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Na cadeira de sonho, mas até quando e a que custo?
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Na cadeira de sonho, mas até quando e a que custo?

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Na cadeira de sonho, mas até quando e a que custo?

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Rui Costa, o maestro chegou a presidente. As histórias do que ele andou para aqui chegar

Ter de ir para Fiorentina e não para o Barcelona fez com que nunca mais falasse com Manuel Damásio. Em Itália acrescentaram-lhe Manuel ao nome. Como dirigente convenceu Aimar a escolher o Benfica.

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Ao longo da sua carreira, Rui Costa marcou grandes golos que incendiaram as bancadas do Estádio da Luz. Mas o mais célebre foi mesmo um golo contra o Benfica, quando era jogador da Fiorentina: em 1996, o número 10 bateu o guarda-redes belga Michel Preud’Homme… e chorou. Terá sido o episódio mais dramático da relação intensa entre um homem e o seu clube do coração, o clube onde se fez jogador, de onde saiu para jogar no estrangeiro, a que voltou para terminar a carreira. O clube de que se tornou dirigente, administrador, vice-presidente. E agora presidente.

Parece um conto de fadas, semelhante, afinal, a outros por essa Europa fora, com antigos futebolistas a assumirem cargos de liderança. Mas as circunstâncias em que Rui Manuel César Costa assume a presidência do Benfica não são as de um conto de fadas. Ele não foi eleito para o cargo, assume-o após o afastamento de Luís Filipe Vieira, que enfrenta acusações de burla qualificada, abuso de confiança, fraude fiscal, branqueamento de capitais e falsificação.

Vieira é o homem que foi buscar Rui Costa para terminar a carreira no Benfica. Foi ele quem o encarregou de fazer a ligação entre a SAD e o futebol profissional, confiou nele para seduzir jogadores e trazê-los para Lisboa, abriu espaço para a sua ascensão no edifício do poder encarnado. Rui Costa era (é) o primeiro vice-presidente, o sucessor natural de Vieira no futuro. Mas o mesmo já se dissera de José Eduardo Moniz, que ainda entra na Luz com o estatuto de vice-presidente, mas viu Luís Filipe Vieira adiar a transferência de poder até surgir um novo delfim.

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"Acredito plenamente na estratégia do presidente para o clube ser cada vez melhor e maior. Há 14 anos, quando voltei ao Benfica, era quase impossível aspirarmos a sermos campeões nacionais. Sou testemunha participante da evolução que este clube tem tido. Jamais poderia neste momento não acreditar que este é o caminho.”
Rui Costa, em Outubro de 2020, antes de Luís Filipe Vieira vencer as eleições

Antes das eleições de Outubro de 2020, que a lista do presidente em funções ganhou com 62,59 por cento dos votos, Rui Costa garantiu em entrevista ao “Expresso” que a sua visão para o clube era de “continuidade”: “Neste momento não considero que o Benfica deva interromper tudo aquilo que fez até aqui. Acredito plenamente na estratégia do presidente para o clube ser cada vez melhor e maior. Há 14 anos, quando voltei ao Benfica, era quase impossível aspirarmos a sermos campeões nacionais. Sou testemunha participante da evolução que este clube tem tido. Jamais poderia neste momento não acreditar que este é o caminho.” Com maiores ou menores divergências de opinião – que ele garante terem existido –, a verdade é que Vieira e Rui Costa estão juntos há muitos anos. E Rui é um homem de fidelidades. À família, às amizades, ao clube onde deu os primeiros pontapés na bola (o Damaia Ginásio Clube), ao Benfica, à Fiorentina… Foi sempre assim. Mesmo quando isso resultou em prejuízo pessoal.

Com a então mulher, Rute, e o filho mais velho, Filipe

Dez minutos para convencer Eusébio

Cresceu na Damaia, um subúrbio de Lisboa, e o seu talento para o futebol saltava à vista. Reza a história que, no dia em que apareceu nos treinos de captação do Benfica, tinha então nove anos e já quatro de Damaia Ginásio Clube, Eusébio estava por lá, observando os miúdos. Ao cabo de dez minutos, o “Pantera Negra” já vira o suficiente para insistir junto dos responsáveis do clube na contratação do jovem craque. E Rui Costa passou os oito anos seguintes de águia ao peito, aprimorando as qualidades que fariam dele um dos mais brilhantes futebolistas mundiais da sua geração.

