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Victor Lopes estreou-se no Estugarda
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Victor Lopes estreou-se no Estugarda

André Maia/Observador

Victor Lopes estreou-se no Estugarda

André Maia/Observador

"Ia para as discotecas com o Klinsmann. Grandes aventuras". Entrevista a Victor Lopes, o primeiro português da Bundesliga

O brinco já lá vai, mas Victor Lopes ainda mantém a forma, mesmo às portas dos 60 anos. Esquecido em Portugal, ainda fez testes no FC Porto. As memórias do primeiro português a jogar na Bundesliga.

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Victor Lopes. 59 anos. Nascido para o mundo em Portugal, para o futebol na Alemanha. Dois jogos na Bundesliga. 179 na Bundesliga 2. Pouco mais se encontra na internet sobre aquele que, dizem as fontes, é o primeiro jogador português da história a jogar na Liga alemã. Foi na época de 1984/1985. O Estugarda foi o padrinho do batismo do luso em terras germânicas, mas o momento é quase desconhecido. Estava na hora de fazer justiça, mas era necessário ultrapassar um enorme problema: chegar a Victor, sem redes sociais, contactos ou entrevistas dadas. Só havia uma pista: o antigo jogador dá agora um passinho de dança na equipa de veteranos do Estugarda, que é coordenada pelo antigo internacional alemão Cacau.

Se o Estugarda não respondia, talvez uma mensagem direta para Cacau, através do Instagram, abrisse uma ponte para Victor. A mensagem seguiu, sem grande esperança. É mesmo a última a morrer, porque horas depois, o antigo campeão da Alemanha respondia com uma só mensagem: o contacto do nosso português desaparecido em combate. Ligámos logo para Victor. “Que gosto é ouvi-lo, em português!”. Encontrámo-lo. E agora sim, a sua história pode ser contada.

Victor Lopes: “O meu coração vai ser sempre português”

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Victor Lopes voltou a vestir a velhinha camisola do Estugarda para falar com o Observador

A chegada à Alemanha. “Nas seleções da formação marcava 50 ou 60 golos por época”

Em primeiro lugar… o seu português está impecável!
Sim, tento sempre falar português em casa, com a família. Tentei sempre manter a língua, é muito importante para mim.

Mas em casa tem família portuguesa?
Sim, a minha esposa é portuguesa. Os meus filhos nasceram cá, mas falamos sempre português para manter a língua. Às vezes vejo emigrantes que quando vão para Portugal já não sabem falar, acho que não é bonito.

Mas conheceu a sua mulher aqui?
Sim, mas foi por acaso. O meu primo vivia em Ulm, aqui perto de Estugarda. Um dia disse-me que ia haver uma festa de portugueses e que havia lá uma miúda, que depois me apresentava. Mas o que o meu primo queria era namorar com ela.

O seu primo queria namorar com a sua futura mulher?
Sim! (risos). Mas depois conhecemo-nos e estamos casados há 36 anos.

Então ganhou ao seu primo…
É verdade! Mas ele também arranjou uma portuguesa e também está casado.

E costuma ir a Portugal?
Todos os anos vamos lá, para estar com a família.

Mas afinal, como é que veio aqui parar a Estugarda?
Eu cresci em Lisboa. Os meus pais estiveram aqui dois anos na Alemanha, mas à experiência. Nessa altura fiquei com os meus avós, em Tomar. No final desses dois anos, os meus pais decidiram ficar aqui e viemos todos para a Alemanha. Fiz aqui a escola e comecei a jogar futebol, numa equipa pequenina, em Ulm. Havia seleções distritais, e na altura marcava 50 ou 60 golos por época, era avançado (risos).

Bancada só nas fotos: Victor Lopes diz que ainda não chegou a hora de parar

O primeiro da Bundesliga. “Não fiquei por causa do treinador”

Mas o Victor era defesa… ou médio, não era? Cada sítio diz sua coisa.
Defesa, defesa! Depois dessas seleções, um treinador disse que tinha um plano para mim. Disse-me ele: “Agora vais ser defesa central”. E eu nunca na vida tinha jogado naquela posição, fiquei muito assustado. Mas também não disse que não queria, porque queria era jogar. Perguntei-lhe se ele tinha a certeza e porque é que me queria a central. Ele respondeu que eu tinha bom olho e que era muito rápido, que era bom para a posição. Desde aí que passei a ser defesa. Jogava como lateral-esquerdo, defesa-central direito. Até hoje fiquei lá atrás.

