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João Mário, o eterno capitão de veludo

Usou a braçadeira a vida toda. Era um miúdo ambicioso e ficava chateado quando os colegas se cortavam. O Observador falou com o treinador de iniciados e com o melhor amigo do médio do Sporting.

“Reparei na forma ‘aveludada’ como tratavas a bola, na tua visão de jogo, na precisão do passe, na qualidade do drible e no faro pela baliza.”

João Mário é um jogador diferente. Ele até podia ser um futebolista banal e não passava despercebido, pela atitude serena, respeitosa e digna como vive o futebol. Foi capitão a vida inteira nas camadas jovens do Sporting, depois de uma aventura fugaz nas escolinhas do FC Porto, e isso explica muita coisa. Quando era miúdo dava os seus ralhetes e, em tempos conturbados na fase final de um campeonato nacional de iniciados, chegou a dizer ao treinador: “Mister, não se preocupe que eu sei o que temos de fazer. Vamos dar a volta a isto.”

Foi capitão a vida inteira nas camadas jovens do Sporting, depois de uma aventura fugaz nas escolinhas do FC Porto, e isso explica muita coisa. Quando era miúdo dava os seus ralhetes e, em tempos conturbados na fase final de um campeonato nacional de iniciados, chegou a dizer ao treinador: “Mister, não se preocupe que eu sei o que temos de fazer. Vamos dar a volta a isto”

O caráter estava lá, desde sempre. É um líder natural. João Mário era já um jogador profissional em miúdo, puxava pelos colegas, exigia sempre mais e mais. Era ambicioso. Um rapaz tranquilo e maduro. O sentido crítico, o querer perceber as coisas, o treino e o que o rodeava, nunca o largariam.

Escrever sobre João Mário é tão fácil quanto difícil, pela tentação do abismo dos adjetivos sem fim. Há sempre quem goste de distinguir entre jogadores da bola e jogadores de futebol. O médio do Sporting é definitivamente um jogador de futebol. Para quem o vê de fora, a coisa é mais ou menos assim: tem um toque de bola suave, sublime; tem andamento, possui uma visão de jogo e uma cultura tática muito acima da média. Depois, as imaginações: deve ser um bom rapaz; pela inteligência e segurança que revela, é possível imaginá-lo a ler bons livros na praia, num qualquer dia de verão. É que parece ter vistas largas, que vão além do futebol. Mas isto é especulação pura.

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LISBON, PORTUGAL - FEBRUARY 22: Sporting's midfielder Joao Mario during the match between Sporting CP and Boavista FC for the Portuguese Primeira Liga at Jose Alvalade Stadium on February 22, 2016 in Lisbon, Portugal. (Photo by Carlos Rodrigues/Getty Images)

João Mário vs. Boavista, em fevereiro (Carlos Rodrigues/Getty Images)

A serenidade, a exigência, a braçadeira e o cubo de Rubik

A carreira juvenil do 17 do Sporting até começou na defesa. João Mário era central. “Também cumpria. Tenho a impressão que se disséssemos para jogar a guarda-redes também ia cumprir”, brinca Luís Gonçalves, o seu treinador nos iniciados no Sporting, atualmente adjunto de Abel Xavier na seleção moçambicana.

João Mário foi o capitão da equipa de iniciados de Luís Gonçalves, aquela que seria campeã nacional contra um poderoso Benfica. “Lembro-me muito bem dele. Ainda hoje mantemos relacionamento e falamos. Trocamos mensagens”, arranca.

“”Sempre foi um miúdo que, desde muito cedo, demonstrava muita concentração no treino, na competição. Era muito tranquilo. Aparentemente era mais maduro do que a maioria dos colegas.”