Na final do Mundial sub 21 que Portugal ganhou em 1990 na Luz -- era o começo

LUSA

Em 1990, deixou em delírio a maior multidão alguma vez reunida num estádio de futebol em Portugal: na final do Mundial de sub-20, perante mais de 120 mil pessoas, que sobrelotavam o Estádio da Luz, marcou o penalti decisivo no desempate frente ao Brasil, garantindo a conquista do título, o segundo consecutivo. Era o apogeu da “geração de ouro”, uma fornada de talentos em que se destacavam Figo, Paulo Sousa, Vítor Baía, Fernando Couto, João Vieira Pinto… Uma orquestra do melhor que já se viu. E o maestro era Rui Costa.

Na época que se seguiu, o jovem número 10 foi emprestado ao Fafe, para regressar depois ao Benfica. Conquistou a Taça de Portugal de 1992/93 e o campeonato de 1993/94, mas o Benfica estava a caminho de uma das maiores crises da sua história. No Verão de 1994, o descalabro financeiro e o desnorte na gestão atingiram um pico: o Sporting levou Paulo Sousa e Pacheco, João Vieira Pinto acabou resgatado já com um pé no rival. Rui Costa também foi convidado a dar o salto para Alvalade, mas recusou.

“Desde o dia em que o presidente do Benfica, Manuel Damásio, se negou a transferir-me para o Barcelona, não voltei a dirigir-lhe a palavra.”
Rui Costa, numa entrevista ao Sport sobre ter sido vendido à Fiorentina e não ao Barcelona

O interesse de outros clubes ia muito para além das margens da Segunda Circular e o Benfica recebeu propostas do estrangeiro. Era urgente fazer receita e a saída do número 10 tornou-se inevitável. Entre as opções de mercado, uma parecia irrecusável: o Barcelona de Johann Cruyff estava disposto a desembolsar seis milhões de dólares e os responsáveis técnicos do clube catalão acreditavam que o português seria a opção certa para fazer face à saída do dinamarquês Michael Laudrup, que rumara ao Real Madrid.

“Já me sentia jogador do Barça, porque tinha tudo acertado, tanto a duração do contrato como as condições económicas”, recordou Rui Costa ao jornal catalão “Sport”. Mas a operação caiu por terra. O empresário Manuel Barbosa, que intermediou a transferência, garante que o jogador não foi para o Barça e aceitou a Fiorentina (recém-promovida à Serie A italiana) porque o negócio era mais favorável para o Benfica e Rui sacrificou-se pelo clube. Mas a história é mais complexa e envolve outras personagens. Em Portugal, Rui Costa evitou sempre entrar em grandes detalhes, mas abriu um pouco o jogo na entrevista ao “Sport”: “Desde o dia em que o presidente do Benfica, Manuel Damásio, se negou a transferir-me para o Barcelona, não voltei a dirigir-lhe a palavra.”

O príncipe de Florença

Seria, então, a Fiorentina. E o futebol italiano, por essa altura a grande Meca dos talentos do futebol mundial. Em Florença, o português junta-se ao goleador argentino Gabriel Batistuta para formar uma dupla extraordinária. Logo na época de estreia, os números falavam por si: depois de marcar 14, 19 e 19 golos nas temporadas anteriores para se afirmar como goleador-mor da equipa, Batistuta disparou para 29 assim que o maestro português começou a alimentar com classe o seu instinto predatório. Quando não estava a assistir o companheiro de ataque, Rui Costa punha os olhos na baliza e terminou a época com nove golos.

“Notavelmente elegante em posse, capaz tanto de deslizar através das tentativas de corte como de penetrar as defesas com passes elaborados, as suas origens no futsal tornavam-no mestre dos espaços apertados e era capaz de manipular a bola e os adversários com o mais subtil toque.”
James Cormack (90minutes.com) sobre o futebol de Rui Costa

Foi a era de ouro dos número 10 no futebol italiano. Ariel Ortega no Parma, o jovem Francesco Totti na Roma, o colosso Zinedine Zidane na Juventus, Zvonimir Boban no Milan, o inimitável Roberto Baggio ao serviço de vários emblemas. Mas, garante Jack Beresford (Planetfootball.com), “não havia ninguém como Manuel Rui Costa”. Ele era “a incarnação do jogo bonito”. O “arquétipo do número 10”, analisa James Cormack (90minutes.com): “Notavelmente elegante em posse, capaz tanto de deslizar através das tentativas de corte como de penetrar as defesas com passes elaborados, as suas origens no futsal tornavam-no mestre dos espaços apertados e era capaz de manipular a bola e os adversários com o mais subtil toque.”

