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Police clash with looters in Vosloorus in South Africa
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Onda de violência na África do Sul causou mais de 200 mortos e deixou centenas de lojas e infraestruturas destruídas

Gallo Images via Getty Images

Onda de violência na África do Sul causou mais de 200 mortos e deixou centenas de lojas e infraestruturas destruídas

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Milícias substituem-se à polícia para enfrentar caos na África do Sul. Portugueses preocupados: “Se não nos defendem, temos de ser nós.”

Portugueses estão preocupados com violência e, perante inação das autoridades, há quem admita fazer justiça pelas próprias mãos. Prisão de Zuma deixou país em ebulição e expôs fragilidades profundas.

Tony Rodrigues tem dupla nacionalidade — portuguesa e sul-africana –, vive na África do Sul há 47 anos e é proprietário de um negócio de metalomecânica, em Joanesburgo. Na passada segunda-feira, viu a oficina que abriu há 32 anos ser saqueada e pilhada na sequência da onda de violência e vandalismo que, desde a detenção do ex-presidente Jacob Zuma, tem devastado aquele país na última semana. Num ambiente de caos e de destruição, agravado pela inação das autoridades, várias pessoas começaram a formar grupos de vigilantes — e até milícias — nas suas comunidades para travarem os motins. Tony Rodrigues é uma desses casos e garante que, no subúrbio onde vive, há pessoas armadas para proteger a comunidade, incluindo o próprio.

“Nos subúrbios, onde vivemos, eles [os saqueadores] não se atrevem a cá vir. Nós temos um grupo de vigilantes. Se vierem cá, tratamos do assunto. Nem esperamos pela polícia”, afirma o luso sul-africano, de 61 anos, ao Observador, a partir de Joanesburgo. Apesar de andar armado, Tony Rodrigues diz que apenas equaciona usar a força para se defender e lamenta a inação das autoridades, que não têm agido para pôr fim à violência. “Não somos só nós. Outros subúrbios fazem o mesmo. Se a polícia não nos defende, temos de ser nós a defender-nos”, acrescenta Rodrigues, garantindo que pessoas de todas as etnias e nacionalidades estão lado a lado no objetivo de proteger as suas comunidades.

“Passei por carros e pneus a arder. Quando cheguei à oficina ainda vi algumas pessoas a saírem de lá. Eu ia preparado para atirar”
Tony Rodrigues, luso sul-africano cuja oficina foi saqueada em Jeppestown, Joanesburgo

Quando recebeu o alerta através do sistema de alarme que tem montado na oficina, Tony Rodrigues diz que contactou de imediato a empresa de segurança, que rejeitou ir até ao local — Jeppestown, a cerca de 10 quilómetros da sua casa, onde tem havido uma série de saques e pilhagens —, por considerar que era demasiado perigoso. Decidiu, por isso, ir sozinho, pronto a fazer justiça pelas próprias mãos.

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Mais de 2.550 detenções em Gauteng e KwaZulu-Natal. Número de mortos provocados pela violência sobe para 212

“Levei a minha arma, 500 balas e quatro carregadores de 15 balas cada um”, conta. “Passei por carros e pneus a arder. Quando cheguei à oficina ainda vi algumas pessoas a saírem de lá. Eu ia preparado para atirar”, garante o luso sul-africano, que quando entrou na oficina viu que vários materiais de trabalho, inclusive computadores, tinham sido roubados.

Desde que a vaga de motins eclodiu no final da semana passada, quando Jacob Zuma se entregou para cumprir uma pena de prisão de 15 meses, mais de 200 pessoas morreram e há um número indeterminado de feridos, com a violência a estar centrada nas províncias de Gauteng (onde fica Joanesburgo) e KwaZulu-Natal, particularmente em Durban, onde o ex-Presidente sul-africano tem uma grande base de apoio.

Mas, se a insurreição começou com os apoiantes de Jacob Zuma a saírem às ruas para protestar contra a sua detenção, rapidamente ganhou outras proporções e expôs as fragilidades da África do Sul, país a atravessar uma profunda crise económica e a sofrer o impacto de uma terceira vaga da pandemia de Covid-19.

Muitas pessoas viram na contestação descontrolada uma oportunidade para entrar em supermercados e levar a comida que conseguissem para casa, enquanto outras aproveitaram a situação para instigar ao caos e à violência, pilhando e destruindo o que aparecesse à frente, inclusive clínicas, centros de vacinação e fábricas onde se produzem medicamentos ou alimentos, o que causou grandes constrangimentos nas cadeias alimentares e de saúde.

