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Pelo segundo ano consecutivo, o MEO Kalorama ocupa durante três dias o Parque da Bela Vista, em Lisboa. O festival está de volta entre esta quinta-feira, 31 de agosto, e sábado, 2 de setembro. Ao todo, serão dezenas de concertos, do início da tarde até à noite, para desfrutar em quatro palcos. É o último grande festival do verão.

Este ano, o recinto foi reconfigurado para se tornar mais confortável e para que haja menos interferências de som entre os palcos. Além disso, haverá mais espaço para circular na Bela Vista. A organização espera receber perto de 40 mil pessoas por dia. Também foi alargada a oferta artística, uma vez que o MEO Kalorama reforçou a parceria com a galeria Underdogs, que irá instalar diversas peças pelo recinto.

O dia mais concorrido é sexta-feira, mas ainda há bilhetes à venda para todos os dias. As entradas diárias custam 65€, enquanto os passes gerais estão disponíveis por 160€. Todos os que tenham Cartão Jovem podem usufruir de um desconto de 25€ nos passes. Se o seu destino nos próximos dias for o Parque da Bela Vista, leve as nossas sugestões consigo.

Dia 31 de agosto, quinta-feira

José González

Palco San Miguel, 16h55

Músico sueco de ascendência argentina, José González tem sido um nome frequente em Portugal ao longo dos anos. Porém, este concerto no MEO Kalorama é especial pois serve de celebração aos 20 anos de Veneer, o seu primeiro álbum em nome próprio, com que se tornou conhecido graças a temas como “Crosses” ou a sua versão de “Heartbeats”, original dos compatriotas The Knife. O alinhamento estará muito focado neste disco, mas também não deverão faltar canções emblemáticas dos seus outros trabalhos. É o primeiro grande concerto desta edição.

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Yeah Yeah Yeahs

Palco MEO, 19h50

Embora sejam uma banda conhecida e conceituada que marcou o início do milénio durante a vaga indie rock, os nova-iorquinos Yeah Yeah Yeahs só visitaram Portugal por duas vezes, para atuar no mesmo festival, o Vodafone Paredes de Coura. Assim, este é um regresso muito esperado ao nosso país (a última vez que por cá tocaram foi em 2006) e é também uma estreia em Lisboa. Vêm apresentar o seu quinto álbum, Cool It Down, editado no ano passado, onde brilharam singles como “Burning” e “Spitting Off The Edge Of The World” — que certamente se irão juntar aos temas mais icónicos da história da banda norte-americana.

Blur

Palco MEO, 22h

Ainda em junho os Blur passaram por Portugal, quando tocaram no Primavera Sound, no Porto, mas este regresso poucos meses depois é bastante oportuno. Os britânicos lançaram durante este período o seu novo álbum, The Ballad of Darren, oito anos depois de The Magic Whip. Portanto, vêm com um espetáculo novo, com um alinhamento diferente, depois de voltarem ao estrelato com uma série de concertos em Wembley durante o mês de julho. Os grandes êxitos como “Song 2” ou “Girls & Boys” também não deverão faltar, claro.

The Prodigy

Palco MEO, 0h40

Este regresso é ainda mais curto, já que os The Prodigy acabaram de tocar em Vilar de Mouros. Mas o público no MEO Kalorama em grande parte é outro e o grupo britânico de música eletrónica facilmente se afirma como um dos cabeças de cartaz, mantendo a importância do legado após a morte de Keith Flint em 2019. Entre samples, breakbeats e diversas influências da cultura rave, os The Prodigy entregam sempre uma performance multifacetada.

Dia 1 de setembro, sexta-feira

EU.CLIDES

Palco San Miguel, 15h30

Entre os vários artistas portugueses que constam do cartaz, EU.CLIDES destaca-se nesta edição do MEO Kalorama por estar em topo de forma. O cantor e multi instrumentista lançou este ano o seu primeiro trabalho de longa-duração, Declive, que o fez conquistar novos fãs graças à sua música de calibre pop com múltiplas texturas musicais, onde África se assume como uma parte essencial. Uma vez, o DJ e produtor Branko descreveu-o como o “trovador do tarraxo” e o seu encanto passa muito por aí. Será uma boa opção para arrancar o segundo dia de MEO Kalorama.

Ethel Cain

Palco San Miguel, 17h10

Influenciada pela música cristã e pelo canto gregoriano, mas também pelo movimento gótico do sul dos EUA, com um estilo que tanto pode ir ao rock e à folk como a ambiências lo-fi e a estéticas mais digitais, Ethel Cain é a autora de um registo original que a fez ser aclamada quando lançou, em 2022, o seu álbum de estreia, Preacher’s Daughter. As suas experiências mais traumáticas e o facto de ter crescido num meio profundamente religioso, com um pai como diácono batista, marcam declaradamente a sua música. Uma estreia em Portugal a não perder.

Belle & Sebastian

Palco MEO, 18h

De uma pop mais dreamy e alternativa passamos para uma indie pop mais convencional, por parte da banda escocesa Belle & Sebastian. Embora raramente tenham atingido o grande público, são um exemplo de consistência, com 12 álbuns de estúdio editados desde a segunda metade dos anos 90. O mais recente, Late Developers, foi lançado este ano e serve de mote para o concerto em Lisboa.

Florence + The Machine

Palco MEO, 20h20

Depois do estrondoso concerto que fez no NOS Alive no ano passado, Florence + The Machine regressa a Lisboa para mais um espetáculo que se espera imperdível. Ao vivo, Florence Welch é uma verdadeira força da natureza, vocalista e líder de banda de carisma ímpar, onde a palavra pop é a mais indicada, ainda que isso não implique quaisquer artifícios ou formatos excessivamente mastigados. Tal como no Passeio Marítimo de Algés, vem apresentar o disco Dance Fever, mas também os grandes êxitos do percurso que tem feito, entre os quais “Dog Days Are Over” ou “You’ve Got The Love”. É, sem dúvida, um dos nomes que mais gente vai atrair junto do Palco MEO.

Arca

Palco San Miguel, 22h

Produtora inventiva e experimental — que explora diversas facetas da música eletrónica, movimentando-se desde o reggaeton alternativo ao hip hop industrial — Arca tem sido um dos nomes mais aclamados da música alternativa contemporânea. A artista venezuelana, que incorpora temas como a identidade de género na sua obra, deverá apresentar-se com uma performance distinta que promete contrastar com a maior parte dos concertos em cartaz. O reconhecimento do seu talento é notório pelas colaborações que tem feito: The Weeknd, Kanye West, Rosalía, FKA Twigs, Sia, Frank Ocean ou Björk são apenas alguns dos nomes que requisitaram os seus dotes musicais e artísticos ao longo dos anos.

Aphex Twin

Palco MEO, 23h15

A música eletrónica conceptual prolonga-se no alinhamento e chega ao palco principal, com a atuação de Aphex Twin. Considerado um dos nomes mais influentes da eletrónica, o músico britânico foi sempre um explorador techno, um vanguardista musical com um estilo sonoro muito próprio, artista disruptivo que este ano lançou o EP Blackbox Life Recorder 21f / In a Room7 F760 e que se apresenta sempre com sets diferenciados.

Dia 2 de setembro, sábado

Siouxsie

Palco MEO, 18h05

É um dos grandes marcos desta edição do MEO Kalorama. Desde 1995 que Siouxsie Sioux não toca em Portugal e, antes desta tour, a cantora britânica esteve uma década sem atuar. É uma das grandes figuras musicais dos anos 70 e 80, ícone do rock gótico e do post-punk que começou por se destacar na banda Siouxsie and the Banshees. Agora está de volta aos palcos com os seus maiores êxitos, desde “Arabian Knights” a “Happy House”, passando por “Face To Face”.

The Hives

Palco San Miguel, 21h25

The Hives, banda sueca de punk de garagem, são outro dos destaques para o último dia de MEO Kalorama. Não lançavam um novo álbum há 11 anos e, por isso, o disco The Death of Randy Fitzsimmons serve como mote para esta performance em Lisboa. É um trabalho particularmente enérgico, que recupera as suas raízes punk do início dos anos 2000, mostrando que o grupo funciona tal e qual um eterno adolescente, resistindo à mudança e ao amadurecimento mas mantendo vivo o seu espírito inconformado e rebelde.

Arcade Fire

Palco MEO, 22h30

Depois de no ano passado terem esgotado por duas noites o Campo Pequeno, os Arcade Fire regressam a Lisboa para agora serem recebidos como a banda de estádio — ou de grande recinto — que também são. Afinal, os coros cativantes pedem mesmo essa entrega e energia que só se consegue encontrar em espaços amplos e super populados, ainda que pelo meio se possa perder alguma da envolvência que caracteriza os espetáculos do grupo em sala fechada. Seja como for, a Bela Vista promete encher-se para ouvir os temas do mais recente álbum, “We”, editado no ano passado, mas também os grandes êxitos da carreira dos canadianos. Ainda que os Arcade Fire tenham estado envoltos numa neblina sombria depois das alegações em torno de comportamentos sexuais inapropriados por parte do frontman Win Butler, a banda continua na estrada, agraciada pelos fãs, e os músicos sabem certamente como proporcionar um bom espetáculo.

Pabllo Vittar

Palco San Miguel, 23h55

Noitada é o álbum que marca o regresso de Pabllo Vittar a Lisboa. A drag queen brasileira, que se tornou numa estrela pop internacional, tem uma entusiástica legião de fãs e ao vivo apresenta-se com uma performance extravagante e carismática. Certamente atrairá uma multidão (de conhecedores e curiosos) junto do Palco San Miguel.

Young Fathers

Palco Samsung, 00h

Em alternativa, pode assistir ao concerto dos Young Fathers. Cruzando o hip hop com elementos soul e uma elevada dose de pop alternativa, têm trilhado um percurso distinto no panorama musical e concretizam-se da melhor forma ao vivo, com performances contagiantes e altamente musicais que já terão feito bom trabalho de evangelização. Desta vez, os escoceses vêm apresentar o quarto álbum de originais, o aclamado Heavy Heavy, editado este ano pela emblemática Ninja Tune e que se revelou mais um tiro certeiro.

O MEO Kalorama vai incluir ainda atuações de Baxter Dury, Foals, Metronomy, M83, The Blaze, FKJ, James Holden, Shame, Nu Genea, Shygirl, John Talabot, Ben UFO, Amyl & The Sniffers, Junior Boys, BK’, Dino D’Santiago, Capitão Fausto, Pongo, Rita Vian, Scúru Fitchdu, Selma Uamusse, Violet, Saint Caboclo, Hause Plants ou Phoebe, entre outros. Todas as informações aqui.