Nas redes sociais está a ser partilhado um vídeo de uma explosão, e alguns utilizadores têm feito acompanhar essas imagens de uma legenda onde essa explosão é descrita como um ataque russo a um navio britânico, que transportava armamento para a Ucrânia. O ataque teria, alegadamente, tido lugar na cidade ucraniana de Odessa.
O vídeo tem duas características que importa destacar. Em primeiro lugar, é real, não há manipulação das imagens; e, em segundo, não é uma novidade nos artigos de verificação de factos.
O problema está precisamente na descrição que é feita pelos utilizadores das redes sociais. Neste caso, está a ser associado a este vídeo um ataque russo a um navio britânico, mas noutras ocasiões foram feitas outras descrições daquilo que acontece no vídeo.
As imagens não foram gravadas em Odessa e não têm qualquer relação com a guerra na Ucrânia. Na verdade, aquilo que as imagens realmente demonstram é um ângulo da forte explosão em Beirute, no Líbano, em 2020, que tirou a vida a mais de 200 pessoas e que fez mais de 6.500 feridos.
As primeiras imagens e vídeos das explosões que dizimaram o porto de Beirute
O ângulo apresentado nesta publicação nas redes sociais é precisamente o mesmo de um vídeo que foi publicado no canal de YouTube da SkyNews, há três anos, quando de facto se deu a explosão em Beirute. Ou seja, este vídeo é muito anterior ao início da invasão de larga escala russa na Ucrânia.
As imagens são as mesmas, não há qualquer dúvida. O vídeo é da explosão em Beirute, não de um ataque russo a um navio britânico que transportava explosivos para a Ucrânia. Além disso, esse eventual ataque não foi noticiado por órgãos de comunicação.
Conclusão
A publicação nas redes sociais apresenta um vídeo real, mas uma legenda falsa. As imagens são relativas à explosão no porto de Beirute em 2020, e não a um ataque russo contra um navio britânico. Não tem sequer qualquer ligação à guerra na Ucrânia.
Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:
ERRADO
No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:
FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook