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Pré-publicação. A história dos Blumthal, entre a tragédia nazi e a opressão soviética

José Milhazes escreveu um novo livro para contar a história dos avós da sua mulher, Siiri, e para recuperar um dos períodos mais negros da história da Europa. O Observador faz a pré-publicação.

Erich Sõerd e Leida Holm Blumthal queriam que a revolução comunista chegasse à Estónia. Mas ainda antes que essa ambição se transformasse num pesadelo que desvirtuou todos os anseios pelos quais lutaram, Erich e Leida foram apanhados pelo século XX, pela Segunda Guerra Mundial e pelos nazis. Entre campos de concentração e gulags, da perseguição de Hitler à autoridade implacável de Estaline e Kruschov, a luta pela mudança na Estónia transformou-se na luta pela sobrevivência.

No novo livro “Os Blumthal”, José Milhazes conta a história deste casal, os avós da mulher do autor, Siiri. Uma narrativa pessoal, assente em documentos íntimos, que é também a narrativa da fase mais obscura da história europeia do século XX. O Observador faz a pré-publicação do livro, com um excerto que recorda a etapa de regresso à Estónia, depois dos campos de concentração nazis.

“Os Blumthal”, de José Milhazes (Oficina do Livro)

“Tanto mulheres como homens soviéticos que regressaram vivos do inferno nazi foram recebidos com desconfiança pelas autoridades estalinistas. Todos eram vistos como potenciais «traidores» ou «colaboracionistas». No fundo, tinham de explicar por que razão conseguiram resistir aos maus-tratos e torturas. Por isso, foram sujeitos a duras e longas investigações, algumas das quais com desfecho trágico.

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Gruni Grigorieva, uma das prisioneiras soviéticas de Ravensbrück libertadas pelo Exército Vermelho, registou o modo como os soldados as encaravam: «(…) olhavam para nós como para traidoras. Isso abalou-nos. Não esperávamos um encontro assim. Os nossos davam preferência às francesas, às polacas, às estrangeiras.»

Ainda ninguém conseguiu provar que José Estaline tivesse afirmado, durante a Segunda Guerra Mundial, «nós não temos prisioneiros, apenas traidores!», mas é certo que os órgãos repressivos soviéticos actuavam segundo esse princípio. Alexandra Maks, uma das 15 prisioneiras soviéticas que saíram vivas de um dos campos da morte nazis, conta o que ouviu, durante um dos interrogatórios num dos «campos de filtração», da boca de um dos oficiais da SMERSH (contra-espionagem militar soviética):

«‘Não têm vergonha de terem sido feitas prisioneiras?’ Eu discuti com ele: ‘Mas que deveríamos ter feito?’ Ao que ele retorquiu: ‘Deviam ter-se suicidado com um tiro, mas não se renderem!’ Eu respondi: ‘E onde é que tínhamos as pistolas?’ – ‘Bem, podiam enforcar-se, suicidar-se. Mas não se entregarem.’»

"Toda a minha vida trabalhei honestamente, com toda a minha alma e energia. E até hoje não sei o que fiz de errado… Foi por ter sido feita prisioneira pelos fascistas em Sebastopol e ter passado quase três anos num campo de morte? Sou realmente uma tal criminosa que não mereço que falem comigo? Já não posso mais viver."

Sarah Helm, na sua obra já citada, conta um caso bem mais dramático:

«Yevgenia Klemm nunca conseguiu esquecer o seu passado. Mal regressou a Odessa, tentou reconstruir a sua vida. Tinham-lhe tirado o apartamento, mas uma colega professora deu-lhe alojamento e ela recuperou o seu posto de professora de História no Colégio da Odessa.

O assédio do SMERSH não tardou a recomeçar. Em Março de 1946, seis mulheres de Ravensbrück foram consideradas culpadas de colaborar com ‘os fascistas’ por um tribunal de Leninegrado e enviadas para o exílio na Sibéria. Depois disso, todos os sobreviventes viviam aterrorizados. Stella Kugelman, com cinco anos quando a guerra terminou, foi levada pela sua última mãe do campo de concentração, a Tia Olympiada, para um orfanato nos arredores de Moscovo. A Tia Olympiada nunca mais voltou. ‘Ninguém vinha ver-me, porque não queriam que se soubesse que tinha estado no campo de concentração, e ninguém queria adoptar-me porque eu era demasiado magra e amarelada’, diz Stella. ‘No orfanato ensinaram-nos a não rir e a não chorar e a mantermo-nos o mais silenciosas possível, para não nos acontecer nada, e foi o que eu fiz.’