Quando é questionado sobre aquele jeito de João Mário, de alguém que tem 23 anos mas parece ter 35, Gonçalves solta uma gargalhada. “Ele sempre foi assim! Sempre foi um miúdo que, desde muito cedo, demonstrava muita concentração no treino, na competição. Era muito tranquilo. Aparentemente era mais maduro do que a maioria dos colegas. E isso não significa que não tivesse as brincadeiras próprias da idade. Era bastante divertido. Mas quando era para treinar, era para treinar a sério. Ficava até zangado quando alguns colegas não cumpriam. Apesar de ter aquela postura muito calma, foi competitivo desde sempre.”

"Quando era para treinar, era para treinar a sério. Ficava até zangado quando alguns colegas não cumpriam. Apesar de ter aquela postura muito calma, foi sempre competitivo desde sempre”
Luís Gonçalves

Luís Gonçalves escolheu-o como capitão de equipa e não foi por acaso. “Revelava desde muito cedo muita ambição. Havia indicadores pelos quais nos regíamos: tinha a ver com o tempo de permanência no clube, tinha a ver com a indicação do treinador anterior também. Sabíamos como era a evolução nos escalões abaixo. Conversávamos e analisávamos. Havia jogadores com características de responsabilidade e liderança, que mostravam ambição, que cumpriam nos treinos, escolhemos facilmente. Responsabilidade e ambição são importantes num líder.” Ou seja, cumprir horários ou não faltar aos treinos “não chega”. Tem de dar mais: “Tem de haver motivação intrínseca, aquilo que demonstra nos jogos e treinos perante a adversidade. Ele tinha essas características”.

“”Tem de haver motivação intrínseca, aquilo que demonstra nos jogos e treinos perante a adversidade. Ele tinha essas características”

João Mário parece saber resistir à adversidade. À pressão alheia, aos embrulhos do jogo, à confusão de uma bola “com ratos” (expressão usada quando a bola vem aos saltos, descontrolada). Ele sabe serenar e pausar o relógio. Ou, em tempos de infortúnio, acelerá-lo e torná-lo mais venenoso, como naquele clássico recente com o FCP (duas assistências) — 3-1 no Dragão. Ele está para o futebol como aqueles génios, que resolvem o cubo de Rubik em 20 segundos, estão para o comum dos mortais. Ele simplifica, com leveza.

“Por vezes até havia aquela ideia de que era algo lento ou que tinha pouca intensidade, podia transmitir aqui uma ideia que talvez não estivesse empenhado no treino, mas era falso”, explica Luís Gonçalves. “Quando olhamos parece que é muito tranquilo e que a velocidade não é a principal característica dele, mas não é lento. A sua interpretação do jogo acaba por torná-lo rápido, por ler bem o jogo. É um jogador que está aí… Está aí a demonstrar. Estou muito satisfeito.”

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Luís Gonçalves e a equipa de iniciados em Alvalade, após a conquista do campeonato nacional de iniciados – João Mário é o primeiro dos jogadores à direita, em pé (D.R.)

Foi com Gonçalves que João Mário deixou a defesa, definitivamente, e cravou os pitons de alumínio nos meios-campos do país. “Eu acabei por colocá-lo a jogar mais como médio centro. Inclusivamente, ele nem gostava de jogar a 6, se bem que eu acho que ele seja muito bom nessa posição. Por vezes promovíamos isso na equipa: ora jogava a 6, ora jogava a 8. Agora até tem jogado mais no corredor.” Resta explicar que jogar a 6 é atuar como médio defensivo (clássico “trinco”), enquanto um 8 preenche uma área vasta de terreno, podendo chegar, ou não, mais à frente para finalizar ou aparecer na linha.

"Era alguém que queria perceber mais, sempre. Dentro do próprio treino mostrava ter sentido crítico. Questionava. O João sempre teve essa forma de estar"
Luís Gonçalves

E o que tem ele? “Tomada de decisão, interpretação do jogo, qualidade de passe… Desde muito cedo. Jogando no meio-campo poderia render mais e evoluir mais. Era alguém que queria perceber mais, sempre. Dentro do próprio treino mostrava ter sentido crítico. Questionava. O João sempre teve essa forma de estar. Fora do futebol acho que nunca teve problemas na escola ou de relacionamento social. Tinha facilidade em fazer amigos.”

