896kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

GettyImages-1948408685
i

Magnata sangrou-se vencedor no New Hampshire esta terça-feira e parece estar muito perto de se tornar o candidato republicano às eleições presidenciais de 2024

Bloomberg via Getty Images

Magnata sangrou-se vencedor no New Hampshire esta terça-feira e parece estar muito perto de se tornar o candidato republicano às eleições presidenciais de 2024

Bloomberg via Getty Images

New Hampshire. Trump perto de vencer primárias, mas Nikki Haley resiste e avisa: "Isto está apenas a começar"

Trump vence com mais de 10 pontos de diferença primárias no estado do New Hampshire e está mais perto de se tornar candidato republicano à Casa Branca. Nikki Haley surpreende e diz que não desiste.

O ano era 1976. A corrida republicana para chegar às presidenciais norte-americanas estava a ser disputada entre Gerald Ford e Ronald Reagan. O primeiro conseguiu algo inédito na história do partido: venceu o caucus do Iowa e as primárias do New Hampshire e acabou por vencer as eleições partidárias. Foram precisos quase 50 anos para repetir esse feito esta terça-feira, desta vez pela mão do antigo Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, que venceu naqueles dois estados, tradicionalmente os primeiros a votar durante as primárias.

O magnata sagrou-se vencedor no New Hampshire esta terça-feira e parece estar muito perto de se tornar o candidato republicano às eleições presidenciais de 2024. Apesar dos processos judiciais de que é alvo, Donald Trump tem conseguido cativar o Partido Republicano e não há ninguém que aparenta ser capaz de o derrotar pelo menos até agora. Mas alguém promete terminar com a sua suposta invencibilidade: Nikki Haley, a antiga governadora da Carolina do Sul e ex-embaixadora norte-americana nas Nações Unidas.

Após um decepcionante terceiro lugar no Iowa, Nikki Haley conseguiu arrecadar cerca de 44% dos votos esta terça-feira, ficando a mais de dez pontos de diferença do rival. O resultado terá sido melhor do que o esperado: a última sondagem antes das eleições dava-lhe apenas 38%. Por isso, não foi uma humilhação, nem uma derrota em toda a linha, mas também não é uma vitória. Isto porque, no New Hampshire, os eleitores independentes — que não se identificam com nenhum dos dois partidos — podem igualmente votar e isso dava uma vantagem à antiga governadora, que é considerada mais moderada do que o ex-Presidente.

GettyImages-1948407426

Nikki Haley conseguiu arrecadar cerca de 44% dos votos esta terça-feira

AFP via Getty Images

Aquela vantagem não foi suficiente para a antiga governadora ganhar, mas os votos que obteve deram alguma esperança à única candidata que resiste a Donald Trump. No passado domingo, o governador da Florida, Ron DeSantis, anunciou que desistiria das primárias, deixando o caminho livre para Nikki Haley se converter na única adversária do antigo Presidente, algo impensável há uns meses.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Republicano Ron DeSantis retira-se da corrida à Casa Branca e apoia Donald Trump

Os doadores que financiam a campanha de Nikki Haley ainda aparentam acreditar na republicana e numa reviravolta surpreendente. “Isto é uma maratona, não é um sprint”, repete a antiga embaixadora da ONU, que avisou esta terça-feira, após serem conhecidos os resultados, que as primárias “estão apenas a começar”: “A nossa luta ainda não acabou. Ainda temos um país para salvar”.

A esperança de Nikki Haley no futuro

Depois de o Iowa e do New Hampshire votarem, é a vez do Nevada a 6 de fevereiro. No entanto, já se sabe de antemão o vencedor da próxima votação, que será Donald Trump, visto que Nikki Haley decidiu não ir a votos naquele estado. As atenções ficam assim viradas para a Carolina do Sul, que organiza as suas primárias no dia 24 de fevereiro e em que se espera uma intensa luta política.

President Trump Meets With UN Ambassador Nikki Haley At The White House

Donald Trump e Nikki Haley juntos em 2018, quando a segunda era embaixadora dos EUA na ONU

Mark Wilson/Getty Images

As últimas sondagens dão uma inequívoca vantagem a Donald Trump, que poderá obter um resultado na ordem dos 68%, ao passo que Nikki Haley ficará nos 28%, apesar de a republicana ter governado aquele estado de 2011 a 2017. Mesmo assim, a popularidade do ex-Presidente na Carolina do Sul, estado tipicamente republicano, é bastante elevada — e será, assim, um grande desafio para a campanha da antiga embaixadora.

No discurso desta terça-feira, Nikki Haley deixou implícita a importância da Carolina do Sul para a sua campanha. “Há dezenas de estados que ainda não votaram. E o próximo a votar é o meu doce estado da Carolina do Sul”, afirmou a republicana. Por sua vez, na sua intervenção após a vitória, Donald Trump assegurou que “adora” aquele estado. “Estamos muito à frente nas sondagens”, assinalou ainda.

No quartel-general de Nikki Haley, a ordem é para “respirar fundo”, principalmente depois da desistência de Ron DeSantis, o que poderá beneficiá-la. Numa nota da campanha a que a NBC News teve acesso, lê-se que só após a Super Tuesday, em que 16 estados escolhem que candidato vão apoiar, é que se “obterá um retrato fiel de como está a correr a corrida”. “Nessa altura, milhões de norte-americanos terão votado. Até lá, todos devem respirar fundo.”

epa11099891 Republican presidential candidate Nikki Haley speaks to supporters at the Grappone Conference Center on Primary Election Day in Concord, New Hampshire, USA, 23 January 2024. Haley faces former US President Donald Trump in the New Hampshire Republican Primary.  EPA/CJ GUNTHER

Campanha de Nikki Haley apela a que se "respire fundo"

CJ GUNTHER/EPA

Apostando numa bipolarização da corrida e tentando convencer os setores do partido republicano abertamente contra Donald Trump, os doadores de Nikki Haley também ainda acreditam na candidata. “Seremos capazes de lutar até à Carolina do Sul”, disse Mark Harris, um dos estrategas e financiadores por trás da campanha da antiga governadora, citado pela CNN Internacional. Depois disso, o apoio financeiro permanece uma incógnita, mas a republicana terá agora cerca de um mês para se apresentar como uma alternativa viável ao magnata.