O português sempre assumiu a sua admiração por Michel Platini e as características do seu jogo faziam justiça a essa inspiração, mas para muita gente em Florença, a comparação fazia-se com outro gigante do futebol: o brasileiro Sócrates, o “Doutor”, que passara pela Fiorentina na década anterior: ambos tinham a potência física, a visão de jogo, a inteligência dos predestinados. E ambos eram fumadores.

Manuel Rui Costa of AC Milan celebrates as his team score

As 4 camisolas da sua vida: seleção, Benfica, Fiorentina e Inter

Manuel Rui Costa – por alguma razão os italianos trocaram-lhe a ordem dos primeiros nomes e habituaram-se a tratá-lo assim – era uma das grandes estrelas do “calcio”. Em Florença, era venerado, até porque os adeptos iam tomando conhecimento das propostas que surgiam de outros emblemas, propostas que o português recusava, comprometendo-se cada vez mais com quem o acolhera em Itália. Mas os títulos não surgiam e a situação económica do clube degradou-se. Mais uma vez, o português era a solução e, em 2001, rumou ao Milan, numa transferência que depositou 35 milhões de euros nas contas da Fiorentina.

À beira dos 30 anos, Rui Costa chegava finalmente a uma equipa capaz de lhe enriquecer a sala de troféus (foi campeão europeu em 2003). Mas as lesões e a maior profundidade de valores do Milan implicaram alguma perda de protagonismo. O “príncipe de Florença” nunca chegou propriamente a ser “rei” em Milão.

O regresso a casa

Isso não impediu, no entanto, o emblema italiano de mostrar interesse na continuação do vínculo com o maestro português, que tinha contrato até 2007. Rui Costa não quis. Acertou a rescisão de contrato com os italianos e, a 25 de Maio de 2006, foi apresentado como reforço do Benfica. O maestro regressava a casa, para fechar o círculo.

O golo da reviravolta frente à Inglaterra no Euro 2004 que acabou com Ricardo a defender penáltis sem luvas

EPA

Na selecção – e depois de ter sido verdadeiramente genial no Euro 2000 (a reviravolta de 0-2 para 3-2 frente à Inglaterra fez-se também muito de uma exibição memorável do número 10 português, autor das assistências para os golos de João Pinto e Nuno Gomes) – a memória dos seus golos assombrosos era já só isso mesmo, uma memória. Perdeu a titularidade na falhada campanha do Mundial 2002 e, no Euro 2004, era Deco quem assumia a batuta do jogo. Ainda assim, Rui saiu do banco frente à Inglaterra para marcar o golaço que levou o jogo para prolongamento e penáltis, até que as mãos nuas de Ricardo mandaram os ingleses para casa.

Mais duas épocas no Benfica e chegava a altura de dizer adeus. A 11 de Maio de 2008, as bancadas do Estádio da Luz renderam-se uma última vez ao génio e à classe de Rui Costa, aplaudindo a sua saída do campo aos 86 minutos, numa vitória por 3-0 sobre o Vitória FC, de Setúbal. Foi o último recital do maestro. Mas, aos 36 anos, o Benfica continuava a ser a sua casa.

O adeus no relvado da Luz em 2008

LUSA

Ficavam para trás quase três décadas de futebol nos relvados, começava a era do gabinete. Sempre com um pezinho à beira da relva, como faz questão de salientar, porque lhe coube fazer a ponte com a equipa profissional. E numa era de recuperação de estatuto por parte do clube da Luz. “Estou há 12 anos como dirigente do Benfica e participei activamente em 19 títulos do clube. Activamente. Agora, conhecendo profundamente aquilo que é o mundo do futebol, até porque não tenho só uma experiência nacional, o que digo é que os protagonistas são os jogadores e os treinadores. Não são os dirigentes, pese embora em Portugal se queira fazer o inverso”, frisou na entrevista ao “Expresso”, em 2020. Por essa altura, já recusara propostas para cargos em clubes estrangeiros, incluindo a Fiorentina.

