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Poolside Glamour
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"Nelda and Friends". Podia ser agosto mas "it's always sunny in California" e até era janeiro. Em 1970, Slim Aarons fotografava as andanças à beira da piscina da casa em Palm Springs de Edgar J. Kaufmann

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"Nelda and Friends". Podia ser agosto mas "it's always sunny in California" e até era janeiro. Em 1970, Slim Aarons fotografava as andanças à beira da piscina da casa em Palm Springs de Edgar J. Kaufmann

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Pérolas, champanhe e piscinas infinitas. 30 imagens de sonho para um verão vintage com Slim Aarons

Do Algarve ao deserto de Palm Springs, o fotógrafo norte-americano imortalizou o glamour do verão e o dolce fare niente dos ricos e famosos à beira da piscina. Inspire-se com estas fotos icónicas.

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Lá ao fundo, em passo seguro, Lita Baron segue a linha da piscina, aproximando-se de Helen Dzo Dzo (sentada à esquerda) e de Nelda Linsk (à direita), a mulher do negociante de arte Joseph Linsk, não menos imaculadas nos seus looks e zero titubeantes no nível de estilo. O momento, legítimo representante de um “Poolside Gossip”, ficou imortalizado numa fotografia de Slim Aarons. Aquelas traseiras no deserto de Palm Springs, provavelmente entre as mais famosas na imbatível missão e arte do bem viver à velocidade de cruzeiro (muitos anos antes da expressão slow living) voltam a fazer sonhar os veraneantes — em especial aqueles que podem passar das imagens aos atos e disputar a compra da propriedade em questão, mergulhando sem salpicos no fervilhante mercado imobiliário californiano.

Desenhada em 1946 por Richard Neutra para o empresário de Pittsburgh Edgar J. Kaufmann, a casa que passou à história, e o ambiente ali recriado num tarde soalheira, é o epítome do glamour dos anos 70. No passado mês de outubro encontrava-se à venda por 25 milhões de dólares, surgindo agora com um apetecível corte no preço: 16.95 milhões de dólares (cerca de 9.2 milhões de euros) uma pechincha para os padrões locais.

A lendária piscina que sobressai na imagem do fotógrafo norte-americano, com a sua vista para as montanhas de San Jacinto, mantém-se de pedra e cal, não fosse ela um ex-libris deste destino. Diz-se até que foi a primeira coisa a ser construída por Neutra, para que o arquiteto pudesse refrescar-se enquanto a obra seguia o seu curso. De estilo internacional, moderno, o edifício térreo com paredes de vidro, pedra do Utah e um open space apelidado de “Gloriette” está atualmente nas mãos de de Brent R. e Beth Harris, que conduziram as renovações no espaço, que à época da sua construção se destinava a ser usado apenas 60 dias por ano. Mas se prefere outros cenários e ângulos para registar o melhor das férias não faltam alternativas saídas deste arquivo de luxo.

Num tanque ou num lago, mas sempre em bom. Sicília, 1984

Não se deixe iludir pelo nome Villa Tasca, porque de prosaico o cartão de visita tem pouco. O pedigree aristocrata e o historial de hóspedes ilustres, de Jackie Kennedy a Wagner, de Verdi a Bismarck, falam por esta villa há gerações associada a uma das mais nobres famílias sicilianas. Localizada no topo da pequena localidade de Monreale, em Palermo, foi aqui que em 1984 Aarons fotografou a marquesa Fabrizia Lanza di Mazzarino, provando que a atitude é tudo e que não é preciso um imponente iate para assegurar os devidos níveis de coolness e ainda uma pitada de kitsch. Ah, e pode sempre completar a inspiração com o booking, já que o paraíso de uma estadia só depende de um clique.

