Conhecidos os resultados das eleições de 2024, certos órgãos de comunicação social e os “comentadores de serviço” têm tentado branquear a derrota arrasadora do PS de Pedro Nuno Santos, dizendo que a sua derrota foi tangencial e que Pedro Nuno passou a prova como presidente do PS.
Nada podia ser mais enganador e fora da realidade do que se passou de facto. A verdade é que a derrota do PS e da esquerda foi esmagadora com um dos piores resultados que o PS teve desde o 25 de Abril.
A realidade é que o PS de Pedro Nuno perdeu 43 deputados em relação a 2022, cerca de 600.000 votos e passou duma percentagem de 41% em 2022 para 28% em 2024. Isto, portanto, não é uma derrota tangencial, mas sim esmagadora.
O que se passou é que, intencionalmente, só compararam os resultados entre o PSD e PS. No entanto, tal como Portugal não é só Lisboa, o país político não é só PSD e PS. Há outro país político que votou esmagadormente nos partidos de direita.
Assim, num futuro parlamento haverá aproximadamente 140 deputados de direita e 90 de esquerda. Isto é um sinal inequívoco que os portugueses querem que a direita governe, por muito que desagrade aos comentaristas de serviço e ao PR.
Após o 25 de Abril sempre pensei que haveria lugar para todas as tendências políticas, desde o Chega até ao PCP, BE e Livre. Finalmente isso concretizou-se, e estou à vontade para o dizer, pois não votei no Chega. Mas 1.118.000 Portugueses que votaram nesse partido nunca poderão ser esquecidos e ostracizados.
O Presidente da República, em plena campanha eleitoral, e de forma inédita, e para mim ilegal, tentou influenciar a formação do futuro governo que sairia das eleições. Mas esqueceu-se que estas eleições de 2024 foram da sua total responsabilidade e que, a meu ver, poderiam ter sido evitadas. Mas o PR resolveu ouvir o povo, e o povo respondeu de forma inequívoca, votando no centro-direita e à direita, com números que não deixam margem para dúvidas, dizendo que quer que seja a direita a governar. Agora cabe à direita governar, e para isso os partidos tem que se entender, esquecendo, por uma vez, interesses pessoais e partidários, governando só a pensar no país.
Na formação do novo governo o PR tem que respeitar a vontade popular e não pode exigir ao governo eleito quaisquer condições. Se o fizer, deixa de ser um Presidente democrata, e torna-se numa coisa pior e perigosa, deixando as eleições de ser necessárias.