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"Não fazemos imposições, damos sugestões": editores e autores portugueses já recorrem a “leitores de sensibilidade”

Leem livros e detetam o que é potencialmente ofensivo. Polémica com “leitores de sensibilidade” estalou depois da reescrita das obras de Roald Dahl, mas o serviço não é novo — e já existe em Portugal.

“Leitores de sensibilidade”: o termo está no centro de um aceso debate desde fevereiro, quando um artigo do jornal britânico The Telegraph revelou que o texto presente nas novas edições dos livros infantis de Roald Dahl (1916-1990) tinha sofrido várias alterações face ao original. Augustus Gloop, personagem de Charlie e a Fábrica de Chocolate, é agora “enorme”, em vez de “gordo”. Outro caso, na mesma obra: da expressão “uma língua africana estranha”, erradicou-se a palavra “estranha”. Adianta a notícia que a editora britânica (a Puffin Books) contratou “sensitivity readers” (“leitores de sensibilidade”, em português) para identificar os termos “potencialmente ofensivos”. O artigo serviu como rastilho para um coro de críticas se fazer ouvir em extensos artigos de opinião um pouco por todo o mundo, tomando o caso como uma evidência de uma cultura de cancelamento cultural sucumbida ao politicamente correto e à hipersensibilidade.

Por cá, a editora portuguesa de Roald Dahl não tem intenções de mudar uma linha que seja dos livros do autor inglês. Pedro Sobral, diretor-geral do grupo Leya (ao qual pertence a Oficina do Livro, chancela que edita Dahl) revela que, até à data, não recebeu qualquer pedido da editora britânica para alterar as traduções publicadas em Portugal. Caso isso venha a acontecer, “a decisão de não mudar as edições originais mantém-se”.“O que é importante é respeitar a liberdade daquele que foi o texto que nos foi depositado para editar”, justifica ao Observador, deixando claro que “a posição não muda conforme o pedido”.

Ouça aqui o episódio do podcast “A História do Dia” sobre os leitores de sensibilidade.

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A rasura e reescrita de livros à luz da sensibilidade dos tempos modernos levanta várias questões (depois de Dahl, situações semelhantes verificaram-se em obras de Agatha Christie ou Ian Fleming), mas certo é que há quem esteja a ser procurado para fazer “leituras de sensibilidade” — mais do que em obras clássicas, em obras contemporâneas. O fenómeno não é novo no mundo anglo-saxónico, ainda que seja difícil precisar quando terá começado.

Observado o perfil destes “leitores de sensibilidade” se constata que estes são, genericamente, escolhidos por terem uma experiência ou uma identidade que o autor da obra não possui, mas que está a tentar representar no livro que está a escrever. É “ainda uma indústria relativamente pequena, um serviço oferecido por freelancers e pequenas agências que os editores usam ocasionalmente, e não um exercício de rotina”, explica o The Guardian.

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Nos últimos meses, edições de Agatha Christie, Roald Dahl e Ian Fleming foram alteradas depois de sujeitadas à "leitura de sensibilidade".

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Pedro Sobral, que também é presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), confessa ainda não ter conhecimento de “nenhum editor em Portugal que use esse tipo de painéis”. “Em Portugal respeitamos ao máximo em quase absoluto aquilo que é o original que foi recebido e por isso também não vejo porque razão é que valerá a pena colocar este corpo estranho num processo que funciona, que respeita aquilo que é a liberdade de escrita, que respeita aquilo que é a liberdade de edição, recorrendo a painéis externos, sejam eles leitores de sensibilidade ou não”.

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Porém, de forma discreta, a leitura sensível já se faz em Portugal. Clara Capitão confirma que “embora não seja prática comum, a Penguin Random House Portugal já recorreu a leitores de sensibilidade”. A diretora editorial da Penguin diz ao Observador que “acontece em casos específicos de desenvolvimento de conteúdos originais em português”. É disso exemplo o livro juvenil Raízes negras, de Lúcia Vicente (Nuvem de Tinta, 2021), e com ilustrações da ilustradora cabo-verdiana Gilda Barros. Trata-se de um compêndio de mais de 50 biografias breves de personalidades negras como Martin Luther King, Marielle Franco ou Cesária Évora. Depois de redigido, “o livro foi lido por várias pessoas de forma a garantir que a linguagem e a abordagem eram as corretas e eram inclusivas”. Antes de chegar às prateleiras, Raízes negras foi sujeito à leitura de Marta Lança, editora e diretora do portal transdisciplinar e colaborativo BUALA.org; Alexandra Santos, mestre em Género, Sexualidade e Teoria Queer; e Carla Isidoro, que fez a consultoria de Comunicação Inclusiva.