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Donna Fabrizia Lanza Di Mazzarino

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Hashtag? #lifeboat. Capri, 1968

A objetiva de Slim Aarons (1916-2006) poderá ter assistido ao menos luminoso da humanidade durante o segundo grande conflito mundial, enquanto fotógrafo de guerra, mas é no papel de cronista visual dos tempos livres de socialites, celebridades e jet set em geral que o seu trabalho mais regularmente é citado. De resto, Slim terá mesmo dito que o combate no terreno lhe ensinara que a única praia em que valia a pena desembarcar estava “decorada com mulheres bonitas e seminuas a bronzearem-se sob um sol tranquilo”. Não por acaso, e várias décadas após esses primeiros ensaios com sabor vintage, saídos dos idos anos 50, muitas das suas imagens mais emblemáticas continuam a povoar os feeds de Instagram, num misto de escapismo eterno e inspiradora nostalgia. Ele próprio um alvo apetecível quando o assunto é fotografia, surge luminoso a bordo de um iate em Capri (à direita), em setembro de 1968. Um momento perfeito para quem não sofre de enjoos.

Slim Aarons

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Nenhum viajante é uma ilha. Atenas, anos 60

Os anos 60 do século passado foram há tanto tempo que boa parte deste acervo parece saído da Antiguidade. Uma Antiguidade em nada datada em matéria de referências de estilo ou convite ao relaxamento absoluto. Em julho de 1961, um fato de banho branco e uma touca retro resultam na perfeição na piscina da penthouse Canellopoulos, em Atenas. Enquanto isso, o coronel Demitris Levidis desfruta dos jardins em Harvati, nas imediações da capital grega, com a mulher e o seu cão. E por falar em casais, os designers de mobiliário Eleftherios e Susan Saridis dão uma lição sobre como ocupar uma réplica de um klini do ano 465 antes de Cristo, com a imponente Acrópole em fundo. Por fim, abasteça o filme das férias estivais com uma pausa para café (o cigarro é opcional). Só faltaria mesmo cruzar-se com a atriz Melina Mercouri.

Penthouse Pool Garden Stroll Ancient Greek Furniture Melina Mercouri

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Algum trabalho e um quanto conhaque. Mónaco, 1957

Para quem gosta de unir o útil ao agradável, ou nunca consegue desligar em definitivo, ou tem os colegas de trabalho na lista de amigos chegados, eis um recorte saído de 1957 que pode ajudar a dar o tom. O realizador norte-americano Howard Hawks (1896 – 1977) e a sua mulher Dee passam um dia de verão na piscina, no Mónaco, com o produtor Charles K Feldman (1904 – 1968) e a sua protegida, Germaine Lefebvre, também conhecida pelo petit nom Capucine (1933 – 1990). O momento é de aparente tranquilidade, em contra ciclo com algumas das atividades de eleição do cineasta que no ano seguinte lançaria o western “The Big Sky”, com Kirk Douglas, e ainda “Monkey Business”, com Cary Grant: apaixonado por carros e velocidade, Hawks construira o carro que em 1936 venceu Indianapolis 500, adorava andar de mota com Barbara Stanwyck e Gary Cooper, e não se fazia rogado no golfe, ténis, vela, ou corridas de cavalos.

Summer In Monaco

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Receba as visitas para um almoço. Santa Barbara, 1975

Tudo leva a crer que se trata da modalidade “almoço com piscina em fundo mas não necessariamente para deambular em trajes de banho”. Escusado será dizer que um sprint seguido de “bomba”, para o devido estouro na água, está totalmente arredado do cardápio — a não ser que as doses de champanhe toldem os sentidos e quando der por si há um convidado de calças cor de rosa a boiar no retângulo azul. Desconhecemos o desfecho neste dia aprazível em 1975, em que Dorothy Laughlin abriu as portas de sua casa em Santa Barbara, na Califórnia, animando o leque de felizes contemplados sob a providencial tenda branca, mas so far so good.

