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O Rude tem uma seleção de cerca de 40 vinhos de baixa intervenção, de pequenos produtores, vindos de vários pontos do país e em constante rotação.
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O Rude tem uma seleção de cerca de 40 vinhos de baixa intervenção, de pequenos produtores, vindos de vários pontos do país e em constante rotação.

O Rude tem uma seleção de cerca de 40 vinhos de baixa intervenção, de pequenos produtores, vindos de vários pontos do país e em constante rotação.

Vinhos rudes nos Anjos, ceviche à séria na Bica e México como nunca o provou: 6 novos restaurantes e bares em Lisboa e arredores

Na Rua de Macau, há mais vinhos naturais e biodinâmicos. Na Bica celebra-se o típico prato peruano como no país de origem. O Grupo Café de São Bento chegou a Cascais com o Bougain.

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Rude

R. de Macau 2A Lisboa. Tel.: 21 580 9534. De terça-feira a sábado, das 17h à 00h.

Não é grosseiro ou mal educado — é rude no sentido da “pureza e da simplicidade”. Tanto assim é que Gonçalo Salgado, empresário à frente do novo bar de vinhos e petiscos dos Anjos, preservou tudo o que conseguiu da antiga charcutaria que outrora ali funcionou — desde as prateleiras às montras, estruturas de madeira, mármores, espelhos e até um cofre que estava escondido, agora exposto na sala e embutido na parede. Sozinho, restaurou e decorou o seu negócio, num processo que levou nove meses, qual nascimento.

Hoje, é o néon encarnado que observa a esquina entre a Rua de Macau e a do Forno do Tijolo que sinaliza o Rude, casa que, fazendo jus ao nome, aposta nos vinhos de baixa intervenção — são cerca de 40 referências, de norte a sul do país e em constante rotação — de pequenos produtores. “Queremos mostrar ao nosso país que fazemos muitas coisas boas, que temos ótimos produtores e que muitas vezes nos esquecemos deles”, conta o empresário ao Observador.

De tintos a brancos, rosés ou espumantes, na curadoria da carta de bebidas está Alexandre Fraga, do grupo 100 Maneiras, que integra o restaurante com o mesmo nome, detentor de uma estrela Michelin. Da mesma organização gastronómica, comandada por Ljubomir Stanisic, vem também Eugenie Musteata, autor da carta de comida, onde se servem petiscos de partilha, desde pickles da casa a húmus de beterraba à marroquina ou sandes de pastrami “tugoslava” (um cachaço de porco a baixa temperatura, dentro de um típico pão bósnio, chamado somun).

Tudo para desfrutar num local que quer ser ponto de encontro entre as comunidades que circulam num dos novos hot spots de Lisboa e que quer relacionar-se com a comunidade local — mostram, aliás, várias publicações no Instagram. “O que é ser rude?” é o repto lançado aos espaços vizinhos do bairro das ex-colónias, desde o Malabarista à Casa Tigre.

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O empresário Gonçalo Salgado está à frente do novo espaço, que quer ser ponto de encontro num dos hot spots de Lisboa.

Choclo

R. da Bica de Duarte Belo 29, 1200-054 Lisboa. Tel.: 968934296. Terça-feira a sexta-feira, das 12h às 23h. Sábado e domingo, das 13h às 23h.

De Berlim para Portugal trouxeram o amor pela cultura peruana, agora bem expresso na Rua da Bica de Duarte Belo, no restaurante Choclo — termo de origem indígena Quechua, que se refere a um tipo de milho que cresce nos Andes. Falamos do chef Matías de Araujo, natural do Chile, e de Katharina Galaz Goyke, natural da Alemanha, com costela portuguesa, do lado da mãe. Casados, foi na pandemia que concretizaram o antigo plano dela e vieram, finalmente, viver para Lisboa. Nessa mudança de vida, fizeram também cumprir a vontade partilhada de lançar um negócio próprio, que permitiu potenciar a compatibilidade de duas áreas de formação distintas. Ele formou-se em cozinha em Barcelona e, por isso, está ao leme da comida e da bebida. Ela, com formação gestão de empresas, trata do que acontece nos bastidores.

“Ele é a parte mais criativa e lida com tudo o que tem que ver com comida e bebidas. Eu sou a pessoa que faz as coisas que não se veem, mas que são muito importantes: finanças, marketing e gestão”, explica Katharina. “A cozinha favorita do Matías sempre foi a peruana, sempre teve um grande fascínio pela gastronomia e cultura deste país”, acrescenta, salientando que “no Chile há muita emigração do Peru, o que cria pontos de contacto entre os dois países.”

