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ANA MARTINGO/OBSERVADOR

ANA MARTINGO/OBSERVADOR

SG Gigante é Sérgio Godinho, "super-herói de infância" de Capicua, a inspirar o hip-hop

Para homenagear Sérgio Godinho, que lançou o 1º álbum há 50 anos, um plantel de hip-hop pôs mão na massa e fez canções inspiradas pelo mestre. O disco foi coordenado por Capicua. Falámos com ela.

Privilégio supremo: ser-se escolhido para fazer uma homenagem a um “super-herói de infância”, uma “figura mitológica” que se cresceu a ouvir, alguém cuja voz era muito lá de casa — familiar, “como a de um amigo dos meus pais ou de um tio: estava sempre por lá”. Foi esse o desafio feito a Capicua, groupie indefetível e ouvinte de longa data de Sérgio Godinho, que assim descreve o “herói” de quem se tornou “amiga” e a quem foi encomendada a coordenação de uma homenagem ao cantor e músico, que neste 2022 celebra os 50 anos do seu primeiro disco Os Sobreviventes.

A homenagem está aí: com edição digital prevista para esta quinta-feira e edição física (em vinil) apontada para o dia seguinte, SG Gigante  é um conjunto de seis temas de hip-hop que nasceram inspirados por outras tantas canções charneira de Sérgio Godinho.

Não é um disco de versões, tanto que só um tema — “A Noite Passada”, nesta versão com instrumental de Branko — conserva a letra original, aqui embrulhada em andamentos rítmicos diferentes e cantada por Dino D’Santiago e Rita Vian.

Nos restantes cinco, os originais de “Que Força É Essa”, “O Primeiro Dia”, “Etelvina”, “Com Um Brilhozinho nos Olhos” e “Lisboa Que Amanhece”, de Sérgio Godinho, serviram apenas como mote para novas canções, que se ouvem agora nas batidas de Keso, Charliebeats, Stereossauro, FMX & Migz e DJ Ride (respetivamente) e nas vozes de Nerve, Keso e Russa, Papillon, Amaura e Valas, Jimmy P, Phoenix RDC e Sara Correia, Xtinto e Pikika e Eva, Chong Kwong e Eu.Clides.

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A capa do disco (EP – mini-álbum) de homenagem a Sérgio Godinho, que sai esta quinta-feira em formato digital e sexta-feira em formato físico

Em conversa com o Observador, Capicua, a coordenadora do projeto e a mestre de cerimónias deste SG Gigante, explica como tudo isto aconteceu. O desafio inicial chegou-lhe através da Universal Music Portugal, editora quer da rapper quer de Sérgio Godinho, e do próprio escritor de canções. Pediram-lhe uma “curadoria” para uma homenagem que tinha como premissa convocar gerações mais jovens (da sua — tem 40 anos — “em diante”, às mais novas) “para revistar o cancioneiro do Sérgio”.

Quando foi desafiada, a ideia já não passava por “fazer um disco de versões”, explica Capicua: “O intuito já era fazer canções novas a partir do Sérgio, pegando nas anteriores quase como mote, quase como sugestão apenas, como referência”. A proposta pareceu-lhe bem: “Achei logo que fazia todo o sentido e que o universo do hip-hop e da música eletrónica iam ser os ideais para fazer isso”. Porquê? “Porque poderíamos partir da ideia do sample, de samplar [utilizar um excerto de um tema antigo como ingrediente de uma canção nova]. E avançou-se, pondo-se à disposição de produtores desses universos do hip-hop e da música eletrónica as canções do Sérgio”.

Há outros motivos, porém, e Capicua explica-os: “Achei sempre muito importante existirem muitos rappers na homenagem. Ter letras totalmente novas que nascem a partir de referências iniciais do Sérgio pareceu-me que seria honrar o seu legado ao máximo, porque o Sérgio é um escritor de canções cheio de recursos, inspiradíssimo, que tem uma escrita que é muito inventiva do ponto de vista lírico, do ponto de vista da escolha das palavras, da métrica, de como trabalha a prosódia. E isso relaciona-se diretamente com o rap”.

Onde Capicua vê mais semelhanças é num modelo de escrita que procura “sempre as palavras mais inesperadas”, que concilia “o português canónico com o português mais popular”, que usa “expressões do quotidiano e transforma-as em matéria-prima de canções”. Tecnicamente há uma “inventividade métrica” nas letras de Godinho que “também é importante no rap, em que se exploram os sons das palavras, os jogos de palavras, as ambivalências das palavras, os trocadilhos”. E substantivamente “existe na escrita do Sérgio e também no rap um modelo relativamente próximo dado que se contam micro-histórias e a escrita alimenta-se de personagens e do quotidiano”.

