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Elon Musk concluiu a compra do Twitter esta quinta-feira. O que pode acontecer com a rede social do “pássaro azul” nas mãos do homem mais rico do mundo? A meio da semana, Elon Musk já se assumia praticamente como dono do Twitter. No entanto, de acordo com a imprensa norte-americana, o negócio só ficou fechado nas últimas horas desta quinta-feira. O fecho da compra só ficou confirmado esta sexta-feira, em informação que chegou à SEC, o regulador dos mercados norte-americano. Depois de tantas peripécias, que quase culminaram numa batalha em tribunal para obrigar Musk a cumprir o acordo de compra, começam agora as dúvidas sobre o futuro da rede social e como pode mudar nesta era Musk.
Criado em 2006, desde o início que foram notórias as dificuldades do Twitter para competir com outros nomes das redes sociais, do Facebook até ao Snapchat. Não só tem menos utilizadores – no segundo trimestre tinha 237,8 milhões de utilizadores ativos diários, enquanto a Meta ronda os 2.200 milhões – como também nos resultados financeiros tem tido tempos mais atribulados. Desde que entrou em bolsa, em 2013, têm sido poucas as vezes em que alcançou lucros: aconteceu em 2018 e 2019, com resultados líquidos de 1,2 e 1,5 mil milhões de dólares, respetivamente.
Depois da aquisição, feita por 44 mil milhões de dólares, há várias dúvidas sobre o que pode acontecer ao Twitter. Dadas as declarações e planos de Musk partilhados ao longo dos últimos seis meses, salta à vista a vontade de “transformar” a empresa, para que possa revelar “o potencial tremendo” que o novo dono diz que a companhia tem. Resta só saber como é que isso vai acontecer.
Elon Musk e Twitter. Os capítulos de uma aquisição com contornos de novela
Primeiro plano passa pela saída da bolsa
Elon Musk quer que o Twitter deixe de ser uma empresa cotada em bolsa, algo que assumiu logo na carta onde justificava a proposta feita para comprar a empresa. Musk explicou, em abril, que o Twitter tem “tremendo potencial”, mas que precisa de passar por várias alterações. A questão é que mudar uma empresa cotada em bolsa implica várias limitações.
Assim, Musk demonstrou cedo que, com o Twitter nas suas mãos, a empresa precisava de sair da bolsa de valores de Nova Iorque. Anat Alon-Beck, professora assistente da Case Western Reserve University School of Law, do estado norte-americano do Ohio, tenta explicar como é que pode ser feito este processo. “O Twitter vai agora ser uma empresa fora de bolsa, vai como que entrar na escuridão”, refere em declarações por escrito ao Observador, notando que assim a rede social deixa de estar tão sujeita a escrutínio em público, o que poderá dar mais flexibilidade a Musk.
“Há vários passos, incluindo preencher o formulário 25”, que tem de ser entregue à SEC. “Da perspetiva de negociação, assim que o formulário 25 for entregue à SEC pelo Twitter a bolsa (neste caso a bolsa de valores de Nova Iorque) fica avisada de que o emitente tem intenção de deixar de ser cotado”.
Esta professora nota que a saída de bolsa poderá ser rápida. “O período máximo de tempo antes de a SEC aceitar a saída é de 45 dias (pelos estatutos), mas tipicamente acontece de forma mais rápida.” Quando isso acontecer, as ações do Twitter deixam de ser negociadas.
Após esse passo, Anat Alon-Beck lembra que a empresa ainda “continuará a estar sujeita às necessidades de apresentar informação à SEC”. Para isso deixar de acontecer, “são precisos passos adicionais para terminar as obrigações de reportar informação” ao regulador.
O tal formulário 25 chegou à SEC esta sexta-feira, apresentado pela rede social ainda durante a manhã nos Estados Unidos, conforme notou o TechCrunch. Foi desta forma que ficou confirmada a compra do Twitter e a vontade de retirar a empresa de bolsa. Nessa nota, é possível ler que a “bolsa de valores de Nova Iorque notifica a SEC da sua intenção de retirar a totalidade das ações” a partir “da abertura da sessão de 8 de novembro de 2022.”
