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JOÃO RELVAS/LUSA

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"Não é uma crise, é uma crise de crises". Indústria do livro não espera pelo Governo, mas pede-lhe ajuda

Livrarias e editoras estão fechadas e Ministério da Cultura está sem reação. Qual o efeito do coronavírus na área dos livros? E será que problemas antigos, agora mais visíveis, terão soluções novas?

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O bairro de Campo de Ourique, em Lisboa, está cheio de sol e de gente no sábado à tarde – ou mais do que se imaginaria numa véspera de Páscoa marcada por coronavírus e isolamento social. Veem-se filas para a pastelaria Aloma e para a Casa do Chocolate, há táxis encostados e taxistas à conversa. Numa esquina do Jardim da Parada, a Livraria Ler ostenta um aviso nas montras: “Estamos abertos, mas de porta fechada”. O horário de funcionamento é o normal, só que o atendimento agora é com o cliente do lado de fora. Começou dias antes da primeira declaração de “estado de emergência” pelo Presidente da República, a 18 de Março.

Quase um mês depois, o decréscimo de vendas na Livraria Ler ronda 40%, informa o proprietário, Luís Alves, de 61 anos. “Sinceramente, dadas as circunstâncias, a quebra não é nada má, mas também não temos ilusões: se isto se mantiver por mais um mês ou dois meses, a situação vai ser muito grave”, diz, com ar preocupado, à soleira da loja.

Foram os pais de Luís Alves que fundaram a Livraria Ler, fez em fevereiro meio século, e ela continua a ser uma das mais requisitadas livrarias de bairro da capital. Vende livros de toda a espécie, agora com desconto de 10%, e por estes dias segue a recomendação da ministra da Cultura, Graça Fonseca, para que as livrarias se mantenham a funcionar com vendas pelo postigo — neste caso, pela porta, para se evitar o contacto próximo entre pessoas e a hipotética propagação do vírus.

De repente, aproxima-se uma mulher jovem com a filha. Vem perguntar por livros de ioga e obras recomendadas no Plano Nacional de Leitura. Na maior parte das vezes, os clientes de Luís Alves já trazem a escolha feita e ela tem recaído dezenas de vezes sobre um romance que anda a reconquistar leitores de todo o mundo devido à crise de saúde: A Peste, de Albert Camus, editado em Portugal pela Livros do Brasil.

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O livreiro de Campo de Ourique é um exemplo que não sobeja. FNAC e Bertrand, as duas redes de livrarias com maior volume de negócios em Portugal, estão encerradas há semanas, tal como a esmagadora maioria dos mais de mil pontos de venda de livros, de norte a sul. Desde que o Governo a mandar fechar quase todo o comércio, o negócio caiu 83% nas livrarias e 28% nos hipermercados, o que para já corresponde a perdas de 1,7 milhões de euros, em comparação com a semana de 13 a 29 de março de 2019. São números da consultora GfK, que a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) divulgou na última quarta-feira. Quanto ao comércio eletrónico de livros, apesar de ter subido nas últimas semanas (não se sabe quanto), é muito insuficiente para compensar a quebra nas lojas físicas. “Uma migalha”, dizem os empresários.

As editoras, por seu lado, suspenderam a publicação de novos títulos. Têm escritórios encerrados, empregados em teletrabalho e muitos em regime de lay off, o que também afeta autores, tradutores, ilustradores, fotógrafos, paginadores — muitos deles a recibos verdes. “A rotura financeira é iminente, com consequências de extrema gravidade para o futuro”, descreveu a APEL em comunicado.

Quer isto dizer que o sector dos livros é dos que mais têm sofrido com o contexto atual? Muito provavelmente. Vários agentes dizem ao Observador que será o sector com maior dificuldade para se levantar da crise, pois com as finanças domésticas apertadas nos próximos meses dificilmente os portugueses gastarão muito em livros.

