Paulatinamente temos vindo a assistir a uma intencional retirada da dignidade que preside a todo o ser humano.

Sabemos que já foi plano de totalitarismos no século XX, nomeadamente com o nazismo e o marxismo. Esta tendência de reduzir o Homem à ínfima qualidade de “humano” como se de um termo moderno se tratasse não é inocente, mas uma estratégia de “novilíngua”, para aproximar a nossa espécie da animalidade, quartando-lhe assim a riqueza do Ser, no sentido ôntico da existência e da nobreza que lhe assiste, como ser racional, espiritual e moral, criado para algo mais…

A dignidade é a expressão da humanidade do Homem, é uma questão eminentemente ligada ao conceito de Pessoa, que o é pelo facto de existir como tal, como membro da espécie humana. A dignidade transcende o homem e todos os homens, é inerente à Pessoa pela supremacia que a envolve e distingue, não porque o Direito lha atribui.

Argumentação envolvida em relativismos premeditados e necessários para fazer valer uma hipotética hipótese de desconstrução antropológica, biológica e psíquica, pretendendo substituir toda esta essência do Ser, por uma ideologia partidária, redutora em duplo sentido, porque não é científica e porque se confina a uma perspectiva politica anti-humana.

Recorrendo a estratégias de re-engenharia social, os novos agentes do “poder global” visam minar os alicerces duma cultura científica alicerçada em saberes antropológicos, filosóficos e sociais. Negar a existência de Deus foi o primeiro passo para aniquilar o Homem, retirando-lhe a sua origem divina liga-o ao material, ao corruptível, ao versátil e ao manipulável. Resta então um campo permeável aos “novos paradigmas”, à colonização de consciências rumo ao pensamento único, modelado pelo “politicamente correcto”, em jeito de neototalitarismo, sob os auspícios da ONU, com o auxílio das ONG e respectivos comités criados para esse fim.

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Um novo poder se ergue para dessacralizar a vida humana, para subverter os valores tradicionais, a família, o casamento, numa linha de continuidade orwelliana, mas aqui a ficção vai-se tornando realidade.

Vivendo como se Deus não existisse, o homem sonha colocar-se no seu lugar, arroga para si próprio o direito de criar e interferir no mistério da vida humana, através de manipulações genéticas, de decisões que determinem a morte dum nascituro ou de outro qualquer cidadão a seu belo prazer, invocando razões controversas para impor o poder de matar.

Se este cenário político nos impele a reflectir, num contexto de pandemia, em que a sociedade foi palco de milhares e milhares de mortes, de sofrimento, de esforços exaustivos por parte de todos os agentes de saúde e seus auxiliares, urge considerar a fragilidade da vida e a vulnerabilidade do ser humano, apesar dos muitos avanços da ciência, quando já considerávamos a saúde e o bem-estar como dados adquiridos.

Com muita perplexidade somos confrontados com a obsessão da cartilha politica, para legislar com carácter de urgência a morte a pedido, não obstante a realidade com que o Covid nos presenteou, em que salvar vidas foi uma constante infatigável num estado de calamidade, de muitas calamidades, que ainda perduram, em todos os sectores sociais.

Incompreensível a falta de respeito, de consciência cívica e humana que preside a estes sectores governamentais, manipulados por forças exteriores e em consequência, tornando-se manipuladores para implementar as ordens que recebem.

Surreal e macabro, em tempo de mortes e pandemias, insistir cegamente num plano maquiavélico de não poupar meios para atingir os fins.