“A fusão entre o Twitter e a X Holdings II, uma subsidiária da X Holdings I, totalmente detida por Elon R. Musk, tornou-se efetiva a 27 de outubro de 2022. Cada ação do Twitter foi trocada por 54,2 dólares em numerário (…)”, continua o comunicado, confirmando também o valor por ação.
A possibilidade de investigação ao investidores que apoiam Musk
Sabe-se que, do total de 44 mil milhões que custou o Twitter, só uma parte foi financiada por Elon Musk. O magnata de 51 anos vendeu ações da Tesla em duas ocasiões, o que permitiu juntar cerca de 17 mil milhões de dólares. De acordo com o New York Times, Elon Musk deverá financiar até 33 mil milhões de dólares, ficando o restante a cargo de investidores. O CEO da Tesla e da SpaceX recorreu a vários parceiros para esta compra, incluindo a Sequoia Capital, o gigante Morgan Stanley ou ainda a plataforma de criptomoedas Binance, que disse esta sexta-feira ter transferido 500 milhões de dólares para o negócio.
O tema do financiamento é algo sensível, nota a professora universitária Alon-Beck, especialmente pela origem de parte do dinheiro. “[Musk] poderá eventualmente ter de divulgar de onde está a vir o dinheiro, mas pode ser relativamente manhoso. Pode capitalizar as duas empresas que está a usar [a X Holdings I e a X Holdings II] e dizer que todo o dinheiro veio de lá. E essas empresas não precisam divulgar de onde o dinheiro está a vir”. Dado que há entidades estrangeiras envolvidas no apoio financeiro a uma rede social norte-americana, a professora nota que o Comité de Investimento Estrangeiro dos Estados Unidos (CFIUS) poderá vir a investigar a operação.
“Uma análise do CFIUS poderá ser acionada, mas isso provavelmente não vai acontecer até o negócio estar concluído”, explica Alon-Beck. “E, se forem levantadas preocupações, poderão ou fazê-lo comprar a parte desses investidores ou pedir que ele [Musk] se retire da companhia”, equaciona, notando que este último caso “seria um cenário de verdadeiro pesadelo, parecendo algo bastante improvável”.
Uma mudança na equipa e Musk enquanto CEO temporário
Uma das primeiras decisões de Elon Musk depois de concluir a compra terá sido o despedimento de parte da direção. O novo dono despediu Parag Agrawal, o CEO, Ned Segal, o administrador financeiro, e Vijaya Gadde, a responsável pela área de políticas do Twitter, um dos nomes ligados ao combate à desinformação na plataforma. Numa primeira fase, a notícia de despedimentos foi avançada por meios como a Reuters mas, já esta sexta-feira, Ned Segal confirmou numa publicação no Twitter que o seu percurso na empresa tinha mesmo chegado ao fim.
“Quinta-feira ficaram concluídos cinco anos de Twitter. Estou grato pela oportunidade de ter trabalhado com um grupo de pessoas incrível a construir a maior praça pública do mundo para todos os nossos acionistas. O trabalho não está completo, mas fizemos progressos significativos”, partilhou.
I have great hope for @twitter. At its best, it democratizes communication and knowledge, ensuring accountability and equal distribution of info. It’s a huge responsibility for everyone that shares in the work. I wish them strength, wisdom, and foresight.
— Ned Segal (@nedsegal) October 28, 2022
Durante a troca de argumentos a propósito do julgamento Twitter vs Musk, o dono da Tesla chegou a acusar o CEO da rede social de estar a esconder informação relevante. Mais tarde, ao serem conhecidas as mensagens de Musk, a propósito do julgamento, também se tornou claro que havia algumas incompatibilidades entre Agrawal e Musk.
De acordo com a consultora Equilar, em números citados pela Reuters esta sexta-feira, estes três executivos poderão vir a receber compensações generosas pelos anos de trabalho na rede social. No total, o montante pode chegar a 122 milhões de dólares.
Nos números avançados à Reuters, cada executivo terá direito a um “pára-quedas dourado” [compensações elevadas quando há saídas antes do fim dos contratos]: Agrawal poderá receber 57,4 milhões de dólares, Segal 44,5 milhões e Gadde cerca de 20 milhões de dólares. É expectável que, numa primeira fase, Elon Musk fique como CEO do Twitter até formar uma nova equipa de direção.
Resta saber também o que acontece aos empregados do Twitter. Na semana passada, foi noticiada a alegada intenção de Musk de despedir cerca de 75% dos 7.500 trabalhadores do Twitter. Já esta semana, desmentiu que pretende despedir uma percentagem tão elevada de empregados, mas não fechou totalmente a porta à redução da força de trabalho.
Ainda antes da conclusão da compra, o Twitter já tinha congelado as contratações. Segundo a Business Insider, alguns trabalhadores decidiram sair da empresa de forma voluntária – só nos últimos três meses terão sido cerca de 530 empregados a sair. Pelos cálculos feitos, uma boa parte destes trabalhadores virou-se para outras empresas do setor, nomeadamente a Meta e a Snap.
Uma rede social com menos moderação, mas que “não vai ser um inferno”
Quando em abril anunciou que tinha adquirido cerca de 9,2% do capital do Twitter, Elon Musk foi questionado pelo podcaster Joe Rogan se “libertaria” a rede social “da máfia feliz da censura”. O patrão da Tesla e da Space X disse que iria dar “conselhos”, que a rede social poderia ou não seguir.
Pouco tempo depois, lançou uma oferta para comprar a totalidade do Twitter, a sua rede social preferida, e deixou claro que acreditava no seu potencial para ser a plataforma da liberdade de expressão mundial. Aqui, deparou-se, desde logo, com um entrave: o Twitter proíbe publicações violentas, com ameaças à integridade física, de assédio ou de abuso e também não permite a propagação de desinformação.
Autoproclamado “absolutista da liberdade de expressão”, Elon Musk foi dando a entender ao longo dos meses que pretendia uma rede social com uma menor moderação do que acontece atualmente. Desta forma, o multimilionário pensa reduzir ou até mesmo acabar com a política de moderação de conteúdos do Twitter.
O bloqueio permanente de Donald Trump foi, para o empresário, um “erro” e uma “má decisão moral”. O multimilionário considera que as expulsões devem ser “extremamente raras” e admitiu que reverteria a decisão tomada pela rede social — que alegadamente considerou que o antigo Presidente dos EUA teria ajudado a incitar os seus apoiantes às manifestações que culminou com a invasão do Capitólio, a 6 de janeiro de 2021.
“Após uma revisão detalhada dos tweets recentes da conta @realDonaldTrump e o contexto à volta deles — especificamente como eles foram recebidos e interpretados dentro e fora do Twitter — suspendemos de modo permanente a conta, devido ao risco de futuro incitamento à violência”, justificou, na altura, o Twitter em comunicado. Apesar de Elon Musk admitir reverter esta decisão, Trump não demonstrou vontade de regressar à rede social — até lançou a sua própria plataforma, a Truth Social.
Twitter suspende permanentemente a conta de Donald Trump por ter “inspirado” atos criminosos
Esta pretensão do Twitter ser uma rede social com menos moderação de conteúdos leva insiders, de acordo com o The Washington Post, a sugerir que as mudanças podem inclinar o Twitter para a direita, embora Elon Musk tenha dito que a sua “preferência” é aproximar a rede das leis existentes nos países em que opera.
Se os cidadãos querem que algo seja banido, aprovem uma lei para fazê-lo, caso contrário, deve ser permitido”, acrescentou, numa publicação no Twitter em maio.
Like I said, my preference is to hew close to the laws of countries in which Twitter operates. If the citizens want something banned, then pass a law to do so, otherwise it should be allowed.
— Elon Musk (@elonmusk) May 9, 2022
Desta forma, o empresário argumentava que as redes sociais não deviam remover comentários ou publicações, ainda que fossem ofensivas, se forem permitidas na lei. O The Guardian recorda Elon Musk de ter dito que era contra a censura que vai “muito além da lei”. A realidade é que as legislações também estão a mudar e, por exemplo, na União Europeia, a Lei dos Serviços Digitais obriga as plataformas a moderar conteúdos e a tornar os algoritmos mais transparentes — sob risco de pagamento de multas milionárias.