O atual adjunto da seleção moçambicana conta que João Mário conserva ainda muitos amigos da altura, sendo que muito deles nem chegaram ao profissionalismo, o que reflete um pouco a sua personalidade.

O melhor amigo, o gesto em Setúbal, a elegância e o caneco de iniciados

Altair Júnior, 22 anos, é amigo de longa data de João Mário. A relação começou nos infantis, mas estreitou-se nos iniciados. Hoje vivem juntos. “Não tínhamos uma relação muito próxima até aos iniciados, agora somos melhores amigos, inseparáveis. Vivemos juntos em Lisboa”, conta ao Observador este avançado que rescindiu há poucos meses com o Braga, para assinar depois pelo Real de Massamá — “Rescindi para jogar mais”.

“Foram muitos anos juntos, dos infantis aos juniores de segundo ano. Depois eu segui para a Hungria, para jogar no Videoton, fui treinado pelo Paulo Sousa”, explica o brasileiro. “É fantástico viver o sucesso de perto. É um amigo. Já me ajudou muito. Quando fui para fora, foi a pessoa com quem fiquei a falar mais. Estive três anos na Hungria. Agora voltei a Portugal e vivemos juntos. Sou muito amigo da família.”

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Altair Júnior e João Mário (D.R.)

Este é só mais um ponto em que Luís Gonçalves e Júnior coincidem: o peso da mãe na vida de João e Wilson, o irmão, atualmente no Sp. Braga. “A mãe é o pilar dele. Apoiou-o sempre em tudo. Uiii, é uma pessoa impecável. É a força dele. O pai também o ajudou muito, chama-se João Mário também”, revela o grande amigo do craque do Sporting.

“”A mãe é o pilar dele. Apoiou-o sempre em tudo. Uiii, é uma pessoa impecável. É a força dele. O pai também o ajudou muito, chama-se João Mário também”

Já Luís Gonçalves associa e responsabiliza a influência da mãe, quando é abordado sobre o gesto de João Mário em Setúbal, onde esteve um ano emprestado. Já de regresso ao Sporting, o médio marcou um dos golos da goleada leonina, mas recusou partilhar a alegria dos colegas. Pediu desculpa. Humilde, lembrou que aqueles que estavam agora do outro lado, assim como os que estavam sentados nas bancadas, lhe deram a mão para ele evoluir e o ajudaram ter um ano especial.

“Isso também vem de casa. O Wilson, sendo diferente, também é um jovem com essa humildade e educação. É um elogio à mãe. Tanto quanto sei, foi a senhora que os criou”, conta Gonçalves. “Tem a ver com isto, a formação que vem de casa, tem a ver com a própria pessoa também. O João, efetivamente, dá gosto.”

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Esta história de Setúbal teria outros contornos e dimensão. Houve um adepto que ficou sensibilizado e escreveu uma carta no seu Facebook, que se tornaria viral. A frase do arranque deste texto é retirada dessa carta. Sócio do Vitória há 53 anos, Jorge Calheiros escreveu algo que tresandava a admiração e respeito. A gratidão. Aquele ano de João Mário na terra de Bocage e do choco frito seria especial também para este adepto. E a explicação está nesta frase que diz tudo: “Reparei na forma ‘aveludada’ como tratavas a bola, na tua visão de jogo, na precisão do passe, na qualidade do drible e no faro pela baliza”. É um jogador de futebol, com pés de veludo.

João Mário não ficou alheio à demonstração de carinho e responderia via Facebook também, acabando por enviar uma camisola da seleção nacional autografada. “Caro amigo Jorge Calheiros. Primeiro começo por agradecer-lhe emocionantes palavras. Depois dizer-lhe que adoro o Vitória e adorei todos os momentos que passei em Setúbal. Por último, dizer-lhe que serei eternamente grato a quem me ajudou muito, assim como a quem me continua a ajudar. Desejo-lhe o melhor também, o meu muito obrigado!”, escreveu o atleta.

