O Rei Carlos faz o pino contra a parede todos os dias, só vestido de boxers. A Rainha Isabel II usou tampões nos ouvidos durante o Jubileu de Ouro. O Castelo de Balmoral tem mau feng shui. Harry queimou o pénis durante uma viagem ao Polo Norte e aplicou creme de rosto da Elizabeth Arden para aliviar o sofrimento — o que o fez lembrar-se da mãe. Já lemos as 489 páginas da autobiografia do Duque de Sussex. Conhece a expressão too much information (“demasiada informação”, em português)? Foi a sensação com que ficámos.
Depois de muita antecipação, “Na Sombra” (Objectiva) chegou às livrarias a nível mundial esta terça-feira, 10 de janeiro. A equipa do Observador passou a autobiografia de Harry a pente fino e reuniu 65 memórias que ficámos a conhecer (e que podiam ter ficado “Na Sombra”). Sabia, por exemplo, que o “suplente”, como se refere a si próprio ao longo de todo o livro, perdeu a virgindade com uma mulher mais velha nas traseiras de um pub? Se esta informação não o afugentou, continue a ler.
Harry procura citações na internet e não sabia quem era William Faulkner
“O passado nunca está morto. Nem sequer é passado”. A citação de William Faulkner que abre o livro é usada mais tarde por Harry para refletir sobre a forma como as suas memórias de infância se organizam. “Quando descobri esta citação há pouco tempo no Brainy.Quote.com, fiquei estupefacto. Pensei: quem diabo é Faulkner? E que relação tem com os Windsor?”
Carlos terá pisado a campa de Wallis Simpson
O livro começa no fim do funeral do Príncipe Filipe, enquanto Harry espera por Carlos e William para falarem sobre a sua partida do Reino Unido. Harry reflete sobre os paralelismos entre a sua experiência e a de Eduardo VIII, que deixou o trono para casar com Wallis Simpson. “Valeu a pena?”, questiona-se, sobre o exílio da sua própria família, antes de considerar o facto do casal ter sido enterrado longe de todos como “o derradeiro exílio”. “Com os pés quase em cima do rosto de Wallis Simpson, o Pai deu início a uma micropalestra sobre este personagem aqui, o primo da realeza ali, todos os duques e duquesas outrora eminentes, os lordes e as ladies que agora residem sob o relvado.”
Carlos e William “brigam por tudo e por nada”
Ainda a propósito do mesmo encontro secreto com o pai e o irmão, diz: “Normalmente brigam por tudo e por nada, mas naquele momento pareciam estar em sincronia — juntos numa aliança (…) Ocorreu-me este pensamento: espera aí, vamos encontrar-nos para um passeio… ou para um duelo?”
O príncipe Harry é tratado por Harold. E William por Willy
Ainda o livro não tinha saído e um dos leaks revelava a forma como os irmãos se costumam tratar. Harold e Willy podia ser o nome de uma série dos anos 80 mas na verdade são os nomes que servem para identificar Harry e William.
Carlos teme que os filhos lhe deem demasiadas dores de cabeça
“Por favor, rapazes… não transformem os meus últimos anos de vida numa tormenta.” Harry escreveu que, naquele momento, quando Harry tentou “explicar a situação” e os motivos que o levaram a abandonar a família real, a voz do pai “parecia a voz de um velho”.
Príncipe Carlos está “absolutamente furioso” com Harry e William
Harry considera o irmão um “arqui-inimigo” e a sua calvície “preocupante”
“Olhei para Willy, olhei realmente para ele, talvez pela primeira vez desde que éramos pequenos. Assimilei tudo: a sua carranca que conheço bem, pois sempre recorreu a ela para lidar comigo; a sua calvície preocupante, mais avançada do que a minha; a sua famosa parecença com a Mamã, que começou a desaparecer com o tempo (…) O meu irmão adorado, o meu arqui-inimigo, como é que isto acontece?”
Segundo Harry, é urgente mudar a posição da mobília em Balmoral
Sempre houve histórias de pessoas que não se saíram bem em Balmoral, segundo o Duque de Sussex. Em tempos, um primeiro-ministro não identificado caracterizou o local como “surreal” e “demasiado esquisito”. Mas Harry só se apercebeu disso mais tarde. “Eu estava sempre muito ocupado a pescar, a caçar, a subir e a descer ‘a colina’ a correr, para me aperceber do desequilíbrio existente no feng shui do antigo castelo.”
Ao longo de todo o livro, Harry usa os termos “papá” e “mamã”
Exemplo? Na noite em que Diana morreu, a 30 de agosto de 1997, os seus filhos estavam em Balmoral. “Toda a família [estava lá] exceto a mamã, porque a mamã tinha deixado de fazer parte da família. Fugiu ou foi expulsa, consoante a quem se perguntasse”, escreve.
