Nas redes sociais estão a circular publicações que sugerem que a farmacêutica Pfizer recomendou uma sexta dose da vacina contra a Covid-19 como reforço. A tese não é justificada, não há qualquer referência ou razão apontada para a afirmação e todas as indicações oficiais contrariam a afirmação.

No site oficial do Serviço Nacional de Saúde, na parte dedicada à vacinação contra a Covid-19, são claras as indicações para um esquema vacinal completo. No caso da vacina da Pfizer, a Comirnaty, são necessárias “duas doses” para quem nunca esteve infetado com o coronavírus; uma dose para quem esteve infetado antes da vacinação; e uma dose para quem esteve infetado entre a primeira e a segunda dose.

As recomendações são claras: há vacinas cujo esquema vacinal fica completo com uma dose e outras com duas doses. Em nenhuma delas, em qualquer informação oficial do SNS, estão previstas ou recomendadas seis doses — o mesmo para a vacina da Pfizer. Depois, dependendo de outras questões como doenças de risco, gravidezes ou condição de imunossupressão, são aconselhados reforços variados. Nunca é feita qualquer referência a uma “sexta dose”.

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Nas publicações em causa poderá ainda haver uma confusão sobre um tema já discutido no passado, quando nas redes sociais se discutiu o facto de ter sido aprovada a administração de seis doses da vacina da Pfizer, com acusações de que se estava a acelerar a vacinação para alcançar a sexta dose.

Nessa altura, o que estava em causa era a quantidade de doses que era possível extrair de cada frasco da vacina, passando de cinco para seis. Tratava-se de uma comunicação das farmacêuticas que, após aprovada pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA), confirmava a possibilidade de retirar seis doses de 0,3 ml de cada frasco com o intuito de não haver desperdício.

Após essa comunicação, o próprio Ministério da Saúde veio a público esclarecer que, por orientação do Infarmed, os profissionais de saúde já retiravam seis doses de cada frasco da vacina da Pfizer/BioNTech.

Conclusão

Não há qualquer indicação de que a Pfizer tenha recomendado uma sexta dose da vacina contra a Covid-19. O site oficial do Serviço Nacional de Saúde (SNS) revela as normas seguidas em Portugal e explicita o número de doses necessárias para completar um esquema vacinal, com especificações para pessoas com doenças. Nunca há qualquer referência a seis doses obrigatórias para completar o esquema vacinal. Nem no caso da Pfizer, nem em qualquer outra vacina produzida por outras farmacêuticas. Desta forma, é possível afirmar que a publicação está errada.

Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:

ERRADO

No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:

FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.

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