“Todas as mães têm um sentimento de pertença por tupperwares”

Alexandre Pereira cansou-se dos temas profundos e complexos. Pensou na mãe e na revolta dela, sempre que os tupperwares não regressam sãos e salvos. A coleção “Tupah” é isso mesmo, o descarregar de uma frustração, através de padrões gráficos pintados à mão e de sobreposições de peças ilusórias.

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

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“Desde o primeiro ano do curso que quero fazer uma coleção sobre o Basquiat”

O fascínio de Daniela Pereira por Basquiat garantiu-lhe uma estreia na passerelle do Sangue Novo. Através de cores sóbrias, coordenados clássicos e materiais sofisticados, a jovem designer cingiu-se à sua visão do artista, em vez de cair no cliché de estampar as famosas pinceladas nos tecidos.

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“Partes de histórias diferentes juntam-se e formam um coordenado”

Ivan Almeida pintou a passerelle de azul e branco, num desfile assimétrico do princípio ao fim. O designer sugeriu uma alternativa ao processo fabril repetitivo, em que as peças parecem surgir de desperdícios e simbolizam a pluralidade de estilos, todos misturados, todos cosidos uns aos outros.

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Am I real?

Streetwear dos anos 90, fechos e uma reflexão sobre o ser humano desprovido de sentimento. Carla Campos pôs o pavilhão em sentido com seis modelos de boca tapada. Amor, Ansiedade, Fúria, Loucura, Alegria e Esperança era o que se lia (em inglês) nas fitas adesivas.

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“Ele sente o cansaço de ver o mundo ao contrário”

As modelos de Rita Afonso entraram em cena com os cabelos em pé… literalmente. Silhuetas de mãos e braços percorreram as peças, em recortes de pele ou simplesmente estampadas. A coleção inspirada na carta de tarot “O dependurado” recebeu o prémio da The Feeting Room e uma menção honrosa da ModaLisboa.

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“É importante que não seja só produto nacional, mas que tenha inspiração nacional”

Filipe Augusto desenhou a coleção “7 saias” a pensar na sua estreia no Sangue Novo e valeu a pena. Além de uma menção honrosa, ganhou o prémio Fashionclash que o leva Maastricht, em junho do próximo ano. Até lá, ficam as cores, o xadrez e um folclore moderno inspirado no traje das mulheres nazarenas.

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“O início de um ciclo”

Recortes circulares, folhos, franzidos, flores e uma silhueta descolada do corpo, com detalhes técnicos, atilhos e volumetrias dinâmicas. “Abril Flores Mil” foi a segunda coleção apresentada por Rita Carvalho na plataforma Sangue Novo e veio com tudo. Vemo-la na próxima primavera, a estação de todos os recomeços.

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“Ele encontra força na dureza da pele”

Federico Cina enrolou, uniu, apertou, embrulhou e compactou. Foi na criação de volumes contranatura que o designer assentou a coleção “Vácuo”. O menswear do designer italiano valeu-se na rigidez e estrutura dos materiais, com peças em jeito de armadura.

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“Somos todos nativos do mesmo planeta”

David Pereira foi o vencedor do prémio ModaLisboa –
5000€, um curso de verão em Milão e acesso à próxima edição do Sangue Novo. As silhuetas exageradas de “Native” resultam de uma reflexão sobre as comunidades de sem-abrigo nas grandes cidades. Uma realidade onde não há roupa de verão nem inverno, tudo se adapta.

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“Fui buscar a minha falta de sentido de orientação”

Perdidas, desorientadas e viradas do avesso, são estas as personagens imaginadas por Rita Sá para a próxima primavera. Os tecidos técnicos predominaram numa coleção com base no sportswear e onde o cinzento é rei. Também ela recebeu uma menção honrosa da ModaLisboa.

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