Está a ser partilhada uma publicação nas redes sociais que alega que a ativista pelos direitos da mulher, Samar Badawi, foi decapitada em público pelo governo da Arábia Saudita. Os rumores surgiram há quatro anos e a informação já foi entretanto desmentida por várias organizações.

Em 2019 a agência de notícias France Presse dava conta de que continuavam a surgir nas redes sociais publicações falsas com esta informação, em várias línguas, e que tinham aparecido pela primeira vez em 2018.

A informação veiculada por esta imagem continua a não ser verdade até aos dias de hoje. A ativista Samar Badawi não foi executada, está presa na Arábia Saudita.

Em março deste ano a Human Rights Watch lembrava que a ativista pelos direitos das mulheres foi presa em 2018 e continua atrás das grades, por defender os direitos das mulheres. Já em março a Amnistia Internacional pedia no Twitter que a Arábia Saudita parasse de “instrumentalizar os direitos das mulheres sauditas” e apelava à libertação imediata de Samar Badawi.

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A ativista saudita não foi decapitada, mas foi torturada. Há três anos a Amnistia Internacional avançava que em 2018, nos primeiros três meses de detenção, Samar Badawi e outras 9 ativistas “foram torturadas através de abuso sexual e outras formas de maus tratos”. Durante esse período de tempo as ativistas estiveram incomunicáveis, sem acesso à família ou a advogados.

A ativista pelos direitos das mulheres ganhou atenção internacional pela primeira vez em 2010 quando foi detida por se opor ao pai e à lei da Arábia Saudita da tutela masculina, que prevê que as mulheres estejam legalmente dependentes de um homem.

Conclusão

A publicação que alega que Samar Bawi foi “decapitada em público” é falsa. A ativista está presa na Arábia Saudita e foi torturada, mas de acordo com organizações dos direitos humanos, como a Amnistia Internacional e a Human Rights Watch, está viva. Samar Bawi foi detida em 2018 por protestar pelos direitos das mulheres. A informação de que teria sido executada pelo governo saudita foi também desmentida em 2019, pela agência de notícias France Presse,

Segundo a classificação do Observador, este conteúdo é:

ERRADO

No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é:

FALSO: As principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

Nota: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.

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