Jogava nos dois lados, portanto.
Sim. Eu normalmente era pé direito. E quando comecei a jogar, um treinador disse-me “agora vais jogar com o pé esquerdo”. Vinha mais cedo só para treinar com o pé esquerdo. A partir daí comecei a jogar nos dois lados, não tinha problema nenhum. Os treinadores até agradeciam.

Mas como é que jogava, qual era o seu estilo? É que há poucas informações sobre si, é quase um desconhecido para os portugueses.
Era muito agressivo, muito. Quando entrava em campo não queria perder. Era uma motivação pessoal para mim. Queria ser mais forte do que era. Nunca me deixei cair, levantava-me sempre para ajudar a equipa.

E o que é que é feito do brinco?
Do brinco?

O brinco que usava quando era jogador! Tinha pinta!
Ah, vocês ainda se lembram disso! (risos). Tirei-o! Não queria que o meu filho pusesse brincos, por isso tirei-o quando ele ficou mais grandinho. Não serviu de nada. Aos 15 ou 16 anos ele também pôs.

O brinco que Victor usava nos tempos do Mainz

Victor, nós estamos a fazer esta entrevista ao lado do estádio do Estugarda, onde fez a formação e dois jogos na equipa principal, na Bundesliga. Foi o primeiro português de sempre a jogar lá. O que sente em relação a isso?
Foi um grande privilégio. Vim da formação do Estugarda e dei logo o salto para a Liga alemã. Esperava, claro, que pudesse continuar, mas muitas coisas dependem dos treinadores. Se gostam, se não gostam. E na altura calhei com um treinador que só queria jogadores feitos.

E foi isso que fez terminar o seu caminho no Estugarda?
Sim, claro, foi essa situação. Ele não apostava nada na formação. Eu fui júnior, fiz dois anos nos reservas, só que os treinadores não apostavam em mim. Nem em mim nem em nós, porque éramos vários com muito talento. Aí chegou uma altura em que tive de decidir, e eu queria continuar a minha carreira profissional. Tive uma oferta da 2ª Liga Alemã, do Ulm, e assim foi.

Um dos dois jogos que fez pelo Estugarda ainda foi com o Bayer Leverkusen, atual campeão.
Lembro-me, perfeitamente, foi o meu primeiro jogo! Jogava com o Karlheinz Förster, antigo defesa internacional alemão. Ele dava-me sempre muito apoio. Lembro-me de ele dizer para não ter medo, para ter calma. Felizmente correu tudo bem!

Se tivesse sido contra este Bayer Leverkusen, se calhar tinha sido pior. O que achou do campeão?
Fantásticos. O futebol que eles jogam é incrível, não se vê nenhum erro na equipa, estão sempre aptos, sabem sempre o que estão a fazer. Muito, muito bom.

Aqui em Estugarda partilhou balneário com grandes nomes, mas talvez o maior tenha sido o mítico Jürgen Klinsmann, o bombardeiro. Como era a vossa relação?
Conhecia-o já desde os tempos dos juniores. Éramos amigos, íamos sempre para discotecas aqui em Estugarda.

Ui, grandes aventuras?
Sim, eram grandes, muito grandes, até. Acho que até é melhor não contar (risos).

Mas o clube sabia?
Não, o clube não podia saber, claro. Mas antes era diferente. Hoje não podes ir a uma discoteca porque te filmam logo, ou assim. Antes era mais calmo. Até os donos das discotecas nos ajudavam, sabiam que íamos e deixávamos um espaço mais sossegado.

E as pessoas não vos reconheciam?
Sim, mas não era moda contar essas coisas aqui ou ali. Agora é mais difícil, hoje em dia um jogador não pode ir a lado nenhum, que no dia seguinte está tudo filmado.

E como era o Klinsmann?
Era um rapaz calmo, muito calmo. Dava as suas gargalhadas, mas era um tipo calmo. Fazia o que tinha a fazer e estava tudo bem.

Marcou 12 golos ao todo na carreira. Para um defesa, mesmo que lateral, são números muito interessantes. Qual era o truque?
A cabeça.

A cabeça?
Sim, cabeceava bem. E marcava muitos golos de fora-de-área, a 30 ou 40 metros. Marquei um assim contra o Hannover 96, a 35 metros. Foi um golo espetacular, apanhei a bola bem… tinha bom pontapé!

