A unanimidade é tão rara no Parlamento que ver o estatuto do cuidador informal ser aprovado por todos, sem exceção, é um marco. Um momento histórico, como declararam publicamente os deputados de todo o espetro político-partidário que estiveram envolvidos no processo.
Aparentemente, não houve braços de ferro nem foi preciso recorrer à lendária retórica da esquerda, da direita ou do centro para reforçar argumentos e antagonizar posições. Todos se entenderam e todos aprovaram um estatuto que está longe de ser o ideal, mas é o primeiro passo no reconhecimento das necessidades dos que cuidam daqueles que estão doentes ou são dependentes.
E são tremendas as necessidades de quem vive no limite das suas forças para conseguir fortalecer os mais frágeis. Uma percentagem muito expressiva de cuidadores informais atinge níveis de burnout insuportáveis. Muitos cuidadores deveriam ser, eles próprios, cuidados por terceiros pois o desgaste de estar à cabeceira ou de conviver diariamente com certos tipos de doença é brutal. Altamente erosivo, mesmo. Trabalham dias e noites seguidos, sem turnos nem descanso, vivem em privação de sono e, muitas vezes, acumulam a condição de cuidador informal com horários de trabalho em full time, numa empresa.
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