Apesar de não ter, até o momento, fornecido muitos detalhes sobre como pensa reescrever as regras de moderação do Twitter, Elon Musk prometeu “aderir às leis da terra”, enquanto se esforça para tornar a plataforma “quente e acolhedora para todos”. E, numa publicação onde se dirigia aos anunciantes do Twitter, garantiu que quer que seja uma plataforma relevante para anunciar, prometendo que será um espaço “saudável” e não “um inferno para todos”.
Dear Twitter Advertisers pic.twitter.com/GMwHmInPAS
— Elon Musk (@elonmusk) October 27, 2022
Têm sido várias as reações a esta aquisição, especialmente tendo em conta que o Twitter é usado por ativistas e políticos à escala global. Uma das primeiras reações veio de Bruxelas, com o Comissário Europeu Thierry Breton a deixar claro a Musk que, embora o “pássaro tenha sido libertado”, citando o dono da Tesla, lembrou que “o pássaro voará de acordo com as nossas regras europeias”. O recado estava dado – não é por Musk defender um menor grau de moderação de conteúdos que tem carta branca para ignorar ou contornar a lei europeia.
Outra das reações partiu de Suzanne Nossel, CEO da organização sem fins lucrativos de defesa da liberdade de expressão PEN America. Em comunicado, considerou que “todos os olhos estão postos” no patrão da Tesla para perceber se vai “tentar alimentar uma plataforma onde o discurso cívico real possa florescer”.
Estarei atenta a sinais precoces se ele chegar a pensar que tem todas as respostas, ou, se, por outro lado, está pronto para ouvir e aprender os meandros de uma plataforma utilizada em todo o mundo, que tem, por vezes, consequências de vida ou morte”, acrescentou.
Uma das preocupações levantadas por Nossel está também ligada ao momento em que acontece esta compra, a cerca de duas semanas das eleições intercalares nos Estados Unidos. “Com a eleição a duas semanas, um indicador decisivo será se quem propaga a desinformação poderá ter rédea solta para induzir em erro as pessoas no Twitter sobre quando, onde e como votar”.
Ao final da tarde desta sexta-feira (em Lisboa), depois das várias reações, Elon Musk explicou no Twitter que a rede social vai formar um conselho de regulação de conteúdo com “pontos de vista muito diversos”. “Nenhuma decisão importante relativa ao conteúdo ou ao restabelecimento de contas será tomada antes da reunião deste conselho”, lê-se na publicação do novo dono da plataforma, que não refere qualquer data.
Twitter will be forming a content moderation council with widely diverse viewpoints.
No major content decisions or account reinstatements will happen before that council convenes.
— Elon Musk (@elonmusk) October 28, 2022
Um modelo de negócio diferente: abertura do algoritmo, subscrições e uma “aplicação de tudo”
Ao longo dos vários meses que durou a novela da compra do Twitter, Elon Musk defendeu que a rede social tinha um algoritmo que conseguia dar importância a algumas publicações, em detrimento de outras. Na perspetiva do empresário, o algoritmo é capaz de selecionar o que um determinado utilizador da rede social vê ou não.
Por isso, defende a abertura do algoritmo do Twitter para tornar o serviço mais transparente e sem “manipulação de bastidores”. Na prática, a abertura do algoritmo significa que os utilizadores da rede social conheceriam o código que é utilizado para determinar que publicações são promovidas ou ocultadas.
As alterações que o multimilionário pretende fazer no Twitter não ficam por aqui. Alterar a dependência da publicidade e dar mais ênfase ao modelo de subscrição é outro dos objetivos. Elon Musk espera que o Twitter ganhe quase 10 mil milhões de dólares em receitas das subscrições até 2028 — projeção que dobra os 5 mil milhões de dólares que alcançou em 2021.