Bertrand do Chiado tem estado encerrada devido à pandemeia do novo coronavírus

FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

Até agora, mantêm-se em silêncio o Ministério da Cultura e a Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas. Não se sabe se preparam apoios concretos para a indústria livreira e que forma terão esses eventuais apoios. Não é unânime entre protagonistas da indústria que dinheiro público ou empréstimos com o aval do Estado sejam as melhores soluções. Uns apontam o alegado desinvestimento de décadas na promoção da leitura e de hábitos culturais, o que explicaria a dimensão do desaire atual. Outros sublinham a contribuição do comércio dos livros para a riqueza económica e cultural e concluem que o Governo tem mesmo dar ajudas específicas ao sector.

“Sabe quantos livros a Presidência da República me comprou?”

O alfarrabista Paulo da Costa Domingos considera que as dificuldades vêm de há muito tempo. Por isso, conclui: “O problema não é esta crise, nem foi a outra que começou em 2008. O problema é estrutural e cultural. Não é a falta de dinheiro, mas as escolhas que as pessoas fazem e que não passam pela cultura. Por isso é que temos um perigoso novo analfabetismo, com expressão atrevida no Facebook: gente com opinião sobre tudo e que nunca leu um livro do princípio ao fim.”

Paulo da Costa Domingos tem 66 anos, é também tradutor e poeta. No início dos anos 70 trabalhou na mítica editora &etc, de Vítor Silva Tavares, e a partir de 1979 foi responsável pela Frenesi, onde publicou os seus próprios livros e autores portugueses como Rui Baião, Al Berto, Álvaro Lapa, Helder Moura Pereira, Fátima Maldonado ou Adília Lopes. Há uma década, a extinção da Frenesi fê-lo virar-se para o alfarrabismo, com o apoio da mulher. Trabalha em Lisboa a partir de casa — já era assim antes do coronavírus — e tem um pequeno armazém onde guarda as espécies bibliográficas antigas, raras ou esgotadas que vende através do blogue Frenesi Loja. Além disso, participa todos os anos na Feira do Livro de Lisboa, com banca própria.

O Presidente da república, Marcelo Rebelo de Sousa, é assíduo da Feira do Livro de Lisboa

ANDRÉ KOSTERS/LUSA

“Desde que comecei como alfarrabista, a tendência das vendas foi sempre de decréscimo. Os clientes que tenho são velhos que vão morrendo, colecionadores, gente com verdadeira estima pelo livros”, descreve. Quanto à crise económica que está a nascer das medidas de contingência face ao novo coronavírus, sustenta que não se resolve com o Governo a injetar dinheiro nas empresas do sector livreiro. “É a mesma coisa que o Estado dar dinheiro às etnias para as etnias não chatearem o centro das cidades. Não é assim que se resolve. Se houvesse uma política virada para o ensino, para cultura e para o conhecimento, se não tivéssemos tido um desinvestimento na leitura por parte de sucessivos ministérios da Cultura e da Educação, agora o Ministério da Cultura não precisaria de atirar dinheiro para cima do problema.” Deve fazer o quê, pergunta-se. “Pode comprar livros para as bibliotecas. Comprem o meu produto, não me deem dinheiro, porque vou ficar com uma dívida em dinheiro ou uma dívida moral ou política.”

Segundo Paulo da Costa Domingos, a política de aquisições “não existe hoje”, seja por parte do Estado central seja dos municípios. “Sabe quantos livros a Presidência da República me comprou na última década? Dois livros de 20 euros. Tenho livros de cinco mil euros à venda. A Biblioteca Nacional comprou-me uma vez uma cartas originais do Pessoa. Será que em 10 anos como alfarrabista nunca tive mais nada com interesse no meu catálogo?”

“Já que estamos a falar, vamos falar de tudo”

Facto é que a resposta da própria indústria não esperou pelo Governo. Nos últimos dias, sucedem-se iniciativas de fomento à venda de livros. A Ler Devagar, uma das principais livrarias independentes de Lisboa, integra a recém-criada RELI – Rede de Livrarias Independentes, que se descreve como uma “associação livre de apoio mútuo composta por livrarias de todo o país” — livrarias de pequena e média dimensão.