"No fundo, é uma forma de, enquanto autor, pensar mais no outro e saber de que forma o posso fazer sem alterar a essência do que quero contar", diz Diogo Simões, autor que já recorreu a "leitores de sensibilidade"

“Esta não é uma prática muito habitual na editora, mas consideramo-la fundamental quando estamos a falar de conteúdos que tocam em temas de diversidade e inclusão”, defende a responsável pelo grupo Penguin Random House Portugal. “Acreditamos que o nosso catálogo deve espelhar a diversidade da sociedade, e isso deve refletir-se não só na escolha dos conteúdos como também na forma e na linguagem escolhidas para os veicular”, alega.

João Gonçalves, publisher e partner da Infinito Particular, confirma que o grupo editorial também já recorre a leitores de sensibilidade. “São ainda casos bastante isolados”, revela, “mas a nossa opinião é que todas as colaborações que ajudem a traduzir o livro respeitando da melhor forma a voz original do autor e a integralidade do original são bem-vindas”. Até hoje, “esse tipo de solicitação [aconteceu] em livros traduzidos”. “Nessas situações recorremos a colaboradores que nos podem ser indicados pela editora, agente ou autor internacional ou que são identificados por nós de acordo com o perfil do conteúdo e do colaborador”, relata.

Foi o que aconteceu com O fator empatia (editado no verão passado pela Talento, chancela que pertence ao grupo Infinito Particular), de Marie R. Miyashiro. Nesse livro de gestão pessoal, “o revisor foi indicado pelo editor original, que atua na área da comunicação não violenta”. Já na área da ficção, a obra Lendários, de Tracy Deonn, editada em outubro pela Desrotina (outra chancela do grupo), também foi sujeita a uma leitura de sensibilidade, tarefa acumulada pela responsável pela tradução da obra.

A capa da edição portuguesa de "Lendários", de Tracy Deonn (Desrotina)

Há, ainda, casos em que é o próprio autor a optar por sujeitar o manuscrito à leitura de sensibilidade. Diogo Simões já o fez duas vezes: com Dislike, “um título que voltará ao mercado no próximo ano e com o selo de uma editora tradicional”, e Três Dias Até ao Natal, que publicou “de forma independente e em e-book no natal passado”, conta. “Recorri à leitura sensível por ter personagens homossexuais, pressupondo, por si só, um conjunto de direitos ainda muito deficitário e com altos níveis de estigma, este serviço permitiu-me ter a confiança de que a minha história não iria magoar, mas sim, de certa forma, sensibilizar e aconchegar os leitores, muitos dos quais fogem para a literatura num processo de autodescoberta”, afirma o jovem autor de Leiria. “No fundo, é uma forma de, enquanto autor, pensar mais no outro e saber de que forma o posso fazer sem alterar a essência do que quero contar.”

“Os únicos leitores de sensibilidade somos nós os editores”

Apesar de já existirem casos em Portugal, o assunto está longe de ser pacífico e a norma no meio editorial português continua a ser a rejeição desta figura. “Se em caso de conteúdos originais contemporâneos reconhecemos a importância de recorrer a leitores de sensibilidade, em contrapartida, creio que esta prática deve ser muito pontual e extremamente cuidadosa no caso de obras não contemporâneas, que foram escritas e publicadas em tempos e contextos muito distintos”, separa Clara Capitão. “Saber ler também passa por ser capaz de colocar as obras em perspetiva, enquadrar as obras no contexto específico em que foram criadas e lê-las com a devida distância que esse contexto exige”, frisa.

Francisco José Viegas, que dirige a Quetzal, é categórico: “A Quetzal não recorre e não recorrerá certamente a leitores de sensibilidade”, seja na reescrita de obras ou na criação de nova literatura. “Os únicos leitores de sensibilidade somos nós os editores. Temos uma sensibilidade muito alargada, não sentimos essa necessidade. Não temos, não teremos, e não aceitaremos, ponto”, diz o também responsável pela revista Ler.

