O ataque foi feito por Catarina Martins a António Costa, quando o Serviço Nacional de Saúde servia de fio condutor no debate entre os dois candidatos às legislativas de 30 de janeiro. “Os concursos ficam meio vazios, o Governo continua a prometer concursos que ficam meio vazios e, agora, até para formar especialistas, houve dezenas de vagas que ficaram por preencher de pessoas que não o quiseram fazer”, acusou a líder do Bloco de Esquerda, apontando a incapacidade do Governo de António Costa de reter médicos na rede pública.

A acusação é verdadeira e, de facto, este ano, cerca de meia centena de lugares ficaram por preencher no internato médico, embora existisse número suficiente de médicos qualificados para as preencherem. A denúncia foi feita em dezembro pelos diferentes sindicatos de médicos e pela própria Ordem.

“É com preocupação que a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) constata que houve dezenas de vagas de formação específica do internato médico que não foram ocupadas, com acentuadas assimetrias regionais. Pela primeira vez, desde que há mais candidatos do que vagas disponíveis no processo de escolha de especialidade, sobraram cerca de 50 vagas”, avançou a FNAM em comunicado.

Já o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) apontava que 31 das vagas sem candidatos eram de Medicina Interna e 14 de Medicina Geral e Familiar. Entre as de Medicina Interna que ficaram vazias, 10 pertenciam ao Centro Hospitalar de Lisboa Norte, que reúne o Hospital de Santa Maria e o Pulido Valente.

A FNAM acredita que uma das principais razões para esta situação é a “falta de condições de trabalho, transversal a todo o SNS”, como contaram alguns jovens médicos ao Observador na altura em que foram conhecidos os resultados do internato.

Internato médico fica com vagas por preencher. A nova geração de médicos “não quer ser escravizada” no SNS

O internato médico são os seis anos de formação num hospital do Serviço Nacional de Saúde que permitem a um médico tornar-se especialista.

Conclusão:

Este ano, pela primeira vez desde que há mais candidatos do que vagas, ficaram por preencher cerca de 50 lugares de internato médico. A maioria dos lugares que ficaram vazios foram em Medicina Interna e em Medicina Geral e Familiar e o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, foi um dos que não conseguiu cativar jovens médicos para todas as vagas disponíveis. Sobraram 10 de Medicina Interna por preencher. A afirmação de Catarina Martins é verdadeira.

CERTO

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