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O Mais Futebol entrevistou depois o adepto que só tem um clube, o Vitória: “Foi um gesto que não é comum. Não é único, mas não é assim tão vulgar. Vindo de um jogador que já admirava, achei que merecia uma referência da minha parte. ‘Eh, pá gostei João Mário, gostei!’ Para além de ter mostrado que é um bom jogador, também mostrou princípios que são fundamentais”.

“”Ele é muito humilde. Não se esquece de nada. Ele gostou muito do Setúbal. Foi no Setúbal que voltou a lançar a carreira. Ele adora o clube, foi muito bem recebido, gostou muito das pessoas.”

Júnior assina por baixo e faz uma revelação: “Ele é muito humilde. Não esquece de nada. Ele gostou muito do Setúbal. Foi no Setúbal que voltou a lançar a carreira. Ele adora o clube, foi muito bem recebido, gostou muito das pessoas. Fui ver lá todos os jogos!”

Como era, afinal, o João Mário em miúdo? “Sempre foi profissional. Como é hoje, já o é há muito. Já tinha a cabeça focada. Mesmo quando éramos miúdos, já tinha a cabeça focada, sabia aquilo que queria: chegar à equipa principal e depois dar o salto. Ele dava o exemplo, sempre foi exemplo. Ralhava connosco, por isso era o nosso capitão! Ele não é de guardar [coisas por dizer], se tiver de dizer, ele diz na cara. É calmo e sempre sincero. Se estiver errado, corrige, por isso era o nosso capitão”, conta Júnior, que estranha a pergunta “Como é estar em casa com ele depois de um jogo?”. E a justificação é bem simples: “Para mim, é o João. Somos amigos desde sempre. É normal”.

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João Mário e Altair Júnior (D.R.)

“É um jogador muito elegante, pensa muito bem o jogo, tem passe. Para mim, é um craque! É tudo o que uma equipa precisa. Para além de ser profissional dentro e fora do campo. Não digo porque é o meu melhor amigo, posso dizer que fora de campo é impecável…”

Este rapaz de 23 anos, que toca na bola e que desconstrói e simplifica o jogo como poucos, imaginava-se advogado ou jornalista, se não tivesse corrido bem a coisa no palco com cheiro a relva

Para as curiosidades sem resposta, o site oficial do Sporting Clube de Portugal ajuda. Este rapaz de 23 anos, que toca na bola e que desconstrói e simplifica o jogo como poucos, imaginava-se advogado ou jornalista, se não tivesse corrido bem a coisa no palco com cheiro a relva. Superstições? “Muitas. Por exemplo, entrar com o pé direito em campo ou calçar primeiro a bota direita”, pode ler-se na sua página no site dos leões. Estas notas, curtas, terão sido escritas pelos jogadores, pelo menos aparentam ser. Lema de vida? “Viver e aprender”. Já o filme preferido fala na língua do mais recente pretendente (PSG): “Amigos improváveis”, em francês.

Mas há mais: na televisão gosta de ver ténis e futebol americano; na mesa prefere o polvo à lagareiro. João Mário considera-se “inteligente, teimoso e amigo”. Zinedine Zidane é o seu ídolo, o Sporting é o inquilino que habita no coração.

João Mário está a fazer uma época de qualidade. No total, segundo o zerozero.pt, o médio disputou 3508 minutos, nos quais marcou sete golos (Tondela, Vitória de Setúbal, Nacional, Bayer Leverkusen, Arouca, Arouca e União da Madeira), a que se juntam mais 12 assistências em 44 jogos. Esquecendo os números, esse mal necessário que às vezes faz esquecer grandes jogadores, João Mário mostrou muito futebol. Muito.