O editor não abre margem a exceções e vê os “leitores de sensibilidade” como “controladores ideológicos”. “No fundo são sobreditores. Deviam ser subeditores, que é uma coisa que existe, mas não, eles são sobreeditores. Deve-se a um receio de ferir suscetibilidades, por parte de editores, em mercados muito tumultuosos e de alguma maneira submetidos à pressão de uma vigilância ideológica”, diz. “A ideia que tenho depois de ver como eles trabalham é que se especializam em coisas como relações inter-raciais afro-americanas, relações entre asiáticos e caucasianos, etc, cada um tem a sua especialidade. Não vemos necessidade de fazer isso”, acrescenta. “Não preciso de alguém que controle e vigie a correção política, acho isso uma coisa abjeta.”

"[A leitura sensível] deve ser muito pontual e extremamente cuidadosa no caso de obras não contemporâneas, que foram escritas e publicadas em tempos e contextos muito distintos”, distingue Clara Capitão, da Penguin Random House

Viegas admite, contudo, que, na Quetzal, já “houve um autor ou outro que colocou questões que tinham a ver com o lugar de fala”. Nessas “conversas exploratórias” terá dito: “Nós falamos nos livros, é pelos livros que falamos, não temos outro lugar, não temos outra condição senão escrever livros, publicar livros. [Em Portugal] Não temos esses problemas que se colocam noutros países onde de facto as coisas atingiram uma proporção como no Brasil ou nos Estados Unidos”, recorda o editor, que reconhece que no mercado editorial em português do Brasil, o cenário é distinto do português. “No Brasil fazem um controlo muito rigoroso, do que sei, de expressões, de questões de linguagem, etc, e que podem transformar o diálogo com o autor num pesadelo”, comenta.

No início do ano, o escritor escocês Irvine Welsh, cuja obra em Portugal está publicada precisamente pela Quetzal (Ecstasy, Cola, Lixo ou Se Gostaste da Escola, Vais Adorar o Trabalho), admitiu publicamente já ter recorrido a leitores de sensibilidade. “Tive um pela primeira vez no meu romance The Long Knives, que lida à tangente com questões trans. Inicialmente fui muito hostil, olhava para isto como censura. Porém, a minha experiência com o leitor trans foi altamente positiva”, escreveu no Twitter. “O leitor foi altamente solidário com o que eu estava a tentar fazer; equilibrado, cuidadoso e informado e o resultado é um livro infinitamente melhor. Achei uma experiência positiva, não houve qualquer fanatismo como se vê em ambos os lados do debate por aqui”, descreveu.

Francisco José Viegas informa que Welsh já não é publicado pela Quetzal, mas assegura que caso o autor pedisse uma leitura sensível em português, não o faria.

O Observador tentou perceber se outras editoras portuguesas estão a recorrer a leitores de sensibilidade, como a Orfeu Negro, que desde 2016 tem uma série de estudos de género e de raça, mas a editora mostrou-se indisponível para responder às questões enviadas por e-mail. Também a Pântano Books (que publica autores trans e não-binários) se recusou a esclarecer se utilizam estes agentes.

Este mês, em declarações ao Jornal de Notícias sobre este mesmo tópico, Cláudia Gomes, da Porto Editora, defendia que as obras “devem ser analisadas à luz desse contexto [histórico e social] e não em função de valores que defendemos atualmente”. Porém, questionada diretamente pelo Observador, a Porto Editora não elucida se está, ou não, a recorrer a estes profissionais, remetendo uma reposta genérica por e-mail: “As equipas editoriais da Porto Editora são multidisciplinares e dotadas de profissionais com elevadas competências técnicas, com formações e experiências diversificadas, garantindo a pluralidade de ideias na abordagem rigorosa dos diferentes temas. Além disso, são regularmente realizadas formações, com vista à promoção de soft skills na área da inclusão, diversidade e igualdade, entre outras.”

A leitura sensível “é mais uma estratégia comercial”

A crítica mais recorrente a um leitor de sensibilidade é a comparação com o trabalho de um censor. Mas “uma leitura sensível nunca é uma imposição, é sempre uma sugestão. Os leitores sensíveis são procurados. Começa logo aí. Nenhum leitor sensível é imposto a nenhum autor ou nenhuma editora”, contesta Elga Fontes, tradutora, revisora e leitora de 26 anos que faz leitura sensível em português.

"Uma leitura sensível nunca é uma imposição, é sempre uma sugestão. Os leitores sensíveis são procurados. Começa logo aí. Nenhum leitor sensível é imposto a nenhum autor ou nenhuma editora”, diz Elga Fontes, leitora de sensibilidade

A tradutora e revisora, licenciada em Línguas, Literaturas e Culturas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e a terminar um mestrado em Estudos Editoriais, na Universidade de Aveiro, é requisitada para ler obras que abordem questões de género e raciais. “Além de ter formação, sou uma mulher negra, portanto tenho uma maior sensibilidade para detetar certas questões, certas problemáticas”, justifica.