“Eu ia para Inglaterra, mas quando vem uma pessoa como Rui Costa, que apanha um avião, vai à porta de tua casa e te diz: ‘Vou retirar-me, quero que fiques com a minha camisola’… É impossível deixar passar esse gesto.”
Aimar, sobre como Rui Costa o convenceu a ir para o Benfica

O seu prestígio e a sua influência foram decisivos na construção da equipa de sonho que, com Jorge Jesus no banco (o treinador que, no auge da troca acesa de acusações que rodeou a sua saída para o Sporting, em 2015, disse que Rui Costa era “a única pessoa [no Benfica] que percebia de futebol”…), recuperou a hegemonia do futebol português. Há testemunhos directos disso, o mais forte de Pablo Aimar, o homem que foi o ídolo de Lionel Messi e que, em 2008, rumou ao Benfica.

Por esta altura, o clube da Luz já consegue bater-se financeiramente em segmentos relativamente elevados do mercado, mas na altura trazer para Portugal craques como Aimar ou Saviola não era tarefa fácil. A aura de Rui Costa deu uma ajuda. Ao jornal “Marca”, Aimar recordou o momento decisivo: “Eu ia para Inglaterra, mas quando vem uma pessoa como Rui Costa, que apanha um avião, vai à porta de tua casa e te diz: ‘Vou retirar-me, quero que fiques com a minha camisola’. É impossível deixar passar esse gesto.”

A cadeira de sonho?

Por mais que invoquemos os momentos gloriosos da carreira de Rui Costa, a nossa memória nunca estará à altura da sua. Companheiros de profissão e amigos destacam a incrível capacidade do “maestro” para recordar ao detalhe jogadas, golos e incidências de todos os jogos em que participou. E se o seu currículo não atingiu o brilhantismo de outros grandes craques da sua época, incluindo alguns portugueses, a verdade é que quem jogou com ele nunca regateou elogios. À sua qualidade futebolística e ao seu carácter.

Na época seguinte ao seu regresso à Luz, um jornalista português visitou Milanello, o centro de estágio do Milan. Mal correu a notícia de que havia um português nas instalações, muitos funcionários do clube abandonaram os seus postos de trabalho e juntaram-se à volta do recém-chegado. Seguranças, mulheres da limpeza, empregados do restaurante, pessoal administrativo. “E o nosso Manuel, como está o nosso Manuel?”

Quando, um dia, lhe perguntaram quem seria o jogador português que gostava de ver ganhar a “Bola de Ouro”, Luís Figo foi taxativo: “O meu grande amigo Rui Costa.” Amigo, mesmo. Só mesmo Rui Costa seria capaz de trazer Figo de volta dos balneários para cumprimentar um adepto… No último treino da selecção antes de um jogo no Liechtenstein, um jovem em cadeira de rodas chamou, acenou, gritou, mas Figo, que passara a correr para as cabinas após a sessão, não se apercebeu dos esforços desesperados do rapaz, que desatou num pranto descontrolado quando percebeu que o seu ídolo o ignorara. Rui Costa vinha atrás, parou, conversou com o jovem e os seus acompanhantes, fez um sinal e retirou-se. Dois minutos depois, regressou. Com Figo pelo braço.

Rui Costa foi sempre um campeão com uma dimensão humana capaz de conquistar corações. Na época seguinte ao seu regresso à Luz, um jornalista português visitou Milanello, o centro de estágio do Milan. Mal correu a notícia de que havia um português nas instalações, muitos funcionários do clube abandonaram os seus postos de trabalho e juntaram-se à volta do recém-chegado. Seguranças, mulheres da limpeza, empregados do restaurante, pessoal administrativo. “E o nosso Manuel, como está o nosso Manuel?”

Vieira levou-o de novo para o Benfica. Agora substitui-o como presidente. Resta saber se está a prazo

LUSA

“Manuel” chegou à que poderá ser a sua cadeira de sonho – para usar uma expressão muito utilizada no futebol português. Mas agora, aos 49 anos, não se trata de driblar um adversário, mudar de velocidade e transformar o jogo, isolar um companheiro com um passe magistral. Fora do campo, as fronteiras entre o certo e o errado, a noção de justiça ou a percepção da competência são muito mais difusas. Rui Manuel César Costa chegou à presidência do Benfica e esse parecia um destino escrito nas estrelas. Mas a forma como lá chegou e a proximidade estreita com Luís Filipe Vieira na última década levantam dúvidas sobre o futuro. Os próximos passos do “maestro” podem dizer-nos muito sobre a sua capacidade para continuar no coração dos benfiquistas.

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