O 17 do Sporting tem 178cm, 69 quilos e nasceu no Porto a 19 de janeiro de 1993, altura em que se ouvia o grande hit de Whitney Houston “I Will Always Love You”. Começou a central, depois foi jogando a 6 e 8, mas Jorge Jesus colocou-o mais junto à linha, mas sem amarras, por confiar na inteligência do homem. Agora está perto do seu grande sonho, que é vencer um campeonato pelo Sporting. Será necessário, no entanto, ganhar em Braga e o Benfica escorregar em casa com o Nacional. Na cabeça dele isso não será impossível, porque ele já viveu algo semelhante…

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Foi nos iniciados, em em 2007/2008. Bola nos pés de Luís Gonçalves: “Lembro-me que nesse ano ganhámos o campeonato numa situação muito interessante. Quando começámos a fase final, toda a gente atribuía o favoritismo ao Benfica. Primeiros jogos do Benfica foram vitórias, os nossos não foram muito famosos. Foi uma fase final muito intensa vivida por todos, equipa técnica, staff, jogadores, os miúdos tiveram uma atitude positiva”.

E continua: “O João Mário teve um papel importante. No final de um jogo, houve uma questãozinha no balneário depois, acho que foi um empate em casa com o Vitória de Guimarães. Tive o cuidado de falar com ele como capitão de equipa, para lhe dar alguns conselhos. Ele virou-se para mim e disse: ‘Mister, não se preocupe que eu sei o que temos de fazer. Vamos dar a volta a isto’. A partir desse resultado, fizemos uma caminhada, jogo a jogo, que culminou com o jogo no Seixal (vs. Benfica). Foi a 10 de junho de 2008.”

"Tive o cuidado de falar com ele como capitão de equipa, para lhe dar alguns conselhos. Ele virou-se para mim e disse: 'Mister, não se preocupe que eu sei o que temos de fazer. Vamos dar a volta a isto'"
Luís Gonçalves

Bastava um empate na casa do Benfica para os pequenos leões serem campeões. “Marcámos logo aos 10′, por João Carlos [Teixeira], que está no Liverpool. No decorrer do jogo, o Benfica marcou um golo na sequência de uma bola que tínhamos metido fora, porque alguém estava no chão. Devolveram a bola, mas o Sancidino (hoje na equipa B) meteu-se no meio e marcou golo”, conta, com alguns risos pelo meio, sarado o susto tantos anos depois.

“Faltavam vários minutos para acabar o jogo e se marcassem e ganhassem, eles eram campeões. O jogo manteve-se. O João teve ali uma postura muito boa, a transmitir calma aos colegas. Fomos ganhando confiança, retificando. Foi treino a treino, jogo a jogo, o grupo todo foi muito forte e unido. Alguns miúdos foram muito importantes, mas o João Mário teve papel preponderante”, conta o seu ex-treinador.

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Sorridente, com a braçadeira no pulso, João Mário festeja a conquista do título nacional – no lado esquerdo está Ricardo, atual lateral direito do Nice (D.R.)

É um dos favoritos dos adeptos, é titular da seleção [estreou-se em outubro de 2014, substituindo Cristiano Ronaldo e até ganhou um penálti no minuto a seguir]. É capa de jornais. E agora, o céu é o limite? “Tem condições para jogar em qualquer clube da Europa. Fácil”, diz Júnior, na galhofa. “Acho que ele quer jogar em Inglaterra primeiro. É o futebol para ele. Gostava de o ver no Chelsea ou no Manchester United…”

“”Acho que ele quer jogar em Inglaterra primeiro. É o futebol para ele.”

Luís Gonçalves metia outro carimbo no passaporte de João Mário. “No Real Madrid punha aquilo em ordem!”, diz, hesitando pouco, muito menos na gargalhada. “Como são muitas vedetas não sei… Tinha muita curiosidade em vê-lo jogar com o Ronaldo, mas não sei se o Ronaldo vai continuar no Real, não sei. Bom, fala-se em Manchester. Seria muito interessante! Mourinho, treinador, João e Ronaldo. Os três! Seria muito interessante…”

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