Mais à frente no livro, já a viver nos EUA, Harry contrata uma médium para ter notícias da mãe. Esta diz-lhe que Diana “está solidária” com a sua situação e que acredita que o filho esteja a viver a vida que queria para si.
O Rei Carlos faz todos os dias o pino só vestido de boxers, encostado contra uma parede
O exercício foi prescrito pelo fisioterapeuta para o ajudar com as dores de costas e pescoço, sobretudo provocadas por antigas lesões de polo.
Carlos fazia piadas sobre quem era o verdadeiro pai de Harry
Em Broadmoor, hospital psiquiátrico junto a Ludgrove, um paciente alegava ser o príncipe Carlos. “O pai disse que fez que não com o dedo indicador e repreendeu severamente o impostor. ‘Veja bem, não pode ser o príncipe de Gales. O príncipe de Gales sou eu”. A propósito desta história, o príncipe de Gales brincava com Harry acerca da sua identidade — e sobre a possibilidade de não ser o seu verdadeiro pai: “Quem sabe se sou mesmo o príncipe de Gales? Quem sabe sequer se sou o seu verdadeiro pai? Talvez o seu verdadeiro pai esteja internado em Broadmoor, meu querido”. Harry confessa que ficava ressentido com esta piada, sobretudo porque “corria o boato” de que o seu verdadeiro pai era James Hewitt, “um dos antigos amantes” de Diana. “Uma das razões daquele boato foi o facto de o major Hewitt ser ruivo, mas a outra foi puro sadismo. Os leitores dos tabloides ficavam fascinados ante a perspetiva de o filho mais novo do príncipe Carlos não ser filho do príncipe Carlos.”
Harry conheceu Camilla depois de William, ficou com boa impressão, mas os irmãos pediram ao pai para não casar com ela
Harry conheceu Camila apenas depois de William — que ficou com boa impressão da atual rainha consorte, a quem o Duque de Sussex se refere na sua biografia como “Outra Mulher. “Lembro-me de me perguntar, mesmo antes do chá, se iria ser má para mim. Se era como todas as madrastas más dos livros de história. Mas não era. Tal como Willy, senti uma verdadeira gratidão por isso.”
Harry e William aceitaram bem a relação com Camila, com quem desenvolveram rapidamente uma boa relação. Estavam contentes por verem o pai feliz. Fizeram apenas um pedido: “A única coisa que lhe pedimos em troca foi que não se casasse com ela. Não volte a casar-se, rogámos-lhe. (…) Levaria a que todo o mundo falasse da mamã, comparasse a mamã e Camila, e ninguém o queria. Muito menos Camila.”
William não gostava muito de andar na escola com o irmão
Harry sentia-se confuso e desenraizado nos primeiros tempos em Eton. Não podia contar com o irmão mais velho, que encontrou nesta escola o seu “santuário” e “círculo social”: “Willy disse-me para fingir que não o conhecia (…) ‘Não me conheces, Harold. E eu não te conheço”. A resposta de Harry: “Disse-lhe que não se preocupasse. ‘Vou esquecer-me de que alguma vez te conheci”. Descreve-se como um robô que fez amigos que “procuravam a desobediência”, ainda que ele estivesse apenas em “piloto automático”: “Aceitei todos os cigarros que me ofereceram e, do mesmo modo automático e irrefletido, não tardei a passar à erva”.
A vida do príncipe Harry, das farras e polémicas ao noivado com uma atriz americana
Harry rapou o cabelo porque alguém lhe deu a entender que era “horrível”, que parecia a “erva de pântano”
Deixou que o rapassem porque queria “ser um tipo fixe” e “engraçado”. “Corri para o espelho, gritei horrorizado.” Correu em “círculos” e foi refugiar-se no quarto de William, que deu pouca importância à situação rindo-se. O episódio acabou por ir parar ao Daily Mirror. No título lia-se: “Harry, o skinhead”.
Diana não gostava de Tiggy, uma ama (que preferia descrever-se como amiga) da família
“A Mamã não via Tiggy como uma das nossas amas, mas como uma rival. Todos sabiam que a Mamã desconfiava que Tiggy estava a ser preparada para a substituir (‘será que a mamã via como sua suplente?’)”.
Harry fumou manjericão achando que estava a fumar uma ganza
Num safári a África, Harry assistiu aos adultos (amas e seguranças) a fumarem um charro. Pediu-lhes para também fumar: “Um deles encolheu os ombros, enrolou uma ganza e deu-ma. Dei uma passa. Tossi, vomitei. A erva africana era muito mais forte que a erva de Eton. E batia muito menos. Mas, pelo menos, eu era homem. Não. Ainda era um bebé pequeno. A ‘ganza’ não passava de manjericão fresco enrolado numa mortalha imunda.”