"Preconceitos? Se as pessoas fossem ouvir o que de bom se faz no hip-hop português, as pessoas que participam nesta homenagem e não só...", diz Capicua

MÁRIO CRUZ/LUSA

Capicua: “A liberdade era total. Foram eles que escolheram”

O trabalho durou vários meses, foi quase de arqueologia, primeiro, e de “compor um puzzle”, depois. Começou por ser preciso perceber o que já estava digitalizado e o que ainda existia em bobine (e ainda teria de o ser) nos arquivos de Sérgio Godinho, vasculhando gravações antigas para as colocar à disposição de produtores musicais. Nenhum desses produtores tinha, porém, qualquer obrigação de utilizar excertos (maiores ou menores, vocais ou instrumentais) dos temas originais nas novas canções: “Podiam samplar ou não, a liberdade era sempre total”, garante Capicua.

Garantido o material de arquivo, era preciso definir que produtores seriam escolhidos para criar novos sons a partir do imaginário de canções antigas de Sérgio Godinho. Como curadora, Capicua conduziu o processo e chamou então Keso, Branko, Charliebeats, Stereossauro, FMX & Migz e DJ Ride, nomes com currículo reconhecido nos universos da música eletrónica e do hip-hop.

“Quis que houvesse muita presença feminina porque não é assim tão habitual nos discos de hip-hop e música eletrónica. E quis que os músicos envolvidos fossem de várias zonas do país e alguns deles com origens nos PALOP"

Escolhido o plantel de produtores, era preciso avançar para as duas fases seguintes: primeiro pensar nas canções de Sérgio Godinho que poderiam ser usadas como ponto de partida e inspiração, depois pensar em vozes que pudessem cantar e sobretudo rimar, para aproveitar as tais ligações do veterano escritor de canções ao hip-hop — ligações até já muito apontadas, dado que em alguns temas de Godinho (como “O’Neill” ou mais recentemente “O Elixir da Eterna Juventude”) a forma de dizer as palavras parece preceder, no primeiro caso, e flirtar, no segundo, com a spoken word e os MC.

Apesar de ter ficado encarregue da curadoria da homenagem, Capicua teve pouca influência na escolha de canções de Sérgio Godinho que os produtores, rappers e cantores utilizaram como ponto de partida. “Foram eles que escolheram”, garante, assumindo ainda assim que fez “uma sugestão” em particular a DJ Ride: “Achei que seria interessante ele pegar na ‘Lisboa Que Amanhece” porque achei que tinha uma relação com a sua vida boémia, de um DJ que está permanentemente a ver Lisboa a amanhecer. Mas tirando essa sugestão, os outros escolheram livremente, também porque o intuito era que as pessoas se relacionassem com a obra do Sérgio a partir das suas próprias memórias, preferências e gostos”.

Por “curiosidade, foi engraçado”, as escolhas recaíram nas canções de Godinho “com as quais as pessoas em geral mais têm uma relação afetiva e que melhor conhecem, tirando uma ou outra que ficou de fora”. O que não era algo definido à partida como essencial, garante Capicua.

A fase posterior do trabalho passou por pensar em cantores e (sobretudo) rappers para juntar aos produtores convidados. Ou por, nas palavras de Capicua, “percebermos quais seriam os rappers e vozes ideais para cantar e rimar nas bases instrumentais criadas pelos produtores”. Um dos critérios tidos em conta, conta a autora de “Sereia Louca”, foi a procura de diversidade: “Quis que houvesse muita presença feminina porque não é assim tão habitual nos discos de hip-hop e música eletrónica. E quis que os músicos envolvidos fossem de várias zonas do país e alguns deles com origens nos PALOP, o que aconteceu”. Dá exemplos: Valas tem origem em Évora, Russa no Algarve, Keso no Porto, Eva em Luanda e Dino tem ascendência cabo-verdiana.

Paralelamente à “grande diversidade geográfica e cultural” dos cantores e rappers convocados, que “achámos que enriqueceria a proposta artística”, Capicua procurou também ter uma diversidade etária na comitiva: “Temos várias gerações. Temos desde pessoas da minha idade como o Dino D’Santiago, o Stereossauro e o Branko, até à Pikika que tem 19 ou 20 anos. No intervalo temos várias pessoas de idades diferentes”. Por outras palavras: estava finalmente alcançada a “diversidade de género, geográfica e etária”.