O terror atingiu o seu auge em 1949, quando se realizou o julgamento dos médicos em Simferopol, em resultado do qual as três médicas de Ravensbrück – Lyusya Malygina, Maria Klyugman e Anna Fedchenko – foram consideradas culpadas de colaborarem com a SS e enviadas para campos de trabalhos forçados na Sibéria.

Klemm foi frequentemente interrogada durante esta investigação, mas não acusada. Contudo, no início da década de 1950 começou a campanha de Estaline contra os ‘cosmopolitas’ – estrangeiros e judeus – e espalhou-se o boato no colégio de Odessa de que Klemm devia ser espia, porque tinha estado no Ocidente durante a guerra. Em consequência, reduziram-lhe o horário de trabalho. Amigas suas falariam mais tarde de ‘acusações malvadas e injustas feitas contra Klemm’ por camaradas que trabalhavam para os órgãos – para o SMERSH.

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Em Março de 1953, com a morte de Estaline, o ambiente começou a desanuviar-se, mas dentro do colégio de Odessa o assédio a Klemm intensificava-se e, no início de Setembro, nas vésperas de um novo período lectivo, ela recebeu a notícia de que não poderia continuar a dar aulas. Na manhã seguinte – 3 de Setembro de 1953 –, Yevgenia foi encontrada morta. Tinha-se enforcado na pequena cozinha do apartamento da sua amiga. Numa nota de suicídio disse que se matara porque a tinham proibido de dar aulas e ninguém se dera ao trabalho de lhe dizer porquê.

‘Toda a minha vida trabalhei honestamente, com toda a minha alma e energia. E até hoje não sei o que fiz de errado… Foi por ter sido feita prisioneira pelos fascistas em Sebastopol e ter passado quase três anos num campo de morte? Sou realmente uma tal criminosa que não mereço que falem comigo? Já não posso mais viver.’

Durante muitos anos, não foi possível falar do suicídio de Klemm; a maior parte das suas camaradas nunca chegou a saber que ela tinha morrido. O seu corpo foi sepultado numa campa anónima.»

Será que esta mulher judia terá esgotado as suas forças e a capacidade de resistência na luta contra os carrascos nazis, pela sobrevivência das suas irmãs na desgraça? Aqui fica apenas um episódio:

«Entre as prisioneiras de guerra soviéticas em Ravensbrück havia algumas judias que se escondiam por detrás de apelidos eslavos. Muitas prisioneiras sabiam disso, mas só algumas traíram para tentar cair nas graças dos nazis: ‘Olga-moldava, Lena-picada (tinha a cara cheia de bexigas), Chura-depravada (distribuía a comida). Elas fizeram uma lista de judias e entregaram-na à chefe do bloco, a polaca Magosia, para que esta comunicasse aos alemães. Porém, Magosia foi contar tudo a Y.L. Klemm e esta aconselhou-a a acusar as delatoras de sabotagem e mentira. Alguns dias depois, as delatoras foram mandadas chamar pela guarda alemã Binz, que, segundo as antigas reclusas, era sádica. Apenas se pode imaginar o que lhe contou Magosia, mas Binz espancou as delatoras quase até à morte. Não houve mais delações entre as prisioneiras de guerra.’»

Leida não se suicidou nem foi enviada novamente para a Sibéria, mas não escapou a uma série de «filtros» para que pudesse voltar a entrar na sociedade socialista e ser novamente candidata a membro do Partido Comunista da Rússia.

Após ter sido sujeita a investigações por parte dos serviços secretos soviéticos na Alemanha, regressou a Tallinn a 10 de Julho de 1945, onde passou a viver na casa de uma das irmãs, Helene, que também sobrevivera à ocupação nazi, e à custa desta, pois não tinha ainda emprego. A seguir, começou a trabalhar como comissária num dos departamentos da Direcção Principal para Assuntos da Literatura e das Editoras (GLAVLIT) da República Socialista Soviética da Estónia. Esta organização dirigia a censura e a defesa dos segredos de Estado nas obras escritas e meios de informação. Aqui, tiveram em conta o facto de ela, durante algum tempo, ter estado ligada ao jornalismo.

As recomendações das suas camaradas, que tinham vivido e sofrido como ela, não eram bastantes para demonstrar a integridade ideológica e política de Leida. Era preciso receber confirmação dos serviços secretos soviéticos. Além da «mania da espionagem», os funcionários comunistas receavam tomar decisões que lhes pudessem vir a estragar a carreira.