Violence And Looting Continue In Gauteng

Grupo de vigilantes escola um homem que detiveram após uma tentativa de pilhagem, em Joanesburgo

Getty Images

Com o passar dos dias, e à medida que o contingente de segurança vai sendo reforçado, levando a que tensão diminua ligeiramente, Tony Rodrigues começa a tentar retomar a sua atividade profissional, enquanto faz contas aos estragos. No entanto, mantém o alerta e continua a organizar-se com os vizinhos para prevenir que os motins cheguem aos subúrbios onde vivem — organizam-se através de grupos de WhatsApp, juntam-se para delinear “estratégias” e fazem turnos de vigia e patrulha para estarem prevenidos caso surjam tentativas de ataques.

Governo português disponível para “dar todo o apoio necessário” à comunidade afetada pela violência

Milícias substituem-se à polícia. “Estamos dispostos a morrer pela nossa comunidade”

Os motins, contudo, têm estado longe das zonas residenciais dos subúrbios de Joanesburgo, onde está concentrada uma parte significativa da comunidade portuguesa na África do Sul. Nos maiores pontos de tensão, não só na província de Gauteng, mas também em KwaZulu-Natal, a dinâmica das milícias é ainda mais vincada, com grupos a montarem barricadas ou a juntarem-se, muitas vezes armados, perto dos estabelecimentos de venda de bens essenciais para os proteger dos saqueadores, a única alternativa encontrada perante a falta de polícia nesses locais.

“A polícia estava em menor número e não podia fazer absolutamente nada”, diz ao The Telegraph Redwan Hossain, um comerciante natural do Bangladesh, na cidade de Howick, na província de KwaZulu-Natal, que se juntou a um grupo de vigilantes daquela zona. “Muitos de nós temos armas. Sem elas, nunca os conseguíamos travar”, acrescenta, referindo-se não só a armas de fogo, mas também a bastões.

Além de comerciantes locais que tentam proteger os estabelecimentos nas suas zonas, também empresas de segurança privada têm sido contratadas para garantir a proteção de supermercados, lojas, postos de gasolina ou outros estabelecimentos que fornecem bens essenciais. Ao mesmo jornal britânico, um residente de Howick, sob anonimato, conta que respondeu a um anúncio de empresa de segurança privada, que estava a recrutar civis para proteger as comunidades. Tal como ele, cerca de 300 pessoas responderam afirmativamente e, quando chegaram ao ponto de encontro, receberam formação, armas e munições, e foram-lhes delegadas tarefas, como bloquear estradas ou fazer patrulhas na zona.

Nos grupos de vigilantes, os taxistas têm também estado na linha de frente, não só para garantir a proteção dos comerciantes, mas também para assegurar que o seu negócio vai continuar. “O nosso plano é garantir que os taxistas protegem os supermercados”, disse à Bloomberg Bafana Magagula, gestor do Conselho Nacional de Táxis da África do Sul. “Qualquer estrutura que seja demolida, onde um grande grupo de pessoas trabalho, é uma perda para nós. Se não protegermos essas estruturas, no final do dia não temos trabalho”, acrescentou.

Death toll amid violent pro-Zuma protests in S.Africa rises to 45 Supa Store in Dlamini looted and vandalized in South Africa Supa Store in Dlamini looted and vandalized in South Africa Aftermath of protests and looting at Ndofaya Mall in South Africa

Imagens da destruição e dos estabelecimentos vazios após as pilhagens nas províncias de KwaZulu-Natal e Gauteng

Anadolu Agency via Getty Images

Onda de violência na África do Sul. Mãe atira bebé de prédio em chamas

Sobre estas milícias, o governo sul-africano tem enviado mensagens algo contraditórias — se por um lado tem alertado para o perigo de os cidadãos fazerem justiça pelas próprias mãos, por outro tem elogiado a forma como as pessoas têm defendido as suas comunidades. Esta sexta-feira, por exemplo, o Presidente Cyril Ramaphosa, em visita à província de KwaZulu-Natal, elogiou os “cidadãos comuns que sentiram necessidade de defender as suas áreas e os seus bens”, assim como os cidadãos que “trabalharam com a polícia para proteger não só os seus bens mas a própria democracia”.

Dias antes, o ministro da Administração Interna, Bheki Cele, tinha incentivado os cidadãos a colaborarem com a polícia para conter a espiral de violência e até elogiou os Kasi Brothers, um grupo formado por dezenas de civis em Pretória que tem estado em alguns bairros mais pobres a tentar manter a ordem, sem, no entanto, recorrer a armas, tendo já impedido vários saques na comunidade de ​​Atteridgeville.

Estamos dispostos a morrer pela nossa comunidade”, disse ao Sunday Times Peter Puzzle, um dos membros dos Kasi Brothers. “Estamos a tentar proteger as lojas, para não ficarmos sem bens essenciais. Não podemos sofrer mais por causa desta palermice”, atirou.