Aqui o conceito passa por respeitar a tradição. A promessa é a de uma cevicheria que honra o conceito de street food associado ao ceviche no país de origem, acrescentando-lhe apenas as técnicas de cozinha contemporâneas adquiridas por quem se dedica à área. “Há muitos restaurantes peruanos, mas o conceito tradicional do ceviche assenta na street food. Em Portugal e na Europa, o ceviche é considerado uma entrada, uma coisa cara, “fancy” e nós quisemos voltar a este sentido mais relaxado e divertido.”

Tudo isto sob o compromisso da sustentabilidade, sazonalidade e de um produto sempre fresco. Conte com quatro variedades de ceviche — desde o Pescado Clássico, com peixe do dia, leite de tigre, milho peruano e batata doce, ao Carretillero Mixto, com peixe branco, polvo, camarão, lula crocante, leite de tigre com pimento rocoto, milho peruano e batata doce. Para começar, não faltam opções de entradas — quem sabe, para desfrutar já com um pisco sour ou chicha na mão. “Os pratos são sofisticados, mas os sabores são muito fieis ao tradicional.” Para terminar, alfajores, biscoito peruano tradicional recheado com doce de leite.

Para desfrutar num espaço “fresco” e “jovem”, com referências ao país que honra, como os tecidos das almofadas vindos diretamente do Peru.

O ceviche é celebrado fazendo jus ao conceito da street food peruana, no espaço jovem e descontraído lançado por Matías e Katharina.

Teimar

Rua da Infantaria 16 63A 1350-169 Lisboa. Tel.: 213 860 032. Terça-feira a sábado, das 12h30 às 16h e das 19h30 às 23h30.

Rumando agora a Campo de Ourique, é na Rua da Infantaria que encontra o Teimar, uma cervejaria que, fazendo jus ao nome, quer ser mais do que isso. “Queríamos um restaurante contemporâneo, um ambiente bonito, mas com os clássicos de cervejaria“, conta Anna Arany, uma das três pessoas à frente do Grupo Cortesia, em conjunto com os irmãos Inês e Manuel Cabral. O trio é o responsável pelo restaurante de carnes maturadas, que quis estender a presença em Campo de Ourique, trazendo ao bairro um novo conceito: “Não havia nenhuma de cervejaria”. Identificada a lacuna, seguiu-se uma odisseia pelas principais casas do país em busca pelos sabores originais.

Material recolhido, matéria bem estudada, nasce o Teimar. Respeitando a tradição e excluindo as reintrepretações, aqui encontra os clássicos obrigatórios das cervejarias portuguesas — desde as ameijoas à Bulhão Pato, às gambinhas ao alho ou camarões do algarce —, e não faltam também sugestões mais modernas, como os tacos de corvina com maionese kimchi e ovas de tobiko (um dos best-sellers do Cortesia, migradas para o novo espaço), lascas de atum ou bitoque de atum rabilho.

Com o chef Luís Calixto à frente da cozinha e vindo do Tágide, um dos grandes destaques vai para o arroz meloso de carabineiro terminado no forno a carvão Josper. De tons claros e leves, o projeto de arquitetura é assinado por Inês Moura, do atelier Saraiva e Associados. Com 50 lugares no interior, atente ao pátio exterior nas traseiras.

As amêijoas à Bulhão Pato misturam-se com os tacos de corvina, num encontro entre o tradicional e o contemporâneo.

Bougain Restaurant & Garden Bar

Av. Valbom 132750-508 Cascais. Tel.: 914768826. Todos os dias, das 12h30 às 15h e das 19h às 23h.

Os pratos clássicos da cozinha portuguesa, francesa e italiana juntam-se ao serviço de excelência do já conhecido Café de São Bento, em Lisboa, agora na mais recente novidade de Cascais: na Casa Pérgola, boutique hotel localizado num dos palacetes centenários da vila à beira-mar, encontra o Bougain Restaurant & Garden Bar, novo projeto do empresário Miguel Garcia, pronto para receber hóspedes e quem está apenas de visita. “Ao final do dia, quem faz o cliente voltar são as pessoas”, diz. “O Café de São Bento é um exemplo disso e quero que o Bougain seja exemplo disso também”.

