Cada vez mais os dados assumem um papel comercial ativo e vital. À entrada em 2024, a previsão é que as empresas continuem a aprimorar os processos internos e a oferta ao cliente, adotando uma abordagem estratégica no que se refere à utilização dos dados. E o próximo passo? Monetizar os próprios dados para impulsionar novas oportunidades de negócio.

Um exemplo fascinante é a John Deere, que se revolucionou ao vender os dados dos equipamentos agrícolas. Estes insights não melhoraram apenas a produtividade, mas também criaram fontes de receita adicionais para os agricultores, proporcionando uma visão valiosa e holística para decisões agrícolas fundamentais.

A tendência da economia de dados não está restrita aos grandes players corporativos. Empresas de nicho e/ou outras empresas menores estão a posicionar-se nesta revolução. Um estúdio de moda, por exemplo, pode usar dados para prever tendências, otimizar stocks e personalizar ofertas, criando uma experiência única para cada cliente. A democratização do acesso à análise de dados está a permitir que empresas de todos os tamanhos possam fazer parte desta revolução. Pequenas startups podem utilizar dados para aprimorar constantemente as suas plataformas com base no feedback dos utilizadores, promovendo uma cultura de inovação contínua.

Por outro lado, à medida que a inteligência artificial se torna cada vez mais prevalente, a qualidade e a abundância dos dados tornam-se cruciais para alimentar os modelos construídos. As empresas estão a utilizar dados para treinar os seus algoritmos de IA, impulsionando avanços em automação, personalização de serviços e processos de tomada de decisão mais inteligentes.

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Esta transformação vai para além dos lucros, trata-se de inovação e personalização. Imaginemos uma empresa do setor da saúde a utilizar dados para criar programas de bem-estar personalizados com base nos padrões de vida dos clientes. Estas abordagens não melhoram apenas a saúde, mas também destacam o potencial dos dados na personalização de serviços essenciais.

Contudo, à medida que exploramos as vastas possibilidades da economia de dados, é imperativo que os decisores tenham consciência da necessidade de enfrentar constantes desafios éticos. A recolha e utilização de dados pessoais levantam preocupações sobre privacidade e segurança. Garantir a transparência, consentimento informado e proteção dos dados torna-se crucial para manter a integridade e confiança neste novo contexto de negócios. A ética na economia de dados é tão vital quanto a inovação, assegurando que conseguimos avançar de forma responsável e equitativa. Basta ver o caso notório da Facebook, que enfrentou críticas e preocupações em relação ao uso inadequado de dados pessoais. Incidentes como o escândalo Cambridge Analytica, onde os dados de milhões de utilizadores foram indevidamente partilhados para fins comerciais, destacam a necessidade urgente de medidas éticas rigorosas para garantir a privacidade e segurança dos dados.

Em suma, o livre acesso à análise de dados e a sua monetização eficiente estão a moldar uma nova era de oportunidades de negócio e as empresas que consigam abraçar esta revolução não prosperam apenas financeiramente, mas também impulsionam inovações e personalizações em benefício dos clientes e setores inteiros onde se situam.