Não reescreve, garante. Limita-se a ler o livro e a fazer anotações. “Anoto a parte específica que acho que pode suscitar mais controvérsia e explico porquê. Depois, cabe ao autor aceitar ou não”, diz, acrescentando que, pela sua experiência, “normalmente quem procura mais este serviço são autores independentes”. “Editoras nunca me requisitaram apenas leitura sensível, já me requisitaram serviços [de revisão e tradução] que depois queriam que aliasse a leituras sensíveis”.

Atenta ao mercado internacional, opina que a crescente procura por leitores de sensibilidade tem por base motivações essencialmente comerciais, que obedecem a critérios de mercado. “Quando se vai lançar um livro para um determinado público e se quer a adesão desse público, é normal que se queira moldar o texto de forma a que esse público consiga consumi-lo de forma a que seja aprazível. A leitura sensível surge aí”, diz. “Se há uma história que fala ou que tem personagens negras, e essas personagens estão a ser descritas ou estão a ser utilizadas na história de uma forma que pode ser ofensiva para pessoas negras, acho que é normal que um autor queira ter o cuidado de evitar isso porque é o público para o qual ele está a vender o seu produto. Ter essas questões, essa representação que é passível de ser considerada ofensiva, vai prejudicar a venda do livro”, sentencia.

Fontes, que traduziu e fez leitura sensível para Lendários, de Tracy Deonn (Desrotina), recusa a comparação da sua atividade com qualquer tipo de censura, já que esta última presume um exercício de poder que não tem, garante: “O que os leitores sensíveis fazem é dar sugestões, que depois podem ou não ser aceites”. “As pessoas olham para uma leitura sensível como uma forma de censurar, quando é mais uma estratégia comercial”, defende.

Elga Fontes (à esquerda) faz leitura sensível em português, e especializa-se em questões de género e raça. A americana Jenna Beacom (à direita) foca-se em representação surda.

Ainda é um desafio encontrar leitores de sensibilidade em português. Aliás, terá sido o argumento de uma editora norte-americana que se recusou a traduzir a obra de Afonso Reis Cabral. “A crítica a Pão de Açúcar foi maioritariamente boa, mas um colega meu expressou preocupações sobre uma pessoa cis escrever sobre uma pessoa trans — outro assunto altamente sensível aqui. Tentei encontrar uma pessoa LGBTQ falante de português para escrever um relatório de sensibilidade, mas não encontrei nenhum que falasse português. Por essas razões, decidi passar”, escreveu o autor no Facebook, citando o e-mail da editora.

Em língua inglesa, a oferta é bem diferente. Uma pesquisa rápida em qualquer motor de busca leva-nos ao Writing Diversely, um diretório “dedicado a ajudar autores a criar histórias diversas e inclusivas”, lê-se na homepage. A americana Jenna Beacom é uma das muitas profissionais que consta no site. É leitora de sensibilidade desde 2017 e é especializada na área da representação surda. Já fez leitura sensível para livros, jogos, argumentos e até artigos noticiosos. Reconhece o aumento da procura por este tipo de serviço, que crê dever-se ao facto de “as pessoas estarem mais interessadas em representação autêntica, e mais conscientes do perigo do que não é autêntico”.

Parte da sua experiência pessoal — Beacom não nasceu surda, perdeu audição já era adolescente — para identificar preconceitos, reconhecer “erros” de quem não pertence à comunidade surda, mas a quer representar nas suas narrativas. “Por exemplo, se uma personagem é apresentada como não tendo audição, mas conseguindo comunicar facilmente e de forma eficaz só com a leitura de lábios, faço notar [ao autor] que isso é irrealista e explico as implicações. É um erro comum e perigoso”, exemplifica ao Observador. É “a oportunidade de ter um papel na quebra dos ciclos de desinformação” que mais lhe dá prazer no processo. Até porque “quanto mais representação autêntica existir, mais os escritores ouvintes (não-surdos) nos vão compreender antes de criar as suas novas representações”.

Sobre o trabalho ser visto como censório, dispara: “É censura para um editor sugerir uma gramática melhor? Os leitores sensíveis têm a mesma motivação e os escritores têm o mesmo direito de ignorar as melhorias sugeridas. Talvez o autor queira manter a gramática incorreta intacta. Talvez o escritor não queira fazer a personagem surda menos triste, mais capaz. Está no seu direito”.

 
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