“Sou uma lutadora. Sou insistente. A um certo ponto da campanha, éramos 14 a concorrer e nós tínhamos apenas 2% nas sondagens. E agora somos os últimos a enfrentar Donald Trump”, recordou Nikki Haley durante o discurso em que reconheceu a derrota (e deu os parabéns ao adversário), garantindo igualmente: “Esta corrida está longe de terminar”. Deixando de lado um tom derrotista, a antiga governadora apresentou-se ao público com um sorriso — e parecia convencida de que será capaz de dar a volta.

Equipa de Donald Trump espera desistência para se focar nas presidenciais

Apesar de ter vencido, Donald Trump não poupou a adversária depois de os resultados serem conhecidos. Pelo contrário. O ex-Chefe de Estado atirou várias vezes à concorrente partidária: “Impostora”, “teve uma noite muito má”, “falhou redondamente” e “saiu-se muito mal”. O motivo? O magnata entendeu que Nikki Haley não vai desistir e isso distrai o partido do que realmente é importante: vencer os democratas e Joe Biden em novembro.

epa11083838 Republican candidate for president former US President Donald Trump waves as he leaves the stage following a rally in Atkinson, New Hampshire, USA, 16 January 2024.  This is Trump's first visit to New Hampshire following his win in the Iowa Caucus.  EPA/CJ GUNTHER

Donald Trump não poupou nas críticas a Nikki Haley

CJ GUNTHER/EPA

“Temos de fazer o que é bom para o partido. Mas ela estava a fazer um discurso como se tivesse ganhado. Ele não ganhou. Ela perdeu”, sinalizou Donald Trump esta terça-feira, num sinal de que contava com a desistência de Nikki Haley, bem como o apoio dela na sua campanha para as presidenciais. Aliás, num comício esta segunda-feira na cidade de Laconia, no New Hampshire, o magnata chegou a vaticinar que a rival desistiria em poucas horas, como lembra a GBNews.

A entourage do antigo Presidente tem igualmente pressionado Nikki Haley a desistir. Em declarações à Fox News, Vivek Ramaswamy, antigo candidato nas primárias republicanas e atual aliado de Donald Trump, falou numa “vitória decisiva” para o magnata. “Talvez a eleição presidencial tenha começado esta noite”, assinalou, vincando: “Eu penso que as primárias republicanas acabaram esta noite”. Por isso, o político aconselhou a antiga governadora a “fazer a coisa certa para o país”, isto é, anunciar a sua desistência.

Antes da divulgação dos resultados, um membro da campanha de Donald Trump revelou à CNN internacional que, se se assistisse a uma retumbante vitória do magnata, o foco passaria a ser agora a eleição presidencial, atacando Joe Biden e aumentando as campanhas nos chamados swing states, isto é, estado que mudam de cor política com alguma regularidade, determinantes para uma vitória nas presidenciais. O ex-Chefe de Estado focar-se-ia em estados como a Georgia, o Arizona ou o Michigan, em que perdeu para Joe Biden nas eleições de 2020.

"Talvez a eleição presidencial tenha começado esta noite. Penso que as primárias republicanas acabaram esta noite"
Vivek Ramaswamy, empresário, antigo candidato nas primárias republicanas e atual aliado de Donald Trump

A vitória e igualmente o discurso de Nikki Haley poderá ter alterado os planos de Donald Trump. Mesmo que as sondagens deem a vitória ao magnata em vários estados, a antiga governadora pode impedir uma coroação do republicano como candidato à Casa Branca, pelo menos nos próximos tempos, obrigando-o a prolongar as primárias.

Biden também vence primárias democratas — mas alerta para os perigos de Trump

Além das primárias republicanas, também tiveram lugar no estado do New Hampshire as democratas. Sem surpresa e sem adversários de peso, o atual Presidente dos Estados Unidos venceu com 67% dos votos, abrindo caminho para a sua reeleição. “Quero agradecer a todos aqueles que escreveram o meu nome esta noite em New Hampshire”, afirmou Joe Biden, num processo que descreveu como a “demonstração histórica de compromisso com o processo democrático”.

No discurso de agradecimento, Joe Biden aproveitou igualmente para criticar Donald Trump, dizendo ser “claro” de que será o magnata contra quem vai concorrer nas presidenciais de 2024. “A minha mensagem ao país é que os riscos não poderiam ser maiores”, lamentou o Chefe de Estado, acrescentando que estavam em jogo “a democracia, as liberdades pessoais, a economia”, se o antigo Presidente voltar à Casa Branca.

GettyImages-1903200714

Joe Biden aponta para riscos caso Donald Trump seja eleito o candidato republicano às presidenciais

Getty Images

Numa mensagem aos republicanos mais moderados e aos eleitores indecisos, Joe Biden pediu-lhes que “partilhem o compromisso” para que se protejam os “valores fundamentais da nação” e votem no Partido Democrata como guardião dessas liberdades e direitos. “Vamos lembrar-nos de que somos os Estados Unidos da América. E não há nada — nada — que não possamos fazer se trabalharmos nisso juntos”, sublinhou.

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça até artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.