Falta de confiança no Estado e as preocupações da comunidade portuguesa

Com a situação completamente descontrolada, o governo do Presidente Cyril Ramaphosa anunciou, na quinta-feira, o envio de 25 mil militares para ajudar a polícia a conter a violência e os efeitos já se começam a sentir, com a situação mais calma esta sexta-feira. A medida, no entanto, chegou tarde para impedir que o vazio deixado pela inação das autoridades tivesse sido preenchido por grupos de cidadãos dispostos a controlar a situação pelos próprios meios.

“Se couber às comunidades protegerem-se a si próprias, há sempre um elevado risco de violência. Quando temos milícias a formarem-se, não é preciso muito para que passem de uma posição defensiva para o ataque aos saqueadores, fazendo justiça popular"
Christopher Vandome, analista do think tank britânico Chatham House

“O facto de estarem a ser formadas milícias demonstra a falta de confiança no Estado e nas instituições para lidar com o problema de forma eficaz”, afirma ao Observador Christopher Vandome, analista do think tank britânico Chatham House, sublinhando que “as pessoas sentem que ninguém as está a proteger”. Contudo, alerta o analista especializado em assuntos africanos, a criação destes grupos de vigilantes e de milícias acarreta riscos e pode fazer aumentar a violência: “Se couber às comunidades protegerem-se a si próprias, há sempre um elevado risco de violência. Quando temos milícias a formarem-se, não é preciso muito para que passem de uma posição defensiva para ataques aos saqueadores e para uma situação de justiça popular.”

Esse é, precisamente, um dos receios de Alexandre Santos, presidente da Federação das Associações Portuguesas na África do Sul, que vive há 53 nos no país e garante que “nunca tinha visto um ciclo de violência como este, nem mesmo no tempo do apartheid”.

SANDF patrol the streets in Alexandra in South Africa

Governo destacou 25 mil militares para travar a onda de violência

Gallo Images via Getty Images

“Não sabemos qual pode vir a ser o curso desta crise. O que tem sido evidente é que o governo tem falhado, as forças armadas, inicialmente, não tiveram uma ação decisiva, os saques e os atos de violência continuaram. Isso deixava adivinhar que a situação poderia agravar-se mais e arrastar-se para um conflito que se alastraria para os bairros residenciais onde muitos portugueses vivem”, conta Alexandre Santos ao Observador, a partir de Joanesburgo.

Comunidade portuguesa “assustada” com distúrbios violentos na África do Sul

De acordo com os dados recolhidos pelo presidente da Federação das Associações Portuguesas na África do Sul, pelo menos 100 negócios de portugueses, nomeadamente talhos e supermercados, foram afetados pela onda de violência, a grande maioria em KwaZulu-Natal. Não há, até ao momento, registo de vítimas entre a comunidade portuguesa, que terá cerca de 450 mil pessoas na África do Sul, mas o sentimento é de grande apreensão e receio.

“A nossa comunidade está calma e segura, sim senhor, mas amplamente apreensiva com o que possa sair daqui”
Alexandre Santos, presidente da Federação das Associações Portuguesas na África do Sul

“Estamos muitíssimo preocupados, continuamos atentos ao evoluir da situação e estamos na esperança que as autoridades e sobretudo o povo sul-africano sejam capazes de resolver esta crise”, afirma Alexandre Santos, que garante não ter conhecimento de que comunidades portuguesas se estejam a organizar em grupos de vigilantes ou milícias para proteger as suas propriedades, embora reconheça que tal possa acontecer a nível individual e que, no futuro, caso a situação se agrave, essa possibilidade não seja de descartar.

Embaixador de Portugal na África do Sul insta os cerca de 450 mil portugueses no país a “ficarem em casa”

“Em termos comunitários, não há qualquer movimento no sentido de defender, de forma armada em particular, os nossos estabelecimentos e residências. Por enquanto. Eu não afasto a hipótese de isso vir a acontecer, mas não há qualquer desejo nem qualquer tentativa, nem me parece que haja bases para nos organizarmos nesse sentido”, reitera Alexandre Santos, atualmente reformado — embora a fazer trabalhos como tradutor e intérprete — depois de ter trabalhado na avaliação de riscos industriais e comerciais para a indústria seguradora.

As guerras internas no ANC e a apreensão quanto ao futuro

Conhecedor da realidade política e social da África do Sul, Alexandre Santos afirma que um cenário de guerra civil é algo que a maioria dos sul-africanos não deseja. Contudo, nota que as tensões políticas dentro do Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês) — o histórico partido de Nelson Mandela, do qual fazem parte Cyril Ramaphosa e Jacob Zuma — são “cada vez mais profundas”, o que poderá ter consequências imprevisíveis para o futuro do país.