O lançamento da RELI, a 2 de Abril, foi acompanhado de uma carta aberta de 59 livreiros. Dizem que a venda ao postigo, sugerida pela ministra, é uma “hipótese pouco adequada à realidade de uma livraria e dos clientes que a procuram”. Pedem ao Presidente da República, ao Parlamento e ao Governo para que avancem com “medidas emergenciais”. Por exemplo, “apoio à tesouraria”, “reforço dos programas de aquisição de livros e revistas para as bibliotecas públicas, escolares ou municipais” e que se cumpra a Lei do Preço Fixo do Livro, de 1996, para que não haja diferenças nas margens de lucro entre lojas pequenas e grandes.

Segundo os subscritores, as livrarias independentes têm uma “importância vital na coesão territorial e no tecido social e cultural do país”. José Pinho, proprietário da Ler Devagar, não poderia estar mais de acordo. Assinou a carta. Além da Ler Devagar, tem outros negócios: a Livraria Ferin, no Chiado, mais duas livrarias em Óbidos e sete pontos de venda em museus e galerias municipais da vila histórica. Dá emprego a 25 pessoas.

"Imagino que o desemprego levará o consumidor a não ver o livro como bem de primeira necessidade. Tudo depende da duração do isolamento e da crise”, diz Carla Oliveira, da Orfeu Negro

Ao Observador, o empresário explica que este é o momento de pedir ajuda ao Estado, mas também de começar a pensar no dia seguinte. “Quando esta onda negativa terminar, vamos voltar ao mesmo de sempre ou vamos fazer tudo de forma diferente?”, questiona-se. Daí que algumas exigências da carta aberta digam respeito a problemas que se arrastam e que os livreiros consideram determinantes para o seu futuro.

“Tem de haver medidas para atenuar as necessidades do presente, mas já que estamos a falar, vamos falar de tudo”, defende José Pinho. “As adversidades já existiam antes e hão-de continuar. Uma coisa, é boa: há vários anos que as livrarias independentes tentavam organizar-se, houve tentativas, reuniões e estudos da Direção-Geral do Livro, mas não se andou mais. Alguém se lembrou agora de retomar esta conjugação de esforços e criou-se a RELI. Precisamos desta união porque as consequências da pandemia serão devastadoras. Isto não é uma crise, é uma crise de crises: do petróleo, do sistema financeiro, da bolha do imobiliário, da pandemia, de problemas que se acumularam com os anos, tudo junto.”

No dizer de José Pinho, foi o boom turístico em Portugal que pôs as vendas a bom nível  e isso levou-o a contratar mais pessoas. “A Ler Devagar duplicou a facturação nos últimos cinco anos. No ano passado aumentou 20 e tal por cento e nos meses de Janeiro e Fevereiro deste ano aumentou 11%. Foi por isso que em 2019 distribuímos um bónus aos funcionários e pela primeira vez em 10 anos aumentámos os salários.”

Para já, sublinha o empresário, todos os empregados vão para lay off durante pelo menos um mês. A seguir, não sabe. “Esta ignorância coletiva, no sentido de não se saber mais, é muito estranha. Todos temos perguntas e ninguém pode dar as respostas.”

“As parcerias são fundamentais”

A RELI tem a correr duas campanhas: “Livraria às Cegas” (o cliente paga 15 euros a uma livraria aderente e recebe em casa um pacote-surpresa) e “Fique em Casa, Mas não Fique sem Livros” (oferta de custos de envio para quem comprar nas livrarias independentes). Outras iniciativas estão a acontecer.

As editoras Antígona e Orfeu Negro lançaram o repto “Adopta Uma Livraria”. Quem lhes comprar um livro no site entre 14 e 23 de Abril (Dia Mundial do Livro) estará a apoiar uma livraria independente designada a cada dia, para a qual revertem 30% do valor da venda. Além disso, os livros têm 10% de desconto e envio com portes de correio gratuitos.