… anos mais tarde, acabou por se vingar fumando “um saco de compras cheio de erva”
Durante o período que passou no Lesoto, durante o seu ano sabático, Harry teve um episódio negativo com um jornalista que lhe fez várias perguntas sobre a mãe e sobre o seu histórico de bad boy. “Creio que foi nessa noite que fumei um saco de compras cheio de erva. Não recomendo. Mas também pode ter sido outra noite. É difícil ser-se rigoroso quando se trata de um saco de compras cheio de erva.”
Num episódio em particular, enquanto fumava erva com os amigos, via a série Family Guy e sentia uma ligação “inexplicável” com Stewie, profeta sem honra.”
Harry e William brincavam com armas de fogo com os filhos de Hugh e Emilie, amigos próximos de Carlos
“Com o passar do tempo, as sessões de pancadaria escalaram. Foram introduzidas armas de fogo de pequeno porte. Lançávamos velas romanas uns contra os outros, fazíamos lança foguetes com tubos de bolas de golfe.”
Uma das brincadeiras era atirar com uma caçadeira contra Harry enquanto este fugia num antigo Land Rover do Exército que tinham encontrado
“Saltei lá para dentro e conduzi dali para fora. Instantes depois, bum. O chumbo zunia na traseira do carro. Soltei uma gargalhada e carreguei no acelerador”. Nick, o filho do casal Hugh e Emilie, caiu num buraco de uma parte da propriedade que estava em obras. “Nick gemia. Que sorte tem por estar vivo, concordámos todos.”
Na primeira vez que matou um animal, enfiaram a cabeça de Harry dentro da carcaça do veado
“Ele [Sandy] colocou a mão suavemente na minha nuca, e pensei que ia abraçar-me (…) Mas, em vez disso, empurrou-me a cabeça para dentro da carcaça. Tentei afastar-me, mas Sandy empurrava-me cada vez mais. (… ) O pequeno-almoço revolveu-se no estômago (…) Tinha o nariz e a boca cheios de sangue, entranhas e um calor profundo e perturbador.”
Quando eram crianças, Harry e William acharam que Diana não estava morta, mas, antes, escondida
“Partilhei com Willy a minha teoria de que a mamã estava escondida. Ele confessou que a determinada altura teve uma teoria parecida. Mas acabou por descartá-la. ‘Ela morreu, Harold, não vai regressar’”. Harry sonhava frequentemente com a mãe e com um “regresso triunfal”. Mais tarde, Harry pediu ao seu secretário pessoal que lhe mostrasse os arquivos secretos da noite da morte de Diana para poder encerrar esse capítulo. “Pedi aqueles ficheiros porque queria provas, mas aquilo nada provava a não ser o facto de a Mamã ter estado envolvida num acidente de carro, do qual parecia ter saído sem ferimentos de maior…”
Em churrascos em Balmoral, a especialidade da rainha Isabel II era o molho para a salada
“A especialidade da avó era o molho para a salada. Fazia sempre em grande quantidade.”
Harry perdeu a virgindade com uma mulher mais velha, que gostava de cavalos
“Um episódio inglório, com uma mulher mais velha. Ela gostava de cavalos e tratou-me como se fosse um jovem garanhão. Foi uma montada rápida, e a seguir deu-me uma palmada no rabo e mandou-me ir pastar. Uma entre tantas coisas erradas do episódio: aconteceu num campo relvado, por detrás de um pub cheio de gente”.
Uma editora de um tabloide alegou ter provas de que Harry consumia drogas, era um toxicodependente e até tinha feito um desintoxicação. O artigo publicado tinha sete páginas
“Às manápulas da editora chegaram algumas fotografias minhas e de Marko, de uma visita a um centro de desintoxicação da periferia meses antes, no desempenho normal das minhas funções de príncipe”.
Carlos não fez nada para impedir que a história do consumo de drogas fosse publicada por causa do relações públicas contratado por Camilla
“O relações públicas encontrou uma fresta de esperança, um reluzente prémio de consolação para o pai. Deixaria de ser o marido infiel e seria apresentado ao mundo como o pai solteiro atormentado por ter e lidar com um filho viciado em drogas.”