Nenhum dos artistas desafiados o foi apenas por causa da sua idade ou da origem geográfica, quis no entanto vincar Capicua. Na diversidade que compõe este plantel de hip-hop e “música urbana” estão “muitas linguagens musicais” distintas, “misturadas”, porque “dentro do rap há pessoas que vêm de vários subgéneros, depois ainda há vozes que vêm não do rap mas de outras linguagens musicais como a Rita Vian, mais da eletrónica com inspiração na música tradicional portuguesa, o Dino, com a sua ligação a Cabo Verde, a Sara Correia que canta fado, a Amaura que vem da soul…”

Ter presente tanta gente com linguagens musicais distintas não foi apenas um reflexo do gosto eclético de Capicua — cujas escolhas foram viabilizadas pelos produtores das batidas, por Sérgio Godinho e a sua equipa e pela editora, explica. É toda uma declaração de intenções e reverência: “Estas vozes vieram acrescentar alguma mistura musical para honrar também o facto de o Sérgio desde o primeiro disco até agora ter explorado várias linguagens musicais diferentes”.

O que foi igualmente importante nos critérios de escolha foi a procura de artistas que não entrassem em choque com os valores a que Sérgio Godinho está historicamente associado, como “pessoa que esteve sempre do lado da liberdade” e que representa, diz Capicua, os “valores de abril”: “É verdade que procurámos também pessoas que honrassem os valores que são inerentes à música do Sérgio e dela indissociáveis, pessoas que representassem esse espírito de liberdade, de igualdade e que tivessem letras que não chocassem com esses valores”.

Godinho a “desprender-se” das canções, o legado a prosseguir

Sérgio Godinho ia acompanhando a par e passo a forma como as suas canções iam dando pistas para temas novos, para rimas rap e batidas eletrónicas. “Esteve sempre muito atento, prestou muita atenção a tudo e ia fazendo comentários à medida que ia ouvindo as canções”, afiança Capicua, logo se desdobrando em elogios ao mestre: “É uma pessoa muito generosa que tem sempre grande abertura e que gosta que as pessoas recriem as músicas dele, que partam dali para novos territórios. Já o ouvi falar várias vezes da ideia de que as canções têm uma vida própria que ultrapassa quem as escreve e que é bonito quando são matéria-prima para a sua própria renovação e para o seu crescimento, dando origem a outras músicas e linguagens”.

"O facto de essa ter sido a música da minha infância tornou, para mim, música e palavra indissociáveis. Depois disso já via a palavra como um veículo de discurso, que pode enviar e disfarçar mensagens e que pode funcionar quase em código. Como uma ferramenta que pode mudar o mundo. Isso foi mágico para mim e essa música que ouvia moldou muito o meu interesse pelas palavras, o meu percurso, o meu gosto pelas rimas e lenga-lengas e por escrever."

Capicua garante que não houve “instruções” nem comentários diretos de Sérgio Godinho aos convidados, até para preservar a “autonomia dos mesmos”, mas arrisca que o escritor de canções ter-se-á divertido com este “exercício de desprendimento” das suas canções, a “ouvir os mil detalhes que as letras de rap contêm” e a ver músicos mais jovens “darem continuidade a esse seu legado de grande qualidade lírica”.

O trabalho, aliás, foi suficientemente satisfatório para a editora (Universal Music Portugal) decidir partir para uma edição em formato físico, nomeadamente em vinil — algo que não estava garantido à partida. Simbolicamente, foi uma decisão que agradou muito a Capicua, até por motivos pessoais: conta que para si “o Sérgio tem tudo a ver com o vinil, já que comecei a ouvi-lo ainda miúda nos vinis do meu pai”.

A paixão de Capicua pela música de Godinho já tem, portanto, algumas décadas. Explicando que não se lembra da primeira vez que o ouviu “porque foi sempre uma voz muito presente em minha casa”, a rapper revela que Os Sobreviventes era um dos seus discos favoritos já em pequena: “Quando era miúda, sabia o disco todo. E tinha uma relação engraçada com a música não só do Sérgio como do José Mário [Branco], do Zeca Afonso e do Fausto [Bordalo Dias]: para mim era como se aquilo fosse música para crianças”.

Temas como “O Charlatão” (Sérgio Godinho), “Ronda do Soldadinho” (José Mário Branco) e “Formiga do Carreiro” (José Afonso) eram ouvidas como músicas infantis pela rapper em pequena, “tal como aquelas capas ilustradas do Fausto também eram, para mim, desenhos para crianças”. Foi mais tarde (mas ainda na infância) ao perceber que “aquilo afinal tinha outras mensagens e que muitas vezes as canções estavam elas próprias encriptadas para driblar a censura” que Capicua percebeu que a música que ouvia não era infanto-juvenil.

