Foi rodeado de alguns dos “melhores” do partido — entre eles Paulo Portas, Manuel Monteiro, José Ribeiro e Castro e Paulo Núncio — que Nuno Melo, atual presidente do CDS, assinalou o “momento histórico e emotivo”. Aparafusou, ele mesmo, a placa do partido democrata-cristão que há dois anos tinha sido retirada, depois de o partido ficar fora do Parlamento. Portas não quis falar aos jornalistas — disse que era o momento da atual liderança — mas no “ato formal de regresso” do partido a emoção falou por ele. Após a placa ser reposta, abraçou Melo, com lágrimas nos olhos.
A marca dourada na parede assinalava o local onde, em 2022, deixou de estar a placa do CDS na Assembleia da República. O mediatismo “desnecessário” dado à sua retirada foi então criticado, não só por membros do partido, mas também pelo então Presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues. Agora, o momento mediático para a sua reposição foi agendado, solene e anunciado à comunicação social. Decorreu num corredor estreito a abarrotar de jornalistas e de figuras históricas do partido democrata-cristão.
O simbolismo de o regresso se dar nos 50 anos do 25 de abril não foi deixado de lado por Melo. “Não é coincidência que seja agora que o CDS volta à Assembleia da República”, afirmou o deputado eleito pela coligação da Aliança Democrática, que entende que esta “placa encerra a história de partido” que não se define pela ausência temporária da vida parlamentar na última legislatura.
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Ao Observador, Manuel Monteiro, antigo líder do CDS, diz estar contente por assistir ao momento num dia que classifica como “importante para o futuro do partido“. Está presente a convite direto de Nuno Melo, já que este convidou “todos os ex-presidentes” para a cerimónia. “Espero que o CDS seja novamente uma voz ativa no Parlamento para a afirmação de uma direita democrática”, pede o histórico do partido, minutos depois de tirar uma fotografia de grupo com as restantes figuras do partido nos Passos Perdidos do Parlamento.
Em declarações aos jornalistas, Nuno Melo recusou que o partido tenha sido levado ao colo pelo PSD de volta ao Parlamento e assinala que a vitória da AD “foi possível com votos do CDS” . Também não quis falar sobre o novo Governo de Luís Montenegro ou da sua eventual presença no mesmo. O assunto fica para “dia 2 de abril”, quando o novo Executivo tomar posse, sendo muito provável que ocupe o lugar de ministro. Para já, prefere saborear o momento em que o “CDS volta à casa da democracia”.