As duas chancelas lisboetas estão ligadas desde sempre: Luís Oliveira, fundador da Antígona, é pai de Carla Oliveira, fundadora da Orfeu Negro. Partilham escritórios, armazém e a vontade de dar à estampa obras cuidadas, com marca de autor ou vertente de crítica social. “Não estamos dependentes de grupos económicos ou de grandes empresas, estamos financeiramente por nós mesmos e temos catálogos independentes de tendências de mercado”, diz Carla Oliveira para explicar o conceito de editor independente. Além disso, é responsável pela Baobá, livraria especializada em publicações infantis.

Conhecida pelos ensaios sobre artes de palco, cinema e questões identitárias, além das edições infantis, a Orfeu Negro trabalha com todo o tipo de livrarias, das maiores às mais pequenas, com exceção dos hipermercados – “por não querermos os livros misturados com outros produtos e por nos imporem descontos que não podemos comportar”, justifica. A maior canal de vendas que tinha até hoje era a rede FNAC, mas as livrarias de pequena dimensão também tinham um papel no volume de negócios. Acrescente-se a isso a Feira do Livro de Lisboa, “onde o editor consegue vender diretamente ao público, algo absolutamente fundamental para a nossa sobrevivência”.

Neste momento, tudo parado. As edições da Orfeu Negro previstas para Abril foram suspensas. Em Maio, há dois títulos na calha, um infantil e um ensaio, menos três do que em período normal. “Tivemos de recalendarizar tudo. Uns projetos foram adiados para 2021, outros repensámo-los para depois de Setembro.”

“Sem um sector do livro minimamente sólido perdemos em criação intelectual e artística e em riqueza económica", afirma Paulo Rebelo Gonçalves, da Porto Editora

Carla Oliveira esforça-se por deixar uma nota de esperança. Assume que “as coisas estão lentas, mas não paradas” e dá como exemplo o livro infantil que sairá Maio. “É um projeto original nosso e depois podemos apresentá-lo a editores estrangeiros e vender direitos para que outros países. Sei que alguns editores vão sofrer grandes prejuízos e não conseguirão sobreviver a esta crise, mas acredito que outros estão com esperança e força, a acreditar que daqui a uns meses vai valer a pena lançar novidades. Até ao fim do ano, a expectativa não é alta. Imagino que o desemprego levará o consumidor a não ver o livro como bem de primeira necessidade. Tudo depende da duração do isolamento e da crise.”

As vendas pela internet, incluindo plataformas conhecidas como a portuguesa Wook.pt (do grupo Porto Editora), têm aumentado em período de confinamento e por causa disso Carla Oliveira até tem pensado cada vez mais em livros eletrónicos (e-books). “Um livro infantil não funciona em e-book, mas nos ensaios começo a achar que talvez seja viável para nós.” Nota, porém, um abrandamento no próprio site: menos 40% na primeira semana de Abril, em comparação com 2019. “Por enquanto, o online não sustenta a Orfeu Negro”, concluiu. “Uma possibilidade que também me interessa investigar é o print on demand [impressão a pedido]. A verdade é que [já hoje] estamos a reduzir tiragens e, por outro lado, o armazenamento dos livros obriga a termos espaço para eles, o que representa um enorme custo.”

De repente, uma ideia. Será que a indústria do livro vai sair de alguma forma reinventada com esta crise? A editora da Orfeu Negro tende a achar que sim. “Há uma coisa muito óbvia para mim há muitos anos. As parcerias são fundamentais para chegarmos a melhores resultados. A cadeia que vai do autor à editora, da livraria ao leitor, pode procurar equilíbrios gerais, em vez de cada um puxar para o seu lado. A nossa iniciativa ‘Adopta Uma Livraria’ procura isso: implicar o consumidor, que nem sempre reflete sobre a consequência de uma compra. Já é capaz de rejeitar um produto que tem ingredientes de origem animal, por exemplo, mas não pensa muito em comprar numa livraria de bairro para manter aquele equipamento cultural aberto, para manter a bibliodiversidade e evitar a uniformização.”

