A Covid19 é uma doença potencialmente perigosa em particular para determinados grupos de risco.
Além dos efeitos imediatos, a Covid19 pode criar efeitos mais dissimulados e em todos os grupos, não só nos de risco. Estes efeitos secundários refletem-se ao nível da personalidade. Assim, a Covid19 tem a capacidade transformar o cidadão que em 2019 vivia normalmente respeitando os outros, num cidadão que tudo pode em relação ao outro, ou seja, num cidadão autoritário.
Não se sabe ao certo, mas desconfia-se que o contágio deste efeito seja efetuado através das televisões, por imitação pelos telespectadores ao verem os anteriormente miseráveis, agora elevados a especialistas, tentarem dirigir e manipular os seus concidadãos.
Para provar o aparecimento deste efeito secundário, deixo aqui três exemplos que se passaram comigo, onde outros cidadãos foram muito além da suposta autoridade que poderiam ter naquelas situações, revelando, assim, o perigoso efeito secundário desta maldita doença – O Cidadão Autoritário.
O polícia varredor de povo
Em setembro fui com dois amigos ao Bairro Alto, em Lisboa, beber um copo. Após os copos, fomos tentar apanhar um táxi subindo ao Príncipe Real. Nisto aparecem perante nós vários polícias de choque pedindo de uma forma não delicada (digamos assim) para as pessoas saírem da rua e, no nosso caso, impedindo-nos de podermos apanhar o referido táxi.
Eu pergunto ao Polícia que falou comigo: “Sr. Agente, porque não podemos passar?”
Ao que ele respondeu esta maravilhosa frase: “Estamos a varrer!”
Percebi então que o lixo que varriam eramos nós.
Então quis saber porque razão nos queriam varrer: “Sr. Agente, mas repare não estamos em Estado de Emergência, cortaram a via pública porquê? Houve algum crime? Há algum perigo eminente que justifique que cortem as vias públicas?”
O polícia respondeu simplesmente: “Não. Estamos só a varrer.” Como se fosse a coisa mais natural do mundo “varrer” cidadãos, impedindo-os do direito de estar ou de passar, sem qualquer justificação.
A enfermeira que decide que um cidadão não é vacinado
Fui vacinado pela vacina da Janssen só de uma dose. Em dezembro passado, fui levar a dose de reforço desta vacina. Interpelei a enfermeira que me iria dar a vacina (desta feita teria que ser mRNA) qual seria a vacina que ela me iria dar. A enfermeira disse-me que era a da Moderna.
Eu fiz o seguinte comentário: “A vacina da Moderna foi retirada de vários países desenvolvidos como o Japão, alguns nórdicos, como a Finlândia, Suécia, Dinamarca e Islândia, e outros estão a pensar fazê-lo por perigo de esta vacina criar miocardites e outros problemas cardíacos acima do esperado.”
A Sr. Enfermeira respondeu-me da seguinte forma inacreditável: “se quiser não é vacinado. Perde a vez e nunca mais leva a de reforço”.
Evidentemente que a sra. enfermeira não podia desconhecer que eu tenho direito, naquele ato médico, a falar com um médico sobre essa questão em particular (para isso é que os médicos lá estão) e que não é uma enfermeira que me vai privar ou forçar a vacina. No enteando, esta sra. enfermeira preferiu tentar manipular-me com chantagem barata (e ineficaz, por sinal).
A sra. segurança agente da autoridade
Estava num daqueles shoppings de rua, num local aberto, ao ar livre nas compras de Natal. Mesmo discordando das regras da máscara, sou cumpridor da Lei e conheço-a bem, pelo que me afastei para um local isolado, sem ninguém e retirei a máscara para respirar um pouco de oxigénio.
Nisto, vem ter comigo uma senhora da segurança alegando que eu não podia estar sem máscara (note-se que a 20 metros estavam pessoas num café com esplanada ao ar livre no shopping sem máscara).
Eu disse-lhe: “Minha ra. não está aqui ninguém, estamos ao ar livre, eu posso tirar a máscara.”
Ao que ela respondeu: “Ah, aqui é sempre obrigatório porque isto é propriedade privada.”
Eu contestei: “mas aberta ao público, logo sujeita à Lei.”
A sra. Segurança, percebendo a falta de razão, então opta pelo argumento de autoridade e profere a seguinte pérola: “Nós somos os braços direitos das forças de autoridade, portanto o senhor tem de fazer o que eu lhe digo!”
Eu perguntei-lhe simplesmente se ela estava a brincar comigo. Parece que a sra. se apercebeu do ridículo e afastou-se ameaçando que ia chamar não sei quem.
Estes três episódios são apenas exemplos que demonstram bem a facilidade com que as pessoas nas suas funções passam facilmente ao excesso de autoridade a pretexto da Covid19.
Temo seriamente que estejamos a entrar numa verdadeira regressão civilizacional, uma vez que determinados comportamentos já há alguns anos que começavam a ser “mal vistos” no nosso país pela maioria da população.
Assim, devemos ter cuidado também com este perigoso efeito secundário da Covid19 – o Cidadão autoritário.