Desde que a vacinação contra a Covid-19 foi indicada para o jovens dos 12 aos 17 anos, ao contrário daquilo que aconteceu em alguns países, onde os responsáveis de saúde tiveram de incentivar os jovens até com dinheiro para aderirem ao plano de vacinação, em Portugal, pelo contrário, a adesão foi total e houve uma corrida dos jovens portugueses aos diversos postos de vacinação para serem inoculados.
Apesar dos receios que vieram à praça pública sobre efeitos secundários (miocardite e pericardite) da vacina, nomeadamente nos jovens dos 5 aos 13 anos, com pico aos 10 anos, os jovens desta faixa etária aderiram de uma forma massiva ao programa de vacinação.
Se olharmos para as estatísticas referentes à faixa etária dos 12 aos 19 anos, em que 74% dos jovens já têm uma dose da vacina, podemos concluir que estavam, na sua grande maioria, à espera desta oportunidade para se poderem defender da infeção do SARS-CoV-2 e regressarem à sua vida normal, pré-pandemia.
Os jovens estavam ávidos de poder voltar a conviver com os seus amigos e colegas, de voltarem à vida nocturna. Basta olharmos com um pouco de atenção para a imensidão de jovens que ocupam as diversas ruas das principais cidades portuguesas durante a noite. Estar vacinado, para os jovens, é muito melhor do que ter que andar de máscara. Esta indicação da DGS foi quase sempre um handicap para os mais novos e o seu incumprimento era notório nos espaços abertos, mesmo quando estavam aglomerados. Por outro lado, como foram poucos os casos em que as autoridades exigiram o pagamento de coima, regra geral, quase nenhum deles usava a máscara como medida protectora para a saúde pública.
Quando a vacinação anti-Covid-19 foi anunciada para este grupo etário, esta foi a grande oportunidade que os jovens encontraram para se sentirem livres. Para quem os conhece bem e lida com eles, esta corrida à vacinação não constituiu nenhuma surpresa. Era expectável uma reação positiva ao convite da DGS para se vacinarem.
Esta atitude acabou por ser um factor crucial para o início do ano letivo, onde todos os intervenientes irão sentir-se mais seguros. Foi útil para a saúde pública e para o bem-estar emocional dos jovens. Todos ficaram a ganhar. Quando existe incentivo para os jovens, como foi o caso, ninguém os pára! Ainda bem que tudo foi feito a tempo, para que todas as partes envolvidas, jovens e adultos, pudessem beneficiar da vacinação.
E para aqueles jovens, e não só, que ainda não se vacinaram, deverão fazê-lo quanto antes. Só têm a ganhar com este pequeno passo, porque estão a contribuir para o bem-estar e segurança de todos. Se estiverem saudáveis, os outros concidadãos também estarão protegidos da Covid-19 .
A taxa de vacinação contra a Covid-19 em Portugal é das melhores do mundo. É preciso reconhecer que todas as pessoas envolvidas neste projeto, assim como a população em geral, estão de parabéns pelo resultado que só nos faz sentir orgulhosos e concluir que os Portugueses, na hora de verdade, se uniram contra a Covid-19 para vencer esta guerra e recuperarmos a nossa identidade e liberdade, parcialmente acorrentada por causa da pandemia.
Valeu a pena esta corrida para a liberdade. Houve bons e maus momentos nos últimos 18 meses em relação às diversas decisões políticas e sanitárias, mas o que importa é o resultado final. E no que diz respeito à vacinação da população ele é excelente.
Todos contribuíram de uma forma ou de outra para este sucesso. Os críticos (e eu estou neste grupo) deram as suas opiniões com um único objetivo: tentar melhorar o resultado final. Porque num país livre como o nosso, dizer ámen a tudo que ouvimos e lemos não é a melhor forma de contribuir para o crescimento. Saber ouvir uma crítica é um acto de maturidade democrática. Um crítico também tem de saber elogiar quando existe motivo para o fazer.
É sempre bom lembrar que nesta guerra o nosso inimigo comum foi, é e será sempre o coronavírus. Nunca foi nenhum partido político ou ninguém pertencente à DGS ou ao Governo. Estamos todos do mesmo lado da trincheira nesta pandemia. Que não restem dúvidas.