California Garden Party

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Piquenicar sem estender a toalha. Colorado, 1990

Foi construído em Castle Rock, a poucos minutos de Denver, no Colorado, em 1981, e é apenas um dos mais de 410 campos de golfe desenhados por Jack Nicklaus em todo o mundo, em parceria com os seu quatro filhos e a sua empresa, a Nicklaus Design. Sonhado por Jack Vickers ainda em 1969, o Castle Pines Golf Club mantém uma rigorosa etiqueta. Denim? Nem pense em aparecer de calças de ganga. Tabaco? Esqueça os cigarros. Telemóveis? Cuidado, não é permitido em todas as zonas. Para fazer uma pausa para convívio em grande estilo, treine a arte de piquenicar sem estender a toalha e resgate os botões dourados do fundo das gavetas.

Summer Picnic

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Nos primórdios do athleisure. Cannes, 1958

Que importa um passo em falso, um desequilíbrio iminente, um estrondoso chapão que tem tudo para culminar no departamento da ortopedia? Em fundo, o postal do histórico hotel Carlton ameniza qualquer trambolhão inesperado e garante que o glamour nunca sai prejudicado no balanço final de uma jornada desportiva. Em Cannes, o esqui aquático marca o ritmo desta imagem de 1958, tirada para fazer as medidas de todos os amantes das modalidades náuticas — e da riviera francesa em geral, mesmo que seja para passar o dia à janela do quarto. Já agora, cuidado para não ir em vão: o marco da Boulevard de la Croisette, em plena baía da localidade do sul de França desde 1913, prevê reabrir as suas portas apenas em 2023, depois de um vasto projeto de renovação, encontrando-se provisoriamente encerrado.

Cannes Watersports

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Quando os colchões eram simplesmente colchões. Costa da Luz, 1971

Mal se dá por ele. Discreto, transparente, e nem por isso menos flutuante que os seus herdeiros contemporâneos. Eis um colchão insuflável no coração da piscina que não é um flamingo, ou um dónute, ou uma fatia de pizza com dentada. É não mais que um inocente colchão e o minimalismo do aspeto e das funções chega e sobra. Estamos na casa de Vanessa Somers McConnell, em El Cuartón, Costa de la Luz, Espanha, em pleno braseiro de agosto de 1971, e os verdadeiros unicórnios encontram-se à volta do azul, ora vegetando ao sol ora expectantes sobre o próximo passo a dar. Pode, e deve, repetir a discreta coreografia mas lembre-se de reforçar a proteção solar, uma simples miragem naquela época, imune a ameaças UV.

Villa At El Cuartón

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À descoberta de um destino exótico. Lamu Island, 1987

Sabe aquela lista de praias mais vezes identificadas no Instagram? Se é daqueles que gosta de escapar aos lugares mais que comuns, nada como ignorar tendências olimpicamente e abrir caminho para pontos ilustrados de difícil localização no mapa. No final dos anos 80, Carol Anderson mostra como é possível explorar novas rotas, guiando-nos por Lamu, uma ilha do arquipélago com o mesmo nome, no oceano índico, virada para a costa norte do Quénia. De visita à centenária Kisimani House, aparece a ler  ‘In Search of the Sahara’, de Quentin Crewe. Chegados a 2021, pode optar por outro título mas tome nota: um fundo fiel ao estilo swahili pode fazer toda a diferença neste cocktail cromático.

The Lure Of Lamu

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A piscina mais fotogénica. Algarve, 1970

Munido da sua inseparável máquina, Slim Aarons captou o melhor dos sunbathers e holidaymakers portugueses a sul do território. Na década de 70, por mais que uma vez, visitou a região e seguiu o trilho do bronze e de uma zona em franca explosão, escassos anos depois da inauguração do aeroporto de Faro, um trampolim mais eficaz para atração de turistas que qualquer prancha para mergulho. Em 1967, o Hotel Algarve, erguido na Praia da Rocha, exibia uma piscina que convocaria as atenções de qualquer drone dos nossos dias, e que uma mera influenciadora ao nível do solo também não enjeitaria.

Algarve Hotel Pool

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Férias com miúdos? Sem stress. Porto Ercole, 1969

Há décadas que Porto Ercole se mantém invicto na lista de destinos de preferência. Em Sbarcatello, na costa da Toscana, o Il Pellicano é uma instituição e os seus degraus apenas um dos pontos de eleição para uma foto que enquadra o mar a perder de vista (logo depois da não menos solicitada piscina). A 90 minutes de Roma e a 110 de Pisa, a baía de areia clara é a escapadinha perfeita e este boutique hotel uma paragem recorrente cuja história dá outro belo álbum de família. Foi em 1965, quatro anos antes desta foto, que dois apaixonados, uma carismática socialite americana e um aviador britânico criaram este refúgio romântico, que cedo atrairia um grupo de amigos da alta sociedade de Hollywood prontos para festejar sob o luar. Em 1979, foi a vez de Roberto Sciò se apaixonar pelo hotel e de o comprar, estando hoje ao leme a sua filha, Marie-Louise, que continua a apostar no charme old school.

Porto Ecole

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Não, não é preciso sair de casa. Costa Esmeralda, 1964

O requinte está longe de ser medido pelos quilómetros percorridos ou pela qualidade do acessório onde repousamos o corpo. Da mesma forma que o luxo não é sinónimo forçoso de extravagância ou sumptuosidade, por vezes apenas o tempo a correr devagar e um certo encanto rústico. Que o diga a antiga modelo, e musa de Hubert de Givenchy, Bettina Graziani (1925-2015), a relaxar na Sardenha nos anos 60. Uma dupla de pufs, uns jornais languidamente posicionados em cima, uma cama de rede, um relaxante chá e uma envolvente verdejante quanto baste. Não é preciso estar na Costa Esmeralda — se há coisa que a temporada de confinamento intensivo mostrou é que sabemos transformar um modesto quintal ou terraço num precioso diamante.

Bettina Graziani

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Pose como um herdeiro que prefere outras estações. Petrópolis, 1987

Pessoas que dispensam suar ao sol, o efeito nefasto do cloro, a intrusão da areia em concavidades dispensáveis, e que de bom grado eliminariam o verão do calendário e saltariam de imediato para o outouno: não estão sozinhas nas vossas embirrações de estimação. Eis o registo perfeito para um retrato que condense as férias de quem prefere um pouco de ironia e sarcasmo, seja no alpendre doméstico ou num canto abençoado pela sombra e vegetação envolvente num qualquer teto cinco estrelas. Em 1987, Aarons fotografava Dom Pedro de Orleães e Bragança, neto do imperador D. Pedro. Em sua casa em Petrópolis, no Brasil, entre plantas e devidamente acompanhado pelo seu companheiro de estimação.

Principe Dom Pedro

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Com o preto (e branco) nunca me comprometo. Mónaco, 1956

Não há nada mais retro e apaziguador de imperfeições do que a tonalidade que marcou boa parte dos registos dos anos 40 e 50 do século XX, agora à escassa distância de um filtro. Nem só de azul e águas calmas vive o ser humano e o preto e branco conferem a película de glamour extra, para coroar as férias mais idílicas. Imagens de influencers de óculos escuros e com um jornal prestigiado em mãos? Naquele 14 de agosto de 1956, Rita Aarons estaria muito longe de imaginar que um dia todos seríamos demasiado parecidos e avessos à originalidade nas redes sociais: eia-la a mostrar, em primeira mão, como se exibe a edição europeia do New York Herald Tribune no Mónaco. À sua direita, em 1945, o dramaturgo Tennessee Williams (1911 – 1983) e uma amiga ficam-se pela cosmopolita Via Veneto, no exterior do Hotel Excelsior, em Roma. Para quem não abre mão de acaloradas jogatanas em família, basta seguir a partida de canasta em Palm Beach, no Florida, entre a senhora Benjamin Black, Raymond Schindler, Jerry Rowen, Betty Bosworth e a senhora Schindler, corria 1955. No ano seguinte, Athina (Tina) Livanos, a primeira mulher do armador grego Aristotle Socrates Onassis, subia a bordo do iate Christina e entretinha-se com o filho Alexander (1948 – 1973), em Monte Carlo.

Rita Aarons Via Veneto Four For Canasta Tina Onassis

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Exuberância em estado puro. Marraquexe, 1988

Antiquário espanhol e estiloso couturier, Adolfo De Velasco cruzou-se ao longo de vários anos com a paisagem de Marrocos. Célebre pela excentricidade, liderou os destinos de palácios de Tânger, que converteria em verdadeiras moradas dignas da mil e uma noites, onde decorreram inúmeros jantares e festas, mas foi em Marraquexe que se tornou o grande anfitrião das noites de verão da cidade. Adolfo chegara ao país em 1957 para visitar um amigo, antes de seguir para Los Angeles, onde planeava seguir as pisadas de ator. Acabou por ficar sem prazo à vista e aqui viver até à sua morte, em 2004. Na imagem, de 1988, De Velasco repousa na terra onde montou uma loja de antiguidades e desenhou uma linha de jilabas e kaftans, no célebre hotel La Mamounia, outra paragem incontornável no país para quem procura exotismo.

Adolfo De Velasco

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Reúna a dinastia. Marbella, 1967

Um barão, uma baronesa, um casal de labradores, vários amigos e El Rincón, o retiro perfeito no sul de Espanha de Hubert e Therese “Terry” von Pantz, que souberam receber com pompa e circunstância em Nova Iorque ou Gstaad, em Paris ou na Áustria. Sob o sol do mediterrâneo, em agosto de 1967, seria difícil ignorar o alure dos encontros promovidos por duas figuras maiores que a vida e que a vida social de Marbella. A história não esquece o prévio affair entre Hubert, que morreu em 1991, e Coco Chanel (ou vários outros conhecidos casos extra conjugais de um bon vivant assumido), nem a fundação de Mittersill, o resort tirolês para celebridades e aristocratas, onde recebeu William Randolph Hearst, Bing Crosby, ou a duquesa de Windsor. Quanto a Terry, tinha enviuvado de David H. McConnell, o presidente do império da cosmética Avon Products quando se casou com Hubert von Pantz. Antes de morrer, em 1998, a mulher que casou e descasou várias vezes, e que celebrou como poucos, confessara que não temia despedir-se da vida. “Tenho cinco maridos fabulosos à minha espera”.

At The Von Pantzs

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Longos jantares em noites quentes. Lido, 1957

Desde os anos 20 que o Lido servia de pano de fundo ideal para os ricos e célebres que acorriam a Veneza em tempo de verão, e umas décadas volvidas mantinha-se a toada de chegar de gôndola a uma cocktail party. Foi assim que Aarons certa vez apanhou a condessa Anna Maria Cicogna (aqui sentada à mesa) e a sua filha Marina Cicogna, influente produtora de cinema. Para um repasto capaz de combinar a simplicidade da louça com a intemporalidade mágica de umas pérolas conjugadas com um traje de banho, nada como convocar a presença dos nomes certos. Na imagem, Victor Cunard (primo da escritora e ativista política britânica Nancy Cunard, junta-se ainda à condessa Alberta Foscari, a Jack Rodrigue, e a Maria Salata Phillips. Lá ao fundo, o dançarino Serge Lifar (1905-1986) e Elisabetta Foscari.

Dining At The Lido

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Mais é mais. Jamaica, 1950

Não tema o excesso de cor, os mantos diáfanos, as vestes vaporosas, ou mesmo as proporções avantajadas dos looks — o distanciamento social até lhe agradece a atenção numa altura destas. Despachada esta parte da indumentária com personalidade, basta escolher o destino certo para espalhar a notícia de que já recebeu pelo menos uma dose da vacina anti-Covid 19. Em 1950, a atriz de cinema e televisão Eva Gabor apreciava um café no seu quarto no hotel Bay Rock, em Montego, na Jamaica, para um impacto digno de viralizar.

Eva Gabor

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Black tie a sul. Algarve, 1973

À beira da piscina, a anos luz do estrangeirismo sunset party, assistia-se ao cair do dia sem o mínimo tropeção no dress code formal. Três anos depois dessa escala em Portimão, a lente do fotógrafo norte-americano assistia de camarote ao desenrolar dos acontecimentos durante mais um elegante convívio a sul. O destino não está identificado mas pode ser que o caro leitor consiga identificar alguém entre os excelsos convidados deste serão algarvio com direito a smokings e vestidos compridos.

Black Tie Evening

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Um domingo tranquilo. Beverly Hills, 1952

Morreu em 1998, aos 90 anos, e passou à história como o “decorador das estrelas”. James B. Pendleton, designer de interiores e negociante de antiguidades, cultivava um gosto particular pelas artes e o apurado sentido estético revelava-se em momentos tão subtis como um chá servido numa tarde à beira da piscina. Na residência de Beverly Hills que o casal Pendleton ocupava nos últimos oito anos, naquele dia de 1952, deram as boas vindas a Leonard Stanley (que chegara do Hawai), ao casal William Riley, ao casal Paul Henry e à senhora Jack Bolton. Legenda? “A wonderful time”.

Scone Madam ?

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Viva México. Acapulco, 1952

Uma tarde bem passada em Acapulco estava entre as predileções de boa parte do jet set dos anos 50 (e de 60, com o empurrão extra conferido pela inauguração do Hilton). Ilustre éden dos artistas, foi para aqui que o mexicano Diego Rivera voou em 1955 depois de partir de Moscovo, onde se submetia a tratamento de radioterapia para tratar o cancro. Sítio perfeito para qualquer convalescença, nada como gozar de boa saúde para apreciar o calor, o som da guitarra ou as folhas de palmeira. A receita foi seguida por Bill Babb, Thomas Beecher, pela manequim Carolyn Phillips, pela senhora Rabb e pela também manequim Jean Adams, fotografados num terraço, em 1952.

Acapulco Afternoon

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Num clássico em tons de azul. Antibes, 1976

Por aqui tanto encontrava Dani Geneux e Marie-Eugenie Gaudfrin a fazer topless como o ator Louis Jordan (1921-2015) em ameno passeio com a mulher nas imediações do histórico Hotel du Cap Eden-Roc. Isto para citar algumas referências menos sonantes, porque se recuasse mais na máquina do tempo, facilmente esbarraria em Fitzgerald, Hemingway, Stefan Zweig, ou Noël Coward, em Marlene Dietrich, Alain Delon, ou Elizabeth Taylor (que aqui trouxe todos os seus maridos), ou ainda em Chagall, Picasso, e Matisse, sem esquecer John Lennon ou Churchill. Uma autêntica lotaria. Certo, certo, é que todos os caminhos em Antibes vão dar ao Boulevard J. F. Kennedy, onde se ergue este luxuoso refúgio na riviera francesa. Acabado de reabrir, a 4 de junho, depois das restrições impostas pela pandemia, assinala este ano o seu 150º aniversário e se adora lendas e edições de peso, conte com um coffee table book a rigor.

Hotel du Cap Eden-Roc

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Cocos e uma mise en scene instagramável. Florida, 1955

A atenção ao detalhe, o estudo apurado da posição correta, a escolha dos objetos e, por fim, o sorriso capaz de desatar a inveja no mais bondoso dos espectadores. Em 1955, numa cândida imagem ao lado da primeira mulher, Lilly, o herdeiro do barão dos media, Peter Pulitzer, estaria longe de imaginar duas coisas: que anos mais tarde seria o protagonista de um dos mais mediáticos divórcios de Palm Beach (tão escandaloso que Hunter S. Thompson contaria a história na Rolling Stone) e que a teoria de que os cocos são mais mortíferos que os ataques de tubarões ascenderia a lenda urbana. Para surpresa da família, o neto do magnata Joseph Pulitzer morreu em 2018, aos 88 anos de causas naturais. A filha Liza Calhoun haveria de ser citada no obituário do Palm Beach Daily: “Sempre pensámos que seria comido por um tubarão ou morto por um urso”.

Peter Pulitzer

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