Entretanto, Leida requereu a abertura de um processo de candidatura a membro do Partido Comunista da Rússia. Ou seja, não podia ser simplesmente readmitida nas fileiras comunistas, tinha de percorrer um longo percurso, como se nunca tivesse sido militante. No fundo, tratava-se de mais um filtro do regime soviético para detectar «colaboracionistas», «traidores», «inimigos do povo», etc.

A 10 de Junho de 1946, ou seja, quase um ano depois de regressar à sua pátria, dirigida agora por antigos e novos camaradas escolhidos por Moscovo e impostos à força aos estónios, Leida Holm apresentou, finalmente, o seguinte pedido:

«Declaro o meu desejo de me apresentar ao Bureau Estónio do Comité Central do Partido Comunista Russo (bolchevique) enquanto candidata a membro do Partido Comunista na luta do partido por um melhor futuro para humanidade, enquanto membro consciente da classe trabalhadora e por todos os que trabalham. Sinto que é meu dever aderir às fileiras do PCR e dedicar todas as minhas forças ao cumprimento dos planos quinquenais que garantam a vitória do regime socialista.

Peço à Direcção Principal para Assuntos da Literatura e das Editoras da República Socialista da Estónia, enquanto organização base do partido, que aceite a minha requisição para discussão. Anexo a minha autobiografia e o impresso.»

Juntamente com esta requisição era obrigatório também apresentar testemunhos escritos (recomendações) de pelo menos três militantes comunistas, que confirmavam o seu bom comportamento político nas prisões por onde passara na Estónia, bem como no campo de concentração nazi.

Como já tivemos oportunidade de ler, Vera Dobrolinskaja, directora do Departamento de Quadros e Instituições de Ensino do Comité de Assuntos Culturais e de Educação junto da Presidência de Conselho de Ministros da Estónia Soviética, abonou a idoneidade política da sua camarada, frisando que, «durante o tempo em que estive em contacto com a camarada Holm, ela deixou-me uma impressão estável e boa enquanto prisioneira política»:

«O principal em toda esta história é que a camarada Holm, bem como os restantes membros da família, estavam, na prisão dos ocupantes, entre os poucos que se mantiveram fiéis, firmes e confiantes na URSS.

Posso responder plenamente pela sua consciência de classe e espírito pró-soviético.»

A comunista estónia Linda Vaalmets testemunhou o comportamento firme de Leida não só na Estónia, como também na Alemanha nazi:

«Conheço a camarada Holm Leida desde 1943. Fomos ambas prisioneiras políticas da Prisão Central ‘Patarei’, em Tallinn.

A 11 de Março de 1944, aquando do primeiro envio de presos para os campos de concentração da Alemanha, estávamos juntas nesse grupo. Desde aquela altura até Abril de 1945 trabalhámos juntas no campo de prisioneiras de Grüneberg (tratava-se de um dos vários subcampos de trabalho de Ravensbrück, onde se encontrava a fábrica de munições Metall-Poltekonzern). Quanto ao tempo no campo de concentração, posso dizer que a camarada Holm continuou a caminhar em linha recta, em frente. Não se tornou numa traidora ou queixinhas, mas dava-se bem com os outros presos, estando sempre pronta a ajudar.»

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Outra comunista, Hilda Verro, escreveu:

«Estive com a camarada Holm Leida, filha de Rudolfo, desde o ano de 1941 até Abril do ano de 1945 na mesma prisão. Entre 1941 e Março de 1944 na Prisão Central «Patarei», em Tallinn, e depois na Alemanha, no campo de concentração.

Posso dizer acerca da camarada Holm que esta se comportou, durante todo o tempo em que estivemos juntas, como uma cidadã da URSS. Revelou coragem e amizade em relação aos outros reclusos.»

Três testemunhos abonatórios de mulheres que estiveram com Leida nos momentos mais dramáticos. Não seriam suficientes para que ela fosse reintegrada no «partido de vanguarda»?

A célula de base, a partir de todos os documentos apresentados, considerou, em Julho de 1946, que Leida deveria tornar-se candidata a militante do PCR, mas nem as declarações das três camaradas, nem o apoio da célula de base foram suficientes. Após a análise desses documentos, a 26 de Setembro de 1946, a organização do PCR em Tallinn é da opinião que Leida «trabalha bem no cargo de comissária na Direcção Principal para Assuntos da Literatura e das Editoras da República Socialista da Estónia. Ela participa activamente no trabalho social», determinando, porém: «suspender a admissão da camarada Holm L.R. a candidata a militante do PCR até que fique claro o seu comportamento na prisão e no território ocupado pelos alemães».

As recomendações das suas camaradas, que tinham vivido e sofrido como ela, não eram bastantes para demonstrar a integridade ideológica e política de Leida. Era preciso receber confirmação dos serviços secretos soviéticos. Além da «mania da espionagem», os funcionários comunistas receavam tomar decisões que lhes pudessem vir a estragar a carreira, raciocinavam segundo o princípio «mais vale prevenir do que remediar». Suponhamos – e uma situação destas era frequente no período estalinista – que o camarada, no fim de contas, revelou ser um «agente do imperialismo». Os que deixavam passar esse «facto» eram imediatamente acusados de «falta de vigilância» ou até de «conivência com o inimigo». Por isso, nunca era de descartar mais uma «investigação».

Leida conseguiu ultrapassar esse obstáculo quase um ano depois e, a 21 de Agosto de 1947, apresentou um pedido para ser aceite no seio do PCR como militante de pleno direito: «Pretendo passar a ser membro de pleno direito e considero ser meu dever dar todas as minhas forças para a consolidação da ordem comunista. Tudo farei para cumprir antecipadamente o plano quinquenal, que consolida a vitória da ordem socialista.»

À pergunta do formulário: «Viveu no estrangeiro, onde, quando, quanto tempo, causas do regresso à URSS», ela responde: «De Março de 1944 e até 1 de Maio de 1945, vivi na Alemanha, num campo de concentração.

Este pedido era acompanhado de mais um formulário onde Leida escreveu, a julgar pelos documentos que consultámos, pela primeira e única vez, que esteve «reclusa» na República Socialista Autónoma dos Komi, mas sem acrescentar mais nenhum pormenor. É curioso assinalar que à pergunta do formulário: «Viveu no estrangeiro, onde, quando, quanto tempo, causas do regresso à URSS», ela responde: «De Março de 1944 e até 1 de Maio de 1945, vivi na Alemanha, num campo de concentração.»

A propósito, sempre que um cidadão soviético tinha de preencher um formulário, as respostas a essas perguntas eram obrigatórias.

Além disso, deveriam também indicar se tinham parentes no estrangeiro. Escusado será dizer que as respostas afirmativas a essas perguntas dificultavam, por exemplo, viagens ao estrangeiro ou o ingresso em universidades. Aliás, para obter o visto ou a autorização de residência, a essas e outras perguntas tinham de responder os estrangeiros que pretendiam visitar ou viver na União Soviética. Além desses documentos, Leida teve de apresentar outras recomendações positivas de três camaradas: Alvine Puunsepp, Ksenia Plukk e Ida Meeli. A 30 de Agosto de 1947, dois anos após o regresso à pátria, Leida foi finalmente aceite no PCR, depois Partido Comunista da União Soviética (PCUS). Como Erich tinha sido alvo de repressão e fora, tal como ela, expulso do partido, Leida dedicou-se também ao seu processo de reabilitação, ainda que apenas mais tarde, depois da morte de Estaline e da tomada do poder por Nikita Khruschov. Em Junho de 1958, apresentou ao PCUS o pedido de «reabilitação a título póstumo» do seu marido:

«Dado que deixaram de existir as acusações políticas pelas quais Erich Sõerd foi detido em 1938 e excluído das fileiras do partido, alterando assim a decisão da Comissão de Controlo do PCR de 1 de Outubro de 1940 sobre a expulsão de Erich Sõerd do partido, peço a reabilitação no seio do partido (a título póstumo).»

A este documento juntaram-se numerosos outros que requeremos aos arquivos centrais soviéticos e que nos permitiram acompanhar os trágicos últimos anos da vida de Erich. Entre eles encontram-se declarações de seus antigos camaradas a atestar que ele era um verdadeiro comunista. O militante estónio F. Ross escreveu:

«A começar em 1924 e até 1936, conheci E. Sõerd como firme comunista-leninista que dedicou todas as suas forças e sabedoria à causa da classe operária e nunca se desviou da linha geral do partido. Considero ser necessário readmiti-lo, a título póstumo, nas fileiras do PCUS.»

Outro Ross, Heinrich, revelou que o conheceu «pessoalmente entre Abril de 1925 e até 1936, aquando do trabalho conjunto na cidade de Leninegrado, na Universidade e na Casa da Educação da Estónia ‘Kingissep’. Sõerd, Erich era um firme e fiel comunista». Erich acabou por ser reabilitado.”

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