Benefícios fiscais, carga fiscal…afinal, de que forma é que as empresas conseguem reduzi-la com a ajuda de incentivos? E que incentivos são esses? De que forma potenciam o trabalho e futuro destas empresas? Por falar em futuro, o que podemos esperar dele?
“Benefícios fiscais – como podem ajudar o seu negócio” é a mesa-redonda onde Eduardo Silva, Diretor de Operações da Yunit Consulting, Sandra Ruivo, Fundadora e CEO Speedturtle e Turtle Petals, e Nuno Oliveira, Administrador Executivo Soltráfego, se juntaram para debater estes temas e partilhar previsões, com a moderação de João Miguel Santos, host da Rádio Observador.
Depois de dadas as boas-vindas, foi então altura de colocar o tema em cima da mesa e começar a desconstruí-lo. Com um Orçamento de Estado que prevê vários benefícios para as empresas no domínio dos salários, capitalização, IRC, startups e energia, estarão as empresas conscientes de todos estes benefícios e prontas para usufruir deles? “Eu acho que, cada vez mais, as empresas estão muito atentas e conscientes da importância dos benefícios fiscais. Ou seja, hoje vemos cada vez mais empresas a olhar para isto já de forma estratégica, porque enquadram este tema naquilo que são os seus planos de futuro, nos seus investimentos, e procuram perceber que tipo de benefício é que podem ter para calcular muito bem aquilo que é a rentabilidade dos seus investimentos”, começa por dizer Eduardo Silva.
O que é certo é que as empresas vão usufruindo de vários benefícios, mas de que forma? “No caso da Speedturtle, nós ao longo do tempo temos já usufruído de vários, que foram sendo aprovados nos vários orçamentos de Estado. Nunca podemos estar parados, temos sempre de reinvestir em nova tecnologia porque é uma indústria de capital intensivo, tanto a nível tecnológico como humano, e, portanto, acabamos sempre por ter de reinvestir os lucros gerados ano após ano”, palavras de Sandra, que reforçou em seguida o impacto “desta última alteração que aposta também na parte dos recursos humanos e na contratação…é uma grande vantagem para nós, para o nosso grupo e para as nossas empresas”.
Por outro lado, como temos uma aposta muito grande também ao nível da investigação e desenvolvimento, o SIFIDE representa uma grande fatia desse incentivo fiscal, porque efetivamente nós, ano após ano, nunca deixamos de apostar nessa parte: na investigação e desenvolvimento. A indústria acaba por morrer, se não houver esse investimento e essa aposta. Neste momento para nós e para a nossa indústria, é o melhor incentivo fiscal que temos disponível”, salientou Sandra Ruivo.
SIFIDE, o que é?
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O SIFIDE – Sistema de Incentivos Fiscais à I&D Empresarial, visa aumentar a competitividade das empresas, apoiando o seu esforço em Investigação e Desenvolvimento, através da dedução à coleta do IRC das despesas com I&D. Pode candidatar-se a este sistema de incentivo qualquer sujeito passivo de IRC, residente em Portugal, que exerça uma atividade nas áreas: agrícola, industrial, comercial ou de serviços; também não residentes, com estabelecimento estável neste território.
Nuno Oliveira junta-se à conversa, aproveitando as palavras da colega para falar da sua própria experiência, enquanto Administrador Executivo da Soltráfego: “Nós aproveitamos muito o SIFIDE, ele tem sido muito importante e vamos tentar aproveitar tudo aquilo que possa, de alguma forma, apoiar não só a contratação de jovens ainda mais qualificados para a nossa empresa e para a nossa indústria, como também para apoiar ainda mais a sua valorização salarial. É muito difícil, hoje, não só recrutar, mas também manter talentos nas nossas organizações e na nossa área. Tudo o que nós pudermos fazer para continuar a valorizar, também do ponto de vista do salário, aquilo que são os nossos quadros e os nossos recursos, que são críticos numa área tão competitiva, vamos aproveitar ao máximo”.
A importância e impacto deste benefício fiscal foram muito referidos ao longo de toda a conversa. Perceber este benefício tem sido fundamental para o desenvolvimento das empresas, mas há outro fator que faz toda a diferença neste caminho: a possibilidade de contar com um parceiro, como a Yunit, para fazer este trabalho, tornando todo o processo não só mais simples, como prático para todos os intervenientes.
“Tendo um parceiro, no caso a Yunit, que está preocupada com isso, que estuda isso competentemente e que me vai alertando para o que vai aparecendo, permite-me estar focado no meu negócio. Fico muito mais tranquilo em gerir as nossas equipas, em gerir os processos de desenvolvimento e os processos de negócios, estar junto dos clientes e junto das operações, sabendo que tenho um parceiro que me ajuda a não desaproveitar aquilo que também do ponto de vista de benefícios fiscais existe”, partilha Nuno, sendo seguido por Sandra que corrobora: “Conseguir arranjar os parceiros certos, que nos apoiem e nos permitam trazer mais benefícios à empresa, é essencial. E, portanto, aqui a Yunit acaba por ter um papel fulcral na nossa atividade, porque nós confiamos totalmente no trabalho que eles desenvolvem, vê-se perfeitamente que eles estão por dentro de toda a informação e que se atualizam constantemente. Era impossível conseguirmos estar diariamente atentos a todas as alterações, a nível de legislação, a nível de incentivos. Só com um parceiro é que conseguimos lá chegar e aproveitar a 100% aquilo que está disponível para nós e para a nossa empresa. Portanto, ter um bom parceiro nessa área é fundamental”.
Com as ferramentas e os parceiros certos do nosso lado, resta então perceber com que olhos podemos olhar o futuro. É Eduardo quem partilha a sua previsão, começando por dizer que acredita que este será um ano “duro”, com várias dinâmicas.
A questão da guerra, a instabilidade política internacional que se verifica, esta dificuldade das empresas na captação e retenção de talento, a volatilidade dos preços das matérias-primas. Ou seja, temos várias empresas em Portugal com vontade e com projetos para investir, mas que têm adiado a decisão para ver quando, e se, será o momento certo. Agora também sentimos, nos últimos anos, que o empresário português está muito mais preparado. Acredito que pode ser um ano difícil, mas que, no final, pode também ser muito interessante. Ao nível da inovação, ao nível da investigação e desenvolvimento, da internacionalização, eu acho que é um ano que também vai trazer oportunidades e que, no final, pode ser muito interessante”.
O balanço é positivo, mas a certeza é de que o caminho que se tem pela frente não deve ser descurado. A mudança ainda é a palavra de ordem, com a consciência de que existem ajudas que, de facto, podem fazer toda a diferença no seio de uma empresa.
Se ficou com vontade de saber mais sobre esta conversa, saiba que pode vê-la na íntegra aqui.