A revelação aconteceu graças a uma explicação do pai, conta a rapper. Quando depois começou a perceber os segundos sentidos das palavras de Sérgio Godinho e seus companheiros de época, quando começou a decifrar “o que as canções queriam dizer”, deu-se a epifania: “A partir daí foi quase como se fossem super-heróis, porque essa coisa de escrever ou dizer uma coisa para afinal dizer outra — poder haver várias leituras — abriu-me um portal. Lembro-me até hoje do impacto de me ter apercebido disso. Foi quando percebi que a palavra é mesmo mágica”.

Capicua: "Costumo dizer que o hip-hop é como o fermento para o pão: através do sample e de referências, pega um bocadinho na música de ontem para fazer a música de amanhã"

(Rui Oliveira/Observador)

Fica assim mais claro porque Capicua, rapper e artista de hip-hop, quis fazer uma homenagem ao seu “herói” precisamente recorrendo ao género musical em que se move. Ela é aliás a primeira a relacionar o seu percurso com a lírica da canção popular de intervenção que ouviu exemplarmente trabalhada nas guitarras e vozes de Godinho, Branco, Fausto ou Zeca: “O facto de essa ter sido a música da minha infância tornou, para mim, música e palavra indissociáveis. Depois disso já via a palavra como um veículo de discurso, que pode enviar e disfarçar mensagens e que pode funcionar quase em código. Como uma ferramenta que pode mudar o mundo. Isso foi mágico para mim e essa música que ouvia moldou muito o meu interesse pelas palavras, o meu percurso, o meu gosto pelas rimas e lenga-lengas e por escrever”.

"Quando comecei a ouvir rap nos anos 90, para muitas pessoas o rap nem sequer era música. Hoje acho que já não se põe essa questão. Há uma minoria de pessoas que acha que será uma linguagem musical menor, mas acho que é muito minoritário. Se ainda existirem alguns preconceitos, será numa franja curta e talvez por alguma falta de informação e pouco contacto com o que de bom se faz em Portugal no hip-hop."

O percurso musical da portuense está aliás pejado de referências a Sérgio Godinho e de colaborações. No seu primeiro álbum está um sample de “Só Neste País”, tema de 2006 de Godinho, que autorizou a utilização para essa canção de Capicua. Posteriormente houve uma versão de “Liberdade” (original de Godinho) misturada com Sophia de Mello Breyner, participação em concertos do velho mestre, revisitação de outros temas antigos como “O Elixir da Eterna Juventude” e “Pode Alguém Ser Quem Não É” e uma canção original, incluída no álbum mais recente de Capicua, que parte de um outro tema do compositor chamado “Parto Sem Dor”.

Confessa a rapper: “No início quando ia tocar com ele ficava tão nervosa que nem conseguia usufruir da experiência. Conseguir trabalhar com ele… Hoje em dia tenho uma relação com o trabalho do Sérgio que é muito mais do ponto de vista de quem também faz música, de quem participa na festa, de quem pode estar no palco com ele e com aquelas canções que tanto me marcaram. É um privilégio, que só existe porque ele é uma pessoa muito generosa que acolheu sempre bem os meus atrevimentos”. E acrescenta: “Tornámo-nos amigos. Gosto muito de tocar com ele ao vivo, adoro a banda dele e os músicos que o acompanham, sinto-me completamente integrada na equipa”.

Para um público mais conservador e mais velho, a experiência de homenagear Sérgio Godinho através do hip-hop pode ser inesperada — embora, por exemplo, Allen Halloween já o tivesse feito através de uma versão de “O Primeiro Dia”.

Capicua diz, ainda assim, não estar a sentir anticorpos: “Quando comecei a ouvir rap nos anos 90, para muitas pessoas o rap nem sequer era música. Hoje acho que já não se põe essa questão. Há uma minoria de pessoas que acha que será uma linguagem musical menor, mas acho que é muito minoritário. Se ainda existirem alguns preconceitos, será numa franja curta e talvez por alguma falta de informação e pouco contacto com o que de bom se faz em Portugal no hip-hop”.

Ainda assim, reconhece: “Se calhar o tipo de rap que faço, e o que mais oiço também, é um bocadinho mais próximo do português mais canónico ou é uma linguagem musical mais próxima do que esse público [que não ouve tanto hip-hop] está habituado”.

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