Harry admite que consumiu cocaína. Tinha 17 anos na altura e decorria o Jubileu de Ouro de Isabel II
“Claro que… naquela época eu andava a consumir cocaína. Na casa de campo de alguém, durante um fim de semana de caça, ofereceram-me uma linha e desde então snifei mais algumas. Não era divertido e não me fazia particularmente feliz, ao contrário do que parecia acontecer com todos à minha volta, mas fazia-me sentir diferente, que era o objetivo principal. (…) Era um rapaz de 17 anos muito infeliz que estava disposto a fazer tudo para alterar o status quo.”
Lembra-se do pequeno Louis no Jubileu de Platina? Não foi o primeiro a tapar os ouvidos. A Rainha usou tampões no Jubileu de Ouro
A Rainha estava a “vibrar” enquanto assistia ao concerto de Brian May, no telhado do Palácio de Buckingham. Segundo o príncipe, Isabel II esteve a “bater o pé e a balancear-se” ao som da música — mas afinal não estava a ouvir nada. “De repente, olhei mais ao perto. Reparei que tinha algo nas orelhas. (…) Sim. Tampões de ouvidos. Amarelos.”
Harry queria trabalhar numa loja de fondue numa estância de esqui
Quando o último ano de Harry em Eton estava quase a chegar ao fim, Carlos III quis saber as perspetivas futuras do filho. “Durante vários anos, falei muito a sério em trabalhar na estância de esqui de Lech am Arlberg, onde a Mamã costumava levar-nos (…) Queria trabalhar, em concreto, na loja de fondue do centro da cidade.” Na altura já tinha abandonado a ideia, para alívio do pai, mas falou-lhe em ser instrutor de esqui ou guia de safaris. Ambas as ideias foram chumbadas.
Harry envolveu-se com uma rapariga que apareceu em topless no The Sun e foi abalroado por um paparazzi
Depois de passar 6 semanas na Austrália, regressou a Inglaterra e passou por uma fase em que saia todas as noites. Numa delas, conheceu “uma rapariga da página 3”, expressão usada para descrever “as jovens que apareciam todos os dias em topless na página 3 do jornal The Sun”. Saíram juntos da discoteca, entraram no carro e, pouco depois, um Mercedes embateu na traseira. Era um paparazzi a tirar-lhes fotografias enquanto conduzia.
William e Kate convenceram-no a vestir-se de nazi
Em janeiro de 2005, William tinha começado há pouco tempo o namoro com Kate e organizou uma festa de máscaras “com um tema embaraçoso”. Nativos e Colonos. “Eu não gostava de festas de máscaras”, diz o príncipe, confessando ao mesmo tempo gostar de Kate e de a fazer rir. O irmão e a namorada insistiram que fosse à festa e Harry queria escolher um disfarce que agradasse a Kate. Quando estava na loja, indeciso, ligou a ambos para pedir opinião entre duas hipóteses: um uniforme de piloto inglês e outro, de nazi. “O uniforme nazi”, responderam. “Experimentei tudo para eles verem. Fartaram-se de uivar.” No dia da festa ninguém pareceu dar importância ao seu disfarce, mas alguém lhe tirou uma fotografia que acabou na imprensa — o resto é história.
Harry quis atravessar o túnel onde a mãe morreu à mesma velocidade
Em 2007, quando Inglaterra estava na final do Campeonato do Mundo de Râguebi, em Paris, pediu ao motorista que o levasse à Pont de l’Alma, onde Diana morreu. “Quero atravessá-lo”, disse ao motorista, “a cento e quatro quilómetros por hora — para ser preciso.” Era essa a velociadade a que, supostamente, o carro de Diana seguia no momento do acidente fatal.
Harry admite que não tem paciência ou amor-próprio e fala na terceira pessoa
Depois de Shawbury, Harry mudou-se para Middle Wallop para receber treino tático de pilotagem de helicópteros. O seu novo instrutor disse-lhe que tinha de tirar os “esquilos” da cabeça e que a única maneira de o fazer era com tempo e paciência, que Harry admite não ter. Ou amor-próprio. “O facto é que não acreditava em mim, não acreditava em muitas coisas e, sobretudo, em mim. Sempre que cometia um erro era demasiado duro com Harry.”
Harry decidiu que ia casar cedo para ter energia para os filhos — ao contrário do pai
A propósito do anúncio do casamento de William e Kate, Harry interroga-se se algum dia casará. O príncipe sempre achou que seria o primeiro a casar, “porque o desejava com todo o ardor”, e que seria pai cedo, porque estava determinado em não se tornar no pai. “Ele tinha sido pai tarde, e a mim isto sempre me pareceu que criava problemas, colocava barreiras entre nós. Quando chegou à meia idade, tornou-se mais sedentário, mais costumeiro. E gostava das suas rotinas. Não era aquele pai que brincava à apanhada vezes sem conta, ou jogava à bola até escurecer. Mas já tinha sido assim.”