A ambição do empresário é aumentar os assinantes do Twitter Blue para 69 milhões até 2025 e para 159 milhões até 2028. Este é o serviço premium da rede social, que custa 2,99 dólares por mês, e que dá aos utilizadores acesso a ferramentas exclusivas como, por exemplo, um botão para “desfazer” um tweet.
Há abertura do algoritmo e ao ambicionado aumento de subscrições junta-se a ideia de transformar o Twitter numa “aplicação que tem tudo”. No início de outubro, após o anúncio de que tinha mudado de ideias, partilhou um tweet com os seus 110 milhões de seguidores a explicar que a compra da empresa era “um acelerador para criar a ‘X’, a aplicação que tem tudo”. Paulo Rosa, analista sénior do Banco Carregosa, disse ao Observador na altura que “Musk parece otimista novamente”, também devido à “misteriosa super aplicação ‘X’, a aplicação de tudo”.
Buying Twitter is an accelerant to creating X, the everything app
— Elon Musk (@elonmusk) October 4, 2022
Quando foi questionado sobre o que é esta aplicação, Musk não deu mais informações, exceto reafirmar que a aquisição do Twitter acelera a “X” em “três a cinco anos”. “Mas posso estar errado”, afirmou, em resposta a um utilizador.
Twitter probably accelerates X by 3 to 5 years, but I could be wrong
— Elon Musk (@elonmusk) October 4, 2022
Apesar da falta de detalhes, esta lógica da “super aplicação” pode passar por espécie de clone do WeChat, a app chinesa que concentra serviços de mensagens, redes sociais, pagamentos e ainda entrega de refeições. Numa reunião com a equipa do Twitter em junho, Elon Musk assumiu que a rede social deveria ser mais parecida com o WeChat. Considerando que a aplicação chinesa não tem “movimento” fora do país de origem, o empresário afirmou que “há uma oportunidade real de criar isso”: “Basicamente vive-se no WeChat na China, porque é muito útil para a vida do dia a dia. E acho que, se pudéssemos recriar isso com o Twitter, seria um imenso sucesso”.
O WeChat tornou-se na aplicação de praticamente tudo na China na última década. A plataforma pode ser utilizada para ler notícias, marcar consultas médicas ou fazer compras. Uma super aplicação que, segundo o TechCrunch, ajuda a gerar receita para a empresa, mas pode sufocar a concorrência.
Poderá vir aí um problema entre Musk e a Apple?
Ao oficializar a compra do Twitter, surgiram logo questões sobre como vão ser as relações entre Elon Musk e as outras grandes tecnológicas. O dono da Tesla tem deixado claro, algumas vezes, que não está de acordo com determinadas decisões da Apple, nomeadamente no que diz respeito ao tema IAP (In-App Purchase). Esta é uma política da Apple em que a tecnológica cobra uma comissão aos programadores ou responsáveis por aplicações pelas transações de bens digitais, subscrições e conteúdos premium. A comissão cobrada pela dona do iPhone é de 30%.
Esta quarta-feira, o TechCrunch notou que Elon Musk escreveu na sua página no Twitter que não está de acordo com esta comissão. “30% é muito”, escreveu, em resposta a Bill Lee, parceiro de investimento de Musk noutras ocasiões.
30% is a lot
— Elon Musk (@elonmusk) October 26, 2022
Não foi a primeira vez que Musk se mostrou contra estas comissões da Apple. Em maio, escreveu no Twitter que a prática da Apple “era como ter um imposto de 30% na internet. Definitivamente não é certo”.
Apple’s store is like having a 30% tax on the Internet. Definitely not ok.
— Elon Musk (@elonmusk) May 3, 2022
Nessa altura, Musk não tinha grande voto na matéria. Já ao ser dono do Twitter e a mostrar cada vez mais vontade de ter um modelo de subscrição mais robusto na rede social (a empresa já tem o Twitter Blue, mas está disponível em poucos mercados) poderá demonstrar alguma animosidade contra a Apple e tentar contrariar esta lógica da comissão. A confirmar-se esta rivalidade com a Apple, Musk poderá ter em Mark Zuckerberg, CEO da Meta, um aliado, já que também tem mostrado descontentamento com a empresa de Tim Cook.