Victor (à direita), com farta cabeleira, a representar o Fortuna de Colónia

Imago Images

Depois vai para a Bundesliga 2 e joga no Mainz e no Fortuna de Colónia. É neste último que tem aqui um jogo marcante. O dia 19 de agosto de 1989 diz-lhe alguma coisa?
Ui, não sei, já foi há tanto tempo.

Nesse dia jogou contra o Borussia de Dortmund em pleno Westfalenstadion!
Ah, claro, foi na Taça! Espetacular! Perdemos 3-0! Podia ter sido por menos, mas foi espetacular. Entrar naquele estádio, com 73 mil pessoas na bancada. Começas logo a sentir arrepios no corpo inteiro. É fantástico jogar ali.

Parecia que a bola queimava?
Sem dúvida. Parece um tremor de terra! Uma coisa espetacular.

Portugal vai jogar lá daqui a uns dias. Não vai estar lá a Muralha Amarela, mas vai estar a Muralha Vermelha dos turcos. Que dica tem para os nossos jogadores ultrapassarem esse ambiente?
Ah, eles já têm calo que chegue, sabem o que vão fazer. Isso até vai ser mais um alento para eles. Não tenho medo.

Portugal no coração. “Sempre, nem que viva aqui mais 51 anos”

E vai torcer por Portugal ou Alemanha?
O meu coração vai ser sempre português. Não há outra hipótese. Nem que fique mais 51 anos a viver aqui. Portugal é Portugal, é o meu país. E espero regressar brevemente, porque esta não é a mesma Alemanha que eu encontrei.

Porquê?
A vida social é diferente. Isto está a crescer muito. Andas sempre com medo de que aconteça alguma coisa. Espero que Portugal não esteja igual.

Mas está a falar do quê? Imigração, por exemplo?
É esse o ponto. Espero que em Portugal não esteja tão grave como aqui. Tu vais a zonas de Berlim e tens medo. Não é medo, mas tira-te a vontade de fazer a tua vida aqui. Ao menos em Portugal tenho a minha casinha, vou à praia, no sossego. Há sol, também.

Mas voltar é só um desejo ou já está decidido?
Está decidido, estou já a preparar tudo. Já disse à minha esposa e filhos. Se eles quiserem, vêm. Senão ficam. Já são crescidos, podem desenvolver a vida deles.

Agora está reformado, mas continua a jogar na equipa de veteranos do Estugarda. Ainda está em forma?
Estou, estou. Aliás, toda a gente fica admirada que com a minha idade ainda esteja assim tão bem. Alguns colegas dizem que é impossível, não acreditam que vou fazer 60 anos este ano. Também faço três treinos por semana, também ajuda.

Três treinos por semana?!
Em três equipas diferentes. Nos veteranos do Estugarda; na equipa do Ulm, onde moro; e na minha primeira equipa, onde comecei a jogar futebol. Também é uma questão de gratidão, porque todos me pediam muitas vezes para ir lá dar uns toques.

É difícil deixar de jogar, não é?
É, muito. Estive um ano parado e nesse ano olhei para o espelho e estava a engordar muito. Achei que não podia continuar assim. Comecei a treinar e desde aí que todas as semanas treino três vezes por semana. E ainda vou ao ginásio de vez em quando. Também porque tenho sempre muito presente as palavras do meu avô. Ele dizia-me sempre: “Meu netinho, quando fores mais velho mexe-te, não estejas parado porque começas a enferrujar”. Aí estou eu.

E não pensa em parar?
Nunca tive essa ideia. A minha esposa está sempre a perguntar quando é que deixo isto, mas não consigo. Se tiver algum problema de saúde, claro que tenho de pensar nisso. Mas por enquanto nem pensar.

Victor, de olhos no estádio do Estugarda. Apesar da azáfama do Euro, ainda foi reconhecido

Até esteve a representar a Seleção Portuguesa no Europeu do Vinho, em maio. Como correu a experiência? Quase ganhámos.
Foi muito boa. O selecionador Toni deu-nos um grande apoio. Fizemos um torneio espetacular. Claro que queríamos ganhar a taça no nosso país, foi pena perder nos penáltis. Mas foi mais uma cena inesquecível que fica na memória para todos.

Foi na Bairrada, não é? Comeram muito leitão?
Comemos! E, por acaso, nunca tinha provado o da Bairrada. Já tinha comido muito leitão, mas nunca comi nenhum como aquele. Era tão bom que até comi mais do que uma vez, estava mesmo espetacular.