O Nobel José Saramago é um dos autores de peso do grupo Porto Editora

Reinaldo Rodrigues / Global Imagens

Da parte de um grande grupo como a Porto Editora não há assim tanto otimismo. O porta-voz, Paulo Rebelo Gonçalves, recorda ao Observador que entre fins de 2019 e princípios de 2020, “pela primeira vez ao fim de uma década”, o mercado do livro em Portugal apresentou sinais de retoma. “Com tudo isto que agora está a acontecer, a perspetiva é ainda mais grave do que há uns anos. Há centenas de milhares de pessoas em lay off, não sabemos quando é que as empresas começam a trabalhar normalmente e o país não é à partida muito amigo da leitura”, observa.

A Porto Editora é o maior grupo editorial português, inclui Areal, Assírio & Alvim, Sextante, Livros do Brasil, entre outras chancelas, e tem ainda no portfólio o grupo Bertrand/Círculo de Leitores. A seguir, em dimensão, vem o Grupo LeYa. “Os editores têm capacidade de adaptação, mas seja o mundo pós-coronavírus como for, falta saber quantos editores vão sobreviver até lá. Essa é que é a grande questão”, lamenta Paulo Rebelo Gonçalves.

Referindo-se à Wook.pt, adianta que houve um “aumento significativo” de vendas na ordem de 40%, em comparação com o mesmo período do ano passado, mas isso  “é uma migalha no sector do livro”. “O digital não é a panaceia para todos os males”, garante. “Por estarem em casa e fazerem mais compras pela internet as pessoas estarão a ganhar uma melhor perceção da comodidade e fiabilidade do online, mas não tenho dúvidas de que, quando tudo isto acabar, vão querer retomar rotinas essências como o ir à loja física.”

Para o porta-voz da Porto Editora, um apoio específico do Governo é “imprescindível se quisermos ter uma sociedade evoluída”, pois “sem um sector do livro minimamente sólido perdemos em criação intelectual e artística, desde logo, e depois em riqueza económica”.

Ministério da Cultura com novidades?

Entre os dias 2 e 11 de Abril, o Observador perguntou por quatro vezes ao Ministério da Cultura se estava a ser preparado algum apoio extraordinário para editoras e livrarias, mas não obteve resposta. O gabinete da ministra Gala Fonseca informou apenas, no dia 2, que “novidades” seriam conhecidas “em breve”. No site “Não Paramos, Estamos On”, criado pelo Governo para divulgar “medidas excecionais adotadas em cada área governativa como resposta ao novo coronavírus”, a secção sobre a Cultura não tinha até domingo de manhã qualquer referência à indústria do livro.

Em Lisboa, o presidente da Câmara, Fernando Medina, anunciou a 25 de Março que entre as “medidas extraordinárias de apoio” municipal está incluído um “fundo de apoio a aquisições” para artes de plásticas, arte pública e sector do livro.

De acordo com a APEL, que representa pelo menos 94 editoras, 20 livreiros, 9 distribuidoras e 9 alfarrabistas, é de esperar “durante a próxima semana” um “avanço substancial no diálogo” com o Governo. Bruno Pires Pacheco, secretário-geral da APEL, adiantou este fim de semana ao Observador que fez chegar “propostas e uma análise da situação” ao Ministério da Cultura e ao da Economia. Disse contar em especial “com o empenhamento” de Graça Fonseca “na defesa da especificidade do livro”, sugerindo assim que os empréstimos que o Ministério da Economia esta semana alargou a todos os sectores de atividade não serão do inteiro agrado da APEL.

Sem entrar em detalhes quanto às propostas enviadas, Bruno Pires Pacheco esclareceu que “umas são de ordem legislativa, outras de ordem financeira, e abrangem toda a cadeia do livro, dos editores aos livreiros”. Quanto à 90ª edição da Feira do Livro de Lisboa, organizada pela APEL, estava prevista para 28 de Maio a 14 de Junho, no Parque Eduardo VII, e foi entretanto adiada para fins de Agosto, não sendo ainda segura a sua realização. “O nosso programa de atividades está neste momento muito condicionado pelas medidas que for possível implementar com o Governo”, apontou o secretário-geral da associação.

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