Presidente Cyril Ramaphosa promete um “novo começo” para a África do Sul

Ramaphosa tornou-se Presidente da África do Sul em fevereiro de 2018, depois de ter conquistado, no final do ano anterior, a presidência do ANC, derrotando Nkosazana Dlamini-Zuma, ex-mulher de Jacob Zuma. Com a chegada de um novo Presidente, veio também a promessa de combater a corrupção, o que deixou o antigo chefe de Estado, visado em vários casos suspeitos, em sentido.

Zuma tentou resistir e recusou testemunhar numa comissão que investiga casos de corrupção durante o mandato (2009-2018) do anterior Presidente, o que fez com que fosse condenado a 15 meses de prisão, numa altura em que responde na justiça noutro processo por corrupção, branqueamento de capitais e fraude relacionado com um negócio de armas no final dos anos de 1990. Contudo, após a recusa inicial, Zuma acabou por entregar-se às autoridades, momento que deu início à escalada de violência.

Mas, o que nas palavras do analista Christopher Vandome foi, numa fase inicial, um “protesto político dos apoiantes de Zuma para demonstrar a impopularidade da decisão do tribunal”, rapidamente se transformou em “protestos contra as dificuldades socioeconómicas no país, movendo-se, também, para atividades criminais”, que mostraram quão “frágil e volátil é o panorama socioeconómico da África do Sul”.

Num dos países mais desiguais do mundo, em que, segundo a Reuters, metade da população vive abaixo do limiar da pobreza e a taxa de desemprego está nos 32%, a detenção de Zuma acabou por ser a “faísca” que despoletou uma vaga de caos sem precedentes, onde o desespero da população por comida e bens essenciais se misturou com o aproveitamento político de grupos próximos do ex-Presidente Zuma, que aproveitaram o vazio de segurança deixado pelas autoridades e a falta de resposta aos problemas dos sul-africanos para instigar violência — a Fundação Jacob Zuma fez uma publicação no Twitter a dizer que “a paz e a estabilidade na África do Sul estão diretamente ligadas à libertação do Presidente Zuma com efeito imediato”.

epa09322708 Former South African President Jacob Zuma speaks during a press conference in Nkandla, Kwa-Zulu Natal, South Africa, 04 July 2021. Zuma was sentenced to 15 months in prison by the Constitutional Court earlier on the same week, but the court agreed to hear his challange to the sentence.  EPA/Yeshiel Panchia epa09306459 A handout photo made available by the South African Government Communications and Information Systems (GCIS) shows President Cyril Ramaphosa announcing new restrictions in an attempt to slow a third wave of Covid-19 across the country, in Pretoria, South Africa, 27 June 2021. South African President Ramaphosa announced the country will move to adjusted alert level 4 with travel in and out of the epicenter Gauteng Province restricted as the country struggles to contain a third wave with a rapidly spreading Delta variant of the Sars-Cov-2 coronavirus that causes the Covid-19 disease.  EPA/Elmond Jiyane/GCIS/ HANDOUT  HANDOUT EDITORIAL USE ONLY/NO SALES

Luta entre fações do ANC entre os apoiantes de Jacob Zuma (esq.) e Cyril Ramaphosa têm aumentado a tensão no país

Yeshiel Panchia/EPA

O Presidente Cyril Ramaphosa insistiu esta sexta-feira na tese de que a onda de violência da última semana foi “instigada, planeada e coordenada”, e, apesar de não ter revelado nomes, garantiu que as autoridades “vão atrás” dos responsáveis, que prometeu punir. Desde o início dos motins, foram detidas mais de 2500 pessoas e, segundo Ramaphosa, terão sido identificados 12 suspeitos de serem os instigadores dos acontecimentos dos últimos dias.

Presidente Ramaphosa diz que violência foi “instigada, planeada e coordenada”

Com o maior contingente militar nas ruas desde o fim do apartheid, a situação começa a acalmar na África do Sul, embora a incerteza e a apreensão se mantenham. “A nossa comunidade está calma e segura, sim senhor, mas amplamente apreensiva com o que possa sair daqui”, diz Alexandre Santos, considerando uma “incógnita” se o exército terá ou não capacidade para serenar os ânimos num clima de grande tensão.

Apesar dos receios quanto ao futuro, Tony Rodrigues voltou esta sexta-feira à sua oficina para instalar um novo sistema de segurança e tentar, dentro do possível, voltar à normalidade. Uma tentativa de recomeço, num país que ainda faz contas aos prejuízos incalculáveis dos últimos dias, e espera que as feridas abertas não tragam ainda mais violência no futuro.

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