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Vale de Judeus: Três meses depois da fuga, três presos já foram recapturados. Shergili Farjiani é o primeiro estrangeiro a ser encontrado

Fábio Loureiro foi encontrado em Marrocos, Fernando Ferreira em Montalegre e agora Shergili Farjiani em Itália. Três meses depois da fuga de Vale de Judeus, é o primeiro estrangeiro recapturado.

Três meses depois da fuga de cinco reclusos de Vale de Judeus, foi recapturado o terceiro fugitivo. Shergili Farjiani foi detido esta terça-feira, em Itália, e é também o segundo a ser detido no estrangeiro — o único encontrado em Portugal foi Fernando Ferreira. Para já, é o único estrangeiro, entre o grupo dos cinco reclusos que fugiram a 7 de setembro, que as autoridades conseguiram encontrar, estando ainda por recapturar o britânico Mark Roscaleer e o argentino Rodolf Lohrmann.

Fonte da Polícia Judiciária refere ao Observador que, no momento da fuga, esta polícia tinha praticamente a certeza de que Shergili Farjiani tinha aproveitado para sair do país o mais rápido possível. E conseguiu. O georgiano viajou para Itália, onde foi encontrado esta terça-feira, “depois de um persistente, complexo e ininterrupto trabalho de investigação e de recolha de informação”, explicou a PJ em comunicado.

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Vale de Judeus. Os momentos-chave da fuga da prisão vistos de cima

O nome de Shergili Farjiani constava na lista da Europol, na sequência de um mandado de detenção europeu emitido três dias depois da fuga de Vale de Judeus. E terá sido graças a esta referência que a polícia italiana terá percebido que à sua frente estava um dos fugitivos de Vale de Judeus, que as autoridades portuguesas procuravam há precisamente três meses.

De acordo com a informação avançada pela CNN, este fugitivo de nacionalidade georgiana foi detido numa operação policial, estando já integrado num grupo criminoso que foi alvo de buscas esta terça-feira na zona de Pádua, no norte de Itália, a 500 quilómetros de Roma e a pouco mais de uma centena de quilómetros das fronteiras com outros três países europeus: Suíça, Áustria e Eslovénia. Aliás, o mesmo canal avança que a PJ já teria dado indicações às polícias espanholas e italianas sobre a possibilidade de este homem estar num destes países.

Terá sido graças ao alerta da Europol que a polícia italiana terá percebido que à sua frente estava um dos fugitivos de Vale de Judeus, que as autoridades portuguesas procuravam há precisamente três meses.

Os detalhes sobre as circunstâncias em que Shergili Farjiani foi detido em Itália ainda não são conhecidos — nas próximas horas, a Polícia Judiciária deverá adiantar mais pormenores sobre a recaptura. Mas sabe-se para já que este homem deverá ser extraditado para Portugal para cumprir o resto dos sete anos de pena.

Na altura da fuga, este recluso era o único que estava numa ala diferente da dos restantes fugitivos, sendo apontado como o elemento externo do grupo. E, além disso, Shergili Farjiani foi o único dos cinco presos que não passou pela cadeia de Monsanto antes de ser encaminhado para Vale de Judeus e, por isso, só terá tido o primeiro contacto com os restantes em Vale de Judeus — ao contrário, por exemplo, de Fábio Loureiro e de Rodolf Lohrmann, que chegaram a tentar a fuga de Monsanto, em 2018.

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Dois meses depois da detenção em Marrocos, Fábio Loureiro ainda aguarda extradição

O primeiro recluso a ser encontrado foi Fábio Loureiro, detido em Marrocos no início de outubro, um mês depois da fuga. Mas dois meses depois da detenção feita em cooperação com as autoridades marroquinas, na cidade de Tânger, Fábio Loureiro ainda aguarda que o processo de extradição fique concluído para regressar a Portugal, onde também, à semelhança dos restantes, vai continuar a cumprir a pena a que foi condenado pelos crimes de extorsão, branqueamento de capitais, associação criminosa, sequestro e ofensas à integridade física.

Inicialmente, este recluso manifestou intenção de opor-se à extradição para Portugal — um direito de todos os detidos mediante apresentação de justificação válida perante o juiz de instrução. Dias depois, Fábio Loureiro mudou de ideias, acabando por aceitar a sua extradição, mas o processo ainda não está concluído. Há um mês, em entrevista à Renascença, Luís Neves, diretor nacional da Polícia Judiciária, referiu que a extradição seria uma questão de “dias”, explicando que a execução da extradição depende das autoridades marroquinas e apontando que “tem havido lá uns problemas com uma greves, que têm levado a um atraso na processualização deste ato”.

Assim que regressar a Portugal, Fábio Loureiro, que foi preso pela primeira vez em 2014, deverá ser encaminhado para a prisão de Monsanto, a única em Portugal classificada como prisão de segurança especial.

Assim que regressar a Portugal, Fábio Loureiro, que foi preso pela primeira vez em 2014, deverá ser encaminhado para a prisão de Monsanto, a única em Portugal classificada como prisão de segurança especial. E este é também um estabelecimento que este recluso já conhece, uma vez que já passou lá vários anos. Se Fábio Loureiro não tivesse fugido da cadeia de Vale de Judeus, a data prevista para saída seria 2056 — como foi condenado por vários crimes, cumpre penas de prisão sucessivas e não pena única de 25 anos —, mas a previsão para a sua liberdade deverá demorar mais. Quando estiver em território português, novamente na cadeia, deverá de ser julgado pelo crime de evasão, cuja pena de prisão pode ir até aos dois anos.

Fernando Ferreira, o único capturado em Portugal

O único fugitivo encontrado em Portugal foi Fernando Ferreira. E é também o único recluso que já foi encaminhado para a prisão de Monsanto. Detido depois de Fábio Loureiro, Fernando Ferreira decidiu não passar a fronteira, optando por instalar-se na aldeia de Castanheira de Chã para se esconder. Ou, pelo menos, para escapar aos radares da PJ o máximo de tempo possível. Com o nome “Manuel”, este preso condenado por crimes de associação criminosa, rapto, roubo à mão armada, tráfico de droga e detenção de arma proibida ainda conseguiu permanecer durante duas semanas no concelho de Montalegre.

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A Polícia Judiciária sabia precisamente onde estava escondido e os inspetores ligados à investigação já andavam por perto, a vigiar a casa, praticamente desde que chegou à aldeia. Aliás, não terá sido nenhum vizinho a dar o alerta. E quando a PJ decidiu avançar para a detenção, encontrou Fernando Ferreira sozinho, ao contrário daquilo que aconteceu com Fábio Loureiro e agora com Shergili Farjiani. Estava, no entanto, armado — tinha duas armas de 9mm com silenciador, munições, vários walkie-talkies, um aparelho para bloquear sinais de comunicações e ainda uns binóculos de visão noturna e de longo alcance.

Fernando Ferreira foi detido a 22 de novembro e nesse mesmo dia foi transportado para a cadeia de Monsanto, que também já conhece bem. Esteve lá em 1987 apenas um mês, regressou em dezembro de 2015 e só saiu em 2018, quando foi transferido para a cadeia de Coimbra. Agora, deverá ser também julgado pelo crime de evasão, tal como os restantes dois presos já recapturados.

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