores, foi difícil para os treinadores mas foi muito difícil para os pais, para as crianças, para os idosos, para os médicos, para as pessoas que ficaram sem emprego, para quem está na restauração. Eu sei que é aquele mundo, é aquela bolha, mas se pensarem um bocadinho nisto, ui!, correm o jogo todo. Pode ser difícil mas é difícil para todos.

Mas o mundo em que os jogadores vivem não é cada vez mais distante de tudo isso?
É. Mas cabe-nos a nós, a mim e a vocês [jornalistas], mostrar-lhes tudo isto a eles a aos treinadores e aos dirigentes e aos team managers, várias vezes por dia. De vez em quando mostrar-lhes exemplos de pessoas que têm dificuldades, que viram a faturação das empresas de restauração cair 95% num ano. Eu sei que é um mundo diferente mas eu faria assim. Quando tiverem dificuldades, quando vos doer as pernas, quando acharem que não dá mais, lembrem-se disto. Era o que eu faria. E nós na comunicação social também temos a obrigação de os alertar para isso. Cada um tem os seus problemas mas eu acho que eles também têm de ter porque é a vida deles. A vida deles é treinar e jogar. E não são obrigados a ganhar, são obrigados a fazer tudo para ganhar. E se o fizerem, podem ser criticados no rendimento mas no profissionalismo ninguém lhes toca.

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