A mais recente edição da revista semanal The Economist dedica 12 páginas (e um dos cinco editoriais) ao tema da “Educação Privada”. Os dados contidos no estudo e os argumentos desenvolvidos pela revista certamente surpreenderão os que entre nós teimam em opor o interesse público ao ensino privado. Vale a pena rever brevemente este excelente trabalho de The Economist.

O ponto de partida reside no crescimento acentuado, à escala mundial, do ensino privado nos últimos 15 anos: de 10 para 17% no caso do ensino primário; de 19 para 27% no ensino secundário. Este crescimento é particularmente acentuado nos países em vias de desenvolvimento, como a Índia, China, Paquistão ou Vietname, entre outros. Na Índia, o sector privado educa actualmente metade dos alunos, e mais de um terço no Paquistão.

Estes dados poderiam levar a pensar que se trata de um fenómeno do mundo em vias de desenvolvimento. De facto, o crescimento vigoroso do ensino privado nos últimos 15 anos tem ocorrido sobretudo nos países pobres que entretanto encetaram a chamada “descolagem” (da pobreza) através do crescimento económico. O aumento da procura pelo ensino privado exprime, antes de mais, a expansão das classes médias e a elevação da sua ambição “melhorista” — a ambição de melhorar a sua própria condição e das suas famílias, parafraseando Adam Smith.

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