Mas há mais motivos para voltar. Inês Moura volta a ser a responsável por projetar o elegante restaurante, que se estende da zona interior para o exterior, mantendo sempre como pano de fundo imaginário do mais requintado e exclusivo jardim. “Quisemos sempre, em conjunto com a arquiteta Inês Moura, que a pessoa sentisse que podia estar em qualquer sítio na Europa, desde Portugal, França ou Itália, que a gastronomia fosse clássica e que a decoração fosse um grande complemento a esta casa centenária — nada que fosse uma agressão àquilo que já existia do ponto de vista arquitetónico e no jardim, que é um dos mais bonitos de Cascais”, refere o dono do Grupo Café de São Bento.

Com o tempo quente a lembrar que o verão está a caminho, a nossa sugestão é que aproveite um dia de sol na esplanada, onde poderá provar as sugestões da chef Diana Roque. Para começar umas ostras de Setúbal ou um steak tartare, seguindo depois para os principais, as “estrelas da carta”, entre as quais, linguado à meunière, arroz de carabineiros, entrecôte grelhado com molho à café Paris ou Carré de borrego com crosta de mostardas, salada verde e Chateubriand, servido com molho bernaise. É vegetariano? Não vai ficar de fora. Quer uma refeição mais leve ou um simples copo? Não tenha medo de entrar.

O bife tartare é um dos pratos clássicos no menu do novíssimo Bougain, restaurante inserido num palacete centenário de Cascais.

RePotzalia

Av. Duque de Loulé 1E Lisboa. Tel.:  936 292 468.. Quarta-feira a sábado, das 19h às 22h30; domingo, das 11h às 16h.

Não era fácil de prever o sucesso de um mexicano escondido num centro comercial antigo de Entrecampos. Mas descoberto o segredo outrora bem guardado, a procura tem sido tal que o Potzalia tem agora uma segunda casa para dar resposta a todos os clientes.

Chama-se RePotzalia, uma alusão ao termo mexicano “rebonito”, que remete para quando algo está muito bonito: “No México, quando queremos dizer  que uma coisa é, por exemplo, muito mais bonita, muito mais cara, muito mais alegre, acrescentamos o ‘Re’ — rebonito, recara, realegre”. É um reforço que faz sentido, não nos concedesse a oferta do segundo espaço mais diversidade gastronómica natural do país de Sandra Ortiz Ruiz — à frente dos dois negócios, nasceu na Cidade do México, mas conta com ascendência Maia, do sul, pelo lado do pai, e do centro-este, pelo lado da mãe.

Enquanto o Potzalia vai ao encontro do conceito de taqueria, a segunda casa encaixa no modelo de um “restaurante que abarca pratos que não costumam existir nas ementas dos restaurantes mexicanos em Portugal“. Aberto desde meados de março, encontra aqui “opções mais variadas, de várias partes do país”, que provam que o México é infinitamente maior do que os tacos e quesadillas. Esses, tal como a famosa sopa Pozole — caldo de milho que deu nome aos restaurantes — mantém-se, mas à carta acrescenta-se uma boa dose de regionalidade mexicana, desde o huarache às enchiladas.

O RePotzalia desafia os portugueses a provarem comida mexicana autêntica, de vários pontos do país da América Central.

Nicolau Cascais

Rua Freitas Reis 26 Cascais. Tel.: 21 484 6346. Todos os dias, das 10h às 19h (o horário será alargado).

A grupo que lançou o movimento do “brunch instagramável” continua a crescer desde o lançamento da primeira casa, em 2016, a mesma que leva agora a Cascais: o Nicolau chegou em março à Rua Freitas Reis e trouxe consigo os clássicos (dos ovos às panquecas), mas acrescentou à oferta outras opções. Conte com sopa tom yum de camarão, com o Favorito Nicolau,  couve coração assada com molho romesco, bacon caramelizado e pistácio, com gelados caseiros ou com a cerveja artesanal Nicolando.

Considerando a localização junto ao mar, o espaço é mais amplo e inclui também mais opções de cocktails para beber na zona exterior. Com 120 lugares sentados, o espaço está para já a funcionar até ao final do dia, mas a ideia é alargar o horário de forma a que também aqui se possa viver o final de tarde e a hora de jantar.

O Nicolau chegou a Cascais e trouxe as famosas panquecas, ovos, mas não só.

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