Por falar na Seleção do Vinho… e a Seleção Portuguesa? Nunca se abriu a porta?
Não, nunca. Se calhar nessa altura não era um jogador assim tão interessante, também porque havia muitos talentos em Portugal. Eu até podia ser um deles, claro, mas nunca houve essa oportunidade. Mas também nunca fiquei infeliz por causa disso.

Victor Lopes na Seleção Portuguesa do Vino Euro (ao meio, primeiro jogador à direita de Toni)

Diário das Beiras/Vino Euro

O que faltou? “Gostava de poder ter jogado no Sporting”

E de clubes portugueses? Nunca recebeu propostas?
Não, de Portugal não. Uma vez, quando estava a jogar no Fortuna de Colónia, um amigo convidou-me a fazer um teste no FC Porto. Ainda fui lá, estive lá uma semana, mas naquela altura estava tudo a ser modificado. Ainda era o Artur Jorge o treinador. Muitos jogadores saíram e eles não me deram nenhuma certeza. Nem sim, nem não. E por causa disso não tive mais ideias de ficar lá. Ou sim ou não. Agora estar a mexer na sopinha… não estava para isso. Voltei para cá.

E gostava de ter tido essa experiência?
Como sou sportingista, gostava de poder ter jogado no Sporting. Não houve essa oportunidade.

Ah, é sportinguista? Foi um bom ano para si, então…
Absolutamente. Tentei sempre que o meu filho fosse sportinguista. Quando ele era pequenino, ainda o levei a um jogo, mas não o consegui virar. Os meus sogros são portistas, toda a família é portista, deram-lhe uma camisola do FC Porto… e pronto, o Victor perdeu (risos).

E o que acha da Liga Portuguesa? Já que jogou na Alemanha, que tem campeonatos tão competitivos…
É , falta isso, falta competitividade. Falta muita. O desenvolvimento tem de ser melhor. Deviam apostar mais em talentos portugueses em vez de irem buscar brasileiros. Quero muito criar uma escola de futebol em Portugal para os miúdos se desenvolverem. A ideia é fazer isso com alguns amigos aqui da Alemanha. Estamos a preparar tudo. É também por isso que quero regressar. Estamos a ver se há algum clube da segunda divisão que se queira juntar para se fazer qualquer coisa. Já tentei fazer algo semelhante aqui em Estugarda, mas começam logo a colocar barreiras.

Mas já têm ideias de clubes?
Não quero dizer nada ainda. Tenho as minhas ideias, mas não quero dizer nada antes de ter o prato à frente.

Numa altura em que ainda não havia nomes na camisola, Victor Lopes usava a 17

Depois de acabar a carreira, nos anos 90, ainda deu uma perninha como treinador, não foi?
Sim, mas foi na quinta divisão. Era bom, mas às vezes chegavas ao treino e só tinhas cinco rapazes para treinar.

Cinco? Porquê?
Porque o interesse pelo futebol é grande, mas quando é preciso trabalhar para crescer, poucos querem. Quando perdíamos um jogo e eu os corrigia, levavam a mal. Sentiam que era uma crítica muito grande e não apareciam duas ou três semanas. É impossível. Para isso, antes prefiro ir jogar à bola com os veteranos.

Nunca mais treinou?
Não, depois disso deixei.

E como é que são os seus dias por aqui, em Estugarda? Está a aproveitar a reforma?
Não. Também faço uns trabalhos na indústria automóvel.

Agora até tem vizinhos novos este mês, com o Europeu. A cidade já está diferente?
Agora há muito movimento, muitas estradas fechadas também. Mas tudo calmo.

Do que tenho lido, os alemães adoraram organizar o Mundial 2006. Até foi criada uma expressão, o “conto-de-fadas de verão”. Concorda?
Sem dúvida. 2006 foi inesquecível. O que se sentiu, o que se viu, foi muito especial.

E neste Euro? Parece que os alemães estão um bocadinho mais desligados.
Acho que a unidade em 2006 era maior. Também por causa do estado atual da Europa, com a guerra, por exemplo. Podem ter medo de que aconteça alguma coisa.

E quais são as expetativas para a nossa Seleção neste Euro 2024?
Vamos muito longe. Espero que pelo menos às meias-finais. Até a final pode ser possível. O mais importante no futebol não são as individualidades, mas sim o grupo. Não gosto muito de dizer isto, mas é verdade: se jogarmos sem o Ronaldo temos uma equipa mais compacta.

Para si o Ronaldo começava no banco, então?
Sim, acho que sim.

 
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