Harry diz que William não quis que fosse o seu padrinho porque não queria que fizesse o “tradicional discurso”
Apesar de ter sido noticiado que Harry seria o padrinho de William, não era essa a ideia. William tinha escolhido para padrinhos dois amigos, James e Thomas. Segundo Harry, William não o queria como padrinho porque não queria que fizesse o “tradicional discurso”. “Tinha receio de me passar um microfone para a mão, porque isso era colocar-me numa posição em que podia sair do guião. Não queria correr o risco de que eu disse algo completamente inapropriado. Tinha razão.”
Harry diz que adorava Kate e que via nela a irmã que sempre quis ter
A propósito do casamento de William e Kate, Harry que, naquele tempo, adorava a cunhada. “Considerava-a mais do que minha cunhada, era a irmã que eu sempre quis ter e nunca tive, e sentia-me feliz por, a partir daquele momento, ela estar sempre ao lado de Willy. Era a pessoa certa para o meu irmão.”
Harry queima pénis no Polo Norte e aplica creme Elizabeth Arden. Não vai ao médico porque tem medo que o pénis apareça nas primeiras páginas dos jornais
Harry ficou com queimaduras na cara, orelhas e pénis durante o período que passou no Polo Norte, imediatamente antes do casamento de William. As queimaduras faciais sararam, mas não a do pénis. Harry tentou vários “remédios caseiros” e, a conselho de uma amiga, creme de rosto Elizabeth Arden, que a princesa Diana usava. Nada fez efeito, e Harry percebeu que tinha de ir ao médico, mas tinha medo de pedir a alguém do Palácio que tratasse disso porque a situação podia ser divulgada à imprensa. “E num abrir e piscar de olhos a minha pila iria estar em todas as primeiras páginas.” “Fui ao Polo Norte e agora o meu Polo Sul está congelado”.
Harry acabou por pedir a um amigo que lhe arranjasse uma consulta com um dermatologista especializado “em certos e determinados apêndices”. O tempo acabou por curar o problema de Harry, o que o levou a constatar: “O tempo, como o médico, previu, consertou a minha pila. Quando faria o mesmo truque de magia ao meu coração?”
Harry diz que a fama da realeza é “um cativeiro luxuoso”
“Alguns tipos de fama concedem uma liberdade extra, talvez, suponho, mas a fama da realeza não passa de um cativeiro luxuoso.”
Os talibãs atacaram o campo Bastion à procura do príncipe Harry
Vestidos com fardas americanas, fizeram um furo na vedação. “Os talibãs divulgaram-no depois num comunicado: o príncipe Harry era o nosso alvo. E a data do ataque também fora cuidadosamente escolhida. Organizaram o ataque, anunciaram, de maneira que a coincidir com o meu aniversário.
Harry diz que matou 25 talibãs. Número não era satisfatório mas também não era “vergonhoso”
“Não era um número que me desse grande satisfação. Mas também não era um número vergonhoso (…) Preferia não ter este número no meu perfil militar, no meu pensamento (…) teria preferido viver num mundo sem guerra. (…) No calor e na névoa do combate, não pensava nos vinte e cinco como pessoas. Só se podem matar pessoas se não as considerarmos como tal. Eram peças de xadrez deslocadas do tabuleiro, os Maus eliminados antes de poderem matar os Bons.”
Príncipe Harry revela que matou 25 pessoas enquanto combateu no Afeganistão
O governador da Nova Jérsia nos Estados Unidos prometeu que Harry não se ia despir
Depois do escândalo mediático das fotografias em que surge nu, em Las Vegas, Harry foi em digressão para os Estados Unidos: “O Governador ofereceu-me um polar azul, que a imprensa divulgou como sendo… a sua maneira de me manter vestido. Na verdade, foi assim que o próprio [Chris] Christie o descreveu.”
Harry começou a ter ataques de pânico. Sentia-se “desesperançado e perdido”
Depois de ter autorização da Fundação Real para organizar os International Warrior Games, Harry foi “dia após dia” sentido-se cada vez mais “lento” e “desesperançado”. Tinha dificuldade em apresentar-se perante as pessoas, fazer discursos e palestras. “No final de 2013 estava mal, alternando entre episódios de uma letargia incapacitante e terríveis ataques de pânico.” O seu gatilho era um fato. “O pânico começava quando vestia um fato de manhã cedo.”
Harry sofreu de stress pós-traumático
O duque de Sussex começou a isolar-se: “Comecei a ficar em casa. Dia após dia, noite após noite, ficava sentado a comer take away e a ver o 24. Ou Friends”. Compreendeu que sofria de stress pós-traumático: “E a minha guerra não começou no Afeganistão. Começou em agosto de 1997.”
Afeganistão. Príncipe Harry acusado de pôr “em risco” segurança da família e de outros militares
Quando deixou de viver com Carlos e Camilla, Harry vivia na “toca de um texugo”
Harry descreve o seu apartamento, inserido no Palácio de Kensington, como a “toca de um texugo”. Ficava “no piso térreo mais baixo” e tinha “três janelas altas”, mas que “deixavam entrar pouca luz”.
Um dos estribeiros da rainha mandou Harry “chupar ovos”
O Sr. R, como lhe chama, vivia no andar de cima do seu apartamento e estacionava o seu Discovery encostado às janelas de Harry, cortando-lhe a luz. “Escrevi-lhe um bilhete, pedindo educadamente para estacionar o carro uns centímetros mais à frente. Ele respondeu dizendo para ir chupar ovos. E depois foi ter com a avó e pediu-lhe que me dissesse o mesmo (…) O facto de o Sr. R se sentir seguro e apoiado ao ponto de se queixar de mim à monarca revelou-me o meu verdadeiro lugar na hierarquia.”
Carlos pediu desculpa por não ter “arranjado ajuda especializada” a Harry
O atual rei Carlos III pediu desculpa ao filho por não lhe ter dado a “ajuda especializada” anos antes, referindo-se à sua saúde mental. “Suponho que a culpa seja minha”, ter-lhe-á dito o então príncipe de Gales. “Assegurei-lhe que a culpa não era dele. Mas apreciei o pedido de desculpas.” Anos antes, Harry foi encaminhado para um médico de clínica geral. “Queria receitar-me comprimidos. Eu não queria tomar comprimidos. Não enquanto não esgotasse todos os outros tratamentos, inclusive os homeopáticos.”
Quando fez 29 anos, Harry sentiu pressão por não estar casado
“Só se era considerado um membro da família real investido da família, um verdadeiro ser humano, depois do casamento”, diz. “Arrepiava-me pensar em como me iria sentir dali a um ano: aos trinta. Fora do prazo.”
Harry chorou pela primeira vez pela mãe junto de Cressida Bonas
De férias na Suíça, a namorada, Cressida Bonas, perguntou-lhe pela mãe, usando “o tom certo de curiosidade e compaixão”. Harry começou a chorar, confessando a Cressida que era a primeira vez que conseguia chorar pela mãe desde o funeral.
Harry diz que Carlos e Camilla não queriam que William e Kate “fossem alvo de demasiada publicidade”
Harry acusa o pai, que controlava as contas dos filhos, e a madrasta de não delegarem muitos compromissos a William e Kate porque não queriam que “fossem alvo de demasiada publicidade” e que desviassem a atenção.
Harry comprava roupa numa loja de descontos
O príncipe nunca acreditou no “poder da moda” e era gozado nas redes sociais pela sua roupa gasta. Recebia uma “quantia oficial” para vestuário do então duque de Gales, mas apenas para roupas oficiais. “A minha roupa do dia-a-dia, costumava comprá-la na TK Maxx, conhecida loja de descontos. Gostava em particular da campanha de saldos anual, que era quando tinham muita oferta da Gap.”
Harry tornou-se agorafóbico
Em 2015, Harry deixou de sair — não ia a festas, a jantares esporádicos com amigos. “Acabou”. Passava os serões em casa, fumava uma ganza — certificando-se de que “o fumo não chegava ao jardim do vizinho, o duque de Kent — e dormia cedo. “Tornei-me agorafóbico”, revela, acrescentado que “era praticamente impossível” considerando as suas funções oficiais, marcadas por ataques de pânico e até desmaios.
Os alucinogénicos ajudaram Harry a lidar com o stress pós-traumático (e a ver uma cabeça)
Além da psicoterapia, também o consumo de alucinogénicos ajudou Harry a lidar com os problemas de saúde mental: “Os alucionégicos também me faziam bem. Consumiu-os ao longo dos anos recriativamente, mas comecei a usá-los de um modo terapêutico, medicinal. Não me permitiam apenas fugir à realidade por um tempo, deixavam-me redefinir a realidade. (…) Numa festa nos Estados Unidos (em casa de Courtney Cox, atriz dos Friends, uma das séries preferidas do duque de Sussex), Harry consumiu cogumelos alucinogénicos e, na casa de banho, teve uma alucinação: um caixote do lixo transformou-se numa cabeça — tal como a sanita. “Pisei o pedal e a cabeça abriu a boca. Um sorriso enorme apareceu.”
Harry vê Meghan no Instagram de uma amiga (Violet) e diz que nunca tinha visto uma mulher tão bonita
No início da terceira parte do livro, Harry conta como viu Meghan pela primeira vez, na página de Instagram de uma amiga, Violet, e como a beleza da então atriz foi “como um soco na garganta”. “Tinha viajado por todo o mundo, literalmente de uma ponta à outra. Saltei de continente em continente. Conheci centenas de milhares de pessoas, cruzei-me com uma amostra absurdamente grande dos sete mil milhões de habitantes do planeta. Durante trinta e dois anos, passou por mim um tapete rolante de rostos e só um punhado daqueles me fez olhar duas vezes. Aquela mulher parou o tapete rolante. Aquela mulher desfez o tapete rolante em pedaços. Nunca tinha visto uma tão bonita.”
A primeira troca de mensagens começou no dia do aniversário de Diana
Harry confessa que sentiu logo, nas primeiras trocas de mensagens, que tinha passado a vida inteira à procura da Meghan e, apesar de pertencerem a mundos diferentes, tinham muito em comum. A troca de mensagens começou a 1 de julho de 2016, o 55.º aniversário de Diana.
Para o segundo encontro com Meghan, Harry levou-lhe um presente, uma caixa de queques
O encontro teve lugar na Soho House, novamente, e aconteceu a quatro de julho, o dia da Independência dos Estados Unidos e um feriado muito celebrado por lá. Desta vez Harry chegou antes de Meghan e disse-lhe: “trago presentes”. Tratava-se de uma caixa cor de rosa. “Queques. Queques. Vermelhos, brancos e azuis, para ser mais preciso. Para comemorar o Dia da Independência. Disse-lhe algo acerca dos britânicos terem uma visão muito diferente dos ianques sobre o Dia da Independência, mas paciência.
Meghan achou que o príncipe André era um assistente da Rainha
Depois de Meghan conhecer William e Kate, Harry achou que deveria conhecer mais membros da família. Levou-a ao Royal Lodge para conhecer Fergie, a tia. Quando estavam a caminho ficaram a saber que a Rainha estava lá e Meghan exclamou: “Vai ser divertido! Adoro avozinhas”. Antes de entrar, a atriz praticou a vénia e já no interior conheceu Isabel II e esteve à conversa com ela. A monarca ter-lhe-á até perguntado o que achava de Donald Trump. Estavam também presentes a princesa Eugenie e o namorado, Jack, e um amigo de Fergie. Depois da Rainha se ir embora Meghan perguntou a Harry “algo acerca do assistente da Rainha”. “Daquele homem que estava a segurar-lhe a mala. Daquele homem que a acompanhou à porta”, elaborou ela. Ao que Harry respondeu que não se tratava de um assistente. “É o segundo filho dela. André.”
William disse a palavra começada por F quando soube que Harry andava com Meghan
“Todo aquele tempo a pensar que Willy e Kate podiam não aceitar Meg na família, mas agora tinha de me preocupar se iriam andar atrás dela à cata de um autógrafo.” William e Kate convidaram Harry para jantar porque perceberam que algo se passava e ele decidiu contar que “havia… uma nova mulher” na sua vida. Harry contou que se tratava de uma atriz, americana e que estava a trabalhar na série “Defesa à Medida”. “Ficaram boquiabertos. Entreolharam-se. Então, Willy virou-se para mim e saiu-se com esta: Foda-se!”. Harry diz que ficou perplexo, depois o irmão e a cunhada explicaram que eram fãs da série e bombardearam-no com perguntas.
Camilla converteu o antigo quarto de Harry num closet
“Quando deixei a residência, Camilla transformou o meu quarto num quarto de vestir para ela. Tentei não me importar. Todavia, sobretudo a primeira vez que vi, importei-me.”
Harry pediu emprestado a Tom Hardy o seu figurino de Mad Max para poder ir a uma festa com Meghan Markle sem ser reconhecido
A festa de Halloween com o tema “Apocalipse” aconteceu na Soho House de Toronto e Harry foi disfarçado da cabeça aos pés para não ser reconhecido. No dia seguinte, saíram pela primeira vez na imprensa as notícias da sua relação.
William não queria que Harry usasse barba no casamento e ameaçou-o: se desmaiasse por estar alcoolizado, iria rapá-la
Harry teve medo de “desanuviar demasiado” na sua despedida de solteiro por temer que o irmão lhe rapasse a barba. A ameaça aconteceu depois de uma conversa em que Harry lhe contou que se iria casar de barba, rompendo o protocolo, e que já havia pedido autorização à Rainha. William não gostou e pediu-lhe “como herdeiro” que a rapasse. Harry recusou.
“Do we kiss?” As palavras que Meghan e Harry segredaram um ao outro durante a cerimónia
Do noivado ao Nando’s, o frango é uma presença assídua nesta história
Durante a despedida de solteiro, Harry vestiu-se de galinha amarela e os amigos atiraram engenhos pirotécnicos na sua direção. Ao longo do livro, são várias as referências feitas por Harry a um amor comum que partilha com a mulher: frango assado. É o prato preferido dos dois, o mesmo que estavam a preparar na noite em que a pediu em casamento. No dia do casamento, quando Meghan chegou ao altar, Harry lembrou-se de vários momentos importantes: “O primeiro encontro na Soho House. A primeira viagem ao Botsuana (..) O primeiro frango assado.” E a comida do Nando’s serviu para acalmar o príncipe quando esperava que nascesse o seu primeiro filho. Por falar nisso… Harry fez várias inalações do gás hilariante enquanto Meghan se balançava numa enorme bola roxa, à espera de dar à luz.
O casal sentiu vergonha do seu candeeiro do IKEA e do sofá comprado nos saldos quando visitou a casa de Kate e William
Quando foi convidado para lanchar pela primeira vez na casa dos Duques de Cambridge, que Harry compara a um museu, o recém-casal sentiu vergonha de Soho House. “Felicitámo-los profusamente pela renovação que tinham empreendido, embora sem deixarmos de pensar, envergonhados, nos nossos candeeiros do IKEA, no sofá comprado pouco tempo antes em saldo, com o cartão de crédito de Meg, no site sofa.com”
Kate ficou ofendida porque Meghan falou nas suas hormonas
Na mesma visita a Frogmore, William e Kate declararam-se ofendidos por não terem recebido um presente de Páscoa do casal, algo que Harry alega nunca ter sido uma tradição. Kate disse ainda que merecia um pedido de desculpas. “Ofendeste-me Meghan”, disse, referindo de seguida um telefonema em que não se lembrava de algo e a cunhada a acusou de estar com “memória de grávida”. “Falaste das minhas hormonas”, acrescentou Kate. “Não temos intimidade suficiente para falares das minhas hormonas!” William atirou: “É falta de educação, Meghan. Na Grã-Bretanha não falamos assim.” “Se não te importas”, respondeu Markle, “não me apontes o dedo”.
“Estou orgulhoso de mim”
Harry conta que o irmão, o príncipe William, o visitou na sua casa, Nott Cot, e que uma discussão acabou por levar a um episódio de violência. “É indelicada. É mordaz. Deu cabo da cabeça a metade do pessoal”, disse o irmão mais velho ao mais novo sobre Meghan. Quando Harry se dirigiu à cozinha o irmão seguiu-o e foi então que o terá derrubado. “Agarrou-me pelo colarinho, arrancando fio que trazia ao pescoço e derrubou-me”, conta Harry, que se terá magoado ao cair sobre as taças dos cães. Diz que o irmão o desafiou a responder-lhe, mas sem sucesso, e depois pediu-lhe que não contasse nada a Meghan. Para cumprir a promessa, Harry ligou à psicoterapeuta a quem disse estar “orgulhoso” por não ter respondido “à letra” ao irmão.
Harry acredita que Caroline Flack se matou por causa da imprensa
Na mesma altura em que Harry soube que a sua equipa de segurança se iria retirar por ordem da coroa, no início de 2020, recebeu a notícia da morte de Caroline Flack, famosa apresentadora de televisão britânica com quem manteve uma breve relação. “Ao que parece, não aguentava mais”, escreve. “Os atropelos implacáveis por parte da imprensa, ano após ano, acabaram por deitá-la abaixo. Senti-me muito mal perante a sua família. Lembrei-me do sofrimento que causou a todos o pecado mortal que ela cometeu ao sair comigo.” E acrescenta: “Disse para mim que era um lembrete (…) O que eu e Meg enfrentávamos era, de facto, uma questão de vida ou morte.”
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Carlos disse a Harry que não queria Meghan em Balmoral
Quando Carlos ligou a Harry para lhe dizer que o estado de saúde da avó se tinha agravado, o casal fez planos para ir com urgência para Balmoral, mas o pai ligou-lhe novamente: “Disse-me que eu seria bem-vindo em Balmoral, mas que não a queria… a ela.” Harry respondeu: “Nunca mais me fale assim da minha mulher.”
Harry descobriu que a avó tinha morrido pelo site da BBC
Isabel II morreu enquanto Harry estava no avião para a Escócia. Assim que aterrou, ligou o telemóvel e viu uma mensagem de Meghan: “Liga-me assim que vires isto”. Em vez de lhe ligar, consultou a Internet. “Fui consultar o site da BBC. A